Você sabe lembrar a internet que a sua marca existe?

Por Paulo Pereira*

Se você leu essa pergunta imaginando que basta ter um site e algumas redes sociais para ser considerado presente na internet, saiba que, infelizmente, a sua marca pode não ser tão marcante para as pessoas. Hoje, a competição pela atenção do público exige estratégias simples, porém sofisticadas, de marketing digital.

Construir uma presença digital sólida envolve investir em algumas ferramentas importantes para que as empresas entendam os comportamentos dos seus consumidores, adaptem novas abordagens nas redes sociais e estejam sempre presentes nos canais certos, no momento certo. E a protagonista desses processos é a inteligência artificial (IA).

Um estudo recente da Twilio, intitulado “Relatório de Engajamento do Cliente 2023”, revelou que 78% dos consumidores brasileiros deixariam de comprar em empresas caso sua experiência não fosse personalizada. Inclusive, em 2022, 38% dessas pessoas reportaram frustração após interagir com uma marca. Esses números evidenciam a importância de se manter uma experiência de comunicação agradável e relevante.

Em primeiro lugar, é preciso aproveitar a inteligência artificial (IA) em seu modo mais simples, descobrindo tendências emergentes no setor. A IA generativa, por exemplo, pode não apenas analisar dados de desempenhos passados, como prever e antecipar mudanças no comportamento do cliente, seus padrões de consumo e suas preferências.

O atendimento ao cliente também pode servir insights valiosos em plataforma com chatbots que, além de personalizar cada diálogo, podem coletar feedbacks dos consumidores. Uma simples análise automática de sentimento é possível identificar como as interações estão alterando a percepção da empresa e quais medidas corretivas ela precisa tomar em cada serviço.

Além disso, e o que considero o principal para reforçar a existência de uma marca, é o uso da inteligência artificial na internet e nas redes sociais. Junto aos insights de atendimento ao cliente e às pesquisas de mercado, as empresas que investem em IA especializada na criação de conteúdo e na adequação de cada publicação para a mídia tendem a obter uma taxa de conversão muito maior do que qualquer outro concorrente que, assim como você imaginou no início do texto, acredita ser o suficiente uma conta logada nas redes sociais.

Isso porque a frequência de publicações, por exemplo, depende também de um planejamento de conteúdo engajador, que consegue reter a atenção dos consumidores em segundos e, por fim, conectá-los com o que a marca tem a oferecer. Por isso, a mistura de respostas rápidas aos clientes, interações alinhadas com as preferências do público-alvo e a produção de mídia criativa, com uma mãozinha da IA, pode ser decisiva para uma marca memorável.

No entanto, é importante ressaltar que o uso da IA no marketing digital não se trata de aproveitar os dados como bem entender. É necessário um cuidado ético e transparente no tratamento das informações dos consumidores, garantindo a privacidade e a segurança de seus dados. Além disso, a IA deve ser vista como uma ferramenta complementar, que auxilia na tomada de decisões, mas não substitui a criatividade, a empatia e o olhar humano.

Em um mundo saturado de informações, a competição pela atenção online é feroz, e uma marca que não sabe se comunicar não é uma marca ativa na vida das pessoas. Por isso, quando as empresas incorporam estratégias de marketing digital pensando, principalmente, em conhecer o seu cliente e ouvir seus interesses, elas têm utensílios para se destacar em meio ao ruído digital e se assegurar de que a internet não apenas saiba de sua existência, como também reconheça sua relevância e valor.

*Paulo Pereira é especialista em Data Digital Science e CEO da Desbrava.ai

97% dos líderes de marketing consideram a IA Generativa essencial para o setor

Tecnologia otimiza trabalhos repetitivos e permite mais foco no core business da companhia

A Inteligência Artificial Generativa representa um grande avanço em todas as companhias do Brasil. Por ser capaz de gerar textos, imagens e outras mídias apenas com solicitações de linguagem comum, ela caiu nas graças de todos. Tanto isso é verdade que um estudo da Adecco aponta que 76% dos profissionais brasileiros já utilizam esse tipo de tecnologia no trabalho. E com o segmento de Marketing Digital não é diferente. Um levantamento da Canva aponta que 97% dos líderes de marketing e criação consideram a ferramenta essencial para eliminar trabalhos repetitivos, sendo que 80% diz que isso permite foco em tarefas mais importantes do dia a dia.

