Brazil Promotion anuncia programação de palestras gratuitas

Visitantes terão acesso a um mix de assuntos com as principais tendências para contribuir e inspirar o profissional de marketing

Com o intuito de acompanhar o que há de mais moderno e eficiente nesse campo, a Brazil Promotion, o principal evento de marketing promocional do Brasil, apresentará as principais inovações, lançamentos e tendências que irão inspirar os profissionais do ramo a envolver ainda mais os consumidores. Em sua 19ª edição, a feira será realizada de 12 a 14 de setembro, das 13h às 20h, no Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo.

Um dos principais destaques da feira Brazil Promotion são as grades de palestras compostas por dois dias de Popai Trends e outro de Promo Tendências, com painéis e seminários que tem como objetivo estimular a participação ativa de profissionais de marketing, colocando temas de grande importância no centro das discussões, a fim de enriquecer e fortalecer o ecossistema que impulsiona o setor.

“Nossa abordagem é centrada na troca de experiências e conhecimentos, promovendo um ambiente propício para compartilhar insights valiosos. Acreditamos que ao unir diferentes perspectivas, podemos impulsionar a inovação e o crescimento de maneira significativa” afirma Thais De Vitto, diretora da Brazil Promotion.

O credenciamento pode ser feito por meio do Sympla (https://www.sympla.com.br/evento/brazil-promotion-2023/1813296) e a visitação é gratuita para profissionais corporativos. Autônomos e estudantes precisam consultar as condições de participação.

Os visitantes poderão participar das palestras gratuitas com um mix de assuntos e as principais tendências para contribuir e inspirar o profissional de marketing, trade marketing, eventos, comunicação e outros perfis que estarão na Brazil Promotion. Lembrando que o acesso ao auditório é sujeito à lotação do espaço.

Além do tema principal da abertura da feira, que é Environmental, Social And Governance (ESG) – o que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização, um dos destaques da feira é a palestra do Lucas Mucida Costa, programador na UFV e também community manager na Upland, uma startup de web3 do Vale do Silício, sobre “Inteligência Artificial e Marketing: Muito Além do Chat GPT”, no dia 14 de setembro, das 14h05 às 14h50, com moderação da Lilian Ronchel, que é CFO na Class TechExperience e sócia diretora de inovação Eventech na BIOBOTS.

“Nesta palestra, você terá a oportunidade de aprender sobre a evolução da Inteligência Artificial, compreendendo seu atual funcionamento e desvendando seu impacto extremamente positivo na sociedade. Além disso, fique por dentro de como o marketing está se transformando com essa poderosa ferramenta. Esse seminário vai muito além do Chat GPT para potencializar suas estratégias”, explica Thais.

Outro destaque fica com a participação da cantora Luiza Possi, que irá participar de uma palestra das 17h às 17h45 no dia 14 de setembro, falando sobre “Sons do Futuro: Uma Jornada pela Inovação na Música”.

Confira alguns destaques na grade de palestras da Brazil Promotion.

Terça-feira, dia 12 de setembro

TEMA DO DIA: ENVIRONMENTAL, SOCIAL, AND GOVERNANCE (ESG)

Das 15h35 às 16h20 – Palestra sobre “RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA”, com Daniela de Andrade Pio (Psicóloga com especialização em Psicodrama, Gestão do Conhecimento, Gestão de Negócios e Liderança) – falando sobre a inclusão e diversidade no ambiente de trabalho são fundamentais para promover um espaço onde todos os colaboradores se sintam valorizados e respeitados, nesta palestra iremos discutir sobre o impacto social positivo das empresas na comunidade e programas de voluntariado e engajamento comunitário.

