Coluna Propaganda&Arte

Pense com Rodin, o futuro da escultura está ameaçado?

Todos nós já tivemos alguma experiência com a 4ª arte: a escultura. Com tantos avanços das impressoras 3D, será que o trabalho de escultor está ameaçado?

Você pode não ser um expert na história da escultura (também não sou), mas com certeza você já viu “O pensador” de Auguste Rodin, uma escultura em bronze de 1904 que se encontra hoje na França, e continua lá, pensando nas questões interiores e talvez no seu futuro.

O Pensador – Rodin

Quando criança, fomos introduzidos ao mundo dos volumes através de brinquedos e massas de modelar. Uma brincadeira que pode um dia até se tornar trabalho, quem sabe desenvolvendo personagens fantásticos para o próximo filme de Guilhermo Del Toro, já imaginou?

A notícia de que impressoras avançadas estão construindo as mais diversas ferramentas, sapatos, próteses e até casas, demonstra que o trabalho do escultor está passando por uma grande mudança. Por um lado, essa tecnologia pode trazer facilidades, por outro irá democratizar a criação de peças em três dimensões, desvalorizando-as.

Será que todo o processo criativo de selecionar um material, seja bronze, mármore, madeira ou argila, até a concepção do objeto, da cena e todo o know-how artístico irá ser substituída por programas? Se isso acontecer, irá revolucionar não só o mundo da arte, mas do mercado como um todo. Se hoje podemos “imprimir” uma casa em 24 horas, o que dizer das obras de arte?

Quem sabe em um futuro muito mais próximo do que você imagina, poderemos selecionar uma obra-prima, como essa de Rodin, e mandar imprimir em casa para decorar a sua sala. Ou então, mandar imprimir a casa toda, já com os móveis e a decoração 100% pronta.

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Qual a relevância dos filmes do Oscar para as futuras gerações?

Quando se fala em filmes logo se pensa em ficar em casa tranquilo em um momento de puro entretenimento, mas para muitas pessoas fazer a sétima arte exige muito trabalho, estudo e sacrifícios. Ainda mais se você sonha em ganhar um Oscar.

Eu gosto muito de ver filmes, tanto para aproveitar um fim de semana preguiçoso, quanto para analisar as fotografias, os roteiros, os efeitos especiais e sonoros que fazem toda a diferença no produto final. Não quero entrar no mérito se os filmes ganhadores do Oscar são bons ou não, se o sistema de votação é justo ou não. Até porque esse é um elemento de arte, e arte é técnica, é subjetiva, é momento de vida e é História. Isso mesmo.

Eu sempre questionei esses filmes que se aproveitam de discussões do momento para mostrar situações nas telonas. Atualmente vemos muitos indicados falando de diversidade, sexualidade, preconceito, dentre outros assuntos polêmicos. Confesso que sempre achei forçada essa linha da Academia querer premiar os filmes que representam um momento da sociedade, um assunto relevante para aquele ano, pois para mim arte é atemporal e deveria premiar o que é bom e ponto final. E quando eu achava que nada me faria mudar de ideia, tcham! Um ponto de virada.

Depois de analisar filmes vencedores do Oscar dos anos 70 para cá, percebi a importância dessas premiações. Além de valorizar a parte técnica que só tem se aprimorado com a tecnologia e com novos autores de diversos países aparecendo, nós podemos fazer uma verdadeira viagem no tempo ao vê-los.

Por exemplo, assisti a um filme vencedor do fim dos anos 70, chamado Kramer vs. Kramer, onde um pai muito dedicado à sua carreira (aliás, um publicitário como eu – me identifiquei!) não percebe seu casamento desmoronar e acaba perdendo a mulher que sai de casa deixando-o com a missão de criar o filho e fazer as tarefas da casa (e quem tem filho sabe que são muitas – me identifiquei parte 2!).

Resumindo, ela pede o divórcio e eles entram em uma batalha judicial pela guarda do menino. Pense no fim dos anos 70. Nesse momento, a sociedade dos anos 80 já respirava um novo panorama, as mulheres estavam vendo uma possibilidade de viver uma nova chance, uma vez que o casamento já não funcionava e buscavam cada vez mais independência e igualdade. O número de divórcios começou a crescer e no meio disso tudo, levantou-se a questão: quais são as consequências de um divórcio?

