Boa conversa, boas reflexões sobre um tema muito importante

Por Josué Brazil

Ontem a noite tive a oportunidade de acompanhar in loco o “Reflexões Sobre o Mercado: Influencers”, evento que aconteceu na Strong Business School em Santo André e organizado pelos alunos da instituição.

Estruturado em formato de colóquio, o evento contou com a mediação dos professores Cláudio Cesar Gonçalves Edson de Paiva Dias. Os influencers ou criadores de conteúdo convidados para o colóqui foram: Ana Chiyo, Arthur Viana, Julia Saidel, Keen Arakaki e Malu Marques.

Ana Chiyo é uma criadora de conteúdo na linha de humor, atraindo o público com tiradas bem humoradas de situações cotidianas. Arthur Viana, por sua vez, produz conteúdo sobre cinema, explorando nuances de linguagem, roteiro e direção, além de colocar seus pontos de vista. Já Julia Saidel é sócia proprietária de uma agência que lida com produção de conteúdo para mídias digitais e também agencia creators. O Keen Arakaki está afrente de um perfil regional (ABC paulista) no qual basicamente visita restaurantes e dá sua opinião. Malu Marques é a caçula do grupo, tem apenas 19 anos e seu conteúdo principal é sobre livros.

O que mais me chamou a atenção no debate foi a busca por profissionalização por parte dos influencers. Alguns deles estão em estágio mais avançado, outros em um ponto intermediário da carreira e alguns estão no início. Todos eles, entretanto, já conseguem “viver de conteúdo”. Já afirmam orgulhosamente que são Criadores/Produtores de Conteúdo.

Julia Saidel fez a explanação mais longa da noite, mas também a mais didática. Explicou como foi a sua trajetória até aqui, o modelo de negócios de sua empresa, o que é o mercado de criadores de conteúdo e a relação entre marcas e influencers. Apesar de jovem, mostrou ter experiência e conhecimento, além de um grande tino comercial e de negócios.

Os componentes da mesa se soltaram e a conversa fluiu melhor e mais rica a partir das perguntas feitas pelo público que compareceu.

Outro ponto que me chamou a atenção é que as empresas especializadas em agenciar creators, criar estratégias de criação e produção de conteúdo, e fazer acontecer a sinergia do tripé agências convencionais/marcas/agências de criação e produção de conteúdo já são um grande realidade do mercado brasileiro de marketing e comunicação. A partir deste fato, há toda uma nova série de func~ões, cargos e atividades que está sendo ocupada e será ocupada por jovens talentos oriundos dos cursos de comunicação social.

Achei muito boa a iniciativa da Strong Business School. Trazer para dentro da academia um tema que precisa ser visitado e estudado é louvável. Afinal de contas, é um mercado em franca expansão e que já movimenta cifras expressivas no setor de marketing e comunicação.

Não pode ser ignorado ou diminuido!

IA: Quais os benefícios para a geração de conteúdos?

Por Renan Cardarello

Muitos se perguntam se utilizar a IA para criação de conteúdo é algo ético. Enquanto isso, do outro lado, temos muitas empresas que adoraram a nova tecnologia e já deram sinal verde para a sua utilização, desde que seja para a criação de conteúdos de “qualidade”. O fato é que muito pode ser conquistado pelas marcas que investirem nessa ferramenta internamente, mas, ela precisa ser bem estruturada e manuseada pelos times, para que saibam como incorporá-la estrategicamente para seu bom desempenho.

Recentemente, um dos maiores exemplos vistos no mercado de IA neste objetivo, foi o ChatGPT. Essa tecnologia teve o início de seu desenvolvimento em 2018, sendo lançada para uso público geral no ano de 2022. A partir de sua chegada, houve um “boom” gigantesco em seu reconhecimento, aparecendo em noticiários nacionais e aprofundando suas capacidades de usabilidade no meio corporativo.

Além do chatGPT da OpenAI, hoje também temos o BingChat e o Google Bard para trabalharem exclusivamente com textos, apesar desses dois últimos ainda terem um reconhecimento relativamente pequeno dentro da área inovadora que a OpenAI criou com seu software.

Quando implementadas, essas ferramentas são fortemente benéficas em prol da otimização do tempo de criadores de conteúdo, pois a ferramenta consegue, através de um comando, gerar textos totalmente originais, mas baseados em informações que circulam na web, exigindo ao “cocriador” apenas o trabalho de edição, análise do sentido geral do texto e validação final no que se refere a palavras que podem estar erradas ou que a parte humana da dupla pode querer alterar por algum motivo.

A popularização desses recursos foi tanta que, segundo dados colhidos pela Semrush, houve um crescimento de 42119.2% no número de acessos a essas funcionalidades em janeiro de 2023, quando comparado ao mesmo período de 2022. Hoje, o Brasil é o 5º país que mais utilizou essa tecnologia, isso apenas alguns meses depois de seu lançamento em 2022.

A partir dessa disseminação sobre a utilidade do software, várias pessoas começaram a utilizá-la para a otimização de seus trabalhos, sejam em roteiros para vídeos, conteúdos de blog ou pesquisas gerais. Isso fez, inclusive, com que o Google adicionasse uma nova sigla para o ranqueamento dos sites em sua página de resultados, incluindo um novo “E” e transformando o EAT em EEAT, significando experiência, expertise, autoridade e confiança.

Além disso, o buscados também anunciou, em sua última atualização de posicionamento, que “o uso apropriado de IA ou automação não vai contra nossas diretrizes”. Nesse sentido, temos o sinal verde para podermos utilizar a IA generativa nas estratégias organizacionais, desde que seja direcionado ao modo a produzir, como último objetivo, conteúdo útil para os usuários.

Mas, como uma IA iria apresentar experiências próprias ao gerar textos de conteúdos de artigos ou blogs? Aqui vem a parte de colaboração humana que o Google deseja. Uma forma de fazer isso seria utilizando a IA para fornecer os blocos de conteúdos a serem utilizados e, depois, lapidar aos poucos o texto gerado, adicionando as próprias experiências e palavras ao conteúdo, de forma que resulte em um texto ainda mais útil para o usuário.

Trabalhando dessa forma, temos uma otimização do tempo do profissional responsável pela criação de conteúdo, o que resultaria, consequentemente, em um maior número de trabalhos produzidos dentro do mesmo período em que ele exerceria sua função anteriormente às mudanças que a nova ferramenta trouxe – algo que origina um maior número de conteúdos de qualidade para os usuários.

Não há dúvidas que o boom da IA chegou, apresentando um grande impacto para os criadores de conteúdo, tendo seu trabalho reconhecido até mesmo pelo Google como algo que pode ser de utilidade para todos. Hoje, há cerca de 14 meses desde seu lançamento público, podemos dizer que a IA, principalmente a generativa, chegou para ficar. Agora, resta a nós fazer o que nossa espécie sempre fez de melhor durante toda sua história: adaptar-se ao cenário em que estamos inseridos.

*Renan Cardarello é CEO da iOBEE, Assessoria de Marketing Digital e Tecnologia.