Coluna Branding: a alma da marca

O que você é?

Nessa última semana fui surpreendido com uma pergunta de um aluno que questionava o que eu era além de professor?

Esse questionamento, que soou inicialmente como aquela velha história de desprestígio com a função de professor, me deu a oportunidade de refletir um pouco mais sobre um assunto importante e contemporâneo, então, relutei um pouco mas respondi: “SOU HUMANO!”

Passadas as risadas do grupo que estava ao meu redor, tive a oportunidade de desenvolver mais o assunto com os alunos e gerar um aprendizado muito interessante. O que nos define não poderia ser tão stricto sensu.

Temos como mania, nos definir por nossa profissão. Sou publicitário, design, arquiteto, ou ainda mais stricto, sou diretor de arte, design gráfico ou design de interiores … mas aí a pergunta que fica é …E quando nos falta o emprego o que somos? Perdemos a nossa finalidade e assim a nossa identidade?

No mundo de hoje, quantos de nós se sentem frustrados com o que não conseguem representar profissionalmente? Será que ao colocar tanta importância em uma empregabilidade não estamos fragilizando a nossa natureza?

É interessante também perceber que, se tivesse que me definir mais assertivamente, provavelmente diria que sou algo como ” um cientista social aplicado”, e neste caso é até lógico que como tal, deveria me preocupar com os principais assuntos sociais do mundo e a clara falta de “Humanidade” em que nos deparamos por todos os lados.

É como se de repente nos víssemos todos desempregados dos cargos de “Humanos” e nos definíssemos a partir do nosso bico, que é ter uma profissão.

Não estou me desfazendo da importância da formação profissional, seria até um contra-senso trabalhando como um professor fazê-lo mas, questiono sim, se estamos posicionando acertadamente o valor da empregabilidade nessa relação.

Os jovens, os quais ensino diariamente, deixam claro que não querem estar limitados a um projeto de vida que os fixe a um cargo, setor, empresa, profissão ou país. São claramente sonhadores de espírito livre que precisam de nós apenas para dar-lhes um ancoradouro moral, uma trilha mais justa e sustentável.

No mundo novo, me parece claro que eles irão mais longe tecnicamente que a nossa geração, e com muito menos esforço, pois, estão vivendo uma revolução tecnológica que avança em velocidade maior que a dos séculos anteriores. Este processo garante também um conforto menor ao emprego, o que talvez preocupe demasiadamente a atual geração de adultos de 35 a 50.

Ser hoje, portanto, um ser humano, um cientista social no cargo de professor, me obriga a pensar melhor no que posso contribuir para o futuro desses jovens .

Sendo assim, acho que preciso aprimorar as minhas aulas para que consiga transferir claramente qual é a hierarquia das coisas, pois, se no futuro faltar-lhes o emprego, ainda assim devem estar preparados para serem um analista da vida cotidiana, e se tiverem calada a sua voz social, mesmo assim, NUNCA PODERÃO PERDER A SUA HUMANIDADE!

Para nós professores, #FicaDica!

Coluna Branding: A alma da marca

Futebol é DNA

Pra começar bem esse novo ano, meu primeiro artigo de 2016 vai falar sobre branding no futebol. E como esse assunto não se discute prometo não puxar sardinha para o meu timão de coração.

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No branding é chamado de DNA o núcleo da identidade de uma marca. Isso é, conhecer a si mesmo, quais são seus valores, suas fraquezas, seus concorrentes e seus princípios, os quais a marca se baseia e é fundamentada.
No futebol, esse DNA é exatamente o que faz um clube vencedor ou não, como disse Ferran Soriano em seu livro “a bola não entra por acaso”, onde conta sobre a formação do DNA do Barcelona.

E pra não dizer que não polemizarei, digo que entre os times de São Paulo o melhor trabalho do ano passado não foi o do campeão brasileiro, Corinthians. Mas para mim a reconstrução do Palmeiras. Embora não tenha muito explícito seus símbolos o Palmeiras é uma marca da tradição familiar italiana, onde a “labuta” é valorizada e a emoção aflora como nunca nos diálogos.

