Investimento em publicidade digital no Brasil cresce 8% e chega a R$ 37,9 bilhões em 2024

Pesquisa do IAB Brasil e Kantar IBOPE Media mostra que a distribuição dos investimentos está mais equilibrada ao longo do ano, evidenciando a maturidade e a relevância do digital

O mercado de publicidade digital no Brasil continua mostrando força. De acordo com o Digital AdSpend 2025, estudo realizado pelo IAB Brasil junto com a Kantar IBOPE Media, os investimentos em mídia digital somaram R$ 37,9 bilhões em 2024, um crescimento de 8% em relação ao ano anterior.

A pesquisa mostra que houve uma distribuição mais equilibrada do investimento ao longo de 2024. A diferença entre o valor investido no primeiro e segundo semestre caiu pelo 3º ano consecutivo e já é o menor registrado nos últimos 5 anos da série histórica. Os números mostram um trabalho mais perene, maduro e uniforme das aplicações em publicidade digital no Brasil.

Pelo segundo ano consecutivo, o estudo considerou como categoria separada os investimentos em Retail Media — publicidade exibida dentro de lojas físicas, plataformas e ambientes de varejo digital. A estimativa é que o Retail Media equivaleria a R$ 3,5 bilhões, valor 41% maior que em 2023.

Social Media continua liderando entre os canais com mais investimento, recebendo 53% de todo aporte financeiro no setor. Logo depois aparecem os anúncios em ferramentas de busca (Search), com 28%, e os portais e verticais de conteúdo, que ficaram com 19%.

“Os números mostram que o mercado de publicidade digital no Brasil está cada vez mais maduro. Não é mais só sobre correr atrás da novidade do momento — é sobre fazer escolhas estratégicas, com base em dados, e que realmente entregam resultado. O crescimento que tivemos em 2024 mostra isso: as marcas estão investindo de forma mais consciente, entendendo o papel de cada canal na jornada do consumidor”, afirma Denise Porto Hruby, CEO do IAB Brasil.

De acordo com a pesquisa, o setor de Comércio lidera o ranking geral de investimentos publicitários no digital, concentrando quase 20% do total. Na sequência, aparecem Serviços ao Consumidor (10,9%) e Eletrônicos e Informática (6,7%). Nos canais digitais, a tendência é ainda mais clara: entre janeiro e dezembro de 2024, nove setores destinaram 50% ou mais de seus investimentos à mídia online. Eletrônicos e Informática estão no topo, com 76% da verba aplicada no digital, seguidos por Vestuário (71%) e Educação (62%).

O estudo Digital AdSpend é lançado todos os anos pelo IAB Brasil e é uma fonte de dados para marcas, agências, veículos e plataformas entenderem para onde o mercado está indo e onde vale a pena investir. Também serve de base para quem precisa acompanhar tendências, planejar melhor e tomar decisões mais seguras.

A metodologia parte da coleta dos anúncios diretamente nos meios e canais da cobertura da Kantar IBOPE Media, o que permite a análise dos anúncios independentemente de seu modelo de compra. Ou seja: o método inclui tanto as campanhas de compra direta quanto as intermediadas por agências.

“É gratificante contribuir com dados que ajudam o mercado a entender a força e a evolução da mídia digital no Brasil. Nosso papel, em parceria com o IAB, é justamente oferecer uma visão clara e confiável sobre onde e como os investimentos estão sendo feitos. Os resultados deste ano reforçam que o digital não é apenas relevante — ele é plural e estratégico para marcas que querem acompanhar o comportamento do consumidor e impulsionar resultados”, afirma Adriana Favaro, vice-presidente de Negócios da Kantar IBOPE Media.

Para acessar o estudo completo do IAB Brasil em parceria com a Kantar IBOPE Media, clique aqui.

O que falta na maioria das marcas?

Por Renan Cardarello*

Em uma pesquisa realizada em 2023 pelo Sebrae, foi constatado que o Brasil e, portanto, os brasileiros, são um dos povos que mais buscam empreender. Ocupamos a 8ª posição no ranking global de empreendedores, com 30,1% da população adulta envolvida com o mundo dos negócios. Em 2024, segundo outro estudo da GEM, esse número subiu para 33,4%, representando um terço da nossa população. Estes dados evidenciam que o crescente desejo e tentativa de empreender dos brasileiros é notável. Contudo, vários acabam realizando suas ações sem um norteamento, o que impacta, de forma muito negativa, o crescimento e a sustentabilidade financeira dessas empresas.

