Visualiza e não lembra

Consumidores brasileiros não conseguem recordar marcas de anúncios considerados “visíveis” pelas métricas do setor

Anunciantes precisam fazer mais do que apenas serem vistos na internet para deixar uma boa impressão. De acordo com estudo divulgado esta semana, experiência do usuário é o fator chave na lembrança de marca

A Outbrain, empresa pioneira em descoberta nativa da open web, realizou uma pesquisa de viewability com 1007 consumidores brasileiros e revela que 76% dos consumidores não lembravam da marca de um anúncio dentro dos padrões de viewability da indústria.

O levantamento também aponta que oferecer uma melhor experiência publicitária aliada à relevância do conteúdo junto ao usuário, gera ótimos resultados. A maior parte dos consumidores (88%) se envolvem conscientemente com publicidade. E desse número, 32% se lembram da marca se tiverem uma interação positiva. Além disso, 83% priorizam que o anúncio seja relevante e interessante para eles e 48% consideram que o fator mais importante para engajar com um anúncio é a relevância.

Atualmente, o IAB (Interactive Advertising Bureau) define que apenas 50% dos pixels de um anúncio devem estar visíveis na tela por dois segundos consecutivos para ser considerado visível. “Como indústria, temos um desafio em torno de como medimos visibilidade versus engajamento”, diz Gilad de Vries, vice-presidente sênior de estratégia da Outbrain. “Em vez de focar em métricas de engajamento mais precisas, as marcas ainda estão pagando demais por uma maior visibilidade e assumindo de forma equivocada que isso garante maior engajamento”.

O estudo também revela que vídeos reproduzidos com um clique (45%) aparece como o formato que mais chama a atenção, seguido das recomendações de conteúdo (42%). 53% afirmaram que as recomendações de conteúdo no final das matérias foram consideradas as menos invasivas entre todos os formatos de publicidade em vídeo.

Por outro lado, 89% dos entrevistados têm maior probabilidade de ter uma atitude negativa em relação a uma marca que afete sua atividade on-line; 43% ignoram anúncios que interrompem sua navegação; mensagens pop-ups (47%), reprodução automática de vídeo com som (40%) e reprodução automática de vídeo sem som (33%) são considerados os formatos mais irritantes.

Para o Gilad de Vries, anunciantes e empresas de mídia precisam considerar a adequação do formato do anúncio, seu ambiente e relevância. “Para eliminar o desperdício do que é gasto em anúncios, é necessário reconsiderar a ênfase e a importância que damos ao “viewability”. Esta é a chave para melhorar a experiência do usuário”, finaliza.

Outros países

A pesquisa também foi realizada em outros quatro países, como Espanha (com 1008 entrevistados), Itália (com 1036), Alemanha (com 1000) e Reino Unido (com 1000), totalizando 5051 consumidores. Em todos os mercados, a pesquisa confirmou que estar dentro dos padrões de viewability não é suficiente para que a marca seja lembrada pelos consumidores. Na média entre todos os países, 73% dos entrevistaram não souberam determinar as marcas dos anúncios aos quais foram expostos.

Além de avaliar a métrica relacionada ao viewability, o estudo também apontou que em todas as praças, 64% dos entrevistados conscientemente se envolvem com publicidade. Proporcionar uma experiência positiva, relevante, interessante e não intrusiva é uma influência significativa no recall da marca dos consumidores: 50% consideram a relevância como o fator mais importante no envolvimento com anúncios; também para a metade (50%) dos entrevistados as recomendações de conteúdo ao final das matérias são menos invasivas; e 48% admitem prestar atenção à marca no futuro após ver um anúncio relevante.

Fonte: CommunicaBrasil – Marcela Martinez

Marcas ganharam visibilidade na Black Friday 2019

Levantamento mostra quais marcas foram mais procuradas pelos consumidores, nos dias anteriores à Black Friday

A Black Friday 2019 revelou que o consumidor brasileiro está mais atento às marcas que investem na Black Friday, motivo pelo qual ganharam destaque na preferência do público, notadamente as lojas de varejo físicas e digitais. Essa foi uma das constatações do levantamento realizado, em conjunto, pelas empresas Blend New Research e Shopper Experience, pertencentes à holding HSR Specialist Researchers. Desde 11 de novembro, as consultorias monitoraram campanhas publicitárias e ouviram, por meio de painel online, 5.880 consumidores de todas as regiões do País.

De acordo com o estudo, marcas de lojas de varejo foram mais lembradas pelos entrevistados do que as de produtos. Quando perguntados se lembravam de campanhas da Black Friday nos últimos dias, independentemente do tipo, 81% dos respondentes disseram que sim. As lembranças com relação às marcas foram, na ordem: Casas Bahia (citada por 25,19% dos entrevistados), Americanas (25,17%), Magazine Luiza (22,94%), TIM (10,23%), Netshoes (10,14%), Samsung (9,72%) e Vivo (7,83%).

Para Valeria Rodrigues, diretora da Shopper Experience, isso ficou mais evidente quando se percebe que as empresas varejistas têm tradição de começar suas campanhas bem antes da data em si (29 de novembro). “Independentemente da mídia, as campanhas das lojas de varejo tendem a ser mais massivas. Mesmo que sejam apresentadas ofertas de produtos, o que fica na cabeça do consumidor é quem vende”, afirma, assegurando que essa pode ser uma oportunidade para os fabricantes, pois o público tem demonstrado interesse cada vez maior em adquirir produtos e serviços que estão na sua lembrança.

No tocante a produtos, a pesquisa mostrou que o consumidor quer aqueles que precisam de constante atualização tecnológica, e nesse sentido os eletroeletrônicos tiveram grande destaque. No levantamento, os mais procurados foram celulares (pesquisados por 50,87% dos consumidores), televisores (31,9%), roupas (17,6%), computadores e notebooks (7,12%), e geladeiras (6,85%). Interessante, segundo ela, é ver que itens como pacotes de viagens e fast food, entre outros itens, começam a aparecer no radar do consumidor.

A pesquisa também observou como o consumidor estava percebendo a edição deste ano em comparação com o ano anterior. De acordo com o levantamento, 61% das pessoas ouvidas entenderam que os preços, este ano, estavam melhor que em outros meses do ano e em comparação a mesma data em 2018. Para 34% estavam no mesmo nível e somente 5% tiveram a percepção que estavam mais altos. Esse cenário demonstra o ganho de confiança da Black Friday, que abandona a imagem de ser apenas uma ação de comunicação promocional, sem trazer o benefício real de preços mais baixos.

Lucas Pestalozzi, diretor da Blend New Research, ressalta outro ponto interessante do levantamento, sinalizando que 52% dos respondentes pretendiam comprar na Black Friday deste ano. “As marcas precisam enxergar as oportunidades de contato – e venda – com o público. Essa consolidação abre espaço mercadológico para que novas datas sejam incluídas no calendário do varejo brasileiro, assim como a Cyber Monday, que, ainda tímida, já passa a ser vista. Anunciantes, setores de produção, prestação de serviços e varejo devem olhar com mais cuidado para esse tipo de ação”, defende. Ele enfatiza, ainda, que quanto mais empresas – de todos os segmentos – aderirem, com promoções realmente efetivas, mais credibilidade a data terá.

Fonte: LF Comunicação Corporativa – Marco Barone