Climão de Natal

Bateu saudade!

Sabe, sou do tempo em que esperávamos ardentemente pela chegada de novembro para degustar os incríveis comerciais de Natal dos anunciantes tradicionais. Os jingles e filmes da Varig, os da Coca-Cola, o do Banco Nacional e seu famosos jingle. Era uma época divertida, lúdica, quase mágica.

Todos aqueles filmes e mensagens de paz e amor aumentavam a expectativa e a ansiedade pela chegada da noite de natal. Eu ficava pilhado. Muito ansioso!

https://youtu.be/xqGoYwOHju0

Os anunciantes caprichavam. Sempre havia mensagens bacanas e que ajudavam a nos transportar para o clima natalino. Não sei o que aconteceu. Se foi urgência por resultados, se descuido com o institucional e o branding, falta de verba, preferência por ações promocionais… não sei. O fato é que estes filmes natalinos foram rareando até praticamente acabar.

É claro que há honrosas exceções aqui e ali. Há ainda marcas e produtos que separam uma parte da verba para caprichar no Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Uma das marcas que resgatou este clima neste ano foi o Vale Sul Shopping. Filme de fim de ano com cara, clima, mensagem e emoção de fim de ano. Já falamos dele neste blog. Confira aqui.

Outra coisa que me veio a mente em uma das minha muitas idas e vindas entre o ABC e o Vale do Paraíba foi a época em que as empresas situadas às margens da Rodovia Presidente Dutra enfeitavam seus jardins e fachadas com decorações natalinas. Algumas, pelo menos na minha memória, eram incríveis.

Lembro de sempre admirar bastante as decorações feitas pela Johnson&Johnson em sua unidade fabril de São José dos Campos. Ficaram para sempre em minha memória. Estas decorações também foram minguando e, salvo engano de minha parte, sumiram.

Em Santo André, um conhecido hospital-maternidade faz uma belíssima decoração de Natal que vira atração das festas de fim de ano. As calçadas próximas ficam lotadas e as pessoas se aglomeram para ver, fotografar e elogiar. Virou tradição! E cria uma empatia enorme com o público.

Parte da decoração de Natal de um hospital em Santo André

Parte da decoração de Natal de um hospital em Santo André. Tem até neve artificial!

Acredito que esta ação (a decoração de jardins e fachadas) tinha um custo relativamente baixo e um incrível impacto, principalmente entre a comunidade próxima. Será que atualmente é tão oneroso assim para as empresas fazer tal ação? Acredito que não!

Comentei isso com minha esposa e ela me disse que, quando criança, ao voltar a noite de visita a casa da avó em São Paulo, ela e a irmã brigavam com o sono só para ver as indústrias iluminadas. Isso não tem preço!

Não sei se ao ficarmos mais velhos aquele clima natalino vai perdendo força em meio a correria do dia a dia adulto ou se realmente parte (significativa) deste sentimento deixou de ser trabalhado pelas marcas. Em tempos em que a empatia e a interação com o público são fatores decisivos, o uso desta época do ano para estreitar laços, criar fortes conexões emocionais e ganhar “share of heart” me parece perfeita. Uma janela indispensável.

Quem sabe mais ações como as do Vale Sul Shopping – e com a mesma criatividade e qualidade – surjam nos anos seguintes.

Nós agradeceríamos. Muito!

Shopping cria animação para campanha de Natal

Com informações do AdNews

Vale Sul Shopping aposta em animação para emocionar

A campanha de Natal do Vale Sul Shopping quer levar todos ao Polo Norte. Usando o conceito “Seja O Feliz Natal de Alguém”, o filme em animação 3D mostra a aventura do Pinguim que atravessa o oceano, do Polo Sul ao Polo Norte, para passar o Natal com seu melhor amigo, o Urso Polar.

A animação foi criada e produzida pela Consulado e a narrativa pretende quebrar o gelo das relações humanas promovendo o encontro entre dois amigos no período mais emotivo do ano. O filme é embalado pela trilha sonora produzida pela Panela, na voz da cantora Rhaissa Bittar.

