A publicitária Renata Pieroni é a nova executiva de contas do Grupo Band Vale do Paraíba.
Renata tem experiência em áreas de mídia em agências do Vale do Paraíba e do ABC paulista e retornou recentemente de uma temporada de aprendizado e experiências na Irlanda.
Como se adequar ao grande impacto da introdução das novas mídias e novos sistemas nos ambientes de produção de jornalismo e entretenimento? Um dos caminhos está na formação e na transformação do perfil dos profissionais que trabalham nesse segmento, além de investimentos na modernização da tecnologia.
A mudança nos perfis dos consumidores impôs uma demanda expressiva de ferramentas e tecnologia avançada para o setor. A tendência que vemos crescer agora é a necessidade de automação, sobretudo em conectividade, armazenamento e automatização dos processos, seja na área de produção ou na exibição, onde há uma grande busca por eficiência e metodologias.
Com essa evolução, a arquitetura de armazenamento de dados em nuvem foi incorporada a indústria por apresentar valores mais competitivos e por ser bastante flexível. Essa adoção impactou o mercado de broadcast e mudou a forma de trabalhar, antes setorizado e isolado, para um modelo mais colaborativo e com novos “players”.
Playout na nuvem
A solução baseada em nuvem, seja ela privada, hibrida ou publica, tende a ser o próximo passo dos canais televisivos para distribuição de conteúdo, as vezes com processos técnicos mais complexos, porem com de aumento de eficiência. Desta forma, poderão descartar arquiteturas pesadas de TI – que requerem altos investimentos – e migrar para uma plataforma alojada em uma estrutura com disponibilidade e confiabilidade muito elevadas, criando assim uma extensão na nuvem para um negócio já existente ou ainda permitindo, desde o início de um novo projeto, que toda a infraestrutura esteja focada na produção de conteúdo.
A aplicação de sistema de playout baseado em “cloud” abre um leque de possibilidades completamente novo para canais televisivos em todo o mundo, com acesso aos conteúdos descentralizados, favorecendo a troca de dados entre emissoras próprias e afiliadas.
Esta tecnologia permite uma gestão autônoma dos canais, importação de playlist a partir de sistemas de tráfego externos – via arquivo ou também via web -, controle de múltiplos canais a partir de um posto de trabalho e a criação de alinhamentos remotamente por acesso web.
Certamente as tecnologias adotadas dependem do perfil de cada companhia, mas os projetos de playout em cloud e automação de master e produção estão cada vez mais passando por processos de inovação, de modo que vale ficar atento às possíveis transformações para entender como elas poderão auxiliar o seu negócio.
* Danillo Garcia é diretor de Vendas da Seal Broadcast & Content, divisão da Seal Telecom
Rapidamente o ano está passando. Mal se viu e junho já está acabando, junto com o primeiro semestre de 2017. Neste artigo vou rever uma notícia que pode ter passado despercebida neste Brasil de “festas” juninas, mas que sob a ótica da gestão da marca pode ser importante.
Rojões
Entre tantos estouros e delações bombásticas que a mídia se ocupou em noticiar, levanto a bola para um fato que ela não valorizou muito, mas que não pode passar despercebido.
O fato é que pela primeira vez em décadas, um jogo da seleção brasileira de futebol não foi transmitido por uma grande emissora de TV aberta, a detentora do monopólio destas transmissões e, que aliás, pode ter seus dias contados.
O teste de transmissão da CBF TV pela internet não foi lá algo muito memorável, mas, pode ter mudado o rumo de uma cultura desenvolvida no Brasil.
Balão
Se a CBF achava que o advento da tecnologia poderia substituir a cultura da transmissão aberta pela emissora líder em audiência, facilmente, esse balão perdeu a tocha rapidinho e não alçou grandes voos.
Está claro que em termos de audiência, o teste não foi nenhuma sensação, principalmente pelo boicote da emissora em questão, quanto a cobertura dos jogos, onde se ocupou apenas em relatar o resultado e o pós jogo.
