De mídia a planner

Thélio Bonesio é o nosso entrevistado da vez

Ele é publicitário formado pela Universidade de Taubaté e atualmente comanda o atendimento e o planejamento da Arriba!

Acompanhe a entrevista e veja o que ele tem para nos contar!

1 – Você atua como planner na Arriba!. Sempre quis/desejou atuar nesta área?
Atualmente sou Diretor de Atendimento e Planejamento na Arriba! Comunicação. A afinidade com área de Planejamento Estratégico aconteceu gradualmente quando eu era Analista de Mídia da agência. Como Mídia, aos poucos, fui gerando resultados para nossos clientes e, naturalmente, para a própria agência. E, durante este processo, estudava profundamente o negócio dos anunciantes para avaliação e percebia alguns caminhos estratégicos que iam “além da mídia”. Foi nesta época que abracei os Planejamentos Estratégicos dos nossos clientes por iniciativa própria; com isto em muito pouco tempo me tornei de fato responsável pelos planejamentos da Agência. Hoje, na minha equipe tem uma Analista de Planejamento, assim, dividimos as tarefas de um planner dependendo de cada complexidade, tipo de cliente ou segmento de mercado.

Thélio Bonesio é o responsável pelo planejamento estratégico da Arriba!

Thélio Bonesio é o responsável pelo planejamento estratégico da Arriba!

2 – Como é atuar como planner no mercado do Vale do Paraíba?
Percebo que os clientes regionais tem dado mais atenção ao Planejamento Estratégico, independente do setor ou do tamanho. A Arriba! sempre teve a cultura do planejamento e para nós já é um hábito compartilhar com o cliente qual tipo de informação ele precisa entender para tomar uma decisão de modo seguro e o mais respaldado possível.

3 – Vocês (Arriba!) tem ou desenvolveram alguma metodologia/processo de planejamento?
Sim, o nosso Planejamento Estratégico tem uma ‘espinha dorsal’, mas que eventualmente pode ser alterado de acordo com o Briefing do cliente, sua necessidade e o problema de comunicação. Acho que nosso grande diferencial é o processo de imersão no cliente e, sobretudo, o que chamamos de ‘análise de ambiente’. Para qualquer Planejamento, fazemos observação ‘in loco’, ouvimos clientes do cliente, os fornecedores, a cadeia produtiva, a exposição do produto no PDV, experimentamos o produto, degustamos o concorrente e fazemos ‘links’ com marketing e publicidade para a finalização do Planejamento Estratégico. Alguns clientes têm o hábito de trabalhar com metas, o que facilita o acompanhamento da execução do planejamento, seja por meta de venda, meta de adesão, cliques, CTR, LEADs gerados, etc.

4 – Cite duas características fundamentais num bom planner.
Inconformismo e Curiosidade. O sucesso de um Planejamento Estratégico está diretamente proporcional a estes dois fatores, porque ‘inconformismo’ faz com que o planner tenha vontade de ir atrás das fontes corretas para se fundamentar, enquanto a curiosidade abastece seu repertório para atuar com diversos segmentos de mercado.

5 – Além destas características que você citou, que dicas daria para quem deseja atuar como planner?
Nunca descanse sobre seu próprio repertório.

O sonho da capital paulista realizado

Publicitário do Vale do Paraíba empreende em São Paulo

O nosso entrevistado da vez é Pedro Henrique Simões, sócio da Esgrima, agência sediada na capita paulista. Pedro é formado em publicidade e propaganda pela Universidade de Taubaté.

Esgrima, a agência que é a consolidação do sonho do Pedro e de seu sócio Henrique

Esgrima, a agência que é a consolidação do sonho do Pedro e de seu sócio Henrique

Aproveite essa deliciosa entrevista:

1 – Você começou sua carreira no Vale do Paraíba. Conte um pouco da sua trajetória.

Comecei cedo, já no primeiro ano da faculdade. Isso foi em 2000, e eu tinha acabado de fazer 19 anos.
Tive a grande sorte de começar já com o Ricardo Asa e a Malu Costa na É! Propaganda. Aprendi muito. Comecei a me compor tecnicamente e aprendi o funcionamento de uma agência como um todo. Eu sempre quis trabalhar com criação, ser um Diretor de Arte, mas tive a oportunidade de ter contato direto com mídia, atendimento, planejamento, redação e produção. Algumas agências pequenas permitem isso e foi lá que aprendi a negociar com fornecedores, a acompanhar uma produção de um vídeo, a escrever um bom texto e por aí vai. Isso me ajudou a entender o trabalho de todos na agência. Foi uma passagem muito importante na minha carreira.