Das 16h20 às 17h10 – Painel sobre a “INCLUSÃO E DIVERSIDADE NO AMBIENTE DE TRABALHO. IMPACTO SOCIAL POSITIVO DAS EMPRESAS NA COMUNIDADE”, com Paloma Breit dos Santos (Analista de Acessibilidade) e Camila Inácio (Especialista em Gestão de Pessoas) – mostrando a promoção da igualdade de oportunidades e a quebra de barreiras preconceituosas não apenas refletem um compromisso ético e socialmente responsável, mas também resultam em colaboradores mais engajados, satisfeitos e motivados.

Quarta-feira, dia 13 de setembro

TEMA DO DIA: ESTRATÉGIAS DO TRADE MARKETING

Das 14h05 às 14h50 – Palestra sobre “TRADE MARKETING: CONCEITOS ESSENCIAIS E BENEFÍCIOS PARA EMPRESAS”, com Rafysa Rodrigues Figueiredo (atualmente responsável pelo trade do canal Atacado do estado de SP e dos nacionais Atacadão e Assaí pela Aurora Coop), Victor Wallace Bastos​ (Diretor Executivo da Adilis) e Antônio De Luca​ – (especializado em comportamento do consumidor pela Fundação Getúlio Vargas) – falando sobre a integração entre Varejo, Indústria e Agências de Field Marketing e como implementar a cultura Sellout em sua organização.​

Das 15h35 às 16h20 – Palestra sobre “MPDV: UTILIZANDO O MATERIAL DE PONTO DE VENDA PARA AUMENTAR O IMPACTO NAS VENDAS”, com Luis Henrique Bressane​ (profissional com experiência nacional e internacional em trade marketing no setor industrial), Sergio Merli​ (especialista em marketing e branding para negócios) e Carla Mazza​ (profissional com 23 anos de experiência nas áreas Comercial e Marketing) – mostrando tudo sobre o MPDV e suas diferentes formas, também descobriremos como utilizar de forma criativa esse método para atrair a atenção dos consumidores e influenciar sua decisão de compra.

Quinta-feira, dia 14 de setembro

TEMA DO DIA: INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E WEB3

Das 15h às 15h45 – Palestra sobre “CRIATIVIDADE NA ERA DAS NOVAS TECNOLOGIAS”, com Gabriel Branco (CEO Class TechExperience e Sócio Diretor da BiobotsTec), abordando a importância do processo criativo atrelado aos conhecimentos das novas tecnologias para gerar experiências interativas, imersivas e impactantes.

Das 16h às 16h45, Palestra “DESVENDANDO A WEB 3.0 – APRENDA COM O CASES DE SUCESSO”, com Ney Neto (empreendedor na área de Blockchain) – mergulhando nos conceitos da Web 3.0 e como eles estão transformando a maneira de interação online. Descubra como as marcas estão utilizando a próxima era da internet para criar estratégias inovadoras, e conheça casos reais de sucesso que estão moldando o cenário digital.

A programação completa do evento está disponível em www.brazilpromotion.com.br.

SERVIÇO – BRAZIL PROMOTION 2023

Quando: Dias 12, 13 e 14 de setembro de 2023

Onde: Pro Magno Centro de Eventos – Avenida Professora Ida Kolb, 513 – São Paulo/SP

Horário: Das 13h às 20h

Valor: visitação gratuita para profissionais corporativos. Autônomos e estudantes, consultar as condições de participação;

Credenciamento: https://www.sympla.com.br/evento/brazil-promotion-2023/1813296

Mais informações: https://www.brazilpromotion.com.br/

Fonte: SANTOSPRESS COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

O novo consumidor “ESG”

Por Claudia Coser e Shirlei Camargo*

Você já deve ter ouvido o termo “conflito de gerações”. Essa expressão corriqueira faz todo sentido porque sim, temos várias gerações convivendo ao mesmo tempo, cada uma com suas características e especificidades, aumentando as possibilidades de diferenças entre crenças, valores, comportamentos – é esperado que isso possa gerar conflitos. Mas, como estão distribuídas as fronteiras entre uma geração e outra? Você sabe a qual geração pertence?

