Elegância e bons aromas marcam o Dia dos Pais em São José

Nova pesquisa ACI/Unitau revela que roupas, acessórios e perfumes são os presentes preferidos para a data

Os pais de São José dos Campos estarão elegantes, bem vestidos e perfumados neste Dia dos Pais, revela pesquisa feita pela Associação Comercial e Industrial de São José dos Campos, em parceria com a Universidade de Taubaté.

O Dia dos Pais vai ser comemorado no próximo domingo, dia 14 de agosto e é considerado uma das principais datas do comércio.

Realizada para identificar o comportamento do consumidor em relação ao Dia dos Pais, a nova rodada de pesquisa foi feita nos dias 26 e 29 de julho e dia 03 de agosto, em locais de grande circulação da cidade como a Praça Afonso Pena, o Calçadão da Rua 7 e os shoppings CenterVale, Centro, Colinas e Vale Sul. Os técnicos do Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais) da Unitau ouviram 126 pessoas.

Segundo o levantamento, a maioria (71,7%) pretende comprar presente para os pais este ano. Destes, 35,5% querem gastar até R$ 100, enquanto 42,1% dos entrevistados pretendem gastar até R$ 200 e 16,6% pretende gastar de R$200,01 até R$ 500,01 e acima.

Os presentes preferidos são roupas e acessórios (57,9%), seguido de perfumes (15,8%), calçados (11,8%) , eletrônicos (6,6%), óticas e produtos relacionados (5,3%) e eletrodomésticos (1,3%), aponta a pesquisa ACI/Unitau. A forma de pagamento preferida deve ser à vista (68,4%), por meio de cartão de débito (48,7%), cartão de crédito (31,6%) ou dinheiro e pix (19,7%). Não foi identificado uso de cheques ou de crediário de loja.

Local

O levantamento ACI/Unitau revela também que o centro da cidade deve ser o local preferido para as compras, citado por 47,4% dos entrevistados, contra 39,5% que prefere comprar nos shoppings. Apenas 3,6% pretende comprar pela internet enquanto 10,5% vai procurar o grande presente nas lojas de bairro.

Fonte: Matéria Consultoria & Mídia

Como a IA está impulsionando a assertividade das campanhas

Os últimos anos foram marcados por mudanças intensas nos valores e no comportamento dos consumidores. O mercado publicitário também precisa se adaptar e a tecnologia é a principal aliada neste processo

Por Bruno Augusto, country manager da RTB House no Brasil

Atire a primeira pedra quem nunca iniciou uma campanha segmentando seu público alvo por meio de dados demográficos. Padrões rudimentares, como o clássico “cliente homem, entre 20 e 30 anos, residente nas capitais do Brasil, interessado em determinados produtos e serviços”, já embasaram inúmeros clichês nas ações de marketing, sem realmente levar em conta a diversidade de desejos e necessidades dos consumidores.

Hoje, esse tipo de approach não só limita a relevância das discussões geradas pelas suas estratégias de mídia digital, tendo em vista a cobrança cada vez maior das pessoas por se sentirem representadas na publicidade, como também faz você perder muito dinheiro, tendo em vista as alterações constantes nos padrões de comportamento e de consumo na internet, que repercutem diretamente na flutuação do custo dos inventários e, de quebra, na performance da sua campanha.

Se por um lado, quebrar a caixinha da criação tradicional de personas pode soar assustador, por outro, abrir espaço para uma comunicação hiperindividualizada com os consumidores é o ponto crucial para atravessar a superficialidade dos discursos virtuais em direção ao tão sonhado vínculo da marca com a sua comunidade. E não há como fazer isso sem o apoio da tecnologia, mais especificamente, da Inteligência Artificial (IA).

Já existem soluções de IA que ajudam a cultivar essa relação com os clientes por meio de análise de dados contextuais e de navegação, que identificam, em tempo real, diferentes oportunidades de abordagem junto dos consumidores em sintonia com suas expectativas no momento. Por isso, não há mais desculpa para continuar fazendo campanhas baseadas em “achismos”, é preciso utilizar os dados a seu favor.

Extrapolando o critério da experiência, as oscilações acima mencionadas podem também influenciar a busca do algoritmo por perfis não tão óbvios de consumidores, que podem ser impactados a custos menores do que targets costumeiros, ou com melhores taxas de conversão, abrindo espaço para melhores resultados.

