Propaganda com dados: mais difícil que terminar uma partida de RPG
Quem viveu os anos 90 provavelmente já completou alguma ficha de RPG. Independente do estilo que você jogasse, D&D, AD&D ou Vampiro A Máscara, sempre tínhamos aquele momento aguardado de montar um perfil do nosso jogador. Me pego hoje em propaganda fazendo a mesma coisa, porém, tentando entender o perfil dos consumidores dos clientes. Será que vamos passar no próximo grande desafio dos dados e vencer esse jogo?
Marketing com dados (e muita sorte?)
Eu tenho ouvido dizer que estudar Marketing (entenda Marketing como estudo estratégico de mercado), é um jogo de acertos, erros, aprendizados e desaprendizados. Você já ouviu falar disso? Basicamente, esta premissa entende que quando falamos de compreender o mercado, suas dinâmicas e revoluções (como o da internet), nós testamos muitas coisas. Inclusive em comunicação e propaganda. Uma campanha, por exemplo, pode sofrer várias alterações até funcionar. O erro pode estar no público-alvo, na persona, na mensagem e até no meio (mudanças de algoritmos do Google, só pra citar um caso comum).
A verdade é que a todo momento estamos tentando, acertando, errando, aprendendo e, de repente, desaprendendo, pois algumas regras do jogo mudam muito rápido.
Diferente do RPG, que possui um mestre e regras bem claras, o mundo publicitário está vivendo uma mudança constante de regras. São dados e mais dados à nossa disposição que muitas vezes não são bem aproveitados. E, quando são, nos deixam sempre com uma pulga atrás da orelha (será que eu analisei aquela informação corretamente?).
A sensação é que a sorte acaba sendo uma aliada ou não nesse jogo, o que na real, não é bom para as empresas. Contar com a sorte nunca é uma boa ideia quando falamos de altos investimentos e expectativas de retorno. As próprias personas, que tentamos identificar baseadas no comportamento dos clientes, podem ser apenas chutes ou criadas de dados massivos e reais. Mas, colocar as pessoas em caixinhas, será que funciona? Quantas vezes você se pegou comprando um produto que na teoria você não era o público-alvo? Pense nisso.
“Deus não joga dados com o Universo” – já dizia aquele gênio com a língua de fora
Se por um lado, temos pessoas que não acreditam que todas as informações e dados gerados na internet podem ser decodificados, existem pessoas dedicadas ao tema. São engenheiros de dados, especialistas em Big Data, Data Science e muitos outros cargos que precisam ser inventados, pois o mercado clama por uma organização dessa bagunça! rs Sobre estes profissionais diferenciados, vale destacar o Kaique Oliveira que está nessa batalha e é referência na área junto com o time da Digital Data Lab. Segue ele lá no LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/kaiqueoliveira/
Uma baita cesta de 3 pontos!
Um ótimo case publicitário de utilização de dados foi o criado para a BAND pela agência FCB Brasil, onde eles precisavam aumentar a audiência da emissora confrontando a audiência do futebol que sempre foi mais aceito pelo brasileiro. Eles cruzaram 250 eventos estatísticos e coincidências entre dados de jogadores e times do futebol brasileiro com jogadores e times da NBA, criando mais de 2500 anúncios personalizados que apareciam dependendo do assunto de futebol que você estava lendo nos portais. Além disso, fizeram conexões entre times brasileiros e seus representantes na NBA, favorecendo o público a aderir ao esporte e torcer. Por exemplo, se o internauta estava lendo sobre algum jogador que tinha ótimos índices de acertos de chutes de fora da área, aparecia um anúncio falando do Curry que é um dos melhores cestinhas da NBA. Estes tipos de conexões foram inteligentes e pontuais para tentar chamar a atenção do grande público para a NBA na BAND, única emissora brasileira aberta com os direitos de transmissão da NBA. Dizem que foi um sucesso. Achei uma baita cesta de 3 pontos!
E agora? Em qual grupo você está? Dos que não acreditam que é possível quantificar tantos dados e que tudo é uma grande loteria no final das contas. Ou dos que acreditam que na comunicação e propaganda quem domina os dados é o mestre do jogo?
Saiba mais sobre o case da NBA na BAND