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Coluna Branding – Alma da Marca
Fazer história
Quando assumi essa coluna no blog, logo percebi que haveria um dessas incríveis coincidências do destino e no dia 25 de Dezembro, Natal, deveria publicar um novo texto. Achei incrível essa oportunidade mesmo quando alguns goravam dizendo “ninguém vai ler”, eu pensava: “é uma data pra mudar a história”. Por isso, resolvi escrever algo diferente. Aí vai minha carta a papai Noel:
Querido papai Noel,
Esse ano trabalhei duro, enfrentei crise, criei muita coisa para às pessoas, mudei muita coisa em minha vida e também vi meu trabalho mudar a vida de muita gente.
Sempre penso que preciso dar algo a mais para meus alunos e em meus brandings, que preciso entregar um pouco da paixão, de vontade, algo de valor na comunicação.
Não trabalho só por dinheiro, não sou publicitário por status e não penso em criar para ganhar prêmios. Gosto de saber que é possível com meu trabalho fazer história.
Meu caro papai Noel, meu pedido para você é que me ajude a convencer o maior número de pessoas de que a nossa profissão tem um valor maior do que se faz hoje em dia. A glória e fama que os comunicadores conquistaram não foi fruto de um snobismo, de um requinte forjado, de autopromoção ou venda de pura imagem. Era estudo, era arte, era trabalho ….
Eu vi e participei de ações que realmente marcavam histórias, houve momentos onde se ouvia pessoas cantarolando nossos jingles nas ruas, repetindo frases e bordões em seu cotidiano, mas que transcendiam a busca pela venda para serem produtos de um novo vocabulário.
A comunicação deixou de prover essa obras e foi substituído por algo menos nobre e que tem cumprido a função deste comunicador. O publicitário parece estar sentado em seu reinado, apanhando feio e ainda assim se sentindo brilhante como se dissesse: “acabou Jessica, é só isso ?!”
Mas fomos nós que nos desvalorizamos, que nos encantamos pelo sucesso a qualquer preço, ou pior, trocamos o que nos trazia sucesso por preço qualquer, pela baixa qualidade, pela falta de estudo, pela ética elástica, pelo envolvimento siamês com a política que não queremos estampada nas capas da revista.
Queria voltar a ver um jingle do Duda Mendonça que não vendesse um produto corrupto mas que fosse cantado pela Maria Bethânia por tanta beleza e simplicidade…
Enfim papai Noel, queria apenas pedir pra que você nos ajude a mudar de novo a nossa história, assim como mudamos a sua própria história, com um branding para a coca cola que levou sua imagem à cada canto do mundo, gordinho, charmoso e vermelho, em uma época em que a publicidade trabalhava apenas pela arte de comunicar e que você era chamado de Santa Claus.
Feliz Natal à todos.
Climão de Natal
Bateu saudade!
Sabe, sou do tempo em que esperávamos ardentemente pela chegada de novembro para degustar os incríveis comerciais de Natal dos anunciantes tradicionais. Os jingles e filmes da Varig, os da Coca-Cola, o do Banco Nacional e seu famosos jingle. Era uma época divertida, lúdica, quase mágica.
Todos aqueles filmes e mensagens de paz e amor aumentavam a expectativa e a ansiedade pela chegada da noite de natal. Eu ficava pilhado. Muito ansioso!
https://youtu.be/xqGoYwOHju0
Os anunciantes caprichavam. Sempre havia mensagens bacanas e que ajudavam a nos transportar para o clima natalino. Não sei o que aconteceu. Se foi urgência por resultados, se descuido com o institucional e o branding, falta de verba, preferência por ações promocionais… não sei. O fato é que estes filmes natalinos foram rareando até praticamente acabar.
É claro que há honrosas exceções aqui e ali. Há ainda marcas e produtos que separam uma parte da verba para caprichar no Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Uma das marcas que resgatou este clima neste ano foi o Vale Sul Shopping. Filme de fim de ano com cara, clima, mensagem e emoção de fim de ano. Já falamos dele neste blog. Confira aqui.
Outra coisa que me veio a mente em uma das minha muitas idas e vindas entre o ABC e o Vale do Paraíba foi a época em que as empresas situadas às margens da Rodovia Presidente Dutra enfeitavam seus jardins e fachadas com decorações natalinas. Algumas, pelo menos na minha memória, eram incríveis.
Lembro de sempre admirar bastante as decorações feitas pela Johnson&Johnson em sua unidade fabril de São José dos Campos. Ficaram para sempre em minha memória. Estas decorações também foram minguando e, salvo engano de minha parte, sumiram.
Em Santo André, um conhecido hospital-maternidade faz uma belíssima decoração de Natal que vira atração das festas de fim de ano. As calçadas próximas ficam lotadas e as pessoas se aglomeram para ver, fotografar e elogiar. Virou tradição! E cria uma empatia enorme com o público.
Acredito que esta ação (a decoração de jardins e fachadas) tinha um custo relativamente baixo e um incrível impacto, principalmente entre a comunidade próxima. Será que atualmente é tão oneroso assim para as empresas fazer tal ação? Acredito que não!
Comentei isso com minha esposa e ela me disse que, quando criança, ao voltar a noite de visita a casa da avó em São Paulo, ela e a irmã brigavam com o sono só para ver as indústrias iluminadas. Isso não tem preço!
Não sei se ao ficarmos mais velhos aquele clima natalino vai perdendo força em meio a correria do dia a dia adulto ou se realmente parte (significativa) deste sentimento deixou de ser trabalhado pelas marcas. Em tempos em que a empatia e a interação com o público são fatores decisivos, o uso desta época do ano para estreitar laços, criar fortes conexões emocionais e ganhar “share of heart” me parece perfeita. Uma janela indispensável.
Quem sabe mais ações como as do Vale Sul Shopping – e com a mesma criatividade e qualidade – surjam nos anos seguintes.
Nós agradeceríamos. Muito!
Então é Natal…
Saudosismo
O fim de ano deixa a gente nostálgico mesmo. Lembrei deste jingle incrível, um dos melhores de natal e fim de ano que eu já ouvi.
Vamos ouvi-lo aqui no comercial de Natal do extinto Banco Bamerindus, exibido pela primeira vez em 1975. Era tão bom que foi exibido por mais de 10 anos. O jingle ficou no ar por mais tempo, ganhando sempre novas versões. Aqui vai a versão original para abraçar a onda de nostalgia das festas de fim de ano.