Coluna Propaganda&Arte

IA: O prompt final da humanidade?

Por R. Guerra Cruz

Imagem gerada pela IA DALL-E.

Este não é só mais um texto sobre IA.

A Inteligência Artificial já foi novidade, já foi tendência e, agora, é parte do nosso cotidiano. Algo que vai além da produtividade e dos impactos econômicos.

Ela muda a forma como criamos, sentimos e interagimos.
Redesenha o olhar do artista, redefine a percepção do consumidor e, no fim das contas, nos faz questionar quem somos e para onde vamos.

A Jornada do Artista: Criatividade ou Simulação?

A arte sempre foi uma forma de expressão do inconsciente humano, uma ponte entre a emoção e a materialização do pensamento.

Mas o que acontece quando a criatividade passa a ser compartilhada ou até substituída por uma máquina?

Carl Jung via a arte como uma manifestação do inconsciente coletivo, enquanto Marshall McLuhan afirmava que “o meio é a mensagem” – e agora, a IA se torna o próprio meio, transformando a forma como a arte é criada e recebida.

Quando um algoritmo gera pinturas, músicas e poemas, onde fica a essência da intuição humana?

Será que a IA apenas reflete um espelho da criatividade ou está, de fato, assumindo o papel do criador?

A jornada do artista, antes solitária e íntima, se torna uma negociação constante com a tecnologia em prompts.

A Jornada do Consumidor: Desejo ou Programação?

A publicidade sempre teve um papel fundamental na maneira como percebemos e desejamos produtos e experiências. Mas se antes os desejos eram forjados por narrativas persuasivas, agora a IA os antecipa e os molda antes mesmo de tomarmos consciência deles.

Com algoritmos que analisam padrões de comportamento e preferências individuais, a experiência de consumo deixa de ser uma escolha para se tornar uma resposta automática a estímulos preditivos.

Antonio Damasio sugere que nossas decisões são guiadas por emoções e experiências passadas, mas e quando a IA conhece essas emoções melhor do que nós mesmos?

O livre-arbítrio se torna uma ilusão em um cenário onde cada clique é previsto e direcionado antes mesmo de ocorrer. Assim, a relação entre desejo e decisão se desfaz, e o consumidor, antes protagonista, se torna um reflexo das recomendações algorítmicas.

O que resta do ato de escolha quando a própria experiência do desejo é mediada por inteligências artificiais?

A Jornada da Humanidade: Existência ou Simulação?

Se a arte e o consumo já estão sendo impactados, a grande questão final é: como a IA redefine a própria existência humana?

Jean Baudrillard argumentava que vivemos em uma era de simulações, onde a realidade se confunde com suas representações.

A IA amplifica essa crise existencial ao criar versões alternativas da realidade – deepfakes, realidades sintéticas, interações com seres artificiais que simulam empatia e consciência.

Em um mundo onde o real e o artificial se sobrepõem, o que significa ser humano?

A IA nos obriga a confrontar a essência do que somos.

Se criamos a tecnologia à nossa imagem e semelhança, estaremos inevitavelmente caminhando para um futuro onde a própria humanidade se dissolve na lógica do algoritmo?

Como garantir que ainda sejamos os agentes da nossa própria história e não meros espectadores de um mundo gerido por inteligências não-humanas?

No fim, a IA pode ser um espelho de quem somos ou um prenúncio do que podemos nos tornar. O futuro não será apenas moldado pela IA, mas pela maneira como escolhemos interagir com ela.

Se nos rendemos à conveniência algorítmica sem reflexão, corremos o risco de perder a essência do que significa ser humano.

Mas se usarmos essa tecnologia como um catalisador para uma consciência mais profunda sobre nossa própria existência, poderemos transformar esse futuro em algo mais do que uma simulação.

Os principais desafios do marketing na era digital

Por Josué Brazil

Chegamos a um momento em que o mundo inteiro está digital ou digitalizado. Tudo o que fazemos está em parte ou totalmente mediado ou suportado pelo digital. E o marketing não ficou de fora disso, é claro.

