O Futuro dos Eventos no Brasil

Por Plínio Escopelle*

Grandes eventos como Tomorrowland, Lollapalooza e Rock in Rio são mais que shows; são vitrines de inovação tecnológica que transformam a experiência de milhões. Fórmula 1, Só Track Boa, Primavera Sound e João Rock seguem essa tendência. Nos próximos meses, diversas cidades do Brasil sediarão megafestivais, tanto esportivos quanto musicais. Em comum, todos esses eventos utilizam a tecnologia para aprimorar a experiência dos consumidores e organizadores.

A tecnologia está redefinindo os eventos. Vejo muitos estabelecimentos adotando Inteligência Artificial, pagamentos cashless via aplicativos e outras inovações. Essas tecnologias reduzem filas, melhoram o fluxo de pessoas e aumentam o consumo, beneficiando consumidores e organizadores.

O brasileiro, sempre conectado, adota inovações rapidamente. Nos setores de bares, restaurantes e entretenimento ao vivo, a inovação é essencial. Pense no PIX, que transformou a forma de fazer transferências e pagamentos.

Carteiras digitais como Apple Pay, Google Pay e Samsung Pay são amplamente utilizadas. As transações são rápidas, seguras e sem papel, contribuindo para a sustentabilidade. Imagine um mundo sem dinheiro físico. Suécia e Dinamarca planejam abolir as transações em dinheiro até 2030, já eliminando notas e moedas em transportes públicos e atrações turísticas.

Há menos de 5 anos, perder fichas ou comandas em eventos era comum. Hoje, a realidade mudou. Eventos utilizam dados gerados por sistemas de automação para melhorar a experiência do consumidor. A Inteligência Artificial analisa esses dados de forma eficaz, personalizando ainda mais a experiência. Segundo a Abrasel, 28% dos bares e restaurantes brasileiros já utilizam IA para interagir com clientes, controlar reservas e outras funções.

Eventos com filas longas geram experiências ruins e menos gastos dos consumidores. Com tecnologia cashless, a segurança aumenta e a experiência do consumidor melhora. Se um cartão ou pulseira de recarga for perdido, podem ser desativados, garantindo que o dinheiro não seja perdido. Diferente das fichas de papel, que uma vez perdidas não podem ser recuperadas.

A tecnologia aplicada em eventos e bares permite uma gestão eficiente, reduzindo filas e melhorando o fluxo de pessoas. Dados gerados por sistemas de automação, analisados por IA, personalizam a experiência do consumidor. Essas inovações não só melhoram a imagem dos eventos, mas também aumentam a receita ao incentivar um consumo mais fluido e seguro. Integrar tecnologia e sistemas cashless é essencial para oferecer experiências seguras, eficientes e agradáveis, beneficiando consumidores, organizadores e proprietários de estabelecimentos. Abraçar a inovação é crucial para o sucesso e sustentabilidade de negócios no setor de entretenimento.

Se pudesse dar um conselho a quem está nesse mercado, diria: prepare-se para o futuro, dê pequenos passos, mas não pare de avançar. A tecnologia é nossa aliada nessa jornada, tornando cada evento uma experiência única e inesquecível. Vamos continuar inovando e construindo juntos o futuro dos eventos no Brasil.

*Plínio Escopelle é Chief Strategy Officer da Zig.

5 tendências para o e-commerce pós pandemia

por Luciano Furtado C. Francisco*

Entramos em 2021 com muitas expectativas a respeito da pandemia da covid-19, sobretudo no que se refere às vacinas. O que todos desejamos é que a vacinação acelere e voltemos ao normal o mais rápido possível, virando essa triste página na história.

A pandemia trouxe novos hábitos e procedimentos. Um deles foi o crescimento espetacular do comércio eletrônico. É verdade que os números alcançados eram esperados, todavia para um futuro um pouco mais distante. O coronavírus fez acelerar esse crescimento.

Luciano Furtado

Segundo levantamento da empresa de marketing digital Criteo, 56% dos consumidores brasileiros afirmam ter estreado nas compras online em 2020. Desse contingente, 67% pretendem manter esse hábito no pós-pandemia. Outro número impressionante foi o aumento de compras pela internet de outubro para novembro de 2020, mês da Black Friday, no mundo. De acordo também com a Criteo, houve 139% de crescimento nas vendas de um mês para o outro.

Esses são apenas alguns números (impressionantes) do e-commerce. Basta pesquisar na internet para encontrar diversas estatísticas sobre o crescimento das compras online em 2020. Todos estratosféricos.

