Metaverso e marketing como estratégia de negócios

Por Kim Nery*

Uma espécie de nova camada da realidade que integra os mundos real e virtual. Esse é o conceito do metaverso, o qual, na prática, se torna um ambiente virtual imersivo construído por meio de diversas tecnologias, como realidade virtual, realidade aumentada e até hologramas. As definições para o que é este mundo paralelo são múltiplas. Mas, para que você entenda e visualize melhor, pense no filme Matrix: Uma realidade virtual arquitetada por uma inteligência artificial. Isso é o metaverso.

Fotógrafo: Felipe Max
Kim Nery_CCO e Diretor de Criação da Pira

Contudo, ainda estamos longe de vermos ele se tornar realidade, como Mark Zuckerberg disse, o metaverso está em construção. O que nos referimos como metatarso é um conceito específico que, na visão de algumas pessoas, será o futuro da internet. Um mundo virtual onde pessoas, por meio de seus avatares, podem interagir entre si, consumir conteúdo, produtos e serviços, comprar itens, entre outras ações, contudo, tudo isso no mundo virtual.

Mas, quais são as oportunidades para o marketing neste universo? Primeiro, é importante destacar que o Metaverso trata-se de uma realidade ainda sem previsão para se concretizar. No entanto, as oportunidades chegam a ser complexas e um tanto quanto malucas quando falamos sobre o assunto. Podemos imaginar, por exemplo, uma marca de roupas que lance uma nova coleção. Esta poderá ser consumida quase que instantaneamente no metaverso, ou seja, o produto pode simplesmente surgir no guarda-roupa do avatar, otimizando e muito a experiência do usuário do mundo real.

Então quando falamos nas possibilidades de publicidade e marketing no metaverso, estamos caminhando para essa interface digital no mundo real. Tudo será marketing. A tecnologia está vindo para ter integração holística com a vida, de modo que dê suporte aos consumidores em toda a jornada de compra. Pensemos no supermercado: Quando o produto for colocado na frente de um óculos de imersão, automaticamente, o seu display poderá mostrar comparativos de preços e marcas, informações nutricionais ou até mesmo materializar o avatar do nutricionista para te explicar os benefícios daquele produto. Tudo com apenas um óculos.

Keiichi Matsuda
Assistência na hora das compras

As oportunidades deste mundo são quase infinitas. O metaverso é a evolução do que já entendemos como comunidades digitais. Ele irá “fisicalizar” as comunidades que até o momento só acontecem no digital. A rede social irá existir dentro de um mundo tridimensional, onde as pessoas convivem e têm experiências juntas. O show do Travis Scott, no Fortnite, que juntou em torno de 14 milhões de pessoas, segundo a desenvolvedora Epic Games, é um exemplo deste cenário.

São tantas as possibilidades promissoras que há uma corrida bastante disputada para este universo, principalmente de empresas e companhias que são do mercado físico, que podem crescer de forma exponencial no âmbito digital, sem tantos custos no mundo real. O metaverso possui alguns fluxos de implementação que podem se aproximar muito do conceito da digitalização das startups. Podemos dizer que a technização é uma etapa anterior, pelo fato de as startups acreditarem no conceito de que é possível escalar sem impactar tanto no investimento. Um exemplo simples deste cenário seria: se eu vou fazer um evento para 500 pessoas e tem um custo, no metaverso essa despesa já não existe.

Então, a corrida pelo metaverso é algo importante e que precisa ser valorizado? Sim e como exemplo podemos citar a Meta, estrutura de rede social que tem evoluído neste segmento e, como consequência, atraído cada vez mais atenção para o mercado. Com o passar dos anos a demanda deve crescer cada vez mais. Trata-se de um solo bastante fértil, uma vez que as novas gerações passam cada vez mais horas imersas em suas telas. E, por enquanto, não há nada que indique que essa tendência irá mudar.

E é por esse motivo que as companhias que melhor conseguirem se adaptar às novas comunidades, estarão na frente da concorrência e se apresentarão primeiro a uma inovadora massa consumidora. Não foi só o Facebook que entrou de cabeça nessa nova onda, artistas como Anitta e Emicida aplicaram essa lógica aos seus trabalhos e já realizaram apresentações em ambientes virtuais, oferecendo outro tipo de experiência ao público. Não há um só segmento de negócio que escapará da revolução que o metaverso deve proporcionar quando, efetivamente, existir.

Agora, imagine a potência do e-commerce quando este conseguir oferecer experiências sensoriais ao cliente sem que ele precise sair de casa? Acredito que será tão imersivo que não nos daremos a liberdade de querer viver em outro mundo.

