Customer Experience: seis tendências para 2024

Por Thiago Gomes*

Garantir a melhor experiência do cliente: essa vem sendo uma demanda latente no mercado, considerando as mudanças nos hábitos dos consumidores que passaram a valorizar a qualidade do atendimento, mais até do que aspectos financeiros. Deste modo, a melhor forma de lidar com esse novo cenário é, sem dúvidas, investir no Customer Experience (CX).

É importante destacar que o papel do CX é atuar como um guardião durante toda a jornada de cada cliente. Afinal, levando em conta que não é mais o preço que determina a preferência, mas sim o atendimento, é essa área a responsável por mostrar para o consumidor seus produtos e serviços, bem como assegurar uma experiência positiva durante todo o processo.

Não à toa, o Customer Experience trata-se de uma estratégia rentável para as organizações. Segundo um estudo da Temkin Group, o investimento na experiência do cliente pode gerar um aumento médio de receita de U$ 823 milhões em três anos para empresas que faturam até U$ 1 bilhão em receitas anuais.

Entretanto, é fundamental que, para que o CX atinja sua máxima efetividade, as organizações adotem medidas eficazes, bem como estejam atentas às tendências de mercado para o próximo ano. Destaco aqui seis delas:

#1 IA Generativa: a expectativa é que, no próximo ano, as discussões acerca desta tecnologia se acentuem cada vez mais. Afinal, ainda estamos apenas no começo de todo o potencial que esse recurso tem a nos oferecer. Isso, certamente, favorece o CX, uma vez que, por meio da IA, torna-se possível personalizar os atendimentos, indo ao encontro do perfil de cada cliente.

#2 Jornada do cliente: nos últimos anos, as organizações buscaram aumentar o foco na jornada do cliente, levando em conta suas diferenciações, incluindo questões sociais e demográficas. Esse mapeamento deve ocorrer desde o primeiro contato até o pós-venda, a fim de entender os pontos de interação e oportunidades de engajamento. Em todo esse processo, o uso da IA é fundamental, tendo em vista que a tecnologia ajuda efetivamente na obtenção de dados e informações, aprimorando o relacionamento entre a marca e o cliente, eliminando fricções e potencializando o resultado das interações.

#3 Branding: de nada adianta ter tecnologia e uma jornada bem mapeada, se a empresa não tiver uma marca forte. Ter um branding alinhado à proposta de valor e ao perfil dos clientes é fundamental para criar um discurso efetivo e focado em resultados. E, em se tratando de empresas que se comunicam com um público grande e diverso, o desafio está em se comunicar com perfis variados, sem deixar de lado a personalização, que fará toda a diferença no relacionamento com o cliente.

#4 Canais: vivemos a era omnichannel, onde cada cliente possui suas preferências. Sendo assim, é necessário que a empresa busque ampliar sua presença nos mais diversos tipos de mídia para utilizá-las a seu favor, sempre garantindo um contato efetivo, independentemente do meio em que ele aconteça. Seja por loja física, WhatsApp, SMS, RCS, bots ou até por e-mail, cabe à organização prestar o melhor atendimento, mesmo quando o contato começa em um canal e segue para outro.

#5 Hipersonalização: oferecer a opção certa, na hora certa e no local certo. Mais do que fazer o cliente se sentir exclusivo, ações hiperpersonalizadas geram muito mais resultados. Com o apoio da IA, é possível oferecer isso de forma muito mais simples, uma vez que a ferramenta estrutura dados, traçando as preferências de cada perfil – o que seria humanamente impossível sem o apoio da tecnologia.

#6 Segurança da informação: segurança de dados vem se tornando uma preocupação entre os consumidores. Diante disso, com a consolidação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as empresas que oferecerem mais segurança, certamente, irão atingir transmitir mais tranquilidade aos clientes, que não aceitam mais os riscos de terem que lidar com as consequências de dados pessoais expostos.

A tecnologia deve ser a grande protagonista entre as tendências de CX para 2024, especialmente a IA. Contudo, de nada adianta dispor de recursos avançados sem um olhar humano atento e empático às necessidades e preferências do consumidor. À medida em que eles se tornam cada vez mais exigentes e bem-informados, cabe às empresas desenvolverem recursos para manter relacionamentos livres de ruídos e cheios de experiências memoráveis.

