Os principais desafios do marketing na era digital

Por Josué Brazil

Chegamos a um momento em que o mundo inteiro está digital ou digitalizado. Tudo o que fazemos está em parte ou totalmente mediado ou suportado pelo digital. E o marketing não ficou de fora disso, é claro.

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Chegamos ao ponto em que o marketing tem que fazer frente às demandas de um mundo 100% digital.

O marketing na era digital enfrenta desafios complexos e um cenário em constante evolução, refletindo o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas e a transformação no comportamento dos consumidores.

Tentamos aqui listar e explicar alguns destes principais desafios do marketing digital. Vamos a eles!

1. Sobrecarga de informação e ruído
Hoje, o excesso de informações disponíveis na internet faz com que os consumidores se tornem mais seletivos e dispersos. São bombardeados por uma quantidade enorme de anúncios, postagens e conteúdos, o que torna difícil para as marcas se destacarem. Para capturar a atenção de forma eficiente, é essencial que as empresas criem conteúdo autêntico, relevante e pessoal

2. Personalização em escala
Outro grande desafio é a necessidade de personalizar o conteúdo e a comunicação com o cliente, adaptando-se às suas preferências e necessidades individuais. Isso exige um uso inteligente de dados para entender o comportamento e os interesses dos consumidores. No entanto, esta recolha de dados deve ser feita de forma ética e segura, respeitando as leis de privacidade, o que é outro obstáculo no caminho da personalização.

3. Adaptação às mudanças em plataformas e algoritmos
As plataformas digitais, como redes sociais e motores de busca, estão sempre mudando seus algoritmos e políticas, o que impacta a visibilidade e o alcance das campanhas. As empresas precisam se manter atualizadas e flexíveis para ajustar suas estratégias com rapidez, adaptando-se aos novos formatos, funcionalidades e regras que surgem constantes

4. Experiência do cliente omnicanal
Com a multiplicidade de canais de comunicação — redes sociais, e-mail, sites, aplicativos, etc. — os consumidores esperam uma experiência integrada, ou seja, poder transitar entre diferentes plataformas e pontos de contato sem inconvenientes. Esse desafio exige que as marcas ofereçam uma experiência coesa e sincronizada, independente de onde o cliente esteja interagindo com o

5. Uso ético e proteção de dados
Com o aumento da coleta e do uso de dados pessoais, cresce também a preocupação dos consumidores com sua privacidade e segurança. Leis como a LGPD no Brasil e o GDPR na União Europeia pressionam as empresas a serem mais transparentes e cuidadosas com os dados dos usuários. Assim, o marketing digital precisa equilibrar o uso de dados para personalização com o respeito à privacidade do consumidor, mantendo a confiança e a atualização da

6. Acompanhamento de resultados e ROI (Retorno sobre Investimento)
Medir o retorno sobre o investimento no ambiente digital é um desafio constante. Com tantas estatísticas disponíveis, pode ser difícil identificar o que realmente indica o sucesso das estratégias. Além disso, os impactos do marketing digital podem ser difusos e se manifestar no longo prazo, o que dificulta a análise imediata dos resultados

Um ambiente multifacetado

Esses mostram que o marketing digital é um campo dinâmico e multifacetado, que exige das empresas um olhar atento às tendências, flexibilidade e uma abordagem centrada no cliente. Manter-se atualizado e investir em tecnologia, análise de dados e capacitação são alguns dos caminhos para enfrentar essas dificuldades.

Artigo trata do funcionamento dos algoritmos nas redes sociais

Como funcionam os algoritmos das redes sociais?

*por Maria Carolina Avis

Depois do lançamento do documentário “O Dilema das Redes” no Netflix, muitas pessoas tentam entender como os algoritmos das redes sociais funcionam e, principalmente, se o conteúdo pode de certa forma, manipular os usuários. O documentário relata experiências de ex-colaboradores de empresas como Facebook, Google, Pinterest, Twitter e YouTube, mostrando que a principal forma de operação dessas empresas é com a captação de dados e monitoramento das atividades dos usuários.

O que acontece é que as redes sociais funcionam com base em algoritmos de relevância, ou seja, algoritmos programados para mostrar com prioridade o que é mais relevante naquele momento. Isso porque, de acordo com Brian Boland, vice-presidente de Tecnologia de Publicidade do Facebook, existem, em média, 1.500 histórias que poderiam aparecer no feed, cada vez que uma pessoa se conecta. O que cada um vê no momento em que entra na rede é personalizado de acordo com a relevância do conteúdo e daquela página específica.

