Coluna “Discutindo a relação…”

Os dados não vão nos impedir de errar… Que bom!

“Errar é só parte do processo de criar.”

Essa frase, dita por Ed Catmull, co fundador da Pixar e presidente da Disney e da Pixar, está na primeira página da Meio&Mensagem desta semana.

Ela é relevante, apesar de simples. Há muito entusiasmo com os dados nos dias atuais. E é justificável. Nunca pudemos reunir e tratar um volume tão grandioso de dados e informações. As tecnologias estão, sem dúvida nenhuma, ajudando muito (ia escrever ajudando pacas, mas essas expressões denunciam a antiguidade do escrevente).

É preciso que fique claro que toda essa maravilha aí presente não vai eliminar o erro. Mesmo com dados e tantos insights vindos da análise dos mesmos, o erro está logo ali, escondido atrás da próxima pilastra e pronto para nos dar um susto.

E é bom que sempre nos lembremos de que o erro deve continuar fazendo parte do processo criativo. Não se deve em hipótese alguma pensar em acabar com ele. Sou taxativo em relação a isso: todo processo criativo, de inovação, deve envolver erro(s).

Podemos e vamos ficar ficar mais assertivos em comunicação e marketing, mas errar faz parte do jogo. Os anunciantes terão que entender isso. Alguns já entenderam.

Uma excelente análise de uma grande quantidade de dados pode nos levar a bons insights. Sem dúvida. Daí pra frente nada pode garantir que teremos uma sucessão de acertos. Por uma ideia em pé, fazê-la realidade, é bem diferente. O processo criativo é tortuoso e até certo ponto deliciosamente caótico.

Essa semana fotografei e postei no perfil deste blog no Instagram a seguinte frase (também publicada no Meio&Mensagem, desta vez na semana passada, e parte de um artigo escrito por Alessandro Cauduro – sócio-fundador da W3haus:

“Enquanto as máquinas são infinitamente melhores que a gente em varrer grandes quantidades de dados e identificar padrões, nós temos a consciência e a capacidade de abstrair conceitos que ainda estão longe de se reproduzir no mundo binário.”

Bingo! É isso! Nossa capacidade de abstrair, de fabular, de conectar coisas absolutamente sem relação em um primeiro momento é, ainda, imbatível. E como não somos máquinas podemos e vamos errar. Aliás, leia o artigo, pois lá o Alessandro mostra que até as máquinas erram.

Temos que entender que para quem trabalha com processos criativos e inovação – não só em propaganda, comunicação e marketing – o uso de dados não pode virar um selo de garantia de “não erro”. Mais do que isso: devemos continuar ensinando que errar é fundamental!

E os dados? E o big data, e a Inteligência Artificial, e o machine learning e o deep learning? Serão sempre muito bem vindos, obrigado!

Marcas, experiências e tecnologia

Cinco exemplos de como as marcas usam as novas tecnologias a favor da experiência

Assistentes de voz, realidade aumentada, inteligência artificial e chatbots são exemplos de tecnologias que têm possibilitado às empresas trazer à tona ideias e produtos que pareciam muito distantes há alguns anos. A Adobe levantou cinco cases de como as organizações confiaram em tecnologias emergentes em 2018 para trazer à realidade experiências que antes só eram possíveis em filmes:

Transformando carros em assistentes pessoais com voz

As fabricantes de carros foram algumas das primeiras empresas a adotar a tecnologia de voz por meio de integrações com a Alexa da Amazon e outros fabricantes de dispositivos de voz. Este ano, a BMW elevou o nível de sua estratégia de voz construindo seu próprio assistente pessoal inteligente, que será encontrado em modelos de carros a partir de março. De acordo com um comunicado da marca de automóveis de luxo, “isso marcará o início de uma nova era para o BMW Group, na qual os motoristas poderão cada vez mais operar seu carro e acessar suas funções e informações simplesmente falando”.

Empoderando artistas com IA e Machine Learning

Como parte do programa “Adobe Remix”, a Adobe convida os membros da comunidade a colocar sua marca no logotipo da Adobe. O projeto Adobe Remix mais recente foi do designer visual da Albânia, Vasjen Katro (também conhecido como Baugasm), que usou a tecnologia de transferência de estilo do Adobe Sensei, a inteligência artificial da Adobe.