Imagem de Gerd Altmann do Pixabay

Apesar de algumas divergências em relação à quando começa e termina uma geração, segundo o AMA (American Marketing Association) as gerações podem ser dividas da seguinte maneira:

Baby Boomers (nascidos entre 1946 – 1959),
Geração X (de 1960 à 1980),
Millennials (de 1981 à 1995),
Z (de 1995 à 2010)
Alpha (depois de 2010).

Importante perceber que atualmente, cerca de 49% da população mundial é formada pelas gerações Z e Millennials, logo, são justamente essas gerações que estão chamando muito a atenção das empresas que estão querendo entender melhor esses jovens consumidores já que a sua sobrevivência como negócio, a médio e longo prazo, depende deles.

As empresas precisam compreender os padrões que regem a vida e o consumo dessa geração. Mais do que consumir e influenciar a compra, as gerações Z e Alpha também passam a adotar critérios semelhantes para decidir em quais empresas ou organizações desejam trabalhar. Ou seja, essas dimensões se expressam não apenas no consumo, mas também nas relações de trabalho.

Uma das características que mais chama a atenção sobre as pessoas pertencentes a essas gerações é que valorizam muito as questões relacionadas ao ESG – ou seja, elas levam em consideração as dimensões: Ambientais, Sociais e de Governança. Segundo a empresa de pesquisa Nielsen, 75% dos Millennials afirmam mudar seus hábitos de compra para favorecer produtos ecologicamente corretos e além disso, a grande maioria está disposta a pagar mais por este tipo de produto – comparados a seus concorrentes mais baratos. E mais: segundo a Nasdaq, ¾ da geração Z diz que a sustentabilidade é mais importante que a marca em si. Isso deve acender o sinal de alerta das empresas (ou deveria), pois mostra que aquelas que não conseguirem relacionar sua marca de forma positiva com as questões de ESG, poderão perder consumidores e também futuros talentos.

Só para ilustrar como essa mudança é importante, quando comparamos esses novos consumidores com as gerações anteriores, percebemos que realmente há uma transformação de visão: segundo a Nasdaq, um terço dos Millennials usa frequentemente ou exclusivamente produtos de investimento que levam em consideração fatores ESG, contra 19% da Geração Z, 16% da Geração X e 2% dos babies boomers. Ainda, de acordo com uma pesquisa de 2019 da McKinsey, existe uma forte correlação na geração Z entre querer consumir de forma sustentável e estar “na moda”, sugerindo que para esses jovens, uma mentalidade ecológica é ligada ao status social. Dito de outra forma: é cool ser ecológico!

Existem também relatos de conflitos geracionais dentro das famílias em função dos diferentes níveis de informação, consciência e revolta de crianças e jovens quando se deparam com familiares com visões menos preocupadas ou ainda pouco identificadas com os problemas socioambientais.

Foto de Markus Spiske na Unsplash

Outro fenômeno bastante importante nesse sentido diz respeito à eco-ansiedade. De acordo com a APA – American Psycology Association, trata-se do medo crônico de ameaças ambientais decorrentes das mudanças climáticas. Jovens e adolescentes concentram preocupações associadas ao seu futuro e das próximas gerações. A eco-ansiedade é disfuncional, mas 60% desses públicos em 10 países manifestaram preocupação intensa com problemas socioambientais.

Todas essas e outras informações constituem e indicam que o perfil dos consumidores está mudando e as empresas precisam se posicionar concretamente, com ações coerentes – nesse ponto, tanto as questões mercadológicas, quanto à corresponsabilidade entre empresas, governos e sociedade pela materialidade socioambiental de suas atividades estão em jogo. Cada vez mais, as empresas precisarão provar – a partir de produtos, serviços e operações – que assumem compromissos efetivos em termos de responsabilidade pela vida do planeta, das pessoas e dos próprios negócios. Esses três pontos são parte da equação para a perenidade das organizações.