Mas o que são os tais algoritmos? De acordo com o dicionário Aurélio, “algoritmo é um conjunto de regras e operações bem definidas e ordenadas, destinadas à solução de um problema”.

Segundo o Instagram, o alcance orgânico é de 100%, ou seja, se o usuário rodar o feed até o fim, ele verá todas as publicações, então para os criadores de conteúdo, a chance da publicação chegar a todos seus seguidores é de 100%, na teoria. Na prática, o alcance orgânico não chega nem perto da média de 10%. É claro que para que o conteúdo alcance mais seguidores, ele precisa ser altamente interessante, já que os critérios do algoritmo são de qualidade.

As redes sociais não abrem como funcionam os algoritmos, portanto o que se sabe foi percebido em testes e experimentos práticos, visando entender a operação dessa inteligência artificial. Mas o que dá para saber sobre seu funcionamento é que são baseados em relacionamento, temporalidade e engajamento.

Relacionamento: você já percebeu que quando abre alguma rede social, vê com prioridade as postagens dos perfis que você se relaciona mais? Isso inclui: fotos com marcações, check-ins nos mesmos lugares, curtir a publicação um do outro, compartilhar a publicação um do outro, comentar nas publicações, responder inbox, passar certo tempo assistindo vídeos ou stories, clicar no “ler mais” para ver toda a legenda, marcar nos comentários, e até mesmo a velocidade com que se assistem os conteúdos; se a pessoa postar agora e eu abrir agora seu conteúdo, significa que tenho interesse naquela página. Se a pessoa postar uma sequência de 10 vídeos no stories e você assistir aos 10 sem pular, significa para o algoritmo, que você que tem interesse naquele conteúdo. Mas não é um desses fatores isolados que determina a ordem dos resultados, mas a junção de vários deles.

Temporalidade: apesar de as redes sociais não disponibilizarem as publicações por ordem cronológica, o tempo de uma publicação ainda é levado em consideração. Em geral, após 7 dias as publicações tendem a perder vez, e as mais recentes são mostradas com prioridade. É claro que cada rede social tem sua programação de relevância. No LinkedIn, por exemplo, uma publicação pode durar meses rodando no feed, já que existem poucos usuários produzindo conteúdo e a maioria apenas consome conteúdo, então o feed é, geralmente, menos disputado. Uma ótima oportunidade para gerar conteúdo relevante e alcançar uma boa base de pessoas.

Engajamento: é medido pelas curtidas, comentários, reações, compartilhamentos, envio da publicação via DM (mensagem direta no Instagram, quando você envia uma publicação para um amigo pelo bate-papo) e publicações salvas. O algoritmo calcula a taxa de engajamento das publicações para priorizá-las, então é natural que publicações com bastante engajamento apareçam com prioridade no feed, para dar maior visibilidade.

No LinkedIn, funciona diferente, na principal rede social profissional do mundo, para que uma publicação tenha boa posição no feed, ela precisa ter um conteúdo muito bom. Assim que a publicação é feita, os algoritmos analisam o conteúdo para classificá-lo, e se for spam ou conteúdo copiado, não terá bom alcance, ou podem até ser tirados do ar. O conteúdo é analisado pelo engajamento. As postagens com maior engajamento têm prioridade no feed. Quando um conteúdo viraliza, a postagem tem ainda mais chance de ficar no topo do feed, já que concentra muitos likes e comentários. Além disso, o LinkedIn analisa quais os temas mais relevantes para cada usuário e prioriza postagens sobre este tema.

Como mostrado no documentário, existe sim a especulação de que as grandes empresas de tecnologia manipulam as informações que recebemos, para fazer com que tenhamos preferências específicas. Em 2012, o Facebook financiou um experimento em que milhares de usuários tiveram seu feed manipulado, para analisar seu “contágio emocional”. Foi um estudo em conjunto com pesquisadores e universidades, em que o algoritmo do feed de mais de 600 mil usuários foi manipulado com conteúdos que manipulavam seus sentimentos. O objetivo era compreender se mensagens animadoras ou depressivas apresentadas aos usuários poderiam influenciar no emocional, refletidos em seus status. O estudo “contágio emocional em larga escala”, realmente constatou que as pessoas que foram expostas ao experimento reagiram atualizando seus status de acordo com o conteúdo que viram em seus feeds. Como essa pesquisa foi financiada pelo próprio Facebook, reforça que sim, podemos ser manipulados pelos algoritmos de relevância. E igualmente, uma empresa pode ter sua performance prejudicada, ou melhorada, pelos critérios de qualidade.