Claro, toda decisão traz consequências e eu nem preciso dizer o impacto de um divórcio para uma criança de sete anos, como é o caso do filme. Essas grandes questões nos fazem pensar como aquelas pessoas pensavam, gerando emoções muito semelhantes e conflitos que marcaram uma geração.

Quer fazer uma experiência interessante? Escolha algum filme vencedor do Oscar de qualquer década para ver e sinta o ponto alto da história. Seja transportado para as emoções que foram geradas naquela época, por aquele filme. Ainda não inventaram forma melhor de viajar no tempo. Talvez escutar a um álbum musical famoso, que marcou época, mas esse já é assunto para um novo texto.

Qual filme do Oscar, na sua opinião, marcou sua geração?

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Que tal criar filmes dadaístas para vender chocolate?

Em uma época de Netflix, renomadas séries e grandes filmes, o papel dos roteiristas se torna cada vez mais relevante. Mas será que vale a pena abrir mão disso para vender chocolate?

Recentemente foram divulgados, por uma marca de chocolate, 3 curtas-metragens, que foram criados a partir de comentários dos próprios seguidores da marca. São os famosos roteiros colaborativos. Títulos como: O TRANSPORTADOR GALÁCTICO TEMPORAL E OS ROBÔS JURÁSSICOS DE MARTE ou O CURIOSO CASO DOS CLONES DO MAL NO FANTÁSTICO REINO MÁGICO DIMINUTO demonstram o tom dadaísta e cômico que os filmes tomaram.

Se por um lado, ações como essa geram filmes engraçados e interagem de alguma forma com o público-alvo, eu me pergunto se estamos tão fracos de ideias novas a ponto de precisarmos virar o microfone para a galera igual alguns cantores fazem, quando não lembram a letra da música?

Nessas horas é inevitável recorrer aos grandes roteiros do cinema mundial, Casablanca de Julius J. & G. Philip Epstein e Howard Koch, O Poderoso Chefão de Mario Puzo e Francis Ford Coppola ou até Cidadão Kane de Herman Mankiewicz e Orson Welles, só para citar alguns. Em todos brilham o talento, o olhar diferente do mundo, a emoção, a criatividade e, claro, uma boa produção e direção para fazer jus nas telonas.

De fato, essa campanha do chocolate teve um olhar crítico na seleção dos comentários, uma boa produção, pode virar um case de sucesso, divulgar a marca e dar resultados para a empresa, porém, me deixou com uma fome de filmes mais criativos, provocativos e interessantes no cenário nacional. Até quando vamos engolir esse tipo de solução criativa? Será que vamos encontrar saídas mais originais? Enquanto não tenho as respostas, fico torcendo por um final feliz.

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“Ah, eu tô maluco” com os anos 90 e você precisa ficar “antenado” nisso

É natural, a cada duas décadas a moda, os estilos musicais e a propaganda precisam relembrar alguns elementos do passado e, pelo jeito, chegou a vez dos anos 90.

O estilo despojado com muito jeans (saia, blusa e macacão), calças altas, camisas grandes e largas, cores chamativas e adereços como gargantilhas, estão de volta na moda. As playlists dos anos 90 estão em alta, os filmes da época estão ganhando remakes ou gerando conteúdos, e até alguns brinquedos estão ganhando novas roupagens. Isso tudo ainda é só o começo de um grande movimento de resgate aos anos 90 que deve aumentar ainda mais nos próximos três anos.
Como comunicólogos, precisamos ouvir de tudo: moda, música, filmes, literatura, comportamento etc. Ficar “antenados”, para não “queimar o filme” e nem “pagar sapo” na hora de criar uma propaganda “animal”.

Além dessas gírias que até hoje estão em alta, vemos um fenômeno interessante na internet, como o vaporwave, estilo que nasceu 100% on-line em 2010 e traz elementos de música e vídeo criados a partir de comerciais televisivos, videogames e computadores, que juntos lembram muito “sons de elevadores”. Alguns dizem que ao usar comerciais clássicos dos anos 90, o movimento visa criticar o capitalismo e o consumo, porém, o que vemos é uma mistura de referências na tentativa de criar algo novo e divertido, valendo inclusive adicionar elementos da cultura japonesa, afinal tudo é meio non-sense hoje em dia.

Para que você comece a estudar todos esses movimentos e inspire o seu próximo job, criei uma playlist especial. Dê o play e aproveite essa década que para mim “é o bicho”!