Mas, e nesse momento, de transição para a pós pandemia, o que se pode esperar? A julgar pelo andar da carruagem, podemos vislumbrar algumas situações e tendências.

1. Presença Online será exigência para todos

A partir de 2021, qualquer empresa – sim, isso mesmo, qualquer empresa – deverá ter presença no mundo digital, por menor que seja. Pode ser desde um aplicativo de mensagens na versão business, passando por mais ação nas redes sociais, participar de aplicativos de delivery até possuir uma loja virtual robusta e vender em marketplaces (plataforma online que reúne vários vendedores ou prestadores de serviços em um só lugar), o consumidor está esperando isso, até mesmo da mercearia da esquina. Logo, o empresário que ainda acha que “a internet não é para ele” deve rever esse conceito. Conforme pesquisa da consultoria Nielsen, o e-commerce brasileiro deve crescer 26% em 2021, com faturamento de R$110 bilhões. Essa mesma pesquisa indica um fortalecimento dos e-commerces locais, ou seja, as pessoas estão admitindo comprar online mesmo da boutique a duas quadras de casa.

2. Cada vez mais Omnichannel

O cliente já não enxerga mais diferenças nos canais off e online. Espera ter experiência e fluidez de contatos em qualquer canal. Principalmente a geração Z (nascidos entre 1995 e 2010), para quem o mundo digital é o único que elas conhecem. Portanto, as organizações que atuam no digital e no físico, mas ainda de forma tradicional, sem integração de canais, vão ter de arregaçar as mangas e implantar o omnichannel (estratégia de uso simultâneo e interligado de diferentes canais com o objetivo de estreitar a relação entre online e offline), que será arroz-com-feijão em pouco tempo.

3. Big Data ao alcance de todos

A internet gera uma montanha de dados a todo instante, e esses dados podem ser transformados em informações valiosíssimas para o negócio. Uma tecnologia que não é tão nova assim, mas que era cara e restrita às grandes organizações. Porém, a cada dia surgem ferramentas acessíveis para trabalhar com Big Data, visando pequenas e médias empresas. Assim, estas também vão mergulhar no oceano dos dados e acirrar ainda mais a concorrência.

4. Mais facilidade nos pagamentos

PIX, carteiras digitais, smartwtaches… Tecnologias e dispositivos que proporcionam pagamentos rápidos e seguros na rede serão cada vez mais comuns. É o que tanto os vendedores quanto os compradores desejam. Acabou a era dos pagamentos online complicados e demorados. A regra a partir de agora será a agilidade nos pagamentos eletrônicos, quem insistir em meios antiquados vai perder terreno.

5. Logística perfeita

As ferramentas de apoio à logística devem se consolidar. Isso porque os clientes querem cada vez mais que o leque de opções seja farto: retirada em loja; entrega em um dia; frete grátis. Além dos conhecidos PAC e Sedex. E nada de valores abusivos no frete, a maior causa de abandono de carrinhos. Com a concorrência em alta, não custa para o e-consumer pular para o site do concorrente e comprar por lá. Portanto, as parcerias, racionalização de custos e uso de tecnologias de otimização de fretes devem ser primordiais para os vendedores.

Fora tudo isso, o que todos querem é que os cenários acima aconteçam. E, acima de tudo, lembrando da covid-19 como uma coisa do passado (enquanto isso não chega, vamos mantendo os procedimentos de segurança).

*Luciano Furtado C. Francisco é professor do curso de Gestão do E-commerce e Sistemas Logísticos do Centro Universitário Internacional Uninter.

Fonte: Página 1 Comunicação

As carteiras digitais já estão entre nós!

Carteiras digitais: O próximo passo da mobilidade

por Jean Christian Mies, presidente da Adyen para a América Latina

A evolução da tecnologia nos últimos anos vem mudando muita coisa: a forma como trabalhamos, como escutamos música, como nos conectamos a outras pessoas. Não seria diferente com a nossa relação com o dinheiro. Você se lembra da última vez que precisou fazer um saque no caixa eletrônico ou ter o cartão em mãos para fazer uma compra? Não foi só o dinheiro que se digitalizou, mas as nossas carteiras também.

Foto: Pixabay

No último ano, o Brasil passou a receber as chamadas ewallets, ou carteiras digitais, entre elas Google Pay™, Apple Pay e Samsung Pay. Imagine realizar compras nas lojas apenas encostando o smartphone em uma maquininha (POS), ou entrar em um novo site de compras em que todos os dados do seu cartão já estão cadastrados, sem que você tivesse que preencher longos formulários?

