Quatro tendências de marketing para 2024

Por Renan Cardarello*

O ano de 2024 começou e, com ele, temos novas tendências dentro da nossa querida área de marketing; especialmente o digital. Levando em consideração o dia a dia dos profissionais de marketing, pode-se dizer que, para grande parte deles, as informações que seguirão não serão de grande impacto, uma vez que estes sempre estão na busca por novas informações e utilizando novas tecnologias em suas respectivas tarefas. Enfim, sem mais delongas, vamos adiante e conversaremos um pouco sobre as tendências de 2024.

Renan Cardarello

#1 Inteligência artificial: para muitos, a IA surgiu com a chegada do ChatGPT, lançado em 30 de novembro de 2022. Contudo, as IAs estão nos ajudando há bastante tempo. O Google mesmo já utilizava há anos essa tecnologia para melhorar o funcionamento de seu buscador, aperfeiçoando o desempenho das pesquisas e, através disso, a experiência do usuário, que foi se acostumando a aguardar menos e menos tempo quando realiza suas pesquisas.

No entanto, com a introdução das IAs generativas para o público geral, temos uma quebra do uso específico de inteligências no âmbito tecnológico. Com a estreia do ChatGPT e concorrentes, a utilização desses programas para a otimização de trabalhos repetitivos e/ou manuais, mas que não requeriam muita atenção da pessoa, começou a diminuir. Então, aqui temos a primeira tendência de fato para esse ano: o uso da IA para a otimização do trabalho em diversas categorias profissionais, inclusive a de marketing digital.

Dentro do marketing, podemos utilizar prompts de comando e trabalhar juntamente com essas ferramentas para realizar alguma tarefa em um período muito menor do que geralmente seria, caso estivéssemos completamente no modo manual. Então, fique de olho nas atualizações e novas funcionalidades desses softwares que entraram no mercado para ficar.

#2 Bandeiras culturais: você pode se perguntar o que quero dizer com “bandeiras culturais”, então aqui vai uma breve explicação do meu ponto de vista: elas são filosofias em que as marcas podem aderir, como, por exemplo, o veganismo, a diversidade, reutilização de materiais etc.

A tendência se baseia no fato de que as novas gerações de consumidores estão se envolvendo e cada vez mais criando percepções refinadas, refletindo sobre quem faz o produto, como ele é feito, o que ele entrega e qual a missão da marca. Para atitude de exemplo, podemos criar duas empresas imaginárias.

A empresa Y é uma marca que utiliza mão de obra de países de terceiro mundo, investindo menos na fabricação de seus produtos, utiliza energias não renováveis e/ou materiais que causam problemas ao meio ambiente, possui um produto bom e, por fim, não tem uma missão ou uma causa com a qual a marca se identifique.

Já a empresa Z é uma corporação que não explora mão de obra barata, utiliza energias renováveis ou materiais recicláveis/não poluentes, possui um produto de mesma qualidade e uma missão que se atrele aos interesses das emergentes gerações, como a proteção ao meio ambiente, doando parte de seus lucros para reflorestamento ou pesquisas que visem uma reversão do atual estado climático caótico em que estamos inseridos hoje.

Mesmo que a receita bruta da empresa Z em questão seja menor do que a Y, a primeira tem um valor agregado muito maior do que a segunda, o que acaba por aumentar sua bagagem de benefícios aos olhos dos consumidores. Dessa forma, a empresa Z além de criar comunidades que a seguem fervorosamente e idolatram seu modus operandi, gera e carrega consigo um peso muito maior.

Pode chegar a soar estranho para algumas pessoas, mas isso foi comprovado recentemente em uma pesquisa realizada pelo Grupo Kantar, empresa especializada em pesquisas e análises de dados, que forma parcerias com agências de marketing em todo o mundo. Segundo o estudo, “[…] globalmente, 80% dizem que eles fazem um esforço para comprar de companhias que apoiam causas importantes para eles”.

#3 Vídeos em formato short: desde que ganhou força em 2020 com a pandemia ao redor do mundo, o TikTok se popularizou de forma extrema. O motivo para isso? Temos o período de lockdown em que todos no Brasil foram incentivados a ficarem em casa para não espalhar o coronavírus como um fator. O segundo seria o decrescente número de segundos de atenção que uma pessoa normal tem hoje em dia.

Não é segredo para ninguém que, com a introdução da internet e das redes sociais na vida das pessoas, o tempo de atenção da população caiu drasticamente. Somando essas duas razões, temos a origem da expansão violenta do App não só no Brasil (afinal, o lockdown não aconteceu somente aqui), mas ao redor do mundo. Então, caso você ainda não tenha explorado como aplicar estratégias de marketing dentro do TikTok, Reels ou Shorts do YouTube, já está claro que isso é de suma importância, e que esse tipo de mídia chegou para ficar.