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Chegamos ao ponto em que o marketing tem que fazer frente às demandas de um mundo 100% digital.

O marketing na era digital enfrenta desafios complexos e um cenário em constante evolução, refletindo o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas e a transformação no comportamento dos consumidores.

Tentamos aqui listar e explicar alguns destes principais desafios do marketing digital. Vamos a eles!

1. Sobrecarga de informação e ruído
Hoje, o excesso de informações disponíveis na internet faz com que os consumidores se tornem mais seletivos e dispersos. São bombardeados por uma quantidade enorme de anúncios, postagens e conteúdos, o que torna difícil para as marcas se destacarem. Para capturar a atenção de forma eficiente, é essencial que as empresas criem conteúdo autêntico, relevante e pessoal

2. Personalização em escala
Outro grande desafio é a necessidade de personalizar o conteúdo e a comunicação com o cliente, adaptando-se às suas preferências e necessidades individuais. Isso exige um uso inteligente de dados para entender o comportamento e os interesses dos consumidores. No entanto, esta recolha de dados deve ser feita de forma ética e segura, respeitando as leis de privacidade, o que é outro obstáculo no caminho da personalização.

3. Adaptação às mudanças em plataformas e algoritmos
As plataformas digitais, como redes sociais e motores de busca, estão sempre mudando seus algoritmos e políticas, o que impacta a visibilidade e o alcance das campanhas. As empresas precisam se manter atualizadas e flexíveis para ajustar suas estratégias com rapidez, adaptando-se aos novos formatos, funcionalidades e regras que surgem constantes

4. Experiência do cliente omnicanal
Com a multiplicidade de canais de comunicação — redes sociais, e-mail, sites, aplicativos, etc. — os consumidores esperam uma experiência integrada, ou seja, poder transitar entre diferentes plataformas e pontos de contato sem inconvenientes. Esse desafio exige que as marcas ofereçam uma experiência coesa e sincronizada, independente de onde o cliente esteja interagindo com o

5. Uso ético e proteção de dados
Com o aumento da coleta e do uso de dados pessoais, cresce também a preocupação dos consumidores com sua privacidade e segurança. Leis como a LGPD no Brasil e o GDPR na União Europeia pressionam as empresas a serem mais transparentes e cuidadosas com os dados dos usuários. Assim, o marketing digital precisa equilibrar o uso de dados para personalização com o respeito à privacidade do consumidor, mantendo a confiança e a atualização da

6. Acompanhamento de resultados e ROI (Retorno sobre Investimento)
Medir o retorno sobre o investimento no ambiente digital é um desafio constante. Com tantas estatísticas disponíveis, pode ser difícil identificar o que realmente indica o sucesso das estratégias. Além disso, os impactos do marketing digital podem ser difusos e se manifestar no longo prazo, o que dificulta a análise imediata dos resultados

Um ambiente multifacetado

Esses mostram que o marketing digital é um campo dinâmico e multifacetado, que exige das empresas um olhar atento às tendências, flexibilidade e uma abordagem centrada no cliente. Manter-se atualizado e investir em tecnologia, análise de dados e capacitação são alguns dos caminhos para enfrentar essas dificuldades.

Artigo trata do funcionamento dos algoritmos nas redes sociais

Como funcionam os algoritmos das redes sociais?

*por Maria Carolina Avis

Depois do lançamento do documentário “O Dilema das Redes” no Netflix, muitas pessoas tentam entender como os algoritmos das redes sociais funcionam e, principalmente, se o conteúdo pode de certa forma, manipular os usuários. O documentário relata experiências de ex-colaboradores de empresas como Facebook, Google, Pinterest, Twitter e YouTube, mostrando que a principal forma de operação dessas empresas é com a captação de dados e monitoramento das atividades dos usuários.