As demandas dos consumidores por praticidade e segurança se tornam cada vez mais sofisticadas e a tecnologia necessária para tornar isso realidade já existe. Não estamos falando de uma quebra de paradigmas, mas sim da união do uso inteligente de dados às tecnologias de mobilidade existentes para tornar os pagamentos imperceptíveis no nosso dia a dia.

Como funcionam?

As carteiras digitais são tecnologias desenvolvidas para dispositivos móveis, como smartphones e tablets. São aplicativos baseados em softwares de criptografia que criam uma identidade digital (conhecida como token) com os dados financeiros. A tecnologia pode ser aplicada a qualquer site ou aplicativo de compras, basta clicar uma só vez na tela ou aproximar o aparelho de um terminal POS habilitado nas lojas físicas para que a carteira insira as informações tokenizadas e realize o pagamento.

E nada de senhas. As carteiras digitais foram desenvolvidas para serem muito mais seguras que a navegação online, já que utilizam um código PIN gerado na hora ou o reconhecimento biométrico digital ou facial para identificar e autorizar a transação. Ou seja, os detalhes do cartão se tornam desnecessários, sendo substituídos por um identificador de dados, exclusivo e criptografado. É um diferencial importante, especialmente se considerarmos que apenas 20% dos brasileiros se sentem completamente seguros ao realizar compras online, segundo estudo do SPC Brasil e da CNDL.

Foto: Pixabay

Para assegurar a usabilidade dessas tecnologias por outros aplicativos, sites e estabelecimentos, as carteiras utilizam APIs (Application Programming Interfaces) abertas. As APIs são estruturas de programação que servem como portas: elas permitem o fluxo de informação entre diferentes sistemas. No caso das ewallets, as APIs deixam que os dados bancários criptografados do smartphone sejam acessados pelo aplicativo, site ou POS da outra empresa. Nas lojas físicas, essa comunicação pode ser feita via aproximação NFC (Near Field Communication), bluetooth ou até mesmo via QR code – é só apontar a câmera para o código impresso, como é feito com as bicicletas compartilhadas da Yellow.

Sucesso em outros países

Substituir a carteira pelo smartphone já é uma realidade em muitas partes do mundo. Globalmente, cerca de 60% dos pagamentos processados pela Adyen já ocorrem via smartphones, impulsionados pelo uso das carteiras digitais. Segundo o estudo Global Payment Methods, da Adyen, aproximadamente 70% da população economicamente ativa da China já tem nas carteiras digitais o principal meio de pagamento.

As duas maiores ewallets do país, WeChat e Alipay, movimentaram cerca de 3 trilhões de dólares em transações em 2016. O método de pagamento foi adotado até mesmo por vendedores de barracas de comida de rua e por profissionais que trabalham com serviços e gorjetas, como garçons. Alguns já possuem até um QR Code estampado nos uniformes para essa finalidade. Fora dos negócios, os pais também passaram a dar mesada para os filhos por suas contas digitais. A pesquisa aponta ainda que outros países seguem a mesma tendência: 17% das transações feitas na Austrália e 14% das realizadas na Rússia já são feitas por ewallets.

Já nos Estados Unidos, a carteira digital Apple Pay se tornou um dos principais recursos para pagamentos da rede de farmácias Walgreens. A ewallet é tão popular que foi associada ao programa de fidelidade da marca para aplicar descontos. A Apple estima que até o final de 2018, 60% das lojas americanas estarão integradas com o método de pagamento.

Crescimento no Brasil

Apesar de ainda ser recente no Brasil, o uso do método de pagamentos cresceu 50% na plataforma da Adyen só nos últimos três meses. Estamos diante de uma transformação definitiva no uso de dinheiro físico e de cartões de crédito no país, e as carteiras digitais apareceram para liderar esse movimento.

O crescimento é resultado da conveniência e praticidade que elas fornecem ao consumidor. Do outro lado, o ganho dos varejistas também é maior com um novo canal para se relacionar com o cliente e com a segurança aliada à tecnologia. A combinação da tokenização com a tecnologia de reconhecimento de digital elimina quase que completamente o risco de fraudes e diminui exponencialmente a ocorrência de chargebacks, processo em que o banco cobra da empresa o valor de uma compra não reconhecida pelo titular do cartão, a fim de ressarci-lo.

Os pioneiros a adotar a tecnologia no país incluem empresas como Magazine Luiza, iFood, Dafiti e OLX. A expectativa é que, cada vez mais, outros setores além da mobilidade e do varejo se unam ao movimento. Se essas empresas, referências em inovação, escolheram seguir esse caminho, o que te impede de trilhá-lo também?

Fonte: Smart PR – Rodrigo Sérvulo