Coluna Propaganda & Arte

O Eleitor de Schrödinger: Por que sua opinião política talvez não exista até alguém perguntar

Por R. Guerra Cruz

O que um elétron e um eleitor indeciso têm em comum? Aparentemente, tudo. Na estranha e maravilhosa realidade da física quântica, existe um princípio chamado “Efeito do Observador”. De forma simplificada, ele diz que o ato de observar uma partícula subatômica altera seu comportamento. Um elétron pode se comportar como onda ou como partícula, e o que define isso é o experimento que montamos para observá-lo. A realidade, nesse nível, parece tímida: ela só se decide quando olhamos para ela.

Agora, respire fundo e troque o laboratório de física pelo cenário caótico de uma eleição. O que as pesquisas de opinião pública fazem? Elas tentam “medir” a intenção de voto, a aprovação de um governo ou a opinião sobre um tema polêmico. No entanto, assim como o físico que espia o elétron, o pesquisador, com sua prancheta (ou tablet), não está apenas tirando uma foto da realidade. Ele está, muitas vezes, ajudando a criá-la.

A opinião que nasce do questionário

Muitos teóricos de metodologia, como o sociólogo francês Pierre Bourdieu, foram categóricos ao afirmar que “a opinião pública não existe”. O que ele queria dizer com essa provocação? Que a maior parte das pessoas não passa o dia refletindo sobre a reforma tributária ou a política externa para o Mercosul. Vivemos nossas vidas, e nossas “opiniões” sobre esses temas são, na melhor das hipóteses, um nevoeiro de sentimentos, informações parciais e conversas de bar.

Aí chega o pesquisador e pergunta: “Em uma escala de 0 a 10, qual o seu grau de concordância com a nova política de juros do Banco Central?”.

Nesse exato momento, um universo de possibilidades colapsa em um único ponto. Você, que nunca havia pensado em “grau de concordância”, é forçado a criar uma opinião ali, na hora. Você busca no seu HD mental fragmentos de notícias, o comentário de um tio no grupo da família, a cara do ministro da economia… e pimba: “Acho que… 7”.

Parabéns, você acaba de participar da criação da “opinião pública”. Sua reflexão não existia um minuto antes. A pergunta não mediu uma opinião pré-existente; ela a invocou à existência.

A arte de induzir a realidade: pesquisas como armas

Se o simples ato de perguntar já altera a realidade, imagine quando a pergunta é desenhada para isso. Entramos no campo das perguntas tendenciosas (ou induzidas), a ferramenta quântica preferida de certos estrategistas políticos.

Compare estas duas perguntas:

“Você é a favor do candidato Fulano?”
“Você é a favor do candidato Fulano, que promete aumentar os investimentos em educação e saúde, ou do candidato Beltrano, cujas propostas podem levar a cortes no orçamento?”

A primeira pergunta tenta ser um observador neutro. A segunda é um observador que já chega com um martelo na mão, pronto para forçar a partícula-eleitor a se comportar de um jeito específico. A “experiência” muda porque o método de observação foi alterado. O resultado não reflete a opinião do entrevistado, mas a sua reação à moldura que lhe foi apresentada.

É por isso que diferentes institutos de pesquisa, usando metodologias distintas, podem chegar a resultados tão díspares.

Alguns usam amostras mais aleatórias, outros estratificam por renda e região, e alguns… bem, alguns parecem mais interessados em construir uma narrativa do que em medir a realidade.

A política no multiverso da opinião

A analogia com a física quântica não é apenas uma licença poética. Ela nos leva a uma conclusão vertiginosa sobre o nosso tempo. Se o ato de observar cria a realidade e vivemos na era da observação constante – com pesquisas diárias, trending topics, enquetes de Instagram e monitoramento em tempo real –, então a “opinião pública” nunca foi tão instável e multifacetada.

Ela não é mais uma fotografia, mas um filme frenético. Pior: um filme interativo onde os próprios cineastas (institutos de pesquisa, mídia, campanhas) alteram o roteiro enquanto filmam.