O que acontece é que as redes sociais funcionam com base em algoritmos de relevância, ou seja, algoritmos programados para mostrar com prioridade o que é mais relevante naquele momento. Isso porque, de acordo com Brian Boland, vice-presidente de Tecnologia de Publicidade do Facebook, existem, em média, 1.500 histórias que poderiam aparecer no feed, cada vez que uma pessoa se conecta. O que cada um vê no momento em que entra na rede é personalizado de acordo com a relevância do conteúdo e daquela página específica.

Mas o que são os tais algoritmos? De acordo com o dicionário Aurélio, “algoritmo é um conjunto de regras e operações bem definidas e ordenadas, destinadas à solução de um problema”.

Segundo o Instagram, o alcance orgânico é de 100%, ou seja, se o usuário rodar o feed até o fim, ele verá todas as publicações, então para os criadores de conteúdo, a chance da publicação chegar a todos seus seguidores é de 100%, na teoria. Na prática, o alcance orgânico não chega nem perto da média de 10%. É claro que para que o conteúdo alcance mais seguidores, ele precisa ser altamente interessante, já que os critérios do algoritmo são de qualidade.

As redes sociais não abrem como funcionam os algoritmos, portanto o que se sabe foi percebido em testes e experimentos práticos, visando entender a operação dessa inteligência artificial. Mas o que dá para saber sobre seu funcionamento é que são baseados em relacionamento, temporalidade e engajamento.

Relacionamento: você já percebeu que quando abre alguma rede social, vê com prioridade as postagens dos perfis que você se relaciona mais? Isso inclui: fotos com marcações, check-ins nos mesmos lugares, curtir a publicação um do outro, compartilhar a publicação um do outro, comentar nas publicações, responder inbox, passar certo tempo assistindo vídeos ou stories, clicar no “ler mais” para ver toda a legenda, marcar nos comentários, e até mesmo a velocidade com que se assistem os conteúdos; se a pessoa postar agora e eu abrir agora seu conteúdo, significa que tenho interesse naquela página. Se a pessoa postar uma sequência de 10 vídeos no stories e você assistir aos 10 sem pular, significa para o algoritmo, que você que tem interesse naquele conteúdo. Mas não é um desses fatores isolados que determina a ordem dos resultados, mas a junção de vários deles.

Temporalidade: apesar de as redes sociais não disponibilizarem as publicações por ordem cronológica, o tempo de uma publicação ainda é levado em consideração. Em geral, após 7 dias as publicações tendem a perder vez, e as mais recentes são mostradas com prioridade. É claro que cada rede social tem sua programação de relevância. No LinkedIn, por exemplo, uma publicação pode durar meses rodando no feed, já que existem poucos usuários produzindo conteúdo e a maioria apenas consome conteúdo, então o feed é, geralmente, menos disputado. Uma ótima oportunidade para gerar conteúdo relevante e alcançar uma boa base de pessoas.

Engajamento: é medido pelas curtidas, comentários, reações, compartilhamentos, envio da publicação via DM (mensagem direta no Instagram, quando você envia uma publicação para um amigo pelo bate-papo) e publicações salvas. O algoritmo calcula a taxa de engajamento das publicações para priorizá-las, então é natural que publicações com bastante engajamento apareçam com prioridade no feed, para dar maior visibilidade.

No LinkedIn, funciona diferente, na principal rede social profissional do mundo, para que uma publicação tenha boa posição no feed, ela precisa ter um conteúdo muito bom. Assim que a publicação é feita, os algoritmos analisam o conteúdo para classificá-lo, e se for spam ou conteúdo copiado, não terá bom alcance, ou podem até ser tirados do ar. O conteúdo é analisado pelo engajamento. As postagens com maior engajamento têm prioridade no feed. Quando um conteúdo viraliza, a postagem tem ainda mais chance de ficar no topo do feed, já que concentra muitos likes e comentários. Além disso, o LinkedIn analisa quais os temas mais relevantes para cada usuário e prioriza postagens sobre este tema.