Guilherme Lippert

De acordo com Guilherme Lippert, cofundador da V4 Company, assessoria de Marketing Digital referência no país, um bom exemplo do uso da tecnologia no setor se dá no processo de vendas, que acaba mais assertivo com a solução. “Normalmente, essa etapa demora um pouco por conta da necessidade de uma coleta precisa de muitas informações tanto sobre o interlocutor quanto da empresa em si, o que demanda horas de conversa. Com o assistente de Inteligência Artificial Generativa esse tempo se economiza, pois a solução é capaz de manter o diálogo e coletar os dados de forma primorosa, mantendo uma interação natural com o indivíduo do outro lado”, explica.

O executivo complementa que a tecnologia serve como um copiloto do profissional de marketing, já que é um assistente que domina diversas línguas e tem acesso a uma gama de informações em tempo real na internet. “Assim, temos ao nosso lado um colega virtual com um QI altíssimo que nos ajuda a realizar diversos desafios pertinentes à área, como na confecção de textos, pesquisa e até mesmo ideias de campanhas”, complementa.

Lippert, no entanto, reforça que por mais que a IA Generativa ajude os profissionais, ela não deve substituir a força humana no segmento. “Mesmo que ela auxilie bastante, a solução ainda precisa de um bom input feito por um profissional de marketing. O que pode acontecer, de repente, é o colaborador adepto desse tipo de tecnologia substituindo aquele que não a utiliza. Mesmo o ser humano sendo mais criativo do que uma máquina, podemos dizer que o trabalho conjunto entre ambos traz resultados mais relevantes do que o convencional”, pontua.

O mercado global de IA deve movimentar, segundo a consultoria Grand View Research, 733 bilhões de dólares até 2027. Já de acordo com a McKinsey, o modelo de IA Generativa deve injetar cerca de 4 trilhões de dólares anualmente na economia mundial até 2032.

Fonte: V4 Company – Pedro Zago

Relatório da Udemy indica tendências relacionadas ao futuro do trabalho

Relatório da Udemy indica tendências relacionadas ao futuro do trabalho, à IA ​​generativa e à transição para uma economia baseada em habilidades

Segundo o relatório, o desenvolvimento de habilidades relacionadas à IA por parte dos profissionais aumentou 60% em relação ao ano anterior

A Udemy, marketplace de habilidades e plataforma de aprendizado, acaba de lançar o Relatório de Tendências de Habilidades e Aprendizado Global 2024, que indica os temas e as habilidades que mais serão procurados pelos profissionais em 2024 e que, consequentemente, moldarão o futuro do trabalho. O relatório, que é divulgado anualmente, é feito com base nos dados dos quase 15.000 clientes corporativos da Udemy e mostra quais investimentos as organizações devem fazer para preparar a sua força de trabalho para o futuro – entre eles, na transição para uma economia baseada em habilidades, na adoção da IA generativa e no desenvolvimento dos líderes.

“Num mundo em rápida mudança, os líderes têm buscado gerar resultados de negócios adotando uma abordagem que prioriza as habilidades”, diz Stephanie Stapleton Sudbury, presidente da Udemy Business. “Os dados do nosso relatório mostram que as organizações estão fazendo investimentos significativos para capacitar os seus funcionários em habilidades de IA generativa, com o objetivo de aumentar a produtividade desses funcionários, além de melhorar as habilidades técnicas deles e desenvolver líderes mais robustos.”

Com o ritmo da inovação cada vez mais acelerado, as organizações precisam lidar com uma lacuna de habilidades entre os seus funcionários – que deve causar uma escassez de talentos de 85 milhões de trabalhadores até 2030. Para ajudar a fechar essa lacuna e a formar uma força de trabalho mais ágil, a Udemy identificou três áreas que precisam de investimento e devem estar contempladas nos planejamentos das organizações para 2024. São elas:

1- Abordagem baseada em habilidades: Todos os anos, cresce em 10% o tanto de habilidades exigidas para qualquer vaga de emprego. Ao mesmo tempo, muitas das habilidades que eram consideradas essenciais para uma vaga de emprego há apenas três anos já se tornaram obsoletas. É por isso que muitos líderes estão mudando de abordagem na hora de contratar e reter talentos, passando a se basear em habilidades em vez de apenas em diplomas e experiência profissional. Dessa forma, muitas empresas passaram a fazer investimentos consideráveis ​​em aprendizado e desenvolvimento, como testemunhado pela Udemy, que, no último ano, recebeu 10 milhões de novos alunos na sua plataforma, com mais de 134 milhões de matrículas em cursos.

