Coluna “Discutindo a relação…”

A qualidade versus o preço

Josué coluna correto

Ao longo dos anos em que acompanho o mercado publicitário regional – seja como participante ativo e in loco na época em que tinha agência ou seja nos últimos anos como apaixonado observador, comentarista e acadêmico – tenho constatado um quase eterno dilema que nos assola: como conciliar a qualidade do que “se põe na rua” com as verbas disponibilizadas pelos anunciantes, os salários das equipes e os custos de impostos e taxas.

Vivi na carne quando era dono de agência este entrave. Sempre quis fazer melhor (e também mais, é claro) e entregar um trabalho publicitário de alto nível e qualidade. Sempre esbarrava numa visão limitada de boa parte dos anunciantes que querem pagar pouco e nem sempre sabem julgar e diferenciar um trabalho realmente bom de outro mediano ou fraco. Fica difícil vender a qualidade de seu trabalho cobrando o justo por isso.

Os clientes querem pagar menos. Encontram quem cobre menos. Sempre! Com qualidade inferior, claro! Não só no trabalho criativo, mas também e principalmente no trabalho de análise, interpretação, definição de estratégia e planejamento da comunicação publicitária. Muita, mas muita coisa mesmo é feita por um precinho bem camarada e com total ausência de conceituação, planejamento e técnica.

O fato é que poucas agências regionais conseguem cobrar um valor que lhes permita tocar o negócio com lucratividade. Poucas conseguem obter a partir dos preços cobrados uma boa taxa de rentabilidade e consequente capacidade de reinvestimento. Sim, reinvestimento, amigo cara pálida! Em tecnologia, em metodologia, em treinamento e em contratação de pessoal qualificado e capacitado para “por na rua” soluções de comunicação realmente relevantes e eficazes.

Muitas agências acabam optando por equipes bem juniores, sem experiência e ainda em processo de aprendizagem (muitas montam equipes inteiras de estagiários). Ou simplesmente pagam baixos salários. Tudo isso, lógico, afetará o resultado das soluções de comunicação que irá entregar.

Não há magia aqui! Preços justos, corretos e nem sempre baratinhos possibilitam ter boas equipes e entregar trabalho de primeira. Trabalho que retorne em imagem, reputação, interação, engajamento, posicionamento, empatia e, claro, vendas.Bom faturamento nas agências de comunicação significa bons salários para o pessoal que toca o barco todos os dias e também significa mais retorno para os anunciantes.

O mesmo é válido para um elo muito importante da corrente da comunicação publicitária: os fornecedores. Pagar mais barato por uma gráfica, uma produtora de áudio, uma produtora de vídeo, um fotógrafo e etc não é a receita do sucesso. Pode, sim, indicar o caminho para um resultado abaixo do esperado. Claro que podemos encontrar bons fornecedores por preços justos e até mais adequados a cada solicitação do job. Mas nem sempre vale a pena arriscar pagar mais barato num serviço de terceiro para fazer a conta (verba x custo)dar certo.

Não estou aqui pregando que toda agência cobre os olhos da cara por todo e qualquer trabalho. Mas cobro sim que o preço deva ser justo e as margens de rentabilidade fiquem dentro do aceitável. Em tempos de crise os clientes se aproveitam para pressionar agências e fornecedores. Já ouvi certa vez de um cliente: “Não é melhor ganhar um dinheirinho do que não ganhar nada?” Não, não é melhor se o “dinheirinho” não trouxer rentabilidade e lucratividade para a agência. Além disso, vale a pena por mais um trabalho mediano ou fraco na rua? O cliente ficará satisfeito com o resultado e não culpará apenas a agência caso ele (resultado) não venha ou venha abaixo do necessário/esperado?

Clientes devem ficar atentos para não pressionar em excesso suas agências. Há um limite para o barateamento dos custos em comunicação. Agências devem ter clara noção de até onde podem ir seus descontos e renúncias de faturamento.

Até se pode comprar bons serviços (e produtos) pagando preços mais acessíveis. Mas é bom saber que milagres não existem. O preço está sempre muito, muito ligado à qualidade daquilo que se compra.

