A Outracena, produtora comandada pelo Renato Pulice, produziu um novo filme para Unimed Sâo José dos Campos. A peça tem todas as características para ser considerada uma grande produção (para os parâmetros do mercado local).
A produção foi filmada em 6k, tem trilha sonora composta originalmente para o filme e foram gravados os sons dos ambientes para fazer o sound design, na praia e na montanha em 5 dias de produção.
Já há algum tempo que venho defendendo – em textos, conversas e palestras – que as marcas devem se posicionar. Devem assumir um propósito, uma causa. Claro que esse posicionamento e/ou propósito deve estar alinhado aos valores da marca. Mais que isso: deve ser verdadeiro. Deve ser estar alinhado às práticas da empresa/marca/produto.
Assumir uma postura clara e defender abertamente um ponto de vista nem sempre é fácil. Ainda mais em terrras brasilis nos dias atuais. O momento é de antagonismo, de pouca tolerância, de nós contra eles e etc.
Tal cenário só reforça a coragem da Natura. A marca colocou no ar na última segunda-feira (13), a nova campanha da linha de maquiagem Coleção do Amor. Alguns internautas apoiaram a proposta de inclusão da marca enquanto outros criticaram fortemente a veiculação de propagandas com casais lésbicos. A ação faz foco no Dia dos namorados.
A peça principal da campanha, um vídeo de 1m22s divulgado no canal do YouTube da marca, mostra casais de lésbicas trocando beijos e reforça o apoio da marca à causa LGBT. Três casais aparecem e na legenda da publicação, a Natura afirma que a coleção “Faces é para todos, o amor também”.
A revista Exame publicou: “No Twitter, a hashtag #BoicoteNatura amanheceu entre o assuntos mais comentados da rede social no Brasil. Usuários repudiaram a campanha, afirmando que “a propaganda foi desnecessária”, não respeita a “família tradicional brasileira” ou que o público da marca é majoritariamente composto por mulheres conservadoras.” Veja a matéria completa aqui.
A marca permanece firme em seu propósito e declarou acreditar “no valor da diversidade”. Ao assumir um claro propósito a marca deve desagradar parte da população, sem dúvida. Mas ganha muitos pontos positivos com aqueles consumidores que se identificam com a causa.
Vimos exemplos recentes de posicionamentos que geraram controvérsia em campanhas da Nike (com o atleta Kaepernick) e da Gillete (que debateu a ideia de masculinidade tóxica). Veja mais sobre essas campanhas aqui e aqui.
Vamos ver até que ponto estratégias ousadas e corajosas como a da Natura seguirão surgindo no cenário da propaganda brasileira.
Eu só posso aplaudir e dar parabéns ao anunciante. Longa vida às marcas e aos posicionamentos corajosos!