2- Adaptação aos avanços da IA generativa: Prevê-se que a IA generativa pode ajudar a automatizar até 30% das horas de trabalho até 2030, contribuindo com cerca de 15 trilhões de dólares para a economia global. Além disso, enquanto as empresas continuam a adotar a tecnologia, muitos empregos serão extinguidos e depois remodelados entre as 97 milhões de novas vagas esperadas até 2025. Assim, as organizações deverão formar os seus talentos já existentes em habilidades de IA generativa e fazer com que eles implementem a tecnologia no seu dia a dia de trabalho. Na Udemy, houve um aumento de 60% no treinamento relacionado à IA no ano passado – e as matrículas em cursos sobre ChatGPT cresceram mais de 4.419% apenas no primeiro trimestre de 2023.

3- Desenvolvimento de líderes robustos: Com o custo dos profissionais demitidos ultrapassando os 8,8 trilhões de dólares só em 2022 e a força de trabalho sob pressão dadas as mudanças constantes, é necessário que as organizações invistam no desenvolvimento da sua liderança, com o objetivo de proteger a sua transformação digital. A Udemy tem observado um aumento no investimento em habilidades de desenvolvimento de liderança, como comunicação, fundamentos de gestão, inteligência emocional e transformação digital. A habilidade de coaching, especificamente, teve um aumento de consumo entre gestores de 177% em relação ao ano anterior.

As habilidades que mais crescem

O relatório também mostra as habilidades que mais cresceram no último ano. Algumas delas são habilidades que tinham pouca relevância no ano anterior (como ChatGPT) e outras continuam relevantes ano após ano (como estratégia de publicidade), mas todas mostraram um crescimento alto no consumo no ano passado. As 10 habilidades que mais crescem (e que os profissionais precisam aprender) são:

1- ChatGPT, da OpenAI (+4,419%)

2- ESG (+3,128%)

3- Certificação Google Professional Cloud DevOps Engineer (+1,454%)

4- Economia comportamental (+1,326%)

5- Estratégia de publicidade (+1,118%)

6- Preparação para certificação e teste de software (+1,044%)

7- Microsoft Azure Synapse Analytics (+799%)

8- Autodesk 3ds Max (+780%)

9- DevSecOps (+730%)

10- Design de software (+624%)

Hoje, nove em cada 10 executivos estão focados na implementação de uma abordagem baseada em habilidades para definir trabalho, talento, gestão de carreira etc. Mas a maior parte desses executivos ainda tem dificuldade em navegar no complexo panorama de habilidades e não dispõe dos recursos necessários para fazer essa mudança de maneira mais fácil. Para ajudar as empresas na transição para um futuro baseado em habilidades, a Udemy lançou no ano passado o Integrated Skills Framework, que fornece às organizações um roteiro para compreender os componentes de uma abordagem de aprendizado baseada em habilidades. Além disso, com os novos selos e certificações da Udemy, as organizações podem avaliar de forma rápida e fácil o seu cenário de habilidades técnicas, identificar lacunas e fornecer aos seus funcionários uma maneira eficaz de adquirir, validar e compartilhar o domínio de habilidades.

Para ler o relatório completo e saber mais sobre as principais habilidades técnicas e de negócios nas quais as organizações devem continuar focadas, visite: https://business.udemy.com/2024-global-learning-skills-trends-report.

Metodologia

A Udemy analisou dados dos seus milhares de clientes no mundo todo. O consumo total é dos alunos da Udemy Business em todos os tópicos de cursos entre 1º de julho de 2022 e 1º de julho de 2023. O crescimento no consumo foi calculado comparando dados de 1º de julho de 2021 e 1º de julho de 2022. Os dados de novos alunos e novas matrículas em cursos foram calculados no mesmo período. Foram utilizados prazos ajustados para algumas extrações de dados, principalmente dados sobre ChatGPT, visto que alguns tópicos só surgiram depois.