Na publicidade digital, existem quatro abordagens que vão lhe ajudar a tirar o máximo proveito da Inteligência Artificial em suas campanhas:

Analise os dados em tempo real para obter visões precisas

Em períodos de incerteza, a primeira tarefa é entender o comportamento e os novos hábitos dos consumidores e como o mercado em geral está enfrentando isso. A melhor maneira de ter esses aprendizados é coletar dados, que precisam ser analisados profundamente com o objetivo de encontrar padrões preditivos cada vez mais precisos para tomar melhores decisões. Isso também permite identificar quando é necessário mudar o curso e a estratégia devido a algum imprevisto.

Não por acaso, a transformação digital foi acelerada em todos os setores econômicos, incluindo o publicitário, por meio da implementação de sistemas de Inteligência Artificial (IA) sofisticados, como os de Machine Learning (ML) e sua evolução, o Deep Learning (DL), que permitem eficiência no processamento de dados e na gestão do conhecimento gerado.

Estas tecnologias possibilitam aos gestores terem conclusões mais precisas, o que é ainda mais importante diante de cenários incertos, quando escolher a tecnologia correta para cada desafio torna-se fundamental. Enquanto o Machine Learning chega a 80 FLOPS (Floating point operations per second), métrica usada para comparar a capacidade de processamento ou o número de operações realizadas por segundo, o Deep Learning é capaz de atingir aproximadamente 200 mil FLOPS.

Automatize o aprendizado e sua aplicação nas campanhas

Os dados, quando bem interpretados, ajudam a reduzir a incerteza e possibilitam mais assertividade sobre o comportamento do consumidor em determinada situação, o que é fundamental em cenários de mudanças intensas e constantes. Sendo assim, um banco de dados bem estruturado e com processamento em tempo real é a maneira mais eficaz para obter conclusões precisas sobre um cenário novo, o que é fundamental para direcionar as melhores abordagens e comunicações, de acordo com as expectativas de cada público-alvo em um momento específico. Mas para que isso se concretize, mais do que entender, é importante reagir.

Além de investir em tecnologias que interpretem os dados disponíveis, é importante conseguir aplicá-los em todas as etapas das campanhas, indo desde uma segmentação e personalização efetivas, até o acompanhamento e a otimização dos KPIs da performance. Por isso, busque ferramentas que permitam a automação das suas campanhas, pois isso garantirá mais assertividade, melhor tempo de resposta às mudanças, reduzirá o risco de erros e ainda liberará os talentos humanos para desempenharem atividades mais estratégicas.

Segmente seu público com um olhar pós-demográfico

Antes desta recente aceleração digital já era comum a realização de processos de hipersegmentação, que definiam públicos mais precisos quase a ponto de atingir a individualidade. Em tempos de incerteza, abordagens publicitárias mais granulares, que levam em conta os desejos e contextos de cada consumidor, tornaram-se ainda mais cruciais.

Nesse cenário, o foco apenas na demografia tradicional do consumidor, como idade, sexo, status socioeconômico fica para trás. Hoje, os consumidores tem perfil cada vez mais heterogêneo, cada um com suas próprias particularidades, de modo que avaliá-los com padrões gerais pode não corresponder à realidade, nem todos podem se encaixar no que é esperado para uma determinada idade, sexo, etc. Em contrapartida, vem ganhando espaço modelos de segmentação como a contextual baseada em Inteligência Artificial (IA), uma prática já antiga que ganha uma nova roupagem para entregar níveis de automação e personalização nunca vistos antes.

A IA é mais uma vez protagonista e cria o cenário propício para que as relações entre as marcas e os cliente sejam cada vez mais dinâmicas, pois consegue identificar e prever mudanças nos padrões de comportamento, mesmo os mais sutis com extrema precisão e velocidade. Dessa forma, é possível determinar em tempo real, especialmente, por meio do Deep Learning, as expectativas de um potencial comprador naquele exato momento, e encontrar as melhores abordagens publicitárias para capturá-lo individualmente com base em seus interesses pessoais.

Explore os formatos ideais para cada objetivo de campanha

Em tempos de incerteza também é fundamental monitorar as tendências. O uso assertivo de imagens, recursos visuais e vídeo ads seguem sendo um grande diferencial na publicidade digital, mas também foram muito impactados pelos novos comportamentos e tecnologias disponíveis. Os formatos devem ser usados nas campanhas de forma estratégica e alinhados com as necessidades e hábitos do público.

De acordo com um estudo da CISCO, em 2022, o vídeo representará 82% de todo o tráfego online. Além disso, descobriu-se que o cérebro humano é capaz de processar imagens vistas por períodos muito curtos de tempo, até 13 milissegundos, segundo pesquisa de neurocientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Some a esses conhecimentos o poder da IA para criar visualizações e narrativas cada vez mais personalizadas e gere campanhas altamente eficazes. Algoritmos de deep learning, por exemplo, possibilitam criar até 10 mil versões de um mesmo anúncio em vídeo a partir da personalização automatizada de seus elementos, sempre com base nos interesses dos consumidores em tempo real.

