Como e porquê evoluíram os programas de fidelização

A evolução dos programas de fidelização

Por Carlos André – CEO da LoySci*

Os programas de fidelidade surgiram no início da década de 80, quando companhias aéreas dos Estados Unidos criaram esta estratégia para estreitar o relacionamento com seus clientes. No Brasil, segundo dados de 2017, da Associação Brasileira de Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF), cerca de 90 milhões de pessoas participam de algum programa de fidelidade, 15% a mais que no ano anterior.

O modelo tradicional dos programas de fidelidade não segmenta a base de clientes e prospects, com foco principal na geração de descontos para retenção e aquisição de novos participantes, tornando-se “me too” no mercado. Geralmente, mantêm seu foco na bonificação do cliente – que se relaciona com a marca ou seus parceiros em busca de desconto ou vantagem competitiva.

Evoluir o modelo de fidelização para uma solução em lealdade é fator crítico de sucesso para o engajamento do público-alvo e demais stakeholders, além de trazer dados relevantes dos seus consumidores, baseados em seus gostos e preferências reais.

Quando as motivações humanas são consideradas – que vão muito além de benefícios monetários – estratégias de lealdade são construídas em bases sólidas, sustentáveis a longo prazo e orientadas à experiência e engajamento. Ainda assim, pontos e recompensas são utilizados com seu devido peso e a estratégia de engajamento é predominante e baseada em ações de comunicação e Gamificação, com o objetivo de gerar um diálogo e elo emocional entre marcas e clientes.

Isso ocorre, pois, possuir um programa de lealdade traz uma série de benefícios:

· Aumento do ticket médio (clientes leais gastam até duas vezes mais que clientes irregulares);

· Melhora a reputação da empresa ao incentivar a adesão de novos clientes;

· Garante a permanência dos seus clientes mais fiéis;

· Permite a coleta de dados relevantes (o que possibilita a melhora da oferta de produtos e serviços).

· Cria identificação e laço emocional do consumidor com a marca. Esse sentimento é fundamental para reforçar a lealdade pelos produtos e serviços de determinada empresa.

O resultado do engajamento começa a ser percebido à medida que informações valiosas sobre os consumidores são geradas, o que é decisivo para a efetiva segmentação da base e melhor compreensão dos prospects. Além disso, a estratégia também auxilia as empresas na jornada do consumidor, criando marcos importantes de relacionamento.

Geolocalização

O mercado demonstra que muitos programas de fidelização ainda não conseguiram aproveitar todas as possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias que podem ser incorporadas aos aplicativos. Clientes querem interagir com as marcas em qualquer hora, em qualquer lugar.

O mobile mudou, e muito, a maneira como as empresas se comunicam, tornando-se uma ponte entre marcas e consumidores. Como resultado, as marcas são cada vez mais levadas a criar uma mensagem consistente que atravesse vários canais – mas isso ainda é um cenário distante para a maior parte das marcas. Uma pesquisa realizada pela Boston Retail Partners nos Estados Unidos mostra que apenas 33% dos varejistas possuem uma estratégia para o mobile, e que apenas 29% permitem o resgate de pontos via apps no celular.

Aliadas às tecnologias de Geomarketing, estratégias de lealdade também podem oferecer aos seus consumidores ofertas relevantes, de acordo com sua a localização, ampliando a cesta de compras, e aumentando o volume da carteira. A capilaridade e agilidade das ações de recompensa permite a mensuração e o teste de novos produtos e serviços.

Realidade Aumentada

Por meio da realidade aumentada é possível oferecer experiências surpreendentes, o que é um fator importante no processo de engajamento.

Neuromarketing, Gamification, mobile, geolocalização e realidade aumentada são os elementos que revolucionarão e tornarão efetivo o modelo obsoleto dos tradicionais programas de fidelização.

*A LoySci é pioneira na América Latina na implementação de soluções de lealdade baseadas em motivadores humanos, metodologia de Gamificação e gestão tecnológica.

Fonte: Medialink Comunicação – Eduardo Vella

Coluna {De dentro pra fora}

Segmentar. Tão importante, mas tão difícil

Vitor coluna

Em propaganda, talvez seja até um absurdo falar de segmentação. Definir o público-alvo da marca/produto é um dos primeiros critérios para desenhar a estratégia. Porém, em Comunicação Interna, a realidade deixa tudo mais complicado. Você não vai ter um público específico para acertar, mas diversos públicos com hábitos, idades e interesses totalmente distintos. E, para piorar, todos eles são fundamentais na sua comunicação. Geralmente, os profissionais de CI acabam cometendo dois erros:

• Massificar e fazer uma comunicação café com leite para todo mundo.
• Arriscar e fazer uma comunicação que não atinge a todos.

Difícil, né? Como lidar? Antes de tudo, vale reforçar que a gente não pode desconsiderar NUNCA a identidade da marca. Não dá pra ser informal se a marca não sustenta esse discurso. Nem para ser formal se a marca é totalmente informal. O primeiro critério que devemos avaliar é quem é a marca.

