Tendências de marketing para impulsionar as empresas em 2025

Especialista comenta as 10 tendências divulgadas pela Kantar no relatório “Marketing Trends 2025”

Em um cenário de transformações aceleradas, o marketing está cada vez mais moldado por inovações tecnológicas, mudanças no comportamento do consumidor e demandas sociais por responsabilidade e inclusão, sendo que a cada ano surgem novas oportunidades e desafios para empresas que desejam se destacar e consolidar suas marcas em um mercado altamente competitivo. Conforme o estudo Marketing Trends 2025, divulgado pela Kantar, o próximo ano não será diferente e as empresas precisarão ir além das estratégias tradicionais para conquistar a atenção e a lealdade de seus públicos.

Especialista em marketing e estratégia de negócios, Frederico Burlamaqui
Raphael Bernadelli

O especialista em marketing e estratégia de negócios, Frederico Burlamaqui, destaca que, para navegar nesse ambiente dinâmico, as empresas precisam ir além do básico e abraçar soluções inovadoras. “Não é apenas sobre adotar novas ferramentas ou tecnologias. O verdadeiro diferencial estará em como as marcas conseguem equilibrar o uso da tecnologia com a construção de conexões genuínas e duradouras com seus consumidores”, afirma Burlamaqui.

O mercado também demanda uma abordagem mais ética e inclusiva e, em 2025, empresas que souberem aliar seu crescimento à responsabilidade social e à experiência centrada no cliente vão se destacar. “A questão não é apenas se adaptar às tendências, mas compreender como essas mudanças podem ser aplicadas de maneira estratégica para criar valor para todas as partes envolvidas. Ao mesmo tempo, os consumidores estão mais exigentes, valorizando experiências autênticas, personalizadas e alinhadas aos seus valores, como sustentabilidade e inclusão”, comenta.

Principais tendências de marketing segundo o estudo Marketing Trends 2025 da Kantar:

1- Personalização avançada e IA Generativa

O marketing personalizado continuará sendo uma prioridade, mas agora com o poder da Inteligência Artificial (IA). Ferramentas de IA generativa, como chatbots avançados e plataformas de criação de conteúdo, permitirão campanhas mais dinâmicas e adaptadas às preferências individuais dos consumidores. Um exemplo disso são os e-mails que “se conversam” com o cliente, prevendo suas necessidades com base em dados históricos. “A personalização deixou de ser um luxo e tornou-se uma necessidade. Com a IA generativa, as empresas podem não apenas segmentar seu público, mas também criar interações mais humanas e envolventes, mesmo em escala”, afirma Burlamaqui.

2 – Conteúdo interativo e imersivo

A experiência do usuário será ainda mais fundamental. Tecnologias como Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR) estão ganhando espaço, permitindo que os consumidores interajam com produtos antes de comprá-los. Pense em um cliente testando virtualmente um sofá na sua sala via aplicativo, por exemplo.”A imersão é a nova fronteira do marketing. Marcas que conseguem oferecer experiências que combinam inovação tecnológica e relevância prática criam um vínculo emocional duradouro com seus consumidores”, explica o especialista.

3 – Marketing sustentável

A sustentabilidade deixou de ser um diferencial e tornou-se um requisito. Consumidores estão mais atentos à origem dos produtos e às práticas das marcas. Empresas que investirem em transparência, como cadeias de suprimentos rastreáveis e embalagens ecológicas, terão mais chances de conquistar a confiança e a fidelidade do público.”Ser sustentável é mais do que uma escolha ética, é um movimento estratégico. As marcas que liderarem essa transformação colherão os frutos de uma relação mais sólida com consumidores cada vez mais conscientes”, afirma Burlamaqui.

4 – Crescimento de plataformas de vídeo curto

O sucesso de plataformas como TikTok e Reels mostra que vídeos curtos e impactantes continuarão sendo uma das principais formas de engajamento. Marcas devem se concentrar em narrativas rápidas e criativas que comuniquem valores e benefícios de forma instantânea. “Vídeos curtos são o novo ‘outdoor digital’. Para se destacar, as marcas precisam ser autênticas e impactantes em poucos segundos. A criatividade aqui é um diferencial fundamental”, reforça o especialista.

5 – Comunidades online e microinfluenciadores

O consumidor busca conexão. Marcas que investirem na criação de comunidades autênticas, sejam grupos em redes sociais ou fóruns exclusivos, terão maior engajamento. Além disso, o uso de microinfluenciadores, que possuem públicos menores, mas mais engajados, será uma estratégia eficaz para criar confiança e impulsionar vendas. “Microinfluenciadores são o novo boca a boca. Eles têm credibilidade e proximidade com seus seguidores, tornando-os parceiros estratégicos para marcas que buscam conversões genuínas”, afirma Burlamaqui.

6 – Foco em experiências híbridas

Com o retorno das interações presenciais, as marcas precisam integrar o online e o offline de forma coesa. Um exemplo é o uso de QR codes em eventos físicos para oferecer conteúdos exclusivos ou descontos instantâneos. “A integração entre o físico e o digital cria experiências memoráveis. A capacidade de uma marca em transitar perfeitamente entre esses dois mundos será um diferencial competitivo em 2025”, explica o especialista.

7 – Crescimento das redes de mídia de varejo

As redes de mídia de grandes varejistas se consolidarão como um canal vital, permitindo que as marcas acessem dados de comportamento de compra direto e em tempo real, aprimorando as campanhas e aumentando o retorno sobre investimento (ROI). “As redes de mídia de varejo representam uma revolução silenciosa no marketing. Elas oferecem algo que antes era inacessível: um entendimento direto e imediato do comportamento do consumidor no momento da compra. As marcas que souberem integrar essas informações às suas estratégias ganharão vantagem competitiva significativa”, comenta Burlamaqui.