O ditado, diz: “é melhor prevenir do que remediar”, por isso devemos considerar que muitos dos aprendizados obtidos ao longo dos últimos anos podem e devem continuar sendo considerados em qualquer estratégia de mídia. E as soluções tecnológicas seguem evoluindo para aumentar a eficácia das campanhas diante de cenários de incerteza.

Maioria pretende comprar presentes neste Dia dos Namorados

Nova pesquisa da ACI/Unitau mostra tendências positivas para o Dia dos Namorados em 2022

Os joseenses estão mais apaixonados este ano, revela pesquisa feita pela Associação Comercial e Industrial de São José dos Campos, em parceria com a Universidade de Taubaté.

Imagem de wichai bopatay do Pixabay

Considerada uma das principais datas do comércio, o Dia dos Namorados vai ser comemorado no domingo, dia 12 de junho.

Realizada para identificar o comportamento do consumidor em relação ao Dia dos Namorados, a pesquisa foi feita nos dias 18, 20, 25 e 27 de maio, em locais de grande concentração do comércio: praça Afonso Pena, Calçadão da Rua 7 e shoppings Centro e CenterVale. Os técnicos do Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais) da Unitau ouviram 187 pessoas.

Segundo o levantamento ACI/Unitau, 67,38% dos entrevistados pretendem presentear a pessoa amada na data. Os presentes preferidos para este ano são roupas e acessórios (39,68%), perfumes e acessórios (19,84%), calçados (11,11%), alimentação – jantares, almoços, bolos, etc (9,52%) e eletrônicos (6,35%).

O tíquete-médio de presentes para a data deve ficar entre R$ 100,01 e R$ 200 para a maioria dos entrevistados (45,24%), enquanto que para 21,43%, o presente será de no máximo R$ 100. A forma de pagamento preferida deve ser a vista (80,95%), por meio de cartão de débito (42,06%) ou dinheiro (23,81%). Outros 19,05% preferem parcelar as compras no cartão de crédito, enquanto 11,11% pretendem pagar a vista no cartão de crédito.

Local

A pesquisa ACI/Unitau revela também que o centro da cidade deve ser o local preferido pelos namorados para fazerem compras. As lojas do centro foram citadas por 36,51% dos entrevistados, enquanto 34,92% dizem preferir comprar nos shoppings da cidade.

Tendências em alta

O levantamento ACI/Unitau revelou um aumento expressivo no número de pessoas que pretendem presentear neste dia em relação a 2021. Enquanto a intenção de compra no ano passado foi de 33,61%, em 2022 vemos o número praticamente dobrar (67,38%).

Quando comparados a 2019, antes da pandemia, os números também são crescentes. Na época, a intenção de compra foi fixada em 58%. Em 2020, em razão da fase crítica da pandemia, não foi realizada pesquisa. Entre os que não pretendem fazer compras (32,62%), a principal razão é não estarem em um relacionamento (67,21%).

Fonte: Matéria Consultoria & Mídia – Gabriel Camacho

A influência da Antropologia no comportamento do consumidor

por Tatiana Lacaz

A evolução das teorias a respeito do Marketing estão direcionadas às práticas do consumidor intrínseco ao comportamento de compra tendo como base a análise de elementos sociais, culturais e psicológicos permitindo, assim, ampliar os estudos e ferramentas relacionados ao Marketing.

A pesquisa social possui como tomada de campo a etnografia, uma área da antropologia que possui grande valor para compreender os motivos que levam os indivíduos a comprar um produto e também a interagir com as marcas.

Imagem de Gerd Altmann do Pixabay

O objetivo desse texto é discutir as teorias relacionadas ao comportamento do consumidor mediante os estudos da antropologia, buscando ressaltar a importância desta para os estudos atuais do Marketing.

Inicialmente será discutido como o pensamento de Marketing evoluiu ao longo do tempo. Para isso, serão descritos o processo de desenvolvimento das teorias das principais escolas. Em seguida, a ênfase será para a escola de comportamento do consumidor, de modo que destaque a sua relevância para o desenvolvimento da pesquisa de marketing.

1 – As escolas de pensamento do Marketing

Aqui serão descritas as teorias de marketing elaborada pelos estudiosos e que contribuíram para a origem do estudo a respeito do comportamento do consumidor. Mediante essa descrição serão evidenciadas a inserção da antropologia e da sociologia para compreender os hábitos de compra do consumidor bem como o seu comportamento.