* Kim Nery é CCO e diretor de Criação da Pira, empresa especializada na criação e realização full service de projetos com foco na construção e fortalecimento de comunidades digitais, em especial para a geração Z. Kim é considerado um jovem criativo que vem quebrando paradigmas na comunicação tradicional e no mercado de conteúdo e publicidade do país, ao longo da sua trajetória profissional, liderou o primeiro filme publicitário com um bebê Johnson’s nordestino, narrado com sotaque familiar e cantado em formato de xote. Além disso, Kim atuou em empresas como a Agência Califórnia, na qual assumiu a posição de head de Criação e Planejamento. Em seguida, assumiu a posição de head de Conteúdo e Network na FitDance, assim que foi adquirida pelo Grupo SBF.

Black Friday 2022: pesquisa mostra setores que mais venderam

Plataforma de descontos levantou dados da Black Friday

Expectativas alcançadas é um termo que pode ser usado para descrever a Black Friday 2022, que aconteceu há 24 horas e já mostra seus primeiros resultados positivos para diversos setores. O CUPONATION, plataforma de descontos online e integrante da alemã Global Savings Group, levantou dados sobre a performance online do evento no Brasil.

Com vestígios de uma pandemia que ainda não teve seu fim, economia fraca, desempregos e um ano de eleição, ainda assim a Black Friday deste ano garantiu brasileiros interessados em gastar mais dinheiro e conseguiu bater as altas expectativas dos e-commerce’s em comparação com as vendas virtuais do ano passado.

Conforme divulgado pelo CUPONATION, o estado que mais investiu nas compras foi São Paulo, já a faixa etária que mais gastou foi a de 25 a 34 anos, seguida pelos jovens adultos. Apesar de 61% do tráfego ser através de Mobile X 39% de Desktop, a receita gerada é inversamente proporcional, uma vez que 69% veio de Desktop e 31% de Mobile.

Além disso, o estudo também registrou que o segmento mais procurado foi tecnologia, que marcou 29% das vendas apenas no comércio digital e totalizou 26% dos lucros, o que significa cerca de 149% a mais comparado com o último ano.

Com os brasileiros já pensando no verão, nos looks de fim de ano e na Copa Mundial, as categorias Moda e Esporte ocupam o segundo e terceiro lugares da lista de mais vendidos neste ano – que apesar de garantir boa posição nos mais buscados, apresenta baixa de 26% nas compras virtuais comparadas com a última BF.

Filtrando pelos estados do Brasil, além do já citado acima, as regiões Ceará, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná foram as que mais gastaram dinheiro comprando pela internet. Confira o estudo completo no infográfico o interativo do CUPONATION.

Vale lembrar que semana antes do evento, o Instituto Ipsos entrevistou brasileiros de todo o país para saber sobre gastos na Black Friday 2022, e 71% das pessoas confirmaram que se prepararam para fazer compras durante o evento.

Fonte: CUPONATION – Giovanna Rebelatto

A Copa deve ampliar o desejo de compra de 42% dos brasileiros na Black Friday

Levantamento da unidade de pesquisa do UOL aponta que o campeonato mundial ajudará nas vendas da Black Friday. O cenário é otimista!

A Black Friday é uma das mais importantes datas no varejo, representando uma oportunidade para os consumidores comprarem os produtos que desejam a preços mais baixos e para os comerciantes alavancarem suas vendas. No ano passado, 5,6 milhões de pedidos foram realizados entre os dias 25 e 26 de novembro, quando tradicionalmente ocorre o evento. Mas em 2022, a Black Friday terá um diferencial: a data coincidirá com o maior campeonato de futebol do mundo, marcado para começar no dia 20. E esta combinação pode se revelar positiva para as vendas.

É o que aponta a Pesquisa Black Friday 2022 desenvolvida pelo UOL, maior empresa de conteúdo, tecnologia e serviços digitais do Brasil. O estudo, realizado anualmente, tem como objetivo mapear a opinião dos consumidores sobre a Black Friday. A maior parte dos respondentes da pesquisa (76%) afirmou não saber que o primeiro jogo do Brasil ocorrerá um dia antes da Black Friday, dia 24 de novembro. Diante desta informação, 42% disseram que isso impulsionará seu interesse em comprar mais produtos na Black Friday.

Além disso, 31% dos brasileiros pretendem comprar ou consumir mais, influenciados pelo megaevento esportivo. As categorias mais citadas como de interesse do público foram vestuário, televisão, cerveja, smartphones e salgadinhos. Esses números apontam uma oportunidade para as marcas e comércios, que podem se preparar com antecedência para o período.

O estudo também indicou que 95% dos consumidores costumam pesquisar na internet os preços dos produtos/serviços antes da mega semana de descontos, percentual maior que os 92% apresentados no estudo de 2021. Destes, 61% têm o costume de pesquisar preços duas ou mais vezes antes da data. Por isso, é importante que as lojas se atentem cada vez mais ao pré-Black Friday.

