Ele é um dos nomes mais representativos da propaganda brasileira ainda em atividade. Ele é respeitado e admirado por quem entende e gosta de boa propaganda. Ele teve apenas 20 minutos para falar. E foi suficiente.
Ruy Lindenberg deu um show em sua rápida fala de 20 minutos na edição deste ano do Festup (Festival Universitário de Propaganda, promovido pela APP). Ruy participou de um dos SpeedUps, painéis em que três palestrantes se revezam em dois auditórios fazendo rápidas palestras de 20 minutos. Bem interessante!
Ruy Lindenberg
Ele destacou quatro sugestões para quem quer trilhar um bom caminho no mercado de comunicação. Vamos a elas:
Primeira sugestão:
“Eu vejo pessoas muito apaixonadas pelo sucesso mas pouco apaixonadas pelo ofício.Sem esta paixão, sem este amor,dificilmente vocês vão fazer algum trabalho que preste.”
Segunda sugestão:
“Descobrir o presente é mais urgente do que prever o futuro.”
Terceira sugestão:
“Tentem aprender com os erros dos outros.”
Quarta sugestão:
“Cuidado: vivemos a época da relevância da irrelevância.”
E deixou um sabor de quero mais ao exibir um curto trecho de um vídeo de Amir Kassai, diretor mundial de criação da DDB. Deixo aqui o link do vídeo completo:
Coisinhas importantes que vi, ouvi e li no 27° Fest’up
Neste último fim de semana fui, com um grupo de cerca de 40 alunos da Comunicação Social da Unitau, participar de mais uma edição do Fest’up (Festival Universitário de Propaganda) promovido pela APP.
A edição deste ano foi muito bem organizada e contou com ótimos temas e palestrantes. Vou passar alguns pontos que considerei bacanas de alguns dos palestrantes que acompanhei. Vamos lá:
Construíndo significados
Comecei assistindo ao Márcio Oliveira, da LewLara/TBWA. Boa escolha.
Márcio falou sobre disruption, o ponto de ruptura para construir bons posicionamentos de comunicação. Apresentou o case de Gatorade que, durante a Copa do Mundo do Brasil, desenvolveu uma fórmula exclusiva da bebida para cada jogador da seleção brasileira a partir dos testes que a equipe médica e de preparação física realizou nos jogadores.
Marcio Oliveira
Apresentou dois conceitos interessantes. O primeiro foi o de disruption live, a quebra da convenção em tempo real. E falou que isso se aproxima muito do jornalismo: pautas são feitas em torno de assuntos que interessam e se relacionam com as marcas. O segundo foi o da geração Agoracêntrica, os jovens que querem tudo rápido e customizado, on demand.
E afirmou que as marcas devem ajudar a construir significados, estabelecer pontos de vista e valor.
Marcas são pontes
Fui acompanhar a palestra da Regina Augusto por dois motivos: sempre fui fã absoluto dela nos tempos de Meio&Mensagem (ótimos editoriais) e também porque sua nova agência tem uma proposta nova e interessante.
A Gume (agência da Regina) tem foco em Relações Públicas, reputação e engajamento.
Regina Augusto da Gume
Ela falou sobre o mundo de conexões múltiplas e de extremos. Um mundo em que tudo é amplificado pelo poder de expressão fornecido pelas novas ferramentas de comunicação. E propôs alguns códigos para este novo mundo:
relevância;
colaboração;
experiência;
propósito;
transparência
Regina terminou dizendo que, ao trabalhar sua comunicação fortemente a partir destes códigos, uma marca deve servir como ponte entre os públicos e seus anseios e maneiras de ver o mundo.
Participar de modo natural da vida das pessoas
Outra palestra que vou destacar aqui é a do Sérgio Prandini da Grey. Homem de atendimento por excelência, Sérgio deu um show de fluidez e naturalidade em sua apresentação. mas mostrou mais.
Mostrou que a efemeridade da comunicação e de seus meios é um dos grandes desafios do momento atual. Temos (marcas e agências) que estar atentos às mudanças e ter capacidade de rápida adaptação. E que a partir de muita análise e compreensão devemos (profissionais de comunicação)estabelecer o modo mais orgânico de participar da vida do consumidor.
Sérgio Prandini em sua palestra no 27° Festup
Sérgio disse algo que acho fundamental: o papel importantíssimo do CONHECIMENTO e da EXPERIÊNCIA como base para que se possa entender e propor soluções de comunicação e de negócios. E disse aos alunos: é fundamental estudar muito e sempre.
Buscando pessoas e resultados
Não conhecia a Heloisa Lima, da BFerraz. Arrisquei ao escolher essa palestra. E me dei muito bem. Além de divertida, bem humorada e falando no tom certo para sua audiência (estudantes), a Heloisa mostrou sacar tudo de mídias digitais e estratégia.
Uma das coisas muito bacanas que ela disse (entre tantas outras) foi: “no digital quando você está começando a se sentir em casa alguma coisa muda.” E aí você deve aprender novamente. E rápido.
Heloisa Lima palestrando no 27° Festup
Aplaudo o momento da palestra em que ela lembrou enfaticamente que não podemos esquecer de onde viemos. Destacou os grande nomes da propaganda brasileira e também as grandes agências. Mostrou que não há inovação e modernidade sem entender a história e a base da atividade publicitária. Merece toneladas de aplausos!!!
Heloisa disse que o trabalho de mídia, seja digital ou não, deve buscar por pessoas e resultados. E que para comprar mídia bem é só planejar melhor ainda. Trouxe também o conceito de Avaliação de Journey (jornada do consumidor) e explicou muito sucintamente Mídia Programática.
Show de bola, Heloisa!
Além destes que destaquei com mais detalhes aqui, vale também citar alguns outros palestrantes que acompanhei e que você, leitor do Publicitando, pode pesquisar e conhecer melhor: Leonardo Macias (DM9DDB), Ricardo Al Makul (KES), Flávio Ferrari (Ipsos), Márcio Beauclair (Africa), Romolo Megda (Babel Publicidade), Regina Bittar (Clube da Voz), Ruy Lindenberg e Luis Lui (Salve).