O Java está perdendo espaço

Tecnologia e seus paradigmas: o Java está ameaçado?

*Boris Kuszka

O software está engolindo o mundo! Essa frase, dita por Marc Andreesen, co-fundador da Netscape, em artigo de 2011 do Wall Street Journal, resume o fenômeno que estamos vendo nos últimos anos. Todas as empresas, para se manterem relevantes no mercado e evitarem que sejam ultrapassadas por novos entrantes – normalmente startups de tecnologia que vêm com ideias inovadoras, quebrando paradigmas e trazendo novos modelos de negócio -, precisam investir em software, criar aplicativos para alcançar o usuário final e desenvolver novos canais de comunicação. Todos conhecem a história do Uber mudando a indústria de transporte de táxis, do Netflix acabando com as locadoras e do Airbnb impactando a indústria de hotelaria e aluguéis de imóveis, dentre outros inúmeros exemplos.

Essa necessidade de inovação criou uma demanda de criação de software nunca antes vista: o que antigamente evoluía lentamente, em pequenos passos mensais ou anuais, agora exige inovação contínua semanal e a passos largos. Os updates que vemos nos aplicativos de celular, em geral, impõem o ritmo de atualização esperado em qualquer software que usamos, sejam eles internet banking, mobile banking, compras pela internet, redes sociais, entre outros.

A grande velocidade exigida pelo mercado coloca uma enorme pressão nas equipes de tecnologia da informação por parte das áreas de negócios, que já entenderam que a lentidão se resume em morte do negócio. Essas equipes de TI estão passando por um desafio: por um lado, a equipe de operações precisa manter tudo funcionando – e o mais estável possível – enquanto as equipes de desenvolvimento querem utilizar as tecnologias mais novas disponíveis para conseguir atender às demandas no menor tempo possível. A realidade deu espaço para o surgimento de novas metodologias de desenvolvimento ágil: abordagens diferenciadas como DevOps estão em voga e novas tecnologias e linguagens de programação mostram-se imprescindíveis para a sobrevivência de qualquer empresa.

Nesse novo cenário dos negócios digitais, os applications servers de antiga geração baseados em Java EE estão perdendo espaço. Um estudo do Gartner de novembro de 2016 já apontava queda de até 9,5% no modelo de tecnologia e sinalizava que em 2019 – ou seja, daqui a dois anos – menos de 35% das novas aplicações serão criadas na plataforma de desenvolvimento Java.

O estudo da consultoria trouxe uma repercussão no mercado e levou defensores da tecnologia a se pronunciarem. Porém, uma ressalva precisa ser feita. Muitos acreditaram que o Java EE como conhecemos deixaria de existir em pouco tempo, o que não é verdade.

Dentre as tendências de mercado levadas em consideração no estudo, o Gartner revela a necessidade de modernização constante das plataformas de aplicação. E nesse quesito, os softwares open source levam vantagem. Segundo o estudo de 2016, enquanto os principais application servers de tecnologia proprietária baseados em Java EE caíam 9,5% e 4,5% em 2015, os application servers de código aberto cresciam entre 23% e 50% em presença de mercado no mesmo período.

As plataformas modernas precisam fornecer uma infraestrutura ágil que permita colocar uma ideia em prática na maior velocidade possível e com o mínimo de interrupção do serviço e, para isso, a abordagem que está mais em voga é o DevOps, prática onde se fomenta a participação conjunta dos times de desenvolvimento e de operações e permitir a automação e padronização do ambiente de desenvolvimento sem perder a flexibilidade de incorporar novas linguagens e novas tecnologias.

Para atender às demandas dos usuários modernos, acostumados com a frequência de atualizações dos aplicativos móveis, e continuar relevante no mercado, novas linguagens e frameworks de desenvolvimento tem de ser experimentadas, pois resolvem problemas de tecnologia específicos e permitem aumentar a velocidade de inovação. Essas novas linguagens e frameworks estão dividindo o espaço com o Java EE, e não substituindo-o. Cada linguagem tem a sua função, suas vantagens e seu uso específico. As plataformas modernas têm de permitir a convivência de todas essas novas tecnologias e estarem preparadas para abraçar tecnologias que ainda não foram criadas.