*Maria Carolina Avis é professora do curso de Marketing Digital do Centro Universitário Internacional Uninter

Fonte: Página 1 Comunicação – Lola Dias

Startups transformam mercado de comunicação e marketing

Mais de 6.200 martechs nasceram no mundo em 2018 e Brasil também vive “boom”

A nova era pós-industrial proporciona uma transformação na forma como as empresas usam a tecnologia para otimizar serviços e, ao mesmo tempo, se tornam acessíveis a pequenos e médios negócios. Surgem daí as “techs”, que nada mais são do que startups que estão mudando a realidade de vários segmentos. Na comunicação e marketing não poderia ser diferente e as chamadas martechs começam a tomar conta do mercado.

O termo pode parecer estranho e pouco conhecido, mas já é uma realidade em um setor que já sofre enorme desestruturação com o avanço da internet. De acordo com estudo do Chief Marketing Technology Blog, mais de 6.200 martechs surgiram em 2018, valor equivalente ao registrado entre 2011 e 2016.

Todas elas têm em comum o fato de utilizarem ferramentas digitais para melhorarem sua performance, como big data, inteligência artificial, análise de métricas digitais, algoritmos, microtargeting, geolocalização, entre outras.

“Boom” de martechs no Brasil

O Brasil também mergulha nessa onda, com novas empresas surgindo em diversas categorias da comunicação e do marketing. É o caso da StartHub Press, startup de São Paulo que está revolucionando o mercado de assessoria de imprensa com serviço de alto impacto, garantia de publicações e baixo preço, como principal target as pequenas e médias empresas. “A internet impactou diretamente o tradicional modelo de comunicação, quando tudo estava ancorado em grandes companhias de jornais, rádios e TVS. O que vemos agora é uma fragmentação generalizada, o que também desestruturou o negócio das assessorias de imprensa”, diz Luiz Fernando Moraes, um dos fundadores da StartHub Press.

Moraes ainda complementa que esse é um cenário transformador. “A atividade não vai acabar, mas é preciso que se encontre alternativas que atendam às demandas corporativas e estejam alinhadas à nova realidade”, afirma. O novo modelo da StartHub Press vem chamando atenção. A empresa é indicada como finalista na categoria Startup do Ano (2019), do Prêmio da ABCOMM – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, que reúne associados como Magazine Luiza, Hering, TriFil, ComSchool, entre outros.

O marketing de influência também é outra área que ganha notoriedade com a incorporação de novas tecnologias. Para Ségio Tristão, CEO da First 4 Digital é necessário incorporar tecnologias ao processo de trabalho. “Essas ferramentas possibilitam a modernização da empresa, melhoria no atendimento e sistema de informações, controle e gerenciamento capazes de gerar menores custos. O grande diferencial das martechs é otimizar os resultados e custos do cliente, e a possibilidade de um novo modelo de negócios”, explica Sérgio.

A cidade de São Paulo concentra cerca de 42% das martechs brasileiras, de acordo com levantamento da Liga Ventures, mais outros centros também despontam como hubs dessas startups, como Florianópolis, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Campinas, São José dos Campos, Recife, Londrina e Goiânia.

Fonte: Cunha Vaz Brasil

O futuro já chegou

Nosso futuro com robôs inteligentes já começou. E isso é ótimo!

por Luiz Alexandre Castanha*

Há pouco tempo, vi um vídeo do Will Smith tentando flertar com a robô Sophia. Eles estavam nas Ilhas Cayman, com uma paisagem fantástica, digna de filme de Hollywood. Will serviu espumante, disse algumas frases românticas, olhou nos olhos dela e tentou um beijo. O resultado? Sophia ficou olhando para ele com uma feição desconcertada e ofereceu para, no máximo, incluí-lo na lista de amigos dela. Will Smith acabou na friendzone de um robô.