Justa homenagem

Hoje é Dia do Cliente

Não é só bajulação barata. É entender que o cliente é um dos quatro pilares de todo o mercado de comunicação ao lado de agências, veículos e fornecedores.

Cientes disso, duas agências da região prestaram, através das mídias sociais,  justa homenagem aos clientes em seu dia, 15 de Setembro.

Vejam só:

cliente KMS

 

cliente Triadaz

Os maiores anunciantes

Mais uma que vem direto do AdNews

Mudança na liderança

Dados do Ibope Media revelam uma mudança importante no mercado publicitário nacional. A Unilever, dona das marcas Dove, Axe, Omo, entre outras, conquistou, no primeiro semestre deste ano, o posto de maior empresa anunciante do país. A Casas Bahia ocupava a posição há 11 anos.

Em comparação ao primeiro semestre de 2012, a multinacional de bens de consumo ampliou seus gastos com anúncios em 53%, foram R$ 2,2 bilhões investidos.

Já a Casas Bahia, por sua vez, reduziu em 5% o volume de capital investido em publicidade no mesmo período. Foram R$ 1,59 bilhão, segundo dados do Ibope Media.

Conforme informa a Folha, R$ 52 bilhões foram investidos em publicidade no país no primeiro semestre, um crescimento de 19% ante o mesmo período de 2012. Os valores não descontam a inflação do período.

No que se refere ao bolo publicitário, a TV obteve 53% dos investimentos, seguida pelos jornais, com 17%. Apesar do crescimento de internautas no país – chegamos aos 102 milhões, conforme informa o próprio Ibope – a rede mundial de computadores tem participação de apenas 7% do bolo.

TV por assinatura e revista, com 7% e 6% vêm em seguida.

Vale lembrar que em 2013, o instituto de pesquisa incluiu o “merchandising de TV” na conta. Esse tipo de ação obteve 5% do investimento total no primeiro semestre.

Saiba como ficou o ranking das agências clicando aqui.

Confira a lista dos 30 maiores:

Ran 2012   Ran 2013  TOP 30 ANUNCIANTES Jan a Jun/2013  Jan a Jun/2012 
R$  R$ 
2 1 UNILEVER BRASIL          2.242.541.890          1.463.915.000
1 2 CASAS BAHIA          1.593.341.010          1.684.650.000
# 3 GENOMMA          1.269.904.050             214.965.130
4 4 AMBEV             961.602.210             793.287.000
3 5 CAIXA (GFC)             710.817.490             796.527.000
9 6 VOLKSWAGEN             662.698.110             477.166.000
12 7 FIAT             587.781.020             416.671.000
13 8 PETROBRAS (GFC)             575.169.720             416.146.000
5 9 SKY BRASIL             548.852.520             777.950.000
17 10 HYPERMARCAS             496.422.420             404.121.000
19 11 RECKITT BENCKISER             481.924.540             351.593.000
11 12 VIVO             468.276.390             447.834.000
15 13 BRADESCO             435.059.700             405.814.000
16 14 GRUPO PAO DE ACUCAR             434.598.290             404.706.000
6 15 GENERAL MOTORS             404.640.900             539.874.000
# 16 RENAULT DO BRASIL             398.407.000             233.981.300
7 17 CERVEJARIA PETROPOLIS             390.278.470             484.914.000
21 18 BCO DO BRASIL (GFC)             379.709.080             342.290.000
# 19 L OREAL             376.408.440             242.323.170
24 20 COCA COLA             360.221.370             317.909.000
8 21 HYUNDAI CAOA             352.759.960             481.269.000
18 22 PROCTER E GAMBLE             350.243.460             393.197.000
23 23 ITAU             346.758.600             333.569.000
# 24 FORD             346.737.910             201.535.340
22 25 TIM BRASIL             342.953.490             339.296.000
30 26 HP – HEWLETT PACKARD             330.281.490             248.025.000
# 27 O BOTICARIO             307.205.730             204.981.190
25 28 NET COMUNICACAO             301.329.030             314.108.000
20 29 COLGATE PALMOLIVE             294.338.110             346.259.000
14 30 OI             291.000.130             415.483.000
# Não classificado entre os 30 maiores em 2012.