Além de novas tecnologias de desenvolvimento, novas estratégias de implantação também estão surgindo como Blue-green Deployments, A/B Testing e Canary Releases, pois é necessário implantar novos serviços sem interrupção.

Todas essas novas abordagens estão vindo de tecnologias open source, que estão impulsionando a inovação – o grande aumento da presença de soluções de código aberto se deve exatamente a isso. Podemos citar como exemplo: JBoss EAP, docker, Kubernetes, OpenShift, Wildfly Swarm, Vert.x, entre outros.

Mas quais seriam os benefícios do open source frente às demais soluções para justificar esse crescimento? A principal delas é o compromisso com a inovação – principal requisito do novo mercado de tecnologia. Os softwares open source são ótimas ferramentas para o gerenciamento de cloud, inclusive para as tão importantes aplicações cloud-native, além de serem aliados poderosos da inteligência artificial e da computação cognitiva, permitindo gerenciamentos de processos e criação de ambientes ágeis, eficientes, escaláveis e modernos sem lock-in, pois a liberdade de escolha de fornecedor é fundamental para se continuar utilizando a tecnologia que melhor atenda às empresas, não a tecnologia que amarra por motivos técnicos ou comerciais. Somente o open source te dá essa liberdade.

Além disso, outra grande impulsionadora dos softwares open source é a cultura colaborativa. Muito mais do que uma facilitadora das tarefas diárias, a tecnologia open source valoriza cada indivíduo que faz parte da comunidade, evidenciando a importância do todo e de cada um para gerar iniciativas. As comunidades open source não se restringem a desenvolvimento de software – onde se destacou e se desenvolveu – mas também em projetos de engenharia: um exemplo é a fundação e-NABLE, pioneira em projetar, fabricar e distribuir gratuitamente próteses 3D open source para pessoas carentes que precisam desse recurso e não têm como adquiri-lo. Nesse projeto, além da comunidade envolvida e de todos os criadores das próteses, os desenvolvedores, analistas, gerentes e diretores que geram, analisam e qualificam os softwares open source têm consciência do quanto são fundamentais ao processo.

Portanto, não é preciso ter receio quanto aos novos rumos do mercado de tecnologia. É necessário aprender com eles e gerar valor. É isso o que os softwares open source têm feito ao longo dos anos e o compromisso que vão continuar tendo, utilizando qualquer tecnologia aberta, que venha a se destacar na resolução de problemas tecnológicos, dividindo espaço com o já consolidado Java.

* Boris Kuszka é Solution Architect Diretor na Red Hat, líder mundial no fornecimento de soluções de software open source.

Coluna “Discutindo a relação…”

Startups: os novos anunciantes

O mercado de propaganda e comunicação do Vale do Paraíba sempre girou em torno do atendimento de dois setores: o varejo e os serviços. O varejo tem ainda um peso enorme e se configura como, provavelmente, o mais importante setor anunciante de nossa região. O setor de serviços cresceu muito nas duas últimas décadas e ocupa posição de destaque. Várias agências de propaganda/comunicação têm em suas carteiras, atualmente, empresas do setor de serviços.

O calcanhar de aquiles do nosso mercado sempre foi a ausência de contas de produtos. Embora sempre tivéssemos vocação industrial, não atendíamos os produtos feitos aqui. Isso em função de nosso histórico industrial estar ligado à presença de plantas de grandes indústrias aqui instaladas mas que, até pelo seu porte, decidiam e contratavam comunicação em São Paulo ou Rio de janeiro.

Houve, é verdade, um fluxo interessante de trabalho de comunicação interna e organizacional destas grandes corporações para a carteira de agência regionais. Temos hoje algumas agências que são focadas em atender (com sucesso) nacos deste trabalho de comunicação de empresas de atuação nacional e até internacional.

Apesar deste fluxo ser importante, ficávamos e ficamos alijados do atendimento do produto. Ou seja, não temos as contas dos carros produzidos aqui, dos aviões produzidos aqui. Não tínhamos industrias regionais que nos dessem produtos para atender. Isso em regra geral, pois é claro que houve uma ou outra exceção aqui e ali. Outros mercados do interior de São paulo experimentavam essa felicidade.