Como mostrado no documentário, existe sim a especulação de que as grandes empresas de tecnologia manipulam as informações que recebemos, para fazer com que tenhamos preferências específicas. Em 2012, o Facebook financiou um experimento em que milhares de usuários tiveram seu feed manipulado, para analisar seu “contágio emocional”. Foi um estudo em conjunto com pesquisadores e universidades, em que o algoritmo do feed de mais de 600 mil usuários foi manipulado com conteúdos que manipulavam seus sentimentos. O objetivo era compreender se mensagens animadoras ou depressivas apresentadas aos usuários poderiam influenciar no emocional, refletidos em seus status. O estudo “contágio emocional em larga escala”, realmente constatou que as pessoas que foram expostas ao experimento reagiram atualizando seus status de acordo com o conteúdo que viram em seus feeds. Como essa pesquisa foi financiada pelo próprio Facebook, reforça que sim, podemos ser manipulados pelos algoritmos de relevância. E igualmente, uma empresa pode ter sua performance prejudicada, ou melhorada, pelos critérios de qualidade.

*Maria Carolina Avis é professora do curso de Marketing Digital do Centro Universitário Internacional Uninter

Fonte: Página 1 Comunicação – Lola Dias

Startups transformam mercado de comunicação e marketing

Mais de 6.200 martechs nasceram no mundo em 2018 e Brasil também vive “boom”

A nova era pós-industrial proporciona uma transformação na forma como as empresas usam a tecnologia para otimizar serviços e, ao mesmo tempo, se tornam acessíveis a pequenos e médios negócios. Surgem daí as “techs”, que nada mais são do que startups que estão mudando a realidade de vários segmentos. Na comunicação e marketing não poderia ser diferente e as chamadas martechs começam a tomar conta do mercado.

O termo pode parecer estranho e pouco conhecido, mas já é uma realidade em um setor que já sofre enorme desestruturação com o avanço da internet. De acordo com estudo do Chief Marketing Technology Blog, mais de 6.200 martechs surgiram em 2018, valor equivalente ao registrado entre 2011 e 2016.

Todas elas têm em comum o fato de utilizarem ferramentas digitais para melhorarem sua performance, como big data, inteligência artificial, análise de métricas digitais, algoritmos, microtargeting, geolocalização, entre outras.

“Boom” de martechs no Brasil

O Brasil também mergulha nessa onda, com novas empresas surgindo em diversas categorias da comunicação e do marketing. É o caso da StartHub Press, startup de São Paulo que está revolucionando o mercado de assessoria de imprensa com serviço de alto impacto, garantia de publicações e baixo preço, como principal target as pequenas e médias empresas. “A internet impactou diretamente o tradicional modelo de comunicação, quando tudo estava ancorado em grandes companhias de jornais, rádios e TVS. O que vemos agora é uma fragmentação generalizada, o que também desestruturou o negócio das assessorias de imprensa”, diz Luiz Fernando Moraes, um dos fundadores da StartHub Press.

Moraes ainda complementa que esse é um cenário transformador. “A atividade não vai acabar, mas é preciso que se encontre alternativas que atendam às demandas corporativas e estejam alinhadas à nova realidade”, afirma. O novo modelo da StartHub Press vem chamando atenção. A empresa é indicada como finalista na categoria Startup do Ano (2019), do Prêmio da ABCOMM – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, que reúne associados como Magazine Luiza, Hering, TriFil, ComSchool, entre outros.

O marketing de influência também é outra área que ganha notoriedade com a incorporação de novas tecnologias. Para Ségio Tristão, CEO da First 4 Digital é necessário incorporar tecnologias ao processo de trabalho. “Essas ferramentas possibilitam a modernização da empresa, melhoria no atendimento e sistema de informações, controle e gerenciamento capazes de gerar menores custos. O grande diferencial das martechs é otimizar os resultados e custos do cliente, e a possibilidade de um novo modelo de negócios”, explica Sérgio.

A cidade de São Paulo concentra cerca de 42% das martechs brasileiras, de acordo com levantamento da Liga Ventures, mais outros centros também despontam como hubs dessas startups, como Florianópolis, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Campinas, São José dos Campos, Recife, Londrina e Goiânia.

Fonte: Cunha Vaz Brasil