A grande revelação não é que as pesquisas erram. É que, talvez, elas não possam acertar por definição. Não existe uma “verdadeira” intenção de voto a ser descoberta, assim como não existe uma “verdadeira” posição do elétron antes de ser medido. O que existe é um campo de potencialidades, uma superposição de estados – o eleitor é, ao mesmo tempo, pró-candidato A, pró-candidato B e completamente desinteressado, tudo ao mesmo tempo. Ele é o Eleitor de Schrödinger.

A opinião só se materializa quando a “caixa” é aberta pela pergunta de um pesquisador. E, no instante seguinte, ela já pode ter voltado a ser uma nuvem de probabilidades.

Portanto, da próxima vez que você vir uma pesquisa de opinião, não a encare como um retrato da realidade, mas como o resultado de um experimento. Um experimento que, por sua própria natureza, nos diz mais sobre o observador e suas ferramentas do que sobre o objeto observado, esse misterioso e fascinante universo quântico que chamamos de “eleitorado”.

Black Friday: quatro em cada dez consumidores pretendem investir mais de R$ 1.000 em compras, revela pesquisa

Divulgação/JCDecaux

Em um cenário onde a publicidade influencia 66% das decisões de compra, o metrô se destaca: 86% estão dispostos a utilizar códigos promocionais divulgados durante o trajeto

Com a atenção do público em alta para as compras da Black Friday, 84% da audiência da JCDecaux, líder global em Out of Home (OOH), declara ter intenção de comprar na Black Friday de 2025 — e quatro em cada dez consumidores planejam investir mais de R$ 1.000 na data, mostra o Estudo Shopper JCDecaux 2025.

O levantamento, conduzido em parceria com a Offerwise, entrevistou 1.000 pessoas em dez cidades do Brasil e também aponta que a publicidade exerce um papel decisivo na jornada do consumidor durante a Black Friday: 66% dizem ser influenciados pela publicidade na hora de decidir o que comprar e 84% afirmam que têm intenção de realizar compras relacionadas à data em 2025 – taxa de 7 pontos percentuais acima da média da população.

Metrô como ambiente estratégico de consumo

Um dos principais insights da pesquisa é o reconhecimento do metrô como um ambiente estratégico de consumo: 86% escaneariam um QR Code durante a jornada no transporte para obter benefícios ou descontos em uma compra online, mesma proporção que escolheria o metrô como local de retirada de compras online; e 62% dos entrevistados já realizaram ou realizariam compras enquanto aguardam o trem.

Além disso, 84% dizem que o metrô é uma boa opção para experimentar novos produtos; 87% relatam que ficam atentos aos preços dos produtos que pretendem comprar na Black Friday; e 94% afirmam que utilizam o smartphone para realizar compras. Esses dados reforçam o papel do OOH como um meio que conecta as marcas às decisões de compra em qualquer momento do dia — do deslocamento até o ponto de venda físico ou por meios digitais -, além de ser eficiente para integração a outras plataformas.

O estudo reforça ainda que, em um mundo com consumidores cada vez mais exigentes, fatores como valor do frete ou gratuidade da entrega são determinantes. Para mais da metade (53%) dos entrevistados, o frete é o mais importante, seguido por qualidade dos produtos (44%), prazo de entrega (36%), descontos (34%) e variedade de produtos (33%).

“Investimos em pesquisas e inteligência de dados para tornar nossas entregas mais eficientes e estratégicas para as agências e os clientes, impulsionando o impacto e o resultado das campanhas. O estudo mostrou que 95% da audiência considera a publicidade no metrô, nas ruas e nos aeroportos como uma fonte de informação importante para tomar decisões sobre onde comprar e qual marca escolher”, afirma Silvia Ramazzotti, diretora de Marketing da JCDecaux Brasil.