Por outro lado, vemos algumas empresas começando a se preocupar com essas questões. Porém muitas delas, no afã de dar conta desse novo público, tem “trocado os pés pelas mãos” fazendo o que chamamos de greenwashing: quando uma empresa pretende ser ambientalmente consciente para fins de marketing, mas na verdade não está fazendo nenhum esforço notável de sustentabilidade. Mas tal atitude pode ser extremamente prejudicial para a imagem da marca pois outra característica dessas novas gerações é serem bem informadas e estarem atentas a qualquer deslize. E quando isso acontece, elas estão prontas e engajadas em “cancelar” e sabotar empresas que tem discursos considerados enganosos. O caminho é sem volta.

*Claudia Coser é doutora e mestre em Administração na área de Estratégia e Organizações e fundadora da Plataforma Nobis.

* Shirlei Camargo é doutora em Marketing e mestre em Neuromarketing. É também professora e pesquisadora e Brand Manager da Nobis.

Estudo aponta dez pontos de atenção para marcas e profissionais em 2023

Estudo de Flavio Ferrari, professor especialista em cenários futuros da ESPM, aponta estratégias e estimular o pensamento à inovação

O estudo “Thinker’s Insight Points 2023”, produzido por Flavio Ferrari, professor de Análise Estratégica de Cenários Futuros da pós-graduação da ESPM e criador do hub SocialData, apresenta dez principais pontos de atenção para 2023 e que podem ajudar no planejamento estratégico de marcas e planos de carreira para profissionais. O estudo reuniu pensadores de diversas áreas, entre elas comunicação, tecnologia e inovação, que utilizaram a metodologia Future Castells’ Stones (FCS), que propõe a observação do mundo a partir de nove marcos definidos para avaliar as motivações para transformação, as influências do contexto e as consequências das possíveis mudanças. Também houve 140 entrevistas, análises de redes sociais por meio da ferramenta Stilingue Trends e sites de notícias.

Os dez TIPs destacados são Imediatismo, Incerteza, Tecnologias, Habilidades, Confiança, Inovação Aberta, Liderança, Oportunidades, ESG e Custo Brasil, observados em um cenário sem interferências graves como desastres ambientais, conflitos geopolíticos e econômicos ou colapso de cadeia de suprimentos. “São temas, questões, movimentos, percepções, necessidades ou preocupações para o ano. É um exercício que tem como objetivo balizar estratégias e estimular o pensamento de equipes dedicadas à inovação, facilitando o desenho de possíveis cenários futuros”, diz.

De acordo com a análise, o Imediatismo tem foco na sobrevivência instantânea, com pessoas desejando segurança, empresas preocupadas com resultados e governo em busca de estabilidade. O TIP Incertezas traz os cenários econômico e político instáveis e os conflitos geopolíticos prejudicando o planejamento a longo prazo. As Tecnologias entram para entreter a sociedade e gerar oportunidade de negócios, e segurança da informação é uma preocupação (vulnerabilidade).

O estudo indica que a instabilidade no mercado de trabalho e os profissionais receosos em perder espaço para a Inteligência Artificial geraram o TIP Habilidades. Elas estarão cada vez mais relacionadas à gestão de recursos tecnológicos e humanos. E Confiança é o ativo mais escasso do momento e por isso valorizado em 2023.

O World Economic Forum (WEF) 2023, realizado em Davos, na Suíça, ressaltou a importância da colaboração e reforça o TIP da Inovação Aberta, que traduz a importância da conexão entre empreendedores, investidores, especialistas e outros parceiros para enfrentar desafios.

Três soft skills foram também citadas como principais pontos de Liderança. Criatividade para inovar, humanidade para engajar e ética para gerir o negócio. A idade volta a ser associada à experiência e à estabilidade emocional e profissionais mais velhos podem recuperar espaço no mercado de trabalho – contraponto ao idadismo.