“O projeto foi uma ótima surpresa, pois dificilmente o cliente procura diretamente a produtora para a realização das campanhas. Eles nos deram a oportunidade de desenvolver o roteiro e contar a história como achamos que ela deve ser contada, e isso se reflete no resultado final”, comenta o sócio e diretor de cena da Consulado, André Fiorini.

O comercial terá veiculação em canais de televisão aberta e paga, em todas as sessões das salas de cinema do Vale Sul e na página do shopping no Youtube. Uma versão estendida, de aproximadamente 2 minutos, está prevista para dezembro.

“Este filme será nosso verdadeiro diferencial dentro do mercado e digo sem medo que é um dos melhores e mais bonitos filmes que as pessoas irão assistir nos canais de televisão e no cinema”, declara Robson Mikio. “Vamos entrar com muito vigor no melhor período para o varejo”.

 

Ficha Técnica

Cliente: Vale Sul Shopping

Produtora: Consulado

Produção Executiva: Luciana Pessoa

Direção: André Fiorini

Roteiro: Christiane Gribel e André Fiorini

Direção de Arte: Anna Caiado

Direção de Animação: Lucas Dal

Supervirsor 3D: Vander Zafa Junior

Storyboard: Raoni Marqs

Animatic 2D: Vagner Farias

Concept Artist: Anna Caiado e Frederic Palacio

Simulação de Superfícies & VFX: Cassio Homa, Fábio Doná e Gabriela Ruch Salmeron

Modelagem: Pedro Conti, Fábio Doná, Romulo de Oliveira, Rafael Martinez, Luiz Felipe Massa e Gabriela Ruch Salmeron

Animação: Lucas Dal, Juliana de Luca e Patrick Bolton

Texturização: Rafael de Martinez, Pedro Conti, Roberto Maki e Rodrigo Augusto

Mattepaint: Romulo Oliveira

Simulação de Pêlos: Gabriela Ruch Salmeron e Alex Huget

Rigging: Wesley Schineider, Rafael Vitoratti e Felipe Gimenes

Iluminação & Render: Vander Zafa Junior, Roberto Maki e Rodrigo Augusto

Composição & Grade: Eduardo Lima e Guilherme Ferreirinha

Coordenação de Pós Produção: Mauricio Andrade

Atendimento Produtora: Marta Moura e Luciana Pessoa

Produtora de áudio: Panela

Produtores: Daniel Galli e Filipe Trielli

Produção Executiva: Cristiano Pio de Almieda

Produção de Estúdio: Chandra Lima

Técnicos de Som: João Carlos de Vasconcelos e David Mazuca

Cantora: Rhaissa Bittar

 

Coluna Alerta Spoiler

‘’ Pois eu não pertenço a um mundo onde nós não terminamos juntos. Não mesmo. ‘’

Coluna Alerta Spoiler
Comet, mas para cá chegou como ‘’Eu estava justamente pensando em você’’

Um mistura de 500 dias com ela e do Brilho eterno de uma mente sem lembranças, ganhamos mais um delicioso filme de romance, ou que conta uma historia sobre o amor e não de amor. No decorrer do longa, vemos nitidamente a mistura dos personagens dos filmes citados, várias referencias em inúmeras situações.

Por exemplo, a toca que Dell usa, muito semelhante com a do Jim Carey no Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Outro exemplo é o reencontro de Kimberly e Dell no trem, o que nos lembra muito o reencontro de Summer e Tom no 500 dias com ela.

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Até mesmo em características dos personagens você consegue viajar no universo de um dos dois filmes. Comet é simplesmente a mistura exata e mesmo assim consegue ser um filme único.

No primeiro contato que se tem com o filme, acredita-se que será mais um clichê com direito a bastante mimimi e uma trilha das boas pros dias chuvosos. Mas ai é que tá, a trilha boa para dias chuvosos você acerta, mas no clichê você erra muito feio.