Não será assim tão fácil transformar uma manhã de terça em horário nobre brasileiro, pelo simples fato da seleção estar jogando e estar sendo transmitido pelo Facebook. Porém, não podemos descartar o importante passo que foi dado para uma abertura de mercado, e a transferência do dinheiro vindo dessa relação para outras mãos que não o da grande emissora.
Não é a primeira derrota da emissora neste novo cenário da tecnologia audiovisual, e entendo ser este um caminho irreversível para a mesma.
Para a CBF o fato agora é ver se existe alguma outra TV aberta interessada em botar uma grana preta nessa transmissão sem exclusividade, caso contrário, acredito que este teste foi um voo de balão de papelaria, bem curtinho. Pois, será preciso um trabalho muito mais profundo para mudar a cultura do brasileiro em assistir o seu futebol por sua mídia predileta.
Pau de sebo
Ainda sobre este assunto, podemos concluir que, construir marca não é trabalho de um dia para outro, mas destruí-la é bem rápido.
Entendo que será difícil a CBF TV conquistar a mesma audiência e influencia dessa TV aberta, mas a imagem que o novo público internauta tem desta emissora, gera um cenário futuro dos piores possíveis para a emissora.
A se julgar pelo vídeo gravado nesta transmissão e principalmente pelos comentários nele contidos, a marca da emissora tem hoje sérios problemas de rejeição, e não será fácil se desvincular da imagem de gananciosa, manipuladora e de vínculo político.
Mas o que isso traz realmente de problema?
É fato que a tecnologia irá obrigar todos nesse ramo a se reinventar, e a extensão de marca que poderia ser uma solução para o negócio, hoje, para mim, seria impossível para esta TV.
O exemplo para explicar isso é simples:
Vemos uma marca como a Coca Cola conseguir colocar sua reputação e prestígio em uma camiseta ou tênis com grande sucesso de venda. Mas a pergunta é: você usaria uma camiseta que tivesse a estampa da marca dessa emissora? Mesmo que fosse de graça?
Se sua resposta for não. Você é mais um dos que rejeitam a credibilidade desta marca. E esta parecem ser a opinião de muitos no Brasil.
Quadrilha
O ditado “diga-me com quem tu andas e eu te direi quem és” vale muito para explicar esta gestão da marca.
Ao tomar posição em fatos políticos em seu conteúdo jornalístico, ao boicotar tudo o que não lhe trazia dinheiro imediato, ao assumir um posicionamento ganancioso e criar polêmicas com nomes das marcas e produtos em suas transmissões, a marca dessa emissora foi sendo deteriorada, criando rejeição no publico internauta, que passou a trocar informações contrarias a este posicionamento e influências negativamente quanto a sua credibilidade.
Fogueira
É uma pena imaginar que uma marca como essa pode ter seus anos de história colocados em risco porque deixou de ouvir seus consumidores e se voltou para o poder que detinha de influenciá-los a seu bel prazer, sem se preocupar que o que tinha de mais importante era a proteção de sua imagem isenta e imparcial.
Do meu ponto de vista, não fico feliz por esta situação!
Sendo coerente com minha forma de ver as coisas, a desvalorização dessa marca BRASILEIRA me entristece. Assim como me entristeceu o trabalho de difamação da marca Petrobras, como me chateou o desprestígio com que foi tratado a marca Odebrecht, com o desrespeito que a política e a mídia tiveram com o papel institucional da presidência da republica e de partidos que destruíram suas marcas ideológicas por ganância.
No entanto é interessante ver que muito dessas fogueiras que queimaram as outras marcas brasileiras foram incendiadas por essa emissora que agora se vê tomada pelo próprio fogo que ajudou a atear.
Aguardemos o que o futuro poderá nos revelar, por enquanto viva as “festas” Juninas!