Não ter conta de produtos fazia e faz falta no faturamento das agências da Região Metropolitana do Vale do Paraíba.

Bom, o tempo passou, a economia mudou e as grandes industrias começam a dar vez a uma nova geração de empresas, as chamadas startups. Normalmente ligadas à área de tecnologia e com pensamento disruptivo, elas não são necessariamente “fazedoras” de produtos. Muitas vezes são um serviço. Muitas vezes são uma plataforma digital que gera um serviço. Outras vezes são soluções digitais para facilitar o dia a dia das pessoas. Outras, ainda, fomentam negócios de varejo, serviços e da própria tecnologia.

Nossa região tem presenciado o nascimento e desenvolvimento de algumas startups muito interessantes e prósperas. Algumas delas já se tornaram bons e representativos anunciantes. Algumas delas nascem dentro de pólos e parques tecnológicos, como o de São José dos Campos, em incubadoras ou algo semelhante. Outras nascem de ideias e sonhos de empreendedores que vão em busca de apoio e conhecimento para por o negócio em andamento.

Fiquei sabendo por diversas conversas que mantive ao longo das duas últimas semanas de várias ideias e projetos de startups. Algumas já saíram do papel. Outras ainda são apenas – boas – ideias. O fato é que me parece que muito em breve teremos aqui no Vale do Paraíba vários novos anunciantes ou clientes de empresas de comunicação.

A maior parte das startups que se estruturam e se preparam bem para enfrentar o mercado tem a clara e ampla convicção que precisam de esforços de comunicação planejados e bem executados. Para atrair investidores elas precisam apresentar planos de negócios bem detalhados. E neles, via de regra, há a evidente preocupação e atenção ao marketing e a comunicação.

Muito provavelmente o nosso calcanhar de aquiles seja enfim deixado para trás quando muitas destas startups nascidas aqui deslancharem e se tornarem importantes players do mercado de comunicação.

Financiamento à inovação

Desenvolve SP fala sobre financiamento à inovação no Cubo Coworking

A instituição financeira do Governo de São Paulo oferece crédito sustentável para pequenas e médias empresas e startups tirarem seus projetos inovadores do papel

Nesta segunda-feira, 8/5, Álvaro Sedlacek, diretor de Financeiro e de Negócios da Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista apresenta uma palestra gratuita sobre linhas de financiamento para Inovação no Cubo Coworking. Aberto ao público, o evento acontece das 18h às 20h, no auditório do espaço, localizado na Rua Casa do Ator, 919, Vila Olímpia, em São Paulo.

No evento, Sedlacek fala sobre a importância do investimento em inovação e apresenta as linhas de financiamento da Desenvolve SP, além de todo o suporte que a instituição oferece para empresas que pretendem inovar em seus negócios. Com taxas a partir de 0,57% ao mês e prazos de até 10 anos para pagar, incluindo dois anos de carência, as opções de crédito da Desenvolve SP atendem todas as necessidades das empresas de médio e pequeno porte e também startups.

“Queremos mostrar que inovar não é, necessariamente, só a criação de novos produtos, mas também é possível promover inovação nos processos de produção ou mesmo na gestão dos negócios”, afirma Sedlacek. Segundo ele, o porte da empresa também não é fator de exclusão em inovação. “Vemos desde startups até empresas consolidadas no mercado se reinventando o tempo todo. É preciso não ter medo de arriscar”, completa.

Serviço:

Palestra Linhas de Inovação Desenvolve SP | Cubo Coworking
Data: 08 de maio de 2017, segunda-feira.
Horário: 18h às 20h
Local: Cubo Coworking
Endereço: Rua Casa do Ator, 919 – Vila Olímpia – São Paulo.
Inscrições: https://www.sympla.com.br/linhas-de-financiamento-para-inovacao__136912
Informações: (11) 3123-6076
Valor: gratuito

Fonte: Assessoria de imprensa | DESENVOLVE SP

Coluna Branding: a alma da marca

Um novo mercado para todos

arte arison coluna“Mas é claro que o sol vai voltar amanhã”, já diria a música de Renato Russo. Desta forma, o nosso mercado da comunicação também irá renascer, refeito após o Big Bang. Esse foi o recado que encontramos na SCA 2016, semana de comunicação da Anhanguera, evento onde o tema “novos caminhos para o mercado da comunicação” foi discutido amplamente, com propriedade e principalmente juventude.