*Thiago Gomes é Diretor de Customer Success e Produtos na Pontaltech.

Cloud Computing: 2 mitos que ainda barram projetos

Segurança da informação e tempo de resposta ainda são preocupação para muitas companhias brasileiras. Entenda por que esse temor não é necessário

Após tantos anos de debates e aprendizado, há um entendimento pacificado no mercado sobre a importância da cloud computing para o ambiente corporativo. Essa percepção é traduzida em números: segundo a consultoria IDC Brasil, até o final deste ano, o mercado de cloud pública deve crescer 20% atingindo uma somatória de US$ 890 milhões e, até 2018, 85% dos ambientes serão multicloud, o que significa que serão diversos serviços de mais de uma nuvem pública integrados para atender necessidades de negócios.

Considera-se hoje desde a maneira como a infraestrutura é desenvolvida, com segurança da informação, conectividade e aceleração, sendo que até aplicações são pensadas para ter melhor performance em cloud. É só olhar para infraestruturas com redes definidas por software (Software-Defined Network, ou SDN) e as aplicações simples do dia a dia da empresa, como e-mail, por exemplo.

Dois condutores estão possibilitando essa expansão da cloud. Um deles é a infraestrutura, que aliada à internet e às novas tecnologias, permite a utilização e o gerenciamento de diversas soluções de cloud, com controle de tráfego e qualidade, a partir de uma contratação elástica sob demanda, que aumenta ou diminui conforme a necessidade da empresa. O outro é o custo: a premissa da cloud é o compartilhamento seguro de ambiente, maximizando a operação e resultando em economia.

Contudo, mesmo passado tanto tempo desde que o conceito chegou ao mercado e após tantos aprendizados sobre o tema, ainda há dois mitos que circundam a tecnologia de cloud computing e que, por vezes, são barreiras de entrada para empresas que poderiam se abrir aos benefícios acima listados:

Segurança da informação: são poucas as empresas que visitamos que não temem pela proteção e garantia da integridade dos seus dados em um ambiente de nuvem. Sempre repito: os provedores de cloud possuem políticas e tecnologias de segurança da informação que estão anos-luz à frente do que pequenas, médias ou até mesmo grandes companhias poderiam ter em seus ambientes proprietários. Provedores fazem investimentos pesados para evitar todo o tipo de potencial invasão ou vazamento na transmissão de informações e possuem equipes com centenas de profissionais para ficarem absolutamente atualizados nas mais recentes descobertas de ciberameaças. Segurança da informação é crucial para toda companhia global que fornece cloud computing e o item não concorre com outros tipos de investimento, como acontece em companhias cujo core business não é TI. Todo esse arsenal faz com que seja muito mais fácil uma empresa ter seu data center proprietário invadido do que uma grande provedora sofrer alguma intercorrência.

Performance: Há quem ainda diga que o conceito de cloud computing diminui a performance, porque, uma vez que as aplicações não estão no ambiente da empresa, poderia haver demora para que o acesso seja feito a distância. Trata-se de mais uma ideia equivocada: se a companhia possui uma infraestrutura de conectividade adequada a suportar as aplicações em nuvem, o tempo de resposta tende a ser muito maior. Isso ocorre porque quanto mais aplicações a companhia tem, maior a demanda por capacidade de processamento dos servidores internos. A atualização dessas tecnologias é tão rápida quanto o crescimento da demanda interna pelas aplicações? A resposta é dificilmente, caso a empresa não seja de TI. Mais vale ter uma conexão que suporte o uso da nuvem do que investir em pesados servidores que consigam dar conta do processamento – e que, ainda por cima, consomem espaço e energia em uma proporção considerável.

Se não fossem esses mitos, quanto a mais sobre os US$ 890 milhões o mercado de cloud computing movimentaria no Brasil? Difícil responder, mas tenho certeza que estamos vivenciando uma oportunidade sem limites para os próximos ano.

*José Renato de Mello Gonçalves é responsável pela diretoria comercial do Brasil da Orange Business Services

Fonte: aboutCOM – Natália Diogo