A minha lista

Os 10 livros essenciais ao publicitário

Sim, sim… Já foram feitas centenas, talvez milhares ou até milhões de listas de livros que todo publicitário deveria ler. Entretanto, dois motivos me levaram a fazer uma: um, nunca tinha feito (rs); dois, estamos no início do ano letivo e há muitos calouros sedentos de informação. E até alguns veteranos “distraídos” (rs, de novo).

Coloquei os livros de acordo com o que ia me lembrando. Não há uma ordem de importância. Então lá vai:

Tudo que você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência para explicar

Neste livro profissionais escrevem sobre cada área de atuação em propaganda. Há gente de peso e capítulos fortes e fracos. mas é leitura obrigatória. Destaque para os capítulos de planejamento, atendimento e mídia.

Criação sem pistolão

Escrito por Carlos Domingos o livro, como o título sugere, faz foco na criação publicitária. mas pode acreditar, mesmo que criação não seja totalmente a sua praia, você vai gostar de ler.

Propaganda Ilimitada

Esse livro foi escrito por Francesc Petit, o P da famosa e lendária DPZ. Foi lançado em 1991, mas tem edição atual, revista e ampliada. Foi um dos livros que devorei com mais apetite. Imperdível!

Fazer acontecer

Livro de autoria do mestre do planejamento de comunicação no Brasil (na minha modesta opinião) Julio Ribeiro. Obra deliciosa, rica e essencial para quem gosta da área de planejamento estratégico de comunicação. Sou amplamente suspeito, pois sou fã de carteirinha do Julio Ribeiro, mas… procure, encontre e leia!

Propaganda é isso aí

Confesso que de início não gostei muito do livro. Depois que comecei a sentir necessidade de melhorar o material das minhas aulas me rendi ao livro do Zeca Martins. É básico, mas o básico é sempre essencial!

A Publicidade Como Negócio

O livro é uma coletânea de vários artigos divididos em categorias de assuntos. Muito, muito bom. Mas recomendo que seja lido quando você já tiver cursado alguns semestres. É uma das melhores obras que li. Tem um pé na área de mídia, mas contempla muitos aspectos importantes e atuais – embora seja do meio dos anos 1990.

Administracao Em Publicidade

Obra escrita por Marcélia Lupetti. Dá uma ampla visão de todo o sistema publicitário. Mostra o funcionamento de uma agência. Obra obrigatória para a formação de todo bom publicitário e profissional de comunicação.

Gestão Estratégica da Comunicação Mercadológica

Mais uma obra de Marcélia Lupetti. Mais uma imperdível. Quando li tinha certeza de que a obra seria referência para a minha empresa (na época tinha uma agência) e para minhas aulas.Leia, leia, leia!

Propaganda Tecnica da Comunicacao Industrial e Comercial

De autoria de Plinio Cabral trata-se de um livro dedicado à história e aos fundamentos da propaganda. Básica, a obra é muito indicada para quem está começando a entrar no universo da propaganda. Esta obra me ajudou demais no início da carreira de professor.

Propaganda de A a Z

Muito famosa entre profissionais, estudantes e professores de propaganda, a obra de Rafael Sampaio não pode ficar fora de nenhuma lista de obras essenciais em propaganda.E trata-se mesmo de um ótimo livro. Um conselho: leia ainda no primeiro semestre e entenda o papo nas aulas com mais facilidade.

É claro que há muitas outras obras importantes e interessantes e você tem todo direito de não concordar comas minhas dez escolhidas. Com o tempo vou sugerindo algumas outras.

Coluna Propaganda&Arte

Quanto custa essa arte?

guerraarteDiscutir sobre arte é saber, desde o começo, que estamos certos e errados e que muitas interpretações são possíveis, pois tratamos do subjetivo, do psicológico, daquilo que não se pode medir: a importância da arte para um indivíduo e para a história da humanidade.