O interessante nisso é ver o Zé Roberto fazer um discurso tão inflamado. Tipicamente italiano!
Ele, que sempre foi um jogador de pouca exposição na mídia, de uma hora pra outra se tornou a identidade do DNA do clube.

Outro símbolo dessa boa gestão de marcas está no Allianz Arena e o reflexo disso no seu programa de sócio torcedor. Foi como chamar a família para a macarronada de Domingo. Casa cheia e dinheiro no bolso.

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É aí que se mostram as diferenças entre os dois campeões do ano passado. Não que o Corinthians não esteja com sua marca sendo bem construída, acredito que hoje ainda é a mais bem consolidada do momento em São Paulo. Tem identificação com a torcida, achou no Tite o seu representante, vem conseguindo implantar a cultura do sofredor vitorioso, um dos mais poderosos arquétipos de construção de marca o “caminho do herói”. Mas suas decisões estratégicas diretivas tem muitas vezes se equivocado. Vou dar 2 exemplos: o investimento Zizao, não foi de todo fracasso, mas deixa claro que foi mal aproveitado. Se os olhos da China estão voltados aos jogadores do Corinthians é porque estes olhos puxadinhos também conhecem e reconhecem a marca do clube. Então, cadê o retorno de marketing em cima da crise? Cadê a limonada desse limões? Abriu-se uma excelente oportunidade de fazer relação com os clubes e torcedores chineses. Não deveriam ficar se lamentando por eles estarem levando jogadores. O erro do timão foi multas pequenas, mas vamos aprender com o erro e ganhar dinheiro com o Corinthians chinês! Camisetas, jogos treinos com os Chineses, propaganda, internet! Todos os holofotes deveriam vender o sucesso da marca na China e não ficar como terra arrasada pela bomba oriental.

O segundo exemplo é exatamente o único jogador que não quis ir pra China. Alexandre Pato! O que este “jogador coxinha” tem do DNA de um clube, que é focado no proletário sofredor?

Mandaram mal na contratação porque só pensaram no negócio e não na marca. O Pato funcionou no tricolor paulista pois tem identificação com a cultura, mais “nobre” presente no DNA do São Paulo.

No tricolor a direção do clube bateu muita cabeça no ano passado. Ao meu ver foi a pior entre os 4 grandes, e precisou primeiro passar por uma reestruturação e isso começou com a perda de seus símbolos.

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No entanto, vejo com bons olhos o movimento desse começo de ano. A aposta no técnico estrangeiro é algo que, se pode dar certo nos clubes paulistas, será no Tricolor. A redução da folha salarial da equipe para equilibrar as contas está contrabalançada com a chegada do símbolo Lugano. Identificação é este o recado da direção do São Paulo para os jogadores. E estão mais do que certos.

Sobre o Santos, embora tenha pouco pra analisar no contexto do ano passado. O time da baixada, tem como seu DNA a revelação de craques. “Os meninos da vila”! O clube vem fazendo isso com perfeição, mas esta no momento de entresafra, as estrelas da vez são Gabigol, Lucas Lima (que não nasceu lá mas é tratado da mesma forma) e o Geuvânio. Todos especulados para sair, mas que o Santos mantém com maestria. Precisa manter! Pois a cultura desse clube é alimentada pelo estouro de craques na Vila e todos estes jogadores estão bem perto de fazer isso acontecer.

Depois deverá ser vendido por uma fortuna que manterá o cofre por 4 ou 5 anos até surgir o novo. Se a diretoria não fizer lambança isso funcionará muito bem como prova a história de Neymar e Robinho. O último que por sinal já deu. Minha opinião não precisa vir para o peixe, esqueçam o craque do passado e invistam na base! Pois o seu DNA é olhar para o futuro.

Até o fechamento dessa coluna pode haver alguma mudança no mercado da bola, mas uma coisa não pode mudar, DNA é pra sempre!

Que venha a temporada de futebol brasileiro. Boa sorte a todos, é um feliz 2016.