Segundo Sheth, Gardner e Garret (1988) existem ao todo doze escolas de marketing. Uma forma de encontrar as semelhanças entre elas foi cruzar as dimensões de perspectivas interativas e não interativas com as perspectivas econômicas e não econômicas que fazem parte das escolas de marketing. Essas perspectivas deram origem as seguintes escolas de marketing:

a) Escola de Commodity: visa as características físicas dos produtos e as relações de compra dos consumidores para diversos segmentos como produtos de compra, conveniência e que atendam outras especialidades;
b) Escola Funcional: possui como foco as atividades executadas durante as etapas do processo de marketing, sendo utilizadas nesses departamentos, nos departamentos corporativos e nas disciplinas de marketing das universidades;
c) Escola Regional: nessa fase os consumidores estão interessados em realizar as suas compras com base nos padrões que direcionam a sua escolha em um produto ou serviço. O destaque maior para essa escola é relacionada a segmentação geográfica de mercado;
d) Escola Institucional: tem como objetivo divulgar a evolução dos sistemas de canais, dando destaque aos princípios de eficiência econômica. Os consumidores criticam que os produtores estão mais preocupados em acrescentar preço do que valor aos produtos;
e) Escola Administrativa: o seu foco está presente nos conceitos de mix, marketing, ciclo de vida dos produtos e segmentação de mercado. Os pioneiros nesses estudos são Joel Dean, John Howard, Wendell Smith, Neil Borden, Willian Lazer, Theodore Levitt e Philip Kotler;
f) Escola de comportamento do consumidor: está concentrada na venda de produtos. Os estudiosos que se destacam são Ernest Dichter, John Howard, George Katona, James Engel e Francisco Nicosia. Para esses estudiosos, as marcas devem olhar o indivíduo emocionalmente e não apenas como pessoas que querem comprar um produto. Além disso, é preciso saber quais são as suas necessidades e os seus desejos e também fazer uma análise mais profunda através de conceitos da psicologia e da sociologia aplicados ao marketing;
g) Escola do Macromarketing: dava maior relevância para as forças ambientais e sociais e como elas influenciavam na prática das atividades de marketing. Essa escola foi apoiada por estudiosos como Robert Halloway e George Fisk;
h) Escola Ativista: fazia críticas à escola do Macromarketing devido aos conflitos do marketing no ambiente, apoiando temáticas relacionadas à “segurança dos produtos”, à “satisfação e insatisfação do consumidor”, aos “efeitos de produtos descartáveis no ambiente” e à “responsabilidade social”;
i) Escola dinâmica organizacional: discute a importância do comportamento organizacional para compreender as etapas do processo de marketing por meio de valores como poder, conflito, controle e papéis.

No futuro a teoria de marketing será a combinação do marketing estratégico com o comportamento do consumidor, baseando-se na competitividade. O marketing está subordinado aos objetivos da sociedade buscando suprir os desejos e as necessidades dos indivíduos. Uma de suas características consiste em entregar além daquilo que os clientes esperam. Como afirma Kotler (2000, p.30), “vemos a administração de marketing como a arte e a ciência da escolha de mercados-alvo e da captação, manutenção e fidelização de clientes por meio da criação, da entrega e da comunicação de um valor superior para o cliente”.

1.1 A evolução da escola do comportamento do consumidor

Na década de 1950 a primeira área de pesquisa estava focada nos fatores psicológicos/emocionais e irracionais do comportamento do consumidor. Na década de 1960 foram realizadas pesquisas de lealdade à marca para pedir as respostas psicológicas. Possuem destaque autores como Howard, Andreasen, Nicosia, Engel, Kollat e Blackwell.

Na década de 1970 foram feitas as primeiras pesquisas relacionadas ao comportamento de compra industrial, comportamento de compra com ênfase em serviços públicos e sociais, questões ligadas à cultura e ao comportamento de compra familiar. Começa a ocorrer uma análise de marketing voltada à tecnologia em virtude do surgimento de novos negócios por meio de abordagens comportamentais quantitativas trazendo à tona o processo de segmentação.

Da década de 90 em diante a teoria de marketing começa a sofrer fortes influências do marketing de relacionamento, relações pessoais, atitudes dos consumidores, tendências de comportamento, bem como outros fatores sócio-culturais.