Ferramentas de comunicação
Também é importante conhecer toda a estrutura de comunicação da empresa. Os canais formais e informais, o mobiliário, os pontos de contato com os diferentes públicos, as possibilidades (inclusive, um ótimo momento para descobrir se o mix de canais funciona, se atinge todos os colaboradores). Nem preciso dizer que para isso é preciso de uma imersão total nas diferentes realidades da empresa. Conhecer os escritórios, conhecer as fábricas, conhecer os terceiros. Enfim, todas as etapas do processo.

Uma empresa, diferentes públicos
Finalmente, conheça as pessoas. Ande com eles. Entenda o percurso dentro da empresa, As diferenças de uma área para outra. As diferenças nas atividades. As diferenças, inclusive, regionais. Aqui, começa a sua estratificação. Você precisa identificar quais são as características desses públicos e começar a segmentá-los. Faça um mapa dos empregados, agrupando-os de forma que você possa direcionar a comunicação.
Para tudo isso, você vai precisar andar muito. Eu acho que quando um profissional de comunicação assume uma vaga em empresa a primeira coisa que ele deve fazer é uma integração/imersão. Andar tudo que for possível. Dominar o ambiente e as pessoas.

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Entender – segmentar – acertar
Conhecendo os diferentes públicos e as diferentes formas de se comunicar com eles, você vai ter mais segurança para desenhar estratégias de comunicação. E, então, conseguir segmentar suas mensagens, definindo abordagens e táticas conforme as características dos públicos. Muitas vezes, uma única mensagem vai precisar ser dita de maneiras diferentes, com estratégias diferentes. Talvez, até campanhas com conceitos diferentes. Tudo vai depender da estratificação do seu público. Tente fazer esse mapa. Garanto que ele vai ajudá-lo a ter uma comunicação muito mais assertiva!

Coluna {De dentro pra fora}

Comunicação Interna além das 4 paredes

Vitor coluna
Um dos primeiros critérios que a gente quer saber na hora de construir uma mensagem é o público-alvo, certo? Com base nele, conseguimos definir um tom para a comunicação, o visual mais adequado, o argumento que será atrativo e por aí vai.

Fácil! Porém, como o mundo muda o tempo todo, essa visão de público também mudou. Antes, ao pensar em CI, nós pensávamos no perfil dos empregados, no perfil da empresa, na sua relevância para a sociedade. Hoje, nós pensamos em tudo isso, mas não podemos parar aí. Precisamos analisar as comunidades em que essa empresa está inserida, o quanto seus processos interferem na vida das pessoas e, o mais importante, com quem o público interno se relaciona.

Espera aí, Vitor! Se o nosso foco é o público interno, por que você quer saber tudo isso?

Eu retruco: hoje em dia, qual mensagem fica apenas com seu receptor?

Todo mundo está conectado o tempo todo. Qualquer experiência é registrada, postada, compartilhada e comentada. Ainda mais se for uma boa experiência! A gente pode comprovar isso ao dar uma olhadinha na timeline: todo mundo é feliz! Eba!

Resumindo: a CI vai falar diretamente com o empregado, porém ele é uma pessoal sociável. Ele compartilha suas experiências nas redes, ele comenta com os amigos no churrasquinho do fds, ele chega em casa e desabafa com a mulher. Eu repito: ele é a propaganda da empresa e interfere na imagem dela perante o mercado. Parece bobeira, mas esses pequenos comentários e posts têm o poder de interferir na imagem corporativa, sim.

Aqui, vale outra reflexão: o funcionário trabalhou o dia inteirinho, chega em casa cansado, estressado e vai contar seu dia pra mulher. Se ela estiver bem informada, souber os benefícios da empresa e tudo o que ela faz pelo funcionário, essa mulher vai ouvir as reclamações e reforçar o lado positivo da empresa. Afinal, ela sabe como o emprego é importante para a família se manter.

Por outro lado, se ela não tiver informações, ela vai concordar com o marido e incentivá-lo a buscar outro emprego. O que isso significa? A empresa terá que contratar outro empregado, treiná-lo novamente, esperar o tempo de adaptação e todo esse processo de integração. Isso custa dinheiro! Além de interferir no turnover* da empresa, claro.

Viu? As consequências vão longe. É melhor manter esse funcionário dentro da empresa. E, mais que informado, é importante deixar a família dele e os amigos também informados. Na hora do aperto, todo mundo vai ajudá-lo a refletir.
Quanto mais experiências positivas com seus empregados, mais eles vão compartilhar com amigos e familiares e, consequentemente, mais suporte ele terá para continuar na empresa.

E ainda tem gente que acha que CI é só para funcionário.

* Turnover é a percentagem de substituições de funcionários antigos por novos. Isso reflete na capacidade da empresa em manter seus empregados. Se o turnover é alto, pode indicar que algo na empresa está errado.