Oportunidades mostram que alguns setores devem ser mais demandados, como Defesa, Energia, Saúde, Tecnologia e Turismo. Sobre ESG a pesquisa aponta que embora o termo esteja presente nas pautas corporativas, não necessariamente haverá ações concretas em 2023, um ano mais imediatista.

O décimo TIP, Custo Brasil, indica um ano de negociações devido ao cenário político e econômico – pressão para reforma tributária, incentivos fiscais e crédito facilitado.

“Percorrer o caminho das pedras é um processo que estimula a identificação de potenciais transformações e as submete a um filtro de realidade, permitindo elencar as que terão maior probabilidade de se concretizar”, diz Ferrari.

Fonte: NovaPR – Flávia Nakamura

ESG e o Mercado Publicitário (O que todo publicitário deveria ler)

por Daniela Robledo*

Com a chegada das políticas de ESG nas grandes empresas, o que isso impacta na área de marketing, comercial e na visão de resultado dos acionistas.

Lucro: é isso que todos buscamos quando implementamos novas políticas dentro das indústrias e das empresas em geral, e essa não é nenhuma novidade. Todos os produtos e serviços são criados para que se possa atender às novas necessidades da sociedade que vão surgindo com o passar do tempo, e isso acontece sempre como uma via de mão dupla: as pessoas consomem aquilo que desejam – e do que precisam –, e os atores do mercado recebem um retorno financeiro que, assim queremos, seja cada vez mais lucrativo.

Neste momento em que o ESG (Enviromental, Social and Governance) se coloca como pauta central no cenário corporativo global, um dos questionamentos mais frequentes que surgem é justamente sobre esta relação entre o atendimento aos critérios da sustentabilidade empresarial e a fantasiosa diminuição dos lucros decorrente disso. Pelo contrário, a perspectiva do ESG surge como a possibilidade de mudarmos os rumos da economia mundial, aliando-se os interesses privados com uma maior harmonia social e ambiental, e beneficiando desse modo as companhias, os stakeholders, a sociedade e o meio ambiente. É preciso, então, perceber o ESG como um espaço de ganha-ganha, em que todos os lados são favorecidos.

Um termômetro fundamental diante disso é o movimento que os investidores têm feito, e não é difícil de localizar onde o investimento tem sido priorizado – os critérios de sustentabilidade adotados pelas companhias têm norteado as escolhas dos investimentos, e o ESG funciona justamente como uma métrica do desempenho das empresas. A conclusão, então, é simples: ter um perfil forte em ESG atrai novos investidores além da atração dos consumidores, que hoje estão muito exigentes quanto a isso.

Em uma pesquisa divulgada neste ano de 2022, elaborada pela Deloitte, uma organização de serviços profissionais, junto com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), fica evidente que as empresas estão cada vez mais focadas na utilização de indicadores não financeiros, os quais reforçam os critérios de ESG, como é o caso da redução da emissão de carbono e da representatividade de grupos minoritários. Esse estudo foi realizado com 65 empresas – 68% delas são listadas na bolsa de valores, no Brasil ou no exterior – e demonstra que o mercado precisa desenvolver uma perspectiva multidisciplinar para lidar com os desafios urgentes deste momento.

Tais indicadores não financeiros, de acordo com a pesquisa, estão se tornando tão relevantes quanto os indicadores financeiros, de modo que 86% das empresas participantes afirmam que a criação dos indicadores não financeiros auxilia na transparência diante da sociedade, e 49% delas acreditam que a adoção deles faz com que tenham vantagem no cumprimento do compromisso com os investidores. Quanto aos indicadores que já estão sendo utilizados pelas empresas participantes do estudo, 72% são ambientais, 65% são sociais e 74% são de governança.