O Marketing de Relacionamento encurta as operações, reduz custos para as empresas e também contribui para o auxílio da fidelização de clientes. Como afirma Kotler:

O marketing de relacionamento estabelece sólidas ligações econômicas, técnicas e sociais entre as partes. Ele reduz o dinheiro e o tempo investidos nas transações. Nos casos mais bem sucedidos, as transações deixam de ser negociadas de tempos em tempos e se tornam rotineiras. (KOTLER, 2000, p.35)

Imagem de Gerd Altmann do Pixabay

A lealdade do consumidor surge através da experiência. A entrada do novo milênio tem como premissa o estudo do comportamento do consumidor baseado no “marketing experiencial” por meio de experiências sensoriais cognitivas, afetivas, físicas e também sociais tornando-se determinante para compreender como os indivíduos se comportam em relação ao poder de compra e também como se relacionam com as marcas.

Como afirma Kotler:

Não basta dominar as técnicas para atrair novos clientes; a empresa deve retê-los. Muitas empresas possuem um alto índice de rotatividade de clientes – ou seja, conquistam novos clientes e perdem muitos deles. É como sistematicamente adicionar água a uma panela que possui um pequeno furo. As empresas de hoje devem dar mais atenção a seu índice de abandono de clientes. (KOTLER, 2000, p.69)

2 – Antrologia e o contexto social do marketing

Os estudos da psicologia, da antropologia e da sociologia auxiliam no desenvolvimento das teorias relacionadas ao comportamento do consumidor através das linguagens de tempo, espaço, posse material e natureza de contratos. Todos esses conceitos fazem parte da antropologia cultural, já no caso da sociologia são utilizados os conceitos de estratificação social, classe social, difusão e inovação, incluindo influências de autores como Warner, Meeker e Eells , Katz e Lazarsfeld e Rogers e opiniões de liderança.

São realizados também experimentos para testar as hipóteses comportamentais ligadas às teorias cognitivas de comportamento e aprendizado. A psicologia fisiológica também é presente ao incluir estímulos sensoriais e percepções de realidades físicas como dilatação da pupila, pressão, entre outras medidas fisiológicas para analisar as respostas dos consumidores. Portanto, é inegável a contribuição do estudo de diversas disciplinas para o marketing.

A prática de consumo não tem relação somente com o vínculo de objetos, pois também é uma forma de se relacionar com a coletividade através da manipulação de signos. Os bens materiais tornam a cultura visível e acessível e caracteriza-se por ser uma forma de expressão cultural e de se obter status/prestígio na sociedade deixando de lado somente a análise funcional do produto.

O contexto social influencia fortemente para o consumo de determinados produtos ou serviços. Os produtos relacionados à cultura são bastante influenciados pelo nível cultural e educacional das pessoas, adquiri-los, assim, faz parte da formação da autoimagem das pessoas estabelecendo visibilidade, personalidade e variabilidade seja para se diferenciar da sociedade ou para se estabelecer perante um grupo social. Dessa forma, os profissionais de marketing podem ser vistos como tradutores dos desejos, anseios e medos da sociedade, ainda como afirma Pollock (1977:74), “Se o sistema de mercado precisa ser substituído por alguma outra forma organizacional, precisa preencher certas funções (…) entre três: um modo de definir as necessidades da sociedade em termos de bens de consumo’’ (…)

A preferência por algumas marcas está baseada em sentimentos e também em lembranças. Compreender esses fatores contribui para os profissionais entenderem melhor o comportamento de compra evidenciando que os discursos culturais e históricos conseguem moldar as bases da produção e também do consumo.

3 – A combinação do Método Etnográfico para o marketing

O método etnográfico permite compreender os comportamentos de consumo de um grupo em específico por meio do estudo da cultura e dos fatores socioculturais, com o objetivo de prever as possíveis ações e atitudes dos consumidores. Tal procedimento auxilia na elaboração de estratégias mais assertivas e que podem gerar resultados.

A antropologia traz contribuições significativas por permitir realizar uma pesquisa profunda de cunho social uma vez que o observador fica totalmente imerso na vida e na realidade do entrevistado possibilitando um estudo completo a respeito do comportamento do indivíduo.

A pesquisa etnográfica questiona e compreende aquilo que está no interior do indivíduo. Os entrevistadores conseguem atingir todos os níveis de consciência e inconsciência indo além do óbvio e das perguntas tradicionais efetuadas na pesquisa de marketing. A etnografia permite chegar ao “ponto de vista do nativo”.

A sociedade capitalista traz a ideia de que o marketing determina o que deve ou não ser consumido. Para entender quem de fato é o consumidor é extremamente importante a contribuição da sociologia, da psicologia e da antropologia, pois tais disciplinas permitem uma interpretação mais profunda.

A interdisciplinaridade entre antropologia e marketing reside no fato de se compreender o conceito de “cultura de consumo” como um fator determinante para estabelecer as estratégias de marketing que auxiliem as empresas a terem um posicionamento forte no mercado.