O longa foge de tudo que é comum, desde sua produção até no jeito que se conta a historia de Kimberly e Dell.
Tudo começa quando Dell vai até um evento que acontecera no cemitério, todos de Los Angeles irão para ver uma chuva de meteoros que acontecera e será vista de lá.

Por um acaso da vida, quando Dell se vira, seu olhar se encontra com o de Kimberly que já está acompanhada. Dell é um cara descontraído e que fala tudo que vem em sua mente, diferente de Kimberly, uma garota tímida que fala muito pouco e tem uma leve pitada de loucura em suas atitudes, como o próprio Dell identificou de primeira.

Ele fica inconformado dela estar com um cara aleatório, e não estar com ele, e bom, não quer deixar aquela oportunidade passar e acaba que a vida dá um jeito de os colocar perto de novo, criando situações maravilhosas na mesma noite.

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A linha de tempo do filme te deixa um pouco confuso, mas quando está para chegar no fim tudo começa a fazer sentido. Você chega a se questionar se os momentos que você estava vendo dos dois são divididos em várias vidas ou tem uma certa continuidade.

O longa não segue com um começo meio e fim, você entende a historia de amor dos dois por lembranças do Dell de outras épocas vividas por ambos. Na verdade o filme se passa dentro de um sonho dele e só no final você consegue compreender o motivo.

O filme inteiro é um plot twiste, quando você acha que está tudo bem algo vira tudo de cabeça para baixo e assim vai indo. Mas é impossível não se apaixonar pelos personagens, construídos com uma doçura e com um cuidado inacreditável. Mas, você também consegue sentir bastante raiva dos mesmos, em algumas situações.

O final fica extremamente aberto. Você não consegue saber se os dois ficam ou não juntos, o roteirista teve um cuidado com todos esses detalhes, a chuva de meteoros que foi a que os juntou está presente de alguma forma em todos os momentos do filme, nos mostrando o grau de importância que essa noite teve na vida dos dois.

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Dell, acaba deixando Kimberly, e ela acaba ficando noiva do ex namorado Jack. Mas, Dell tem que lhe contar sobre o tal sonho estranho que ele teve, e em todas as suas lembranças era como se fosse uma eterna chuva de meteoros. Na verdade, a historia de amor de Kimberly e Dell foi tão intensa quanto uma chuva de meteoros.

‘’YEAH, provavelmente irei me apaixonar por você.’’

Coluna Alerta Spoiler

“Eu acho que qualquer pessoa que se apaixona é uma aberração. É uma coisa louca para fazer. É mais ou menos como uma forma de insanidade socialmente aceitável.”

Coluna Alerta Spoiler

 

Her, ganhador de Oscar como melhor roteiro original do ano de 2013, o que dizer sobre esse filme simplesmente incrível e apaixonante? Um filme americano, com gênero de comédia dramática, eu diria que é mais drama, um lindo filme, dirigido por Spike Jonze.

Theodoro é o personagem principal, com uma atuação incrível de Joaquin Phonex. Um escritor solitário, que sofreu uma separação a pouco menos a um ano e ainda não sabe como lidar com isso. Todo dia é a mesma coisa, pelo comando de voz sempre lê seus e-mails, pede para colocar músicas melancólicas e responde e-mails.

Theodoro, trabalha em um lugar onde escreve cartas para as pessoas, um tipo de ‘’correio’’ tecnológico, as pessoas contratam o serviço e ele escreve as cartas ou melhor, ele dita e o computador digita, algo que acho que não estamos tão distante. Aliás, o filme se passa em Los Angeles, porém em um futuro próximo.

Her, produção vencedora do Oscar

Her, produção vencedora do Oscar de Melhor Roteiro Original em 2013

O filme nos mostra o quanto o mundo está tecnológico. Conseguimos ver o desespero das pessoas por querer ter um contato mais ‘’humano’’ com as outras, mas estõ tão presas àquilo que achamos de necessidade tecnológica, que perderam o habito de se comunicar cara a cara.