A tecnologia de transferência de estilo permite que os artistas apliquem automaticamente a estrutura e os detalhes de uma imagem a outra – antes um processo tedioso. Como resultado, Katro conseguiu transferir rapidamente o estilo das pinceladas de Van Gogh para as texturas orgânicas que usou para a sua versão do logotipo da Adobe. Em seguida, ele combinou mídia digital e orgânica para concluir seu trabalho no Adobe Creative Cloud, usando o Adobe Photoshop, o Adobe Premiere Pro e o Adobe After Effects.

Educação médica imersiva com Realidade Aumentada

A Cleveland Clinic, da Case Western Reserve University, está usa realidade aumentada para permitir que os alunos estudem o corpo humano em um formato 3D interativo. Isso aponta para uma transformação no setor de saúde. Hoje, a universidade está usando o headset Hololens para educar a próxima geração de cuidadores. Eventualmente, a realidade aumentada será implementada em exames e, gradativamente, em salas de cirurgia.

Gerenciando processos seletivos com chatbots inteligentes

Mya é uma empresa de recrutamento on-line que ajuda as empresas a atrair, engajar e contratar talentos da geração Millennial. O rosto da empresa é um chatbot inteligente chamado “Mya”, que gerencia a seleção de candidatos. A Mya pode realmente “conversar” com milhares de candidatos de uma só vez por meio de mensagens de texto, Facebook, Skype, e-mail ou via chat. Seu papel está na parte de pré-contratação do processo seletivo. Ela responde a perguntas frequentes, fornece atualizações de progresso do processo e fornece dicas e orientações aos candidatos.

Conectando as lojas on e off-line com prateleiras inteligentes

A Kroger anunciou este ano uma parceria com a Microsoft Azure para implementar prateleiras inteligentes em suas lojas. O EDGE (Display Aprimorado para Ambiente de Supermercado, em tradução livre) processa os dados gerados pelas ações dos clientes e em torno das prateleiras do supermercado em tempo real.

Fonte: RMA Comunicação – Alisson Costa

Os dados podem ficar melhores com IA

A inteligência artificial e o enriquecimento de dados

por Rafael de Albuquerque*

Os dados já são hoje mais preciosos que o combustível, mas por si só não são suficientes para expressar algo. Para que tenham um significado útil e relevante na tomada de decisão eles precisam passar antes por algum tipo de análise e interpretação.

Imagem: Pixabay

Sinal dos tempos, os dados gerados no mundo todo têm aumentado de forma exponencial ao longo dos anos – e esse ritmo deve ser mantido em um futuro próximo. Contudo, até o momento, apenas 0,5% de tudo isso é analisado. É possível imaginar todo o potencial existente nos outros 99,5% que nunca foram explorados por soluções de big data e inteligência artificial? Temos, portanto, um imenso oceano para navegar.

Por meio do Wi-Fi, que passou a ser um grande sensor de informações, coexistem a mobilidade, que pode ser tanto indoor como outdoor, e o enriquecimento de dados e a consequente aplicação da inteligência artificial sobre as informações enriquecidas e trabalhadas dentro de um ecossistema. Em outras palavras: transforma-se o pouco em muito.

A mobilidade indoor diz respeito ao fluxo de pessoas em locais de grande concentração de público, como parques de diversão, estádios de futebol e shopping centers. O usuário não precisa nem sequer estar logado em uma rede para que sua movimentação seja acompanhada. Por meio de um mapa de calor pode-se visualizar dados de densidade de pontos e obter uma visão geral do comportamento dos visitantes, além de saber o que mais curtem e do que menos gostam e, assim, aprimorar as estratégias de vendas e publicidade.

Já a mobilidade outdoor compreende o fluxo externo dos usuários, seja ao saírem do transporte público ou acessarem uma loja de departamentos. Ao gerir a inteligência artificial, a empresa consegue saber, por exemplo, o percentual de pessoas que frequentam aeroportos e rodoviárias ou quem vai apenas ocasionalmente a esses locais. São informações muito ricas e insights valiosos sobre o comportamento do cliente que podem se tornar uma vantagem competitiva para as corporações que investem nessa prática.