Embora seja interessante refletir sobre os motivos que levam este número a ser tão alto no Brasil, precisamos reforçar a atenção na análise da taxa de mortalidade dentro do setor. Em um estudo realizado pelo IBGE em 2022, como exemplo, 60% das empresas no Brasil não sobrevivem após cinco anos de atividades. Um dado muito alarmante para todos que buscam abrir seus negócios: apesar dos brasileiros possuírem um espírito empreendedor muito forte, muitos se decepcionam com os resultados e não possuem saídas a não ser anunciar a falência do negócio. Mas, por que isso acontece?

De acordo com outro estudo realizado pelo Sebrae, com base em dados da RFB e em pesquisas de campo conduzidas entre 2018 e 2021, os três principais fatores que causam a falha dos negócios são: pouco preparo pessoal, planejamento de negócio deficiente e gestão do negócio deficiente.

Por um lado, os brasileiros buscam empreender, e isso deve ser elogiado. No entanto, a criação de empreendimentos sem planejamento adequado e preparo pessoal só resulta, na maior parte dos casos, em dinheiro sendo jogado fora.

Analisando a maioria das empresas através da perspectiva do marketing, muitas não possuem diferencial, e é necessário entender que possuir um ou vários diferenciais, atualmente, é essencial para mesmo iniciar a caminhar nessa “rodovia do empreendedor”.

Para exemplificar, imagine que um possível cliente está buscando uma camisa. Entre duas empresas, uma delas possui diferenciais nos seus valores, formas de pagamento e até mesmo em ações voltadas para o meio-ambiente. Em contrapartida, a segunda empresa foi recentemente criada, não possui diferenciais e, além disso, apresenta formas de pagamento mais rígidas do que a concorrente. É evidente que o consumidor final vai escolher, definitivamente, a primeira opção.

Marcas que não possuem diferenciais serão tratadas como commodities. Tratam-se apenas de locais diferentes que vendem o mesmo “arroz e feijão”, sem diferencial competitivo, sem atrativos. Isso também foi comprovado em outro estudo realizado pela Think Consumer Goods e divulgada pelo Google, o qual constatou que 64% dos brasileiros não têm marcas preferidas e levam em conta fatores como preço e valores pessoais para fazer suas escolhas de produtos.

Na Geração Z (GenZ), formada por nascidos a partir de 1995, a infidelidade a marcas chega a 65%, ainda conforme a pesquisa. Pode ser inferido desta pesquisa que os brasileiros, principalmente dessa geração, vão buscar por marcas que se alinhem aos seus valores, podendo deixar de comprar em grandes cadeias para ir em um pequeno empreendimento que apresenta diferenciais interessantes aos olhos do consumidor.

Este cenário evidencia que, se você não possui diferenciais, os possíveis clientes vão deixar de comprar no seu comércio para ir no concorrente que possui estes pontos de individualização. O mercado de hoje se tornou complexo e, por conta disso, marcas que pensam em vender produtos como commodities não vão conseguir prosperar.

Enquanto uns vendem um tênis, outros vendem um tênis para corrida da Nike, em uma cadeia de lojas que possui comprometimento com a sustentabilidade, ações solidárias e de responsabilidade social, foco na experiência do cliente, valorização de valores humanos, engajamento digital com propósito, etc. Tudo dependerá de como você se posicionará e diferenciará dos que fazem igual ao seu negócio.

*Renan Cardarello é CEO da iOBEE – Agência de Marketing Digital e Tecnologia.

Sinapro-SP conclui pesquisa sobre remuneração nas agências de publicidade paulistas

Levantamento realizado pela primeira vez pela entidade busca fornecer referências sobre salários e benefícios principalmente para as pequenas e médias agências

O Sinapro-SP (Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de São Paulo) acaba de concluir sua primeira pesquisa sobre remuneração nas agências de publicidade, um trabalho realizado em parceria com a CELERH, que traz uma radiografia dos patamares salariais e benefícios, bem como das práticas de gestão de pessoas.

O levantamento foi realizado junto a 14 agências paulistas, das quais mais de 70% são de porte médio e pequeno, abrangendo um total de 1.809 colaboradores que ocupam 127 cargos diferentes.

“Esta pesquisa salarial é um trabalho pioneiro por abranger o cenário de remuneração junto a pequenas e médias agências, que geralmente não têm acesso a levantamentos que trazem referência sobre as práticas de mercado e de seus concorrentes”, destaca Roberto Tourinho, presidente do Sinapro-SP.