Theodoro não tem muitos amigos. É um cara que segue sua rotina a risca e aquilo o deixa vazio e o incomoda ao extremo. O diretor teve um cuidado absurdo em conseguir nos passar toda a angustia que o personagem sente, apenas com as feições ou o simples movimento das sobrancelhas, uma construção genial de personagem.
Por mais, que todas as pessoas a sua volta fossem vazias e apáticas a qualquer tipo de relação, percebemos as cores fortes como por exemplo o vermelho, laranja, amarelo e outras. Misturando essas três temos um resultado de cores quentes. Essas cores não foram colocadas por acaso, elas estão presentes a todo tempo pra nos mostrar que por mais vazio de emoção que o mundo esteja, ainda existe um pouco de ‘’amor’’ em nós e a vontade de o querer. Se você reparar, Theodoro usa constantemente ao menos uma peça vermelha, laranja ou amarela, porque por mais que ele esteja solitário, e triste com tudo, ele ainda sente muito amor. E isso é uma sacada fantástica do filme, com poucas falas e mais sequencias de cenas nos passa toda essa mensagem.

Bom, como Theodoro não tem muita companhia, em uma de suas passagens rotineiras, ele vê um comercial sobre um novo sistema operacional que tem inteligência artificial. Ele logo compra.

Chegando em sua casa já instala para testar. O legal desta cena é que enquanto ele está inicializando o sistema o comando de voz pergunta a ele como é o relacionamento dele com a mãe. Enquanto ele está se abrindo e contando a instalação fica pronta, e então é cortado. Isso só mostra, que por mais que ele demonstre ser fechado, se alguém até mesmo um comando de computador demonstrar interesse por alguma coisa dele, ele se abre e conta.

O personagem sempre veste uma peça com cor quente

O personagem sempre veste uma peça com cor quente

E é ai que a Samantha aparece, ele opta pelo seu sistema ser voz feminina, e dá o nome dela de Samantha, a voz do sistema é interpretada por Scarlett Johansson.

No primeiro contato que ele tem com ela, algo diferente começa a surgir, a afinidade dos dois é simplesmente absurda, e isso não poderia dar um bom resultado.

O filme gira em torno do ’’relacionamento’’ dos dois, o crescimento deste vínculo, o ‘’amadurecimento’’ de Samantha, quando ela começa a ‘’sentir’’ emoções, e o fato de Theodoro ver despertar sentimentos por ela também.

Enquanto assiste o filme, você se perde nesse universo de voz entre os dois, um piano bem de leve fica no fundo em várias situações que você não consegue muitas vezes nem perceber, de tanto que te faz mergulhar no universo que não vemos, apenas ouvimos.

Samantha ajuda Theodoro, a lidar com sua separação e ter coragem para assinar os papeis do divorcio. Tudo começa a parecer estar bem, mas Samantha começa a se descobrir muito e a perceber que ela pode crescer muito ainda, mas que não pode prender Theodoro.

E as brigas começam a aparecer como em todo relacionamento.

Então, chega um dia em que Samantha decide ir embora, ela diz amar Theodoro, mas precisa ir porque o universo em que ela vive é algo muito maior, não só ela, mas todos os outros sistemas operacionais se desligam e somem para algum lugar que nós nunca chegaríamos.

E mais uma vez Theodoro se vê sozinho em seu mundo, mas algo está diferente nele, talvez uma esperança maior na humanidade ou em qualquer outra coisa em que ele acredite.

Com o crescer do filme, percebemos a falta de conectividade entre as pessoas, mas não a do mundo virtual e sim a do mundo físico, o tocar, o sentir. A obra nos mostra como estão vazias e sedentas por amar, ser notadas ou por sentir qualquer coisa.

Acredito que HER seja um filme que nos faça pensar sobre esse tal amor do homem e sua máquina. Nos fazer pensar que o virtual não é tudo e que as palavras ditas cara a cara e com sentimento valem muito mais do que um simples e-mail ou uma mensagem de texto.

‘’Mas é neste espaço infinito entre as palavras que eu estou me encontrando agora. É um lugar que não é o mundo fisico, é onde tudo é, e que eu nem sabia que existia’’