A segunda via de entendimento gerada pela inteligência artificial aplicada em redes de Wi-Fi é o enriquecimento dos dados. Aqui temos a inteligência artificial aliada ao machine learning e ao deep learning. O primeiro é a prática de usar algoritmos para coletar dados, aprender com eles, e então fazer uma determinação ou prognóstico sobre alguma coisa no mundo. O segundo trabalha com análise de dados brutos, o que possibilita um campo de atuação ainda mais amplo, e pode classificar informações contidas em diferentes formatos, como áudios, textos, imagens, sensores e bancos de dados.

Imagem: Pixabay

No nosso entendimento, uma experiência se transforma em inesquecível quando sai do convencional e o grande responsável por proporcionar esse encantamento do usuário é o big data. Juntas, inteligência artificial, machine learning e deep learning conseguem, por meio da informação, individualizar a experiência do usuário final e, ao mesmo tempo, ser um diferencial estratégico para o cliente.

*Rafael de Albuquerque é fundador e CEO da Zoox Smart Data

Fonte: Textual Comunicação

Os bots podem ser associados a outros sistemas

Quer adotar um bot? Não precisa desistir do seu sistema legado

*por Fabio Godoy

Toda inovação pode trazer dor de cabeça. A utilização de bots para automatização de processos de negócios é uma tendência que, em pouco tempo, deverá estar presente em quase todas as empresas. A maioria reconhece as vantagens de sua adoção e deseja trabalhar com essa tecnologia, mas esbarra em um problema: seu sistema legado.

Muitos empresários acreditam que os bots são uma tecnologia muito avançada e que, justamente por isso, precisaria trocar todos os sistemas da sua empresa para adotar a ferramenta. Mas isso não é verdade. A adoção de bots não obriga ninguém a desistir de seu sistema legado ou de sistemas com tecnologias anteriores, já em uso na organização.

Justamente por ser uma tecnologia muito avançada, o bot consegue se integrar com o sistema corporativo, adaptando-se ao meio. Tudo será integrado com o que já existe, não existindo nenhuma perda ou desperdício de tecnologia.

Essa é uma excelente notícia, pois amplia as oportunidades das empresas. Hoje fala-se muito sobre os chatbot e sua capacidade de evolução com o machine learning, mas o futuro será certamente das automatizações de processos de negócios com bots. Essa é uma tendência que, segundo analistas, deve afetar cerca de 230 milhões de trabalhadores e que registra um retorno sobre investimento de 600% a 800% para algumas funções, de acordo com pesquisa da London School of Economics.

Nesse contexto, o bot irá atuar como mais um canal de comunicação, um elo entre os diversos segmentos e tecnologias. Ele irá ajudar a distribuir as informações. As tecnologias já existentes nas empresas não serão perdidas, mas terão o seu poder de trabalho ampliado pela adoção da nova ferramenta.

Eu entendo esse temor por parte dos empresários e profissionais da área. A possibilidade de ter que adotar um novo sistema – e manter a empresa em pleno funcionamento enquanto esse processo se desenrola – é realmente de causar arrepios. Mas essa preocupação apenas comprova que muitos profissionais ainda não entendem com clareza a capacidade de trabalho dos bots. O que poderia ser apontado como um ponto fraco (a necessidade de mudança dos seus sistemas anteriores) é na verdade algo simplesmente contornável.

A utilização desta tecnologia, e sua consequente evolução, irá aumentar a medida que for combinada com as tecnologias cognitivas, criando bots mais inteligentes e com uma capacidade mais apurada de machine learning. No mundo todo, a previsão é de que o mercado de automatização robótica de processos deverá alcançar a cifra de US$ 5 bilhões até 2020, de acordo com a Transparency Market Research.

A adoção de bots não impede o uso do seu sistema legado. Em outras palavras, qualquer empresa pode apostar na ferramenta porque não irá perder a sua tecnologia atual. O que vai acontecer é a integração com o que já existe, sem desperdício. Os bots não serão responsáveis pela dor de cabeça gerada por uma mudança de sistema. Pelo contrário: eles irão facilitar o trabalho, automatizando processos e adicionando inteligência para o dia a dia da organização.

*Fabio Godoy, diretor da Lealis, startup que atua com o desenvolvimento e consultoria diferenciada para serviços digitais e de inovação, produtos para fidelização, OCR, FR e desenvolvimentos de bots.

Fonte: Conecte – Eliane Tanaka