Fiquei na É! até abril de 2004. Tinha acabado de me formar e fui contratado pela Supera Comunicação de São José dos Campos para trabalhar como Diretor de Arte. Era uma agência grande, completamente diferente. Comecei a ter contato com clientes maiores, sem contar o número de pessoas a minha volta, era muito legal, fiz grandes amigos e aprendi muito com eles. Lá aprendi sobre estratégia de crescimento, sobre relacionamento com clientes, tive contato direto com jornalistas e assessores de imprensa, foi tudo muito rico.

No final de 2005 voltei para a É! Propaganda. Foi um retorno estratégico, pois eu tinha planos de voltar a estudar no ano seguinte e esse novo cenário me favorecia. Mas foi uma passagem rápida. Em maio de 2006 fui contratado, também como Diretor de Arte pela Publicarte. Lá foi onde desenvolvi os melhores trabalhos criativos da minha carreira até então. Nessa época trabalhava com uma equipe muito especial, e todos trabalhavam com muita paixão. Era bonito de ver. Em 2007 ganhamos o Grand Prix do Prêmio Recall e a Publicarte foi a agência mais premiada do interior do estado de São de Paulo naquele ano, foram 5 prêmios ao todo. Foi demais. Tenho muito orgulho de ter feito parte disso. Inclusive, foi lá que comecei a trabalhar com o, hoje meu sócio, Henrique Barros. Eu já o conhecia desde o colégio, mas era a primeira vez que trabalhávamos juntos na mesma agência. E a partir daí, a nossa parceria começou a tomar outra proporção e minha vida empreendedora começou a tomar forma.

Pedro Henrique sócio fundador da Esgrima

Pedro Henrique sócio fundador da Esgrima

2 – Como foi empreender em São Paulo?

Ainda em Taubaté, eu e o Henrique trabalhávamos juntos com os nossos freelas e a coisa começou a virar rápido e o planos de um dia ter a minha própria agência se encurtou de forma espantosa. No início de 2008 surgiu a oportunidade de atendermos a Vive Cosmétique, uma grande indústria de cosméticos sediada em São Paulo e ao mesmo tempo, uma grande concorrência para atendermos o setor de áudio e video da LG Electronics. Isso foi mais do que o suficiente para fazermos as malas e mergulharmos de cabeça. Sempre tivemos o sonho de trabalhar em São Paulo. A capital paulista é o mercado mais competitivo do Brasil e isso sempre nos atraiu bastante.

Tivemos um bom começo, viemos encarar o maior desafio das nossas vidas e sabíamos que não seria nada fácil. E nunca foi. Em 2009 a agência foi assaltada e levaram tudo. Computadores, equipamentos fotográficos, impressoras, TV. E isso tudo em meio a um lançamento nacional de uma TV da LG. Foi um grande baque. Mas, como o que não mata fortalece, seguimos em frente e reconstruímos a agência em menos de 2 meses.

Depois disso, o trabalho só cresceu, mais pessoas passaram a trabalhar com a gente, começamos a nos envolver com profissionais muito qualificados e dispostos a nos ajudar a crescer. E isso é muito valioso. Ainda em 2009 ganhamos três prêmios no Festival Brasileiro de Promoção, Design e Embalagem promovido pelo conhecido Rafael Sampaio e pela Revista About, consequentemente ficamos entre as agências The Hot Tops, como as mais criativas para se trabalhar. Em 2010 ganhamos dois troféus (ouro e prata) no Prêmio Popai Brasil, considerado o Oscar do Merchandising. Nesse mesmo ano ganhamos um prêmio diferente do que todos nós que estamos nessa área está acostumado. A matriz da LG na Coreia premiou os materiais e a equipe responsável pelo merchandising no ponto de venda da linha de áudio e vídeo, como o melhor trabalho entre todas as unidades da LG do mundo todo. Em 2013, recebemos da Avora Cosméticos uma premiação pela qualidade do trabalho, comprometimento e parceria empregados durante o ano. Confesso que esses dois últimos são os prêmios mais especiais que já ganhei. Carrego com a minha equipe esse reconhecimento pelo sangue que doamos em cada job.
Está sendo a melhor fase da minha vida.
3 – Qual é o formato de atuação da Esgrima?