#4 Compras pela internet: durante a epidemia, houve um grande crescimento no ramo de delivery e compras online. Estudando uma pesquisa feita pela agência Hedgehog, no final de 2023, temos muitas informações que apontam para a continuidade da força das vendas online.

Em parte do texto redigido no site, temos o parágrafo “A grande motivação, que movimenta a maioria das buscas no Google, é o interesse por conteúdos e informações, de acordo com 80% dos usuários. Logo em seguida, para 65% dos respondentes, vem a intenção de conhecer produtos, serviços e realizar uma compra.”; ou seja, entre os entrevistados, 65% dos indivíduos buscam no Google com intenção de se informar sobre serviços/produtos ou realizar uma compra.

Todas essas tendências despontaram fortemente nos últimos anos, e se mostram completamente promissoras de permanecerem sendo excelentes aliadas do marketing digital das empresas. Claro, desde que saibam como utilizá-las de maneira inteligente, para que consigam alavancar a marca em seu segmento e, assim, obter enormes resultados.

*Renan Cardarello é CEO da iOBEE, assessoria de Marketing Digital e Tecnologia.

Sete temas cruciais para o marketing em 2024

Desafios globais tornam imperativo que os profissionais de marketing estejam adequadamente preparados para obstáculos e oportunidades

Por Patricia Artoni*

Em um ambiente macroeconômico permeado por crescente instabilidade e desafios geopolíticos, vislumbramos a chegada do ano de 2024. Nesse contexto, os desafios globais continuam a modelar a paisagem econômica, tornando imperativo que os profissionais de marketing estejam adequadamente preparados para os obstáculos iminentes e vigilantes às oportunidades emergentes. Desta forma, vemos sete temas essenciais que demandam a atenção cuidadosa de empresários e profissionais de marketing no ano vindouro.

1. Criação de Valor em um Ambiente Competitivo

O aumento da inflação e a crescente competição exigem que as marcas e fornecedores estejam atentos à elevação dos preços das mercadorias. Apesar dos desafios, este cenário também oferece oportunidades para a criação de valor, à medida que os consumidores exploram novos estilos, gostos e prioridades. A gestão precisa dos preços torna-se imperativa para equilibrar a competitividade e a rentabilidade.

2. Responsabilidade Ambiental e Resiliência na Cadeia de Abastecimento

A crise climática ganha urgência em 2024, com eventos climáticos extremos em evidência. Profissionais de marketing devem estar conscientes e responsivos, liderando iniciativas contra emissões e construindo resiliência nas cadeias de abastecimento. A sustentabilidade não é apenas uma opção ética, mas também uma estratégia de negócios crucial para a lealdade do consumidor.

3. Experiências como Diferencial Competitivo

Embora as compras de produtos continuem relevantes, a preferência por experiências continua em ascensão. Empresários e profissionais de marketing devem capitalizar essa tendência, oferecendo experiências memoráveis.

4. Influenciadores em Alta: Parcerias com Ênfase em Vídeos

A colaboração com influenciadores continuará a ser uma estratégia eficaz em 2024, com uma mudança de ênfase para conteúdo em vídeo. A autenticidade e a conexão emocional serão essenciais, exigindo parcerias mais profundas e genuínas.

5. A Fusão de Saúde e Estilo de Vida

Com a adoção de estilos de vida mais saudáveis, as marcas de estilo de vida devem integrar elementos técnicos em suas coleções, desafiando as fronteiras entre funcionalidade e estilo. A busca por produtos que promovam o bem-estar continuará a influenciar as decisões de compra.

6. Investimentos Otimizados: IA Generativa e Eficiência nos Investimentos

Após o lançamento da IA generativa em 2023, os profissionais de marketing devem explorar o potencial dessa tecnologia para aprimorar a criatividade e eficiência nos investimentos comerciais e de marketing. Superar o desafio da diminuição da fidelidade à marca em cenários incertos exigirá uma abordagem estratégica e inovadora.

7. Inovações para Todos os Bolsos: Soluções Acessíveis e Rentáveis

Para conquistar novos consumidores, os profissionais de marketing devem buscar inovações que tornem os produtos mais acessíveis e rentáveis. Redução de embalagem, versões econômicas por meio de refil e ajustes nas fórmulas são estratégias que podem atrair um público mais amplo.

Em um ambiente dinâmico como o de 2024, a agilidade e a inovação constante serão os diferenciais dos profissionais de marketing. A capacidade de antecipar tendências, responder a desafios e criar experiências autênticas será crucial para o sucesso. Esteja atento aos sinais do mercado, ajuste suas estratégias conforme necessário e, acima de tudo, mantenha a paixão pela criação de valor para os consumidores.