Mesmo que haja certeza quanto à importância dos indicadores não financeiros, muitas companhias ainda encontram dificuldades para a sua implementação, como mostra a pesquisa, mas os obstáculos não se encontram só aí, já que a maneira de comunicar tudo isso também é uma questão frágil para as companhias, merecendo um amplo debate, pois há uma nova realidade se conformando. Isso demanda novas formas de comunicação, de estratégia de marketing, mais ágeis e acessíveis para o grande público. E é essa a visão que o marketing e comunicação das empresas têm que ter. Ações de ESG não são simplesmente uma questão de campanha publicitária. De aumentar o feito e dar voz na publicidade como fazíamos no passado com outros olhares para fomentar simplesmente a área comercial. Esse aspecto está relacionado também a necessidade da transparência, que é o melhor caminho para a performance das empresas diante das comunidades em que operam. Uma das consequências positivas disso, dentre tantas, é a elevação da motivação dos colaboradores das corporações. De acordo com pesquisa mencionada no livro “Valuation: measuring and managing the value of companies”, as pessoas da chamada geração Z desejam trabalhar em espaços que tenham propósitos direcionados, e quando há transparência nas companhias sobre tais direcionamentos, o engajamento pode aumentar – e quando os funcionários trabalham por objetivos comuns, as metas financeiras são mais facilmente alcançadas.

A tendência, diante da lógica do ESG, é que as empresas que não se adaptarem rapidamente a isso passem a ser rejeitadas não só pelos maiores investidores, mas também pelos próprios consumidores, os quais têm apresentado cada vez mais preocupações sociais e ambientais, valorizando, nas suas escolhas de consumo, não só o preço e a qualidade dos produtos, mas também os impactos que são gerados. Já é notável a preferência dos consumidores pelos produtos e serviços produzidos por meio da ideia da sustentabilidade: se comparados com os produtos convencionais, eles promovem um crescimento de vendas de quase seis vezes mais, de acordo com o já mencionado livro “Valuation: measuring and managing the value of companies”.

Diante de tudo isso, fica fácil perceber que, diferentemente do que se pressupõe em alguns contextos, aderir aos pilares do ESG nas companhias é incrementar os lucros. Há grandes casos de sucesso já implementados nos países mais desenvolvidos, em que se visualiza, nos resultados, uma economia significativa a partir de iniciativas concretas como, por exemplo, redução do uso de água, uso de fontes limpas de energia, utilização de materiais reciclados e biodegradáveis. Além dessa economia, é importante lembrar, mais uma vez, que pelo fato de algumas dessas mudanças exigirem notáveis investimentos financeiros, faz-se com que sejam valorizadas as empresas que fazem tais escolhas.

Temos pela frente ainda muitos avanços a serem feitos para que as companhias lidem de forma cada vez mais apropriada com os pilares da sustentabilidade empresarial. Os investidores estão à procura de investimentos que levam os critérios da sustentabilidade em consideração – e o ESG é o parâmetro para isso. Mas temos que entender e nos apropriar do tema, viver isso com verdade, para poder reproduzir esses resultados e iniciativas ao consumidor em forma de marketing transparente e não com campanhas de greenwashing.

*Daniela Robledo, gestora de destaque no mercado publicitário brasileiro, com ampla experiência no mercado cooperativo, trabalha atualmente com aquilo que se tornou uma missão não só profissional, mas também pessoal: tornar o ESG – Environmental, Social and Corporate Governance – um lugar comum na mentalidade empresarial do Brasil, país que é um dos principais players do mundo no que se refere à geração de energia sustentável. Trabalha atualmente como Diretora de Marketing e Comunicação da SOL Energia, empresa de sustentabilidade e energia que tem por trás um grande conglomerado financeiro, para a qual criou e estruturou a marca. É formada em Publicidade e Propaganda; tem MBA em Gerenciamento de Projetos; pós-graduação em Finanças; e mestrado em Gestão Empresarial. Hoje Daniela tem sua carreira voltada aos temas mais importantes da atualidade, Stakeholders e ESG, tendo se especializado pela FIA Business School, e busca viver verdadeiramente esses conceitos para a implementação de uma nova jornada mundial.