A Esgrima é uma agência full service credenciada pelo CENP. Isso nos dá condição de atuarmos como uma agência de propaganda de forma completa. Trabalhamos muito com a criação de embalagens, projetos de PDV, criação de identidade corporativa, criação de campanhas de comunicação interna, marketing digital, campanhas publicitárias, e por aí vai. Gostamos de resolver problemas relacionados à comunicação e procuramos agir de forma muito criativa para dar conta de tudo isso.
Procuramos manter uma equipe enxuta, mas muito competente. Os profissionais que estão aqui hoje são muito competentes e possuem autonomia para pararem a agência se quiserem. É uma equipe fantástica e que deu um trabalhão pra montar. Temos uma dupla de atendimento criativo, dois Diretores de Arte, um redator, um mídia, um planejamento e uma pessoa responsável pela produção, sem contar os freelas e revisores que ficam externos.

alavanca
4 – Quais os principais desafios para os próximos anos?

Temos o projeto número 1 que é continuar a fazer a Esgrima crescer. Queremos fazer dela uma agência referência no mercado nacional e até mesmo internacional, mas sei que tem muito chão pra isso. Completamos 6 anos neste ano e isso é apenas o começo. O mercado publicitário é muito dinâmico e os desafios são constantes, não ficamos em stand by em momento algum.

Desenvolvemos um novo projeto para ajudar empreendedores a desenvolverem seu negócio. É uma consultoria especializada em turbinar ideias e fazê-las sair do papel de forma sustentável, inovadora e muito lucrativa. É um plano novo que eu e o Henrique estamos trabalhando. Não tem relação com publicidade e sim com empreendedorismo. Essa nova empresa chama-se Alavanca Aceleradora de Negócios.

Além da Alavanca, temos um outro ambicioso projeto. O ESP – Empreendedores de São Paulo. Reunimos um seleto grupo de empresários de São Paulo para debater ideias sobre o mercado, sobre economia, sobre inovação e ainda termos a oportunidade de ampliar o nosso networking e de todos os participantes. Também, dentro desse grupo, realizamos alguns trabalhos filantrópicos. Iniciamos com uma exemplar creche daqui de São Paulo e vamos ampliar.

A criação de uma associação de agências

Buscando uma união de mercado

Fernando Griskonis é sócio da Molotov. Divide a liderança da empresa com Eduardo e Fabiano, seus sócios. E recentemente está a frente de uma iniciativa que visa a criação de uma associação de agências de comunicação do Vale do Paraíba.

E é para falar sobre este assunto que o Publicitando o entrevistou. Leia na sequência o que ele nos tem a dizer.

1 – Você consegue enumerar os principais motivos que lhe levaram a pensar na criação de uma associação de agências para o Vale do Paraíba?

A nossa região está em pleno desenvolvimento, com momentos mais propícios e outros nem tanto (isso varia em cada setor). Mas o que temos que olhar é que uma agência é sempre uma impulsionadora para negócios e melhorias dentro de qualquer empresa. É assim que o nosso mercado vê/reconhece o trabalho das agências? O mercado sabe diferenciar as agências?

Fernando lidera movimento que visa criar uma associação de agências no Vale do Paraíba

Fernando lidera movimento que visa criar uma associação de agências no Vale do Paraíba

2 – Em que fase está o processo? Você conta com bastante apoio?
Estamos em fase final, necessitando de alguns ajustes na minuta de formação. Estou tendo o apoio dos empresários mais experientes do nosso mercado, para somar a experiência deles com a minha disposição e foco nesse momento. Algumas pessoas foram convidadas mas não quiseram se envolver. Talvez seja necessário envolver novas agências no processo.

3 – Quais pontos de atuação terá a associação? Que tópico lhe parece mais urgente?
A Associação seguirá diretrizes para o desenvolvimento do nosso mercado e profissionalização de agências e anunciantes. Tudo é urgente, por isso já existe uma plataforma de comunicação que será iniciada assim que formalizada a constituição da Associação.

4 – Como outros empresários de agências de comunicação podem colaborar?
Após a Associação constituída e atuação divulgada, precisaremos de associados, pois eles são parte integrantes de uma entidade como essa. Qualquer proprietário de agência que quiser colaborar e participar pode me escrever no fernando@molotovpropaganda.com.br.