Roberto Tourinho, presidente do Sinapro-SP

Em termos de remuneração, a pesquisa aponta os valores médios salariais para três faixas: cargos operacionais, de supervisão e gestão, incluindo a composição entre salário fixo e variável, e por faixa salarial de acordo com a área de operação (mídia on e offline, planejamento, digital, CRM, tecnologia, entre outras).

Além disso, indica as práticas em termos de regime de trabalho (presencial, híbrido e home office) e jornada (carga horária semanal), bem como os benefícios oferecidos, incluindo programas de qualidade de vida, entre outros pontos.

“O resultado da pesquisa é bastante animador, por mostrar que as agências estão alinhadas às boas práticas recomendadas em termos de gestão de pessoas, e proporcionam também incentivos intangíveis associados à remuneração e aos tradicionais benefícios”, observa Tourinho.

Entre esses benefícios incluem-se o horário flexível – uma realidade na maioria das agências pesquisadas -, o modelo híbrido de trabalho, a concessão de Auxílio Creche e a realização de programas estruturados de saúde, adotados pela maioria das empresas entrevistadas. Além disso, também despontou como uma novidade a concessão de plano de Previdência Privada.

Entre os dados que se destacam na pesquisa está o fato de que as mulheres são 66% dos colaboradores em cargos de liderança e 44% do total de colaboradores. “Isto demonstra que as mulheres estão conquistando cargos de liderança nas agências de publicidade em proporção maior até mesmo do que a participação delas na composição dos times de colaboradores”, afirma Patrícia Alexandre, diretora executiva do Sinapro-SP.

Patrícia Alexandre, diretora executiva do Sinapro-SP

Entre as ferramentas utilizadas na gestão de pessoas, destacaram-se as pesquisas de clima e feedback estruturado, as avaliações de desempenho, os programas de qualidade de vida e, inclusive, de saúde mental – já em linha com as exigências da nova norma NR1. Também foi avaliada a adesão a itens estabelecidos na Convenção Coletiva de Trabalho.

Fonte: GPCOM Comunicação Corporativa

9 a cada 10 brasileiros evitam comprar de marcas que não consideram seguras, revela Serasa Experian

Pesquisa da datatech revela que marketplaces são os canais preferidos para compras online; apenas 12% dos brasileiros utilizam as redes para este fim

As compras online já fazem parte do cotidiano dos brasileiros, mas a preocupação com segurança digital e o risco de sofrerem uma fraude tornam o consumidor cada vez mais seletivo. Segundo pesquisa do Relatório de Identidade e Fraude da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil, 87% dos consumidores afirmam que é pouco ou nada provável que comprem de marcas que não consideram seguras. Além disso, 76% estariam dispostos a pagar mais por essa garantia — um aumento de 14 pontos percentuais em relação ao ano anterior. O levantamento também revela os canais mais utilizados e os critérios mais valorizados nas compras digitais.

Os marketplaces são o principal canal de compras digitais no Brasil, sendo a preferência de 71% dos consumidores. Na sequência, aparecem os sites de lojas e os aplicativos oficiais, já tradicionais no comércio digital. As redes sociais, por sua vez, têm baixa representatividade nesse cenário, utilizadas por apenas 12% dos consumidores para realizar compras online. A seguir, veja o gráfico completo sobre a preferência de canais:

Segurança e privacidade: critérios inegociáveis na compra online

Na hora de decidir por uma compra online, os consumidores colocam segurança (91%) e privacidade (89%) como critérios essenciais. A boa experiência e a conveniência vêm em seguida, com 86% e 81,4% respectivamente, demonstrando que a experiência fluida também é valorizada — mas não a qualquer custo. Segundo a pesquisa, mais de um terço dos consumidores afirmam não deixar seus dados salvos em sites ou aplicativos, nem utilizam a função “comprar com um clique”, indicando que temem por vulnerabilidades nas plataformas.

“O consumidor está cada vez mais confortável no ambiente digital e busca, sim, conveniência, mas com cautela. A pesquisa mostra que, ao mesmo tempo em que há uma ampliação das atividades online, há também uma consciência maior sobre os riscos. É por isso que segurança e experiência precisam caminhar juntas, reforçando o papel imprescindível das empresas e marcas que atuam no segmento de investir em tecnologias de proteção em camadas, garantindo a melhor performance contra fraudes sem criar fricção na jornada de compras”, afirma o Diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha.

Fonte: Edelman – Julia Belioglo