Em relação à intenção e meios de compra, 62% dos respondentes pretendem comprar na Black Friday desse ano. Destes, 36% têm intenção de comprar somente na internet, enquanto 16% comprarão somente em lojas físicas. O percentual de consumidores que pretende comprar na internet e na loja física subiu de 38% no ano passado para 48% em 2022, o que abre mais portas para o omnichannel, ou seja, lojas que focam em ambos os canais de compra.

Dentre os fatores que mais influenciam os consumidores na hora de fazer compras online nesse período, destacam-se o valor do frete ou frete grátis (50%), prazo de entrega (29%), cashback e variedade de produtos (28%).

Para Paulo Samia, CEO do UOL Conteúdo e Serviços, o estudo aponta que a combinação das duas datas é, na verdade, uma ótima oportunidade para as empresas se conectarem com o consumidor e alavancarem as vendas. “O mercado está cada vez mais competitivo e o consumidor mais exigente. Diante disso, para ter mais sucesso na Black Friday, é preciso investir em estratégias pensadas nas necessidades do seu público-alvo e elaborar métodos para se diferenciar dos concorrentes. Os dados da pesquisa apontam que além de preços mais baixos, fatores como frete, agilidade, múltiplas opções de produtos e confiança no momento da venda são questões que influenciam na tomada de decisão de compra do cliente.”, conclui.

A pesquisa teve participação de 1.000 pessoas com mais de 18 anos, pertencentes às classes A, B e C. Durante os dias 23 e 27 de junho, pessoas de todo o Brasil responderam à pesquisa online, feita em parceria com a Mind Miners, para analisar a opinião dos consumidores sobre a Black Friday 2022.

Fonte: XCOM Agência de Comunicação UOL

Levando a personalização da jornada do cliente para o próximo nível

Por Fernanda Benhami*

Em um contexto de acelerada digitalização, marcas se deparam com a urgência da necessidade de avançar sua capacidade de personalização. Antes limitada a descontos e ofertas, a personalização agora permeia toda a jornada de consumo online e é uma das tendências mais importantes em experiência do cliente (customer experience, ou CX).

Image by Gerd Altmann from Pixabay

Como padrão, consumidores esperam uma experiência personalizada, quando compram produtos e serviços online. Portanto, investir em personalização – um padrão ao qual consumidores se acostumaram depois da massificação de modelos com o da Amazon – pode evitar a erosão da lealdade e a confiança do cliente. Falhar em entregar e aprimorar esta abordagem pode significar a perda de espaço de mercado para a concorrência.

Neste cenário, a análise avançada de dados proprietários relativos aos padrões de compra e comportamento, aliados a fontes do mundo digital torna-se instrumental para criar experiências mais eficientes e recompensadoras, conforme destaca o relatório Experience 2030, em que a Futurum Research aponta as principais tendências em CX para a próxima década. Entre as oportunidades para as empresas, a pesquisa destaca a utilização de dados para uma relação personalizada, em que consumidores sintam uma conexão mais profunda com as marcas que consomem, bem como seus produtos e serviços.

No Brasil, vejo a personalização evoluindo entre os maiores players. No entanto, existem desafios no avanço para o próximo nível que cito no início deste texto. Desde a emergência da pandemia, as demandas por personalização aumentaram significativamente em complexidade, e os arranjos atuais de analytics não são mais tão efetivos no fornecimento de insumos para que marcas possam, por exemplo, planejar seus gastos de mídia e campanhas de forma geral.

Este desafio se deve a fatores como o descompasso entre o investimento no avanço do e-commerce e o foco em tecnologias que permitam desenvolver as oportunidades oferecidas pelo uso dos dados históricos próprios, bem como fontes externas. É importante reconsiderar o modus operandi atual, em que marcas escolhem soluções empacotadas e consultoria genérica para estas questões, e acabam por não potencializar o alcance de suas novas plataformas digitais. É possível mudar o curso, com uma personalização informada por dados e automação, condizente com o modelo de negócio, de forma tailor made.

Uma nova abordagem baseada em dados para a personalização pode ser uma realidade tanto em grandes empresas quanto para varejistas menores, como redes locais de farmácias. Entre as organizações de porte médio, é possível usar analytics e automação para aumentar o alcance e eficiência em áreas como marketing digital, muitas vezes administradas de forma manual. No entanto, em organizações de todos os tamanhos, o ideal é que ferramentas baseadas em análise avançada de dados sejam acopladas a plataformas multicanal de e-commerce – portanto, posicionadas no centro do sistema nervoso da organização e integradas aos processos do dia a dia.

Finalmente, a abordagem com foco em domínios como a personalização também é uma boa forma de extrair valor de ferramentas de analytics. Isso endereça outras barreiras para a evolução de plataformas digitais baseadas em dados, como a dificuldade em ir além das provas de conceito, rumo a projetos de escala que geram valor. Dessa forma, marcas focadas em CX podem de fato dar o próximo passo em jornadas personalizadas, e assim atender melhor às novas demandas do consumidor na economia digital.

*Fernanda Benhami é Principal Solutions Architect do SAS