Magia de Natal com apresentações de cantatas no Shopping Jardim Oriente

No dia 19 de novembro (quarta), um especial com a presença de Thales e Wellington e Cecília Militão

O clima de Natal tomou conta do Shopping Jardim Oriente, em São José dos Campos, além da decoração e a presença do Noel, o espírito natalino também será musical, por meio das cantatas de corais e instrumentos, com músicas clássicas e repertório moderno. As apresentações são na Praça de Alimentação.

No dia 19 de novembro, às 19h o espetáculo será diferenciado, com o evento UNIVOICE, da Univap, que é um concurso semelhante ao The Voice. Os 12 finalistas vão se apresentar em nosso palco para 5 jurados, entre eles a dupla Thales e Wellington e Cecília Militão.

As apresentações acontecerão no período da tarde e noite. Confira a programação.

Programação de Novembro:

19/nov – 19:00 UNIVOICE – Univap

23/nov – 15:00 Musical Art Santana

24/nov – 19:00 Colégio Joseense – Unidade 2

25/nov – 19:00 Colégio Anchieta

26/nov – 19:00 Colégio Joseense – Unidade 1

27/nov – 19:00 Colégio Evoluti

28/nov – 14:00 Coral Santa Casa e 19:00 Escola Cirandinha

Programação de Dezembro:

03/dez – 19:00 Igreja Assembleia de Deus

04/dez – 19:00 Colégio ideia

05/dez – 19:00 Colégio ideia

06/dez – 19:00 Alcateia Waingunga (Lobinhos)

09/dez – 19:00 Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida.

11/dez – 15:00 Banda Regimental de Música (PM) e 19:00 Colégio Adventista

12/dez – 19:00 Show de Prêmios Shibata

13/dez – 13:00 Colégio Focus

16/dez – 19:00 Igreja Presbiteriana SJCampos

18/dez – 19:00 Igreja Presbiteriana do Jardim Satélite

19/dez – 19:00 Igreja Batista da Graça

20/dez – 19:00 Igreja Assembleia da Reconciliação com Deus

Fonte: Solução Textual Assessoria

O celular como centro da estratégia de afiliados: o que o M-commerce ensina sobre consumo

Bruna Nobre, Diretora de Publisher Partnerships da Rakuten Advertising no Brasil. Crédito foto: Luciano Alves

Por Bruna Nobre*

Vivemos uma transformação silenciosa, mas profunda, na forma como as pessoas consomem. O celular, antes coadjuvante em estratégias digitais, tornou-se o protagonista absoluto da jornada de compra. No Brasil, mais de 61% dos consumidores já utilizam o smartphone como principal ferramenta de apoio às decisões de consumo, seja online ou em lojas físicas, segundo um levantamento da Visa Acceptance Solutions que investigou o comportamento de compra digital em oito países. Globalmente, estima-se que 30% da população digital já faz compras diretamente pelo celular, e esse número continua em expansão, de acordo com dados da Sellers Commerce.

O que estamos presenciando é o fortalecimento do M-commerce, o comércio via dispositivos móveis, como força motriz do varejo digital. A América Latina, por exemplo, será a região com maior penetração mobile do mundo até o final deste ano, com quase 60 milhões de novos usuários — muitos deles no Brasil, segundo o eMarketer. Isso não é apenas um indicativo de volume. É um sinal claro de comportamento, oportunidade e necessidade de adaptação. Embora o objetivo final continue sendo a conversão, a jornada mobile é diferente da jornada no desktop e isso importa, especialmente no contexto de programas de afiliados.

A experiência via celular exige integrações específicas para garantir rastreabilidade, desempenho e fluidez, afinal o usuário mobile busca navegar com facilidade, comprar com poucos cliques e manter-se dentro do ambiente em que começou sua jornada. No universo de afiliados, isso significa escolher parceiros que já dominem o ambiente mobile, como aqueles com apps próprios ou plataformas responsivas, e assim garantir que toda a infraestrutura esteja preparada para rastrear e atribuir corretamente cada venda, mesmo que ela ocorra dentro de um aplicativo.