“O negócio todo tem que se reinventar, e logo.”

Entrevista bastante especial

Há tempos o Publicitando tinha desejo de entrevistar o Jair. Um dos profissionais mais respeitados em direção de arte em nosso mercado e com uma longa trajetória na Regional Marketing. Só esse fator – tanto tempo numa mesma agência – já demonstra o quão interessante é a carreira do Jair.

E ele não se poupou. Mandou ver, soltou o verbo de verdade! Então vamos conferir o que ele tem a nos dizer. Boa leitura e bom proveito!

1 – Podemos dizer que você pertence a uma outra geração da propaganda no Vale. Como avalia o momento atual?
Sou do tempo do layout desenhado a mão, Josué. Naquela época não dava pra enganar.
Sobre o momento atual é triste dizer mas, em 22 anos de profissão, nunca vi o mercado do Vale tão ruim para as agências. E se agências vão mal, funcionários, produtoras e fornecedores também vão. É só olhar a espessura do maior jornal da região e os poucos anunciantes locais que aparecem na mídia de massa.
E que os profetas (inocentes recém-formados), defensores da “soxalmédia”, não me venham falar de apocalipse. Não existe (o nosso) mercado de comunicação sem nossos clientes aparecendo no jornal, revista, tv, outdoor, busdoor, social media, banner, endomarketing, busca do Google e o resto. Se não tá bom pra toda essa lista, não tá bom no geral.
As mídias sociais, que pareciam ser a salvação pra algumas “polianas”, só prometem mas não entregam. Alguns anunciantes não se tocaram ainda que, em termos de internet (em raríssimos casos), se eles querem falar de graça, ninguém vai ouvir.
Quem está fazendo os grandes cases? Aqueles que usam outras mídias pra alavancar a coisa toda, num mix em que, na maioria das vezes, Facebook é apenas uma das engrenagens.
Ah, esqueci de dizer que a economia do país (e ainda mais com copa e eleições) como um todo, tem contribuído pra piorar mais a coisa. Afinal, tem cliente que só vai botar a mão no bolso depois das eleições.
Da minha geração de profissionais, uma parte está dando aula. Alguns deles, competentíssimos, estão fazendo falta no mercado. Mas os clientes não poderiam estar pagando o salário deles. Estava conversando com um amigo jornalista, que se formou comigo, e os problemas são os mesmos.
Ao mesmo tempo em que estamos nessa sinuca de bico, acredito também que estamos engatinhando, aprendendo a como lidar com todas as possibilidades que a social media trouxe, para clientes que não podem estar em horário nobre da Globo. Esse é o grande desafio.
O negócio todo tem que se reinventar, e logo. Temos que nos unir? É a saída.
Querem saber mais sobre a realidade atual do mercado? Acessem http://www.comunicavale.com.br/naradio-entrevista-com-jose-renato-pulice/

Jair Rodrigues Junior , diretor de arte da Regional Marketing

Jair Rodrigues Junior , diretor de arte da Regional Marketing

2 – Você é muito criterioso e rigoroso em seu trabalho como diretor de arte. Foi sempre assim ou isso vem com o tempo?
Eu sou o cara mais chato que conheço e não é de hoje. E quanto mais velho, mais chato. A tendência é piorar.
Ainda acho que a melhor ferramenta do diretor de arte é o olho. Vivo o tempo todo tentando consertar o mundo: ah, isso seria melhor dessa cor, essa letra da fachada do restaurante tá desalinhada, e por aí vai.
Não sei como minha mulher me aguenta, se ela tá pronta pra sair e pergunta se a roupa tá boa eu sou sincero: se você trocar a blusa Y pela camiseta X ficaria melhor.
Mas chato mesmo é dizer que tá tudo ótimo.
Quando digo, Josué, que quando comecei não dava pra enganar, é isso. Leva ao menos 5 anos pra você formar um(a) diretor(a) de arte. Se a pessoa tem senso estético, bom gosto, melhor. Se gosta de cinema (cinema de verdade), história em quadrinhos, fotografia, design, balé, melhor. Se além disso souber desenhar, pintar, ter algum refinamento artístico, bingo! Se tiver ótimas ideias esses 5 anos viram 2. Saber pacote Adobe é default, o cara tem que nascer sabendo. Imagina um redator te enviar um currículo dizendo que sabe Word? Isso é obrigação, isso é técnico, qualquer macaco aprende. É por isso que saber Photoshop não faz ninguém ser diretor de arte. Tem que criar conceitos, ter ideias e ter senso estético. Certa vez um diretor de criação me disse que pra ser diretor de arte não é preciso conhecer fontes. Levei um susto. Deve ser por isso que tem agência que só usa Myriad nos anúncios. Anúncios pra diferentes clientes, todos com a mesma fonte.