Fonte: MARCO Agency

Customer Experience: seis tendências para 2024

Por Thiago Gomes*

Garantir a melhor experiência do cliente: essa vem sendo uma demanda latente no mercado, considerando as mudanças nos hábitos dos consumidores que passaram a valorizar a qualidade do atendimento, mais até do que aspectos financeiros. Deste modo, a melhor forma de lidar com esse novo cenário é, sem dúvidas, investir no Customer Experience (CX).

É importante destacar que o papel do CX é atuar como um guardião durante toda a jornada de cada cliente. Afinal, levando em conta que não é mais o preço que determina a preferência, mas sim o atendimento, é essa área a responsável por mostrar para o consumidor seus produtos e serviços, bem como assegurar uma experiência positiva durante todo o processo.

Não à toa, o Customer Experience trata-se de uma estratégia rentável para as organizações. Segundo um estudo da Temkin Group, o investimento na experiência do cliente pode gerar um aumento médio de receita de U$ 823 milhões em três anos para empresas que faturam até U$ 1 bilhão em receitas anuais.

Entretanto, é fundamental que, para que o CX atinja sua máxima efetividade, as organizações adotem medidas eficazes, bem como estejam atentas às tendências de mercado para o próximo ano. Destaco aqui seis delas:

#1 IA Generativa: a expectativa é que, no próximo ano, as discussões acerca desta tecnologia se acentuem cada vez mais. Afinal, ainda estamos apenas no começo de todo o potencial que esse recurso tem a nos oferecer. Isso, certamente, favorece o CX, uma vez que, por meio da IA, torna-se possível personalizar os atendimentos, indo ao encontro do perfil de cada cliente.

#2 Jornada do cliente: nos últimos anos, as organizações buscaram aumentar o foco na jornada do cliente, levando em conta suas diferenciações, incluindo questões sociais e demográficas. Esse mapeamento deve ocorrer desde o primeiro contato até o pós-venda, a fim de entender os pontos de interação e oportunidades de engajamento. Em todo esse processo, o uso da IA é fundamental, tendo em vista que a tecnologia ajuda efetivamente na obtenção de dados e informações, aprimorando o relacionamento entre a marca e o cliente, eliminando fricções e potencializando o resultado das interações.

#3 Branding: de nada adianta ter tecnologia e uma jornada bem mapeada, se a empresa não tiver uma marca forte. Ter um branding alinhado à proposta de valor e ao perfil dos clientes é fundamental para criar um discurso efetivo e focado em resultados. E, em se tratando de empresas que se comunicam com um público grande e diverso, o desafio está em se comunicar com perfis variados, sem deixar de lado a personalização, que fará toda a diferença no relacionamento com o cliente.

#4 Canais: vivemos a era omnichannel, onde cada cliente possui suas preferências. Sendo assim, é necessário que a empresa busque ampliar sua presença nos mais diversos tipos de mídia para utilizá-las a seu favor, sempre garantindo um contato efetivo, independentemente do meio em que ele aconteça. Seja por loja física, WhatsApp, SMS, RCS, bots ou até por e-mail, cabe à organização prestar o melhor atendimento, mesmo quando o contato começa em um canal e segue para outro.

#5 Hipersonalização: oferecer a opção certa, na hora certa e no local certo. Mais do que fazer o cliente se sentir exclusivo, ações hiperpersonalizadas geram muito mais resultados. Com o apoio da IA, é possível oferecer isso de forma muito mais simples, uma vez que a ferramenta estrutura dados, traçando as preferências de cada perfil – o que seria humanamente impossível sem o apoio da tecnologia.

#6 Segurança da informação: segurança de dados vem se tornando uma preocupação entre os consumidores. Diante disso, com a consolidação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as empresas que oferecerem mais segurança, certamente, irão atingir transmitir mais tranquilidade aos clientes, que não aceitam mais os riscos de terem que lidar com as consequências de dados pessoais expostos.

A tecnologia deve ser a grande protagonista entre as tendências de CX para 2024, especialmente a IA. Contudo, de nada adianta dispor de recursos avançados sem um olhar humano atento e empático às necessidades e preferências do consumidor. À medida em que eles se tornam cada vez mais exigentes e bem-informados, cabe às empresas desenvolverem recursos para manter relacionamentos livres de ruídos e cheios de experiências memoráveis.

*Thiago Gomes é Diretor de Customer Success e Produtos na Pontaltech.