*Patricia Artoni é professora da FIA Business School

Conheça 05 caminhos criativos que estarão em evidência em 2024

Chefe de Operações e de Criação do hub de negócios Gotcha, comunicação e inovação destaca cinco tendências que merecerão atenção das marcas, no próximo ano

Com um crescimento de 7,7% no último ano e a movimentação de US$ 21 bilhões de dólares em apenas um semestre — de acordo com dados do Cenp-Meios — o mercado publicitário brasileiro está se preparando para a chegada de 2024 em um clima tido por muitos como desafiador, devido a fatores como a ampliação do uso de Inteligência Artificial no setor, a crescente demanda por personalização da experiência do cliente em campanhas e o aumento contínuo do número de plataformas capazes de se tornarem pontos de contato entre marca e público.

Mais do que a integração desses novos elementos ao dia a dia das agências, o verdadeiro desafio, muitas vezes, está relacionado à elaboração de conteúdo pela área de Criação Publicitária, que, seguindo a nova dinâmica, deve desenvolver os criativos para diferentes ambientes, em formatos que precisam interagir com o objetivo geral das campanhas e com o storytelling da marca, sem deixar de conversar com a lógica das plataformas e responder à dinâmica de dados ligada aos algoritmos.

Frente a essa realidade multifacetada dos canais, o CEO da Gotcha, hub de negócios, comunicação e inovação, faz um levantamento de tendências que deverão ganhar destaque como caminhos criativos em 2024. Dentro do hub, Carlos Coelho também assume a responsabilidade de chefe de Criação, ou CCO, embasado em anos de experiência e passagens por grandes agências sua análise dos novos cenários e sua visão para o futuro que se aproxima.

1. Conceitos e estratégias modulares para a comunicação omnichannel

A expectativa é que a criatividade ultrapasse, de fato, os limites convencionais em 2024. O conceito, tão precioso como sempre, deve nutrir e inspirar todas as possibilidades de desdobramentos, inclusive em novas frentes. A fusão de diferentes mídias, como realidade aumentada, virtual e IA, promete criar experiências imersivas e responsivas únicas para os consumidores. A cultura da interface e a relação homem-máquina já está por todo o canto. A interatividade deve se tornar uma prioridade, com anúncios que não apenas contam histórias, mas também convidam o público a participar ativamente.

2. O estreitamento entre a Social Media e a Criação Publicitária

Umas das principais áreas a utilizar as produções da Criação Publicitária, Social Media terá como palavra-chave de 2024 a personalização, com conteúdos segmentados e adaptados aos interesses individuais dos usuários. Além disso, a autenticidade se tornará ainda mais crucial. Marcas que abraçam a transparência e se conectam verdadeiramente com seus públicos conquistarão uma vantagem significativa.

3. Estratégias criativas integradas às novas potencialidades do ambiente digital

A integração de tecnologias emergentes será um diferencial marcante. A inteligência artificial e a análise de dados se tornarão essenciais para compreender as tendências do mercado e moldar campanhas mais eficazes. A automação também desempenhará um papel crucial na otimização do processo criativo, permitindo uma execução mais rápida e precisa. Longe de assustar pela ameaça, a IA já começa a ser abraçada para agilizar processos e gerar respostas que são uma base segura para iluminar as ideias humanas.

4. Diversidade, pluralidade e visibilidade permeando posicionamentos e narrativas

A crescente necessidade de inclusão e representatividade reflete diretamente na forma como as marcas devem comunicar suas mensagens. Em 2024, a diversidade não será apenas uma tendência, mas uma necessidade imperativa para as campanhas publicitárias. A representação de diferentes perfis étnicos, culturais, de gênero e socioeconômicos não deve estar presente apenas para levar comunicação para uma gama mais ampla de consumidores, mas também demonstrará o compromisso das marcas com a inclusão genuína. As narrativas devem refletir não só a sociedade como é, mas também como desejamos que ela seja: plural, inclusiva e respeitosa em todos os seus aspectos.

5. Sustentabilidade, ESG e responsabilidade social

Em 2024, a expectativa é que as marcas sejam cada vez mais cobradas por suas práticas sustentáveis e pela transparência em relação ao papel que desempenham na sociedade. Nesse cenário, o foco no ESG (Ambiente, Social e Governança), deve se tornar um apelo importante; campanhas publicitárias que destacam práticas ambientalmente responsáveis, apoiam causas sociais relevantes e têm políticas de governança sólidas tendem a ganhar a confiança e a preferência dos consumidores. Assim, integrar esses valores éticos e sustentáveis às linhas criativas das campanhas não é uma conduta cobrada apenas para obedecer a uma estratégia de marketing ou a um posicionamento empresarial, mas representa uma preocupação legítima e contínua de uma empresa ou produto com a correção e melhora das relações entre as pessoas e com o ambiente.

Carlos Coelho é CEO e CCO da Gotcha, hub de negócios, inovação e comunicação.