Se o assunto é preço essa diferença pode ser gritante (desculpe o trocadilho), como é o caso de “O grito”, obra do norueguês Edvard Munch, vendido por mais de US$119 milhões.

http://www.updateordie.com/2015/04/16/curta-em-stop-motion-inspirado-em-o-grito/

Se você acha esse preço alto, saiba que ele é só o terceiro no ranking dos mais caros já vendidos no mundo. Isso quer dizer que existem outros fora desse ranking, que nunca foram vendidos e possuem preços gigantes ou “incalculáveis”. Sobre esses casos específicos, falaremos em outra oportunidade.

“Mulheres de Argel” do Pablo Picasso e “Três estudos de Lucian Freud” do Bacon, fecham nosso top 3, respectivamente com primeiro sendo vendido por mais de US$179 milhões e o segundo por mais de US$142 milhões. (Olha que estamos falando em dólares!)

Tudo bem… Que o negócio da arte pode ser lucrativo e movimentar bilhões anualmente, você já deve ter percebido, porém esse reconhecimento (muitas vezes tardio) já ultrapassa o nicho dos especialistas e está chegando até a cultura popular. Nessa hora a propaganda ganha material relevante para trabalhar em suas campanhas e peças interessantes surgem, como o caso dessa ótica que representou o autorretrato de Vincent Van Gogh sendo corrigido pelas lentes do produto.

Vemos então, que a propaganda pode se apropriar de uma obra introduzindo-a explicitamente como um item de argumentação visual, ou inspirar-se no seu conteúdo para gerar um conceito. Como exemplo, lembro as propagandas totalmente malucas que surgiram nos últimos anos, inspiradas em surrealistas, como Salvador Dalí, que brincam com imagens, recortes realistas e ao mesmo tempo impossíveis, com repetições bizarras de cenas e simbologias oníricas. Dessa nova geração, lembro das propagandas e cortes de câmera realmente pirados do Old Spice, um desodorante masculino, que para mim é um exemplo contemporâneo do nonsense em grande estilo.

Mas o que a propaganda tem a ver com o preço da arte?

Parece que tudo. Se pensarmos que a propaganda tem o poder de agregar valores subjetivos a um artista ou a um movimento, ela tem papel fundamental no reconhecimento de alguém. Um exemplo atual é o caso do polêmico Romero Britto, artista brasileiro que mora no exterior e tem grande reconhecimento mundial. Não estou aqui para discutir sobre a relevância ou qualidade de seu trabalho, mas sim reconhecer sua importância na cultura popular, uma vez que suas obras estão sendo compradas aos milhares por famosos e anônimos de todo o mundo.

É observável que suas peças são coloridas, simples e retratam coisas e pessoas sempre de forma irreverente e positiva. Talvez ele tenha conseguido fazer algo que poucos artistas conseguem: transformar seus trabalhos em produtos e seus traços em um tipo de marca registrada. Ele soube criar o seu valor e não precisou morrer para ser reconhecido.

Obras de Romero Britto já foram vendidas na faixa de US$800 mil, apesar de esse não ser o seu foco, conforme disse em uma entrevista. Segundo relatado, sua estratégia é apostar na venda em quantidade para o público em geral, ganhando assim, maior receita. Isso pode ser comprovado com tantos produtos no mercado que utilizam suas obras para ilustrar cadernos, móveis, vestuários, bolsas, etc.

No final das contas, o artista que percebeu o poder da propaganda e usou ela a seu favor, conseguiu criar um estilo, uma tendência e hoje consegue fazer o que muitos artistas sonham um dia alcançar: viver de arte. Agora, se para você essa arte não tem valor, isso já são outros 500s.

Minha obra favorita de todos os tempos? Eu gosto do Salvador Dalí e da obra “Sonho causado pelo voo de uma abelha em torno de uma romã um segundo antes de acordar”.

E você? Qual sua obra de valor incalculável?