8 – Bem-estar digital do consumidor

Com o aumento da conscientização sobre saúde mental e digital, o público espera que as marcas ofereçam experiências menos invasivas e respeitem o bem-estar digital. Isso implica em anúncios mais sutis e uma redução de estratégias que induzem ao consumo de maneira exaustiva. “Estamos entrando na era do marketing responsável. O respeito ao bem-estar digital não é apenas uma questão ética, mas também estratégica. Consumidores valorizam marcas que equilibram seus interesses comerciais com práticas que respeitam seu espaço e sua saúde mental”, explica o especialista.

9 – Diversidade e inclusão

Diversidade e inclusão se mantêm como requisitos essenciais para marcas que desejam se conectar com consumidores de diferentes origens e contextos. A autenticidade e a representatividade das campanhas são fundamentais para conquistar a confiança do público. “A diversidade não pode ser apenas um tema publicitário; ela precisa estar no DNA da marca. As campanhas autênticas, que verdadeiramente refletem os valores de inclusão, criam conexões emocionais profundas e duradouras com o público”, afirma Burlamaqui.

10 – Protagonismo do cliente e cocriação

Marcas que envolvem consumidores no processo criativo fortalecem a lealdade, sendo a cocriação uma forma poderosa de engajar o público e transformar clientes em defensores da marca. “Em 2025, o grande desafio será unir tecnologia, propósito e inovação para criar campanhas memoráveis e fortalecer a presença no mercado. Não basta acompanhar tendências, é preciso saber aplicá-las com estratégia e consistência”, finaliza o especialista.

4 dicas para marcas e influenciadores criarem negócios juntos

Apostar em influenciadores nichados com o setor de atuação das empresas tem sido alternativa para marcas que querem se relacionar com seu cliente

O Brasil já é o sétimo mercado do mundo em marketing digital e movimentou algo perto de US$ 18 bilhões nessas plataformas no ano passado. Dentro desse universo, um setor que não para de crescer e vem conquistando marcas de todo o mundo é o do marketing de influência. As projeções para 2021 são de que esse mercado bata a casa dos R$10 bilhões.

Grandes marcas como Pedigree, Pizza Hut, Spoleto, Polishop, Coca-Cola entre outras, adotaram essa abordagem de marketing para promover os seus produtos e serviços, além de fidelizar e conscientizar o público para gerar ainda mais relevância e engajamento para a marca. A Menu – startup que conecta pequenos comerciantes a grandes distribuidores – apostou no marketing de influência dentro do seu nicho de atuação para criar campanha com influenciadores e nomes do empreendedorismo na área de food service. Entre eles, estão donos de restaurantes e participantes de realities de culinária, como o Mestre do Sabor e o MasterChef.  

Imagem de Gerd Altmann do Pixabay

Segundo Peter de Albuquerque, diretor de criação e branding da Menu, essa prática estabelece maior proximidade com os consumidores. “Nossos clientes são de uma cadeia muito segmentada, por isso escolhemos influenciadores a dedo, para dialogarem diretamente com o nosso consumidor final. Só para se ter uma ideia, durante sete semanas de campanha, notamos um crescimento significativo em todas as redes sociais da empresa. Conquistamos mais de 15 mil seguidores, aumentamos o engajamento, compreensão do produto e do nosso propósito por parte do público, além de termos gerado mais tráfego para o  nosso marketplace”,comenta. 

O especialista separou 4 dicas para orientar startups e empresas que desejam começar a usar esse tipo de estratégia, confira:

1: tenha em mente como funciona o trabalho do marketing de influência

No Brasil, 45% das pessoas afirmaram já ter comprado algum produto por indicação de suas personalidades favoritas. É importante entender como é o trabalho dos influenciadores e ter em mente que o ideal é que eles construam uma afinidade com os seguidores da sua marca. Não é apenas um merchan da empresa ou do produto, mas construir narrativas para uma aproximação que gere confiança, e consequentemente, vendas. 

2: escolha os parceiros com estratégia – e não apenas porque são famosos

Muita gente liga a palavra influenciador apenas às grandes celebridades da internet. No entanto, a verdade é que as empresas têm muitos tipos de parcerias que podem ser feitas. A dica principal está em encontrar alguém que faça sentido para a sua marca e isso deve ser feito por meio de um mapeamento dos influenciadores do seu segmento, quem são as pessoas que fazem a cabeça dos seus consumidores, quais os tipos de conteúdos que seus potenciais consumidores seguem, entre outras ações.

É preciso levar em conta qual é o objetivo da campanha de Marketing de Influência, além do tamanho da sua empresa e da sua verba. Os micro influenciadores podem ser mais úteis em uma campanha de marketing de influência B2B, por exemplo. No caso de uma venda mais complexa e com um ticket maior, um vídeo de um especialista testando seu produto ou uma celebridade indicando os diferenciais pode fazer mais sentido. 

3: seja criativo e divulgue sua campanha em múltiplos canais

Cada vez mais, as pessoas desejam mensagens reais e verdadeiras, portanto uma dica é ser criativo. Vale lembrar que uma estratégia de Marketing de Influência pode envolver apenas um influenciador, mas uma campanha de sucesso deve englobar múltiplos canais para aumentar o alcance da sua mensagem. Se pretende utilizar mais influenciadores, crie um diálogo entre suas comunicações, uma hashtag, e garanta que as ações não se tratem apenas de uma publicidade.

4: acredite e invista em novos protagonismos

Contar novas histórias e cotidianos é fundamental para trazer um tom singular à sua marca ou campanha. Além disso, essa postura contribui para a chegada de novos nomes ao mercado de influência.