3 – O trabalho criativo está mais ou menos valorizado? Você concorda que as agências perderam valor?
Os clientes vêm até nós (também) por causa do trabalho criativo. Afinal é o que aparece. Então acho que ainda resta uma esperança. Agora, o que sinto, às vezes, é que, por causa do mercado não absorver todos os profissionais que saem da faculdade, muitos despreparados vão trabalhar no cliente pra fazer a ponte com a agência. E querem criar no lugar da agência — que vira produtora do gerente de marketing. Às vezes, pra aprovar uma ideia você tem que trabalhar em dobro: fazer a proposta que o cliente quer e outra que é a correta pra ele.
Hoje, o mundo virtual deu voz para para quem não sabe falar. Assim como todo mundo tem uma opinião formada, todo mundo virou criativo, os que já eram técnicos de futebol, designers e modelos, rs. São muitas alterações, muito briefing errado. Muita falta de foco. E muito amadorismo. Você acredita que, numa concorrência pública, uma agência pegou um anúncio que fiz na Regional, só trocou a fonte e o logotipo do cliente e apresentou na proposta dela? As agências estão perdendo valor porque não se dão ao respeito. A crise nos obriga a fazer o que o cliente quer e não o que ele precisa. Mas pra alguns deles (que bom que é maioria) ainda podemos dizer: se quiser fazer isso eu tiro a minha assinatura do anúncio. Isso é respeito, afinal, se ele te escolheu, tem que confiar em você.
Agora, o pior de tudo é quando a falta de respeito pela profissão parte dos próprios publicitários.
Todos sabem que a coisa tá preta, não precisa sair mentindo por aí, mas alguns ficam posando de Mad Men. É muita garganta, muita contação de vantagem, muito “eu jogo confete em você, você joga em mim”. Chega a ser ridículo. Tempos atrás um dono de uma agência foi agradecer num evento o prêmio que ganhou por causa da confiança do cliente na agência dele, bla, bla, bla… e o cliente era seu parente. Oi?
Volta e meia encontro com alguém do mercado que só fala, “nossa tô trabalhando pra caramba, os clientes são maravilhosos, gastam rios de dinheiro, tá legal pra caramba.” Que merda é essa? Viramos a Suécia e não estou sabendo? Tá querendo enganar quem? Não seja idiota, pare de mentir pra si mesmo.
Ainda tem as agências que se gabam por virar noite, é o “pague pra entrar e reze pra sair”: gente que posta foto no Facebook comendo pizza de madrugada na agência e achando o máximo. E tem curtidas, olha que beleza!
Meus colegas de trabalho, virar a noite na agência não faz de você um profissional melhor. Se deem ao respeito.

4 – Como você vê a nova geração de criativos da propaganda regional?
Temos muita gente criativa, alguns de uma geração um pouco mais nova que a minha como o Edu Griskonis, que tem um senso estético apuradíssimo. O Spinelli da Molotov. O Raul e o Thiagão da Avalanche. O Thiaguinho que foi pra outro mercado, infelizmente (pra nós). Gente mais nova ainda que é revelação do nosso mercado, como o Thiago Motta da KMS e o Lucaz Mathias — que tem até uma pegada autoral em alguns trabalhos (o considero, antes de tudo, mais artista gráfico do que publicitário). E tem o meu assistente que não vou falar o nome pra não me roubarem, rs. Isso pra citar alguns.
Agora, um conselho pros novos é: tenham bagagem cultural, assistam a filmes, leiam bastante, de tudo, e vivam bastante, fora da agência. Nem preciso dizer que, em termos musicais, você tem que conhecer de Abba a Zappa.
Algumas tendências, quando chegam até nós, já estão fora de moda. Então usar barba, gorro e camisa de lenhador não faz de você uma pessoa criativa. Tenha conteúdo.