Digo juventude, porque é a juventude dos produtores de comunicação que encararam a chegada dos 40 anos, o que mais me surpreende! João Justi e Junior Guimarães, dupla que faz humor na internet com o Tapa Olho experimental, bem como, Pedro Rubim, um dos três mentores do Almanaque Urupês, projeto de valorização da Cultura Taubateana, mostraram que a geração Y amadureceu, e encontrou um jeito próprio de realizar seus sonhos.

É através daquilo que está sendo chamado de trabalho colaborativo que estes novos empreendedores vêm fazendo um caminho diferente do traçado até ontem. Pois, se antes tínhamos um mercado baseado na exploração da força de trabalho, e que buscava o acúmulo de riqueza, hoje temos o trabalho sendo reflexo das próprias pessoas como se ele adjetivasse o ser humano que são.

Certamente, não é a forma mais objetiva de ganhar dinheiro, mas sim, a fórmula de viver feliz com o que se faz, característica própria das novas gerações.

Os novos produtores de comunicação nascidos após a década de 90 podem e devem se espelhar nesses exemplos, pois, são a picada aberta por aqueles resilientes que conquistaram seu lugar ao sol.

Menores equipes e mérito pela qualificação, também são um assunto que chama atenção, pois, os novos projetos estão cada vez menores em colaboradores e está DESAPARECENDO a figura do APROVEITADOR, aquele que só participa na comercialização e fica com uma grande participação.

Há uma nova relação de comércio. Assim também há uma nova relação com a propaganda.

A tendência que mais foi comentada é chamada de coletivos, “ambientes” de comércio onde vários pequenos projetos se auxiliam mutuamente e se relacionam com os investidores, num processo de startups, um caminho bem interessante para os publicitários ou agências tradicionais.

startup-593304_640Gustavo Gobbato, representante da Leag, o coletivo Fábrica com seus inúmeros creators e Lucas Resende do co-working espaço Inove, já percebem essa tendência e falaram amplamente sobre o assunto com bons detalhes.

A relação com o digital não é mais uma via de comunicação como muitos pensavam. Ele não vem substituir a TV, nem muito menos ser mais uma opção de mídia. Ele se tornou algo mais amplo do que se previa. É uma extensão da própria personalidade das pessoas. Ter uma “persona digital” é ter convívio e relacionamento com o mundo, que se estende desde o contato profissional ao mais íntimo e pessoal possível.

É perigoso, sem dúvida! Por isso o exemplo de quem já formou seu “caráter digital” é tão importante.

Vejam o exemplo do trabalho que contempla comunicação on-line e off-line entre Taubaté Shopping e Almanaque Urupês, como os objetivos se estreitam e as personalidades estão amadurecidas naquilo que buscam, essa relação se torna quase simbiótica e assim todos ganham.

Contudo, nesta semana vi a youtuber Marcela Tavares tentando se reencontrar com o seu público após ter feito grandes criticas às olimpíadas, pegando carona em um momento modal de rebeldia à política. Porém, vimos tal evento se tornar um sucesso de emoção, construído por aqueles que não tinham nada a ver com a politica. Ela havia se esquecido que a Olimpíada é muito mais do que o prefeito e seus desvios.
Sua personagem engoliu sua própria personalidade, sentindo-se com a necessidade de se explicar.

Isso acontecerá sempre com as pessoas daqui para frente, não vejo mais como se isolar desse fator digital, ficamos cada dia mais expostos à opinião pública, que hoje não se restringe mais aos jornalistas.

O mundo dependerá de um comportamento mais moral. Quer ter sucesso!? Faça o que gosta! Trabalhe de verdade! Tenha coragem de se colocar e defender suas opiniões! Coloque um preço que as pessoas entendam justo e terá o reconhecido no seu tamanho!

Bem vindo mundo novo!