Para quem não conhece, a Sophia é um robô desenvolvido pela empresa Hanson Robotics. Com mais de 62 expressões faciais, ela é apontada atualmente como a andróide de inteligência artificial mais avançada do mundo. Em outubro de 2017, Sophia fez história sendo apresentada para a Organização das Nações Unidas e, no dia 25 de outubro, recebeu a cidadania da Arábia Saudita, tornando-se o primeiro robô a ter uma nacionalidade. Além disso, Sophia apareceu em diversos sites e programas de TV e virou, inclusive, capa de uma famosa revista de moda brasileira.

Luiz Alexandre Castanha, diretor geral da Telefônica Educação Digital

Desde que assisti ao vídeo dela com o Will Smith, fiquei perturbado. Ou melhor, inquieto. Uma coisa é você assistir “Blade Runner – O Caçador de Andróides”, ou ver o próprio “Eu, Robô” do Will Smith. Você está confortavelmente sentado no seu sofá e pensa: “Bom, é só um filme. Pura ficção!”. Mas ao ver Sophia enfrentando uma plateia, participando de debates e comprovadamente aprendendo a cada interação… Bom, isso é um pouco desconcertante.

Por um lado, você já começa a pensar em como os robôs realmente vão dominar o mundo do trabalho, já que trabalham 24 horas, sete dias por semana sem necessidade de descanso, estão sempre de bom humor, não ficam doentes, etc. Mas eu, pessoalmente, prefiro olhar esse novo mundo pelo lado positivo. Um bom exemplo é o fato dos algoritmos e robôs já serem capazes de identificar e tratar diversos tipos de câncer, com habilidades que seriam impossíveis para um grupo de médicos humanos.

Hoje mesmo, quase sem perceber, usei os serviços de vários bots e seus algoritmos. O primeiro me recomendou um livro e um tênis esportivo. De fato, estou precisando mesmo me exercitar… Depois, eu precisava fazer uma visita, então utilizei um serviço de táxi que usou um algoritmo para localizar o motorista mais próximo e outro algoritmo para conseguir traçar a rota mais rápida para o destino. Mal comecei meu dia e mais de cinco algoritmos já foram utilizados ativamente. Fora os que nos monitoram e nós nem ficamos sabendo…

Novas tecnologias e a Educação

Na educação, também vejo com bons olhos a participação de bots, algoritmos e as outras novas tecnologias. A Inteligência Artificial e os robôs vão revolucionar desde a alfabetização básica até o ensino superior, sem esquecer, é claro, da educação corporativa.

Imagine se cada um de nós tiver um robô que possa ajudar a conduzir os estudos? Em um piscar de olhos, ele poderia apresentar pesquisas, calcular probabilidades, montar protótipos, cruzar dados, etc. São muitas possibilidades! As experiências de aprendizagem serão, com certeza, muito mais enriquecedoras e divertidas no futuro.

Antigamente, os robôs eram valorizados porque podiam fazer um trabalho pesado muito melhor e mais rápido do que um ser humano. A grande diferença é que hoje esses mesmos robôs podem aprender a pensar cada vez mais como um humano, aprendendo a tomar as melhores decisões e transformando nosso bom e velho “feeling” em dados reais e tangíveis.

Certamente teremos muitas questões a serem debatidas, como qual o limite da utilização de um robô e suas questões éticas. Para que criaremos um robô: para a paz ou para a guerra? E os robôs autônomos, quem seria o responsável em caso de acidentes? Mas apesar de tudo isso, é fato que também viveremos um tempo muito interessante.

Ainda estamos engatinhando. A Sophia, que é o exemplar mais avançado de robôs autônomos, não entendeu quando Will Smith esticou o braço e lhe ofereceu uma taça de espumante. Ela provavelmente não se deu conta daquele gesto, culturalmente tão natural para um ser humano. Mesmo com toda a tecnologia, ela ainda não sabe diferenciar o sabor de uma pizza napolitana ao uma de quatro queijos. Mas acredito que tudo está no caminho para o bem, pelo menos é o que eu espero.

E você: já imaginou para que você gostaria de ter o seu próprio robô ou assistente pessoal? Muito em breve eles estarão caminhando entre nós, provavelmente passando despercebidos.

Agora vou para casa para treinar meu robot.

* Luiz Alexandre Castanha é diretor geral da Telefônica Educação Digital – Brasil e especialista em Gestão de Conhecimento e Tecnologias Educacionais. Mais informações você pode obter aqui

Fonte: Conecte – Eliane Tanaka