Hoje, o mobile já representa metade das transações em programas de afiliados e cresce de forma consistente. Isso acontece porque ele acompanha o consumidor onde quer que ele esteja — no metrô, na fila do banco, no intervalo entre reuniões. É um canal de conveniência e oportunidade. Tecnologias como tracking in-app e deep linking trouxeram um salto de eficiência para campanhas nesse ambiente. Elas permitem que o consumidor finalize sua compra no app da marca sem rupturas — e que o afiliado seja corretamente remunerado por isso. Com isso, as taxas de conversão sobem, os parceiros ganham mais e a experiência do usuário melhora.

Na prática, diversos publishers têm registrado um aumento significativo nas transações feitas em ambiente mobile. Analisando os dados de 2025, na categoria de clubes de benefícios de grandes bancos e métodos de pagamento que são publishers Rakuten, vemos que 95% do total de vendas geradas vêm do mobile — um indicativo claro da relevância do canal na jornada de compra do consumidor. Assim como a categoria de influenciadores, que também se destaca, com mais de 83% das suas vendas originadas em mobile.

Também observamos crescimentos de share relevantes ano a ano. Entre 2024 e 2025, a categoria de influenciadores teve um aumento de mais de 8% nas vendas vindas do ambiente mobile, enquanto sites especializados em cashback registraram um crescimento de 15%. Já os clubes de benefícios de grandes bancos apresentaram um aumento de 5% no share de vendas originadas por mobile — reforçando que o canal segue em plena expansão.

O sucesso no M-commerce, especialmente em estratégias de afiliados, passa por um conjunto de boas práticas. Começa com design responsivo e carregamento rápido, já que a lentidão mata conversões. Em seguida, entra o UX otimizado: formulários simples, botões intuitivos e um checkout que exija o menor número possível de etapas. Um ponto é decisivo: a jornada deve ser fluida, seja no app ou no navegador. O usuário não quer perceber transições, ele só quer concluir sua compra sem atritos e fazendo a jornada que ele escolher. Para isso, é essencial que o tracking funcione do clique até a conversão, independentemente de onde ela ocorra.

A rastreabilidade, por exemplo, é um pilar essencial nesse processo. No mobile, os desafios são maiores: cada sistema operacional, navegador ou app pode seguir lógicas diferentes. Por isso, é fundamental trabalhar com soluções tecnológicas capazes de capturar e atribuir corretamente a conversão, garantindo justiça na remuneração dos afiliados e eficiência para as marcas.

As soluções tecnológicas, aliás, não param de evoluir. O mercado já dispõe de soluções que permitem capturar dados mais granulares e estratégicos, como nome do produto e quantidade de itens comprados. Essas informações não apenas alimentam a inteligência de campanhas, como fortalecem a transparência entre todos os envolvidos. Com mais dados, no entanto, vêm mais responsabilidades. É imprescindível respeitar legislações como a LGPD, visando obter consentimento claro do consumidor e operar com total clareza na jornada digital. Além disso, práticas éticas no relacionamento com afiliados como atribuição justa e comunicação clara são igualmente essenciais para sustentar um ecossistema saudável e confiável.

O celular já é o principal canal de vendas digitais no varejo global, com expectativa de movimentar mais de US$ 4 trilhões até 2025. Isso exige que marcas e afiliados repensem suas estratégias com uma mentalidade mobile-first, colocando a experiência do consumidor no centro. Para líderes de negócios, o recado é claro: adaptar-se ao M-commerce não é uma questão de escolha, mas de sobrevivência competitiva. E para os profissionais de marketing digital, trata-se de dominar o jogo com as ferramentas certas, os parceiros certos e, sobretudo, a mentalidade certa. Porque, no fim, o mobile não é apenas um canal, mas o reflexo de uma nova forma de consumir, pensar e viver o digital.

*Bruna Nobre é formada em Comunicação pela Belas Artes. Atualmente é Diretora de Publisher Partnerships da Rakuten Advertising, rede líder global em marketing de afiliados e performance.