Marcas querem ser influencers e influencers querem ser marcas. A disputa não é por alcance e sim por confiança.

Ewerton Mokarzel, CEO e Sócio na FutureBrand São Paulo. Créditos: Ester Mendes

Por Ewerton Mokarzel*

Marcas tradicionais, com budgets bilionários, olham, com inveja mal disfarçada, para a autenticidade e o vínculo que os creators digitais constroem com suas audiências. O paradoxo é um tapa na cara da velha guarda do marketing: marcas querem ser influencers (ter a voz autêntica e a confiança do público) e influencers querem ser marcas (ter a estrutura, a perenidade e o valuation de um negócio). Alcance se compra, confiança se conquista no tempo das relações e com entregas consistentes.

Analisando o ciclo 2024–2025 dos nossos clientes, três sinais ficam claros: as redes sociais viraram o principal canal publicitário do planeta; o investimento em creators cresceu mais rápido que a mídia como um todo; e as marcas que performaram melhor aprenderam a operar a influência como estratégia, não como mídia tática.

Pessoas influenciam pessoas

Em 2024, havia 144 milhões de usuários de redes sociais no país [DataReportal], 81% dos brasileiros afirmam ser influenciados por anúncios personalizados nas mídias sociais [A Voz do Consumidor 2024 PwC] e 69% dos brasileiros já compraram por indicação de influenciadores.

O país já figura entre os maiores ecossistemas de creators no Instagram, com cerca de 13 milhões de criadores. Isso cria abundância de nichos, formatos e comunidades onde recomendações circulam com intimidade e autenticidade social. É muita gente conversando, comparando e compartilhando experiências todos os dias.

Para o creator que sonha em ser uma marca, a influência é um canal, não o negócio. Creators precisam se profissionalizar e operar como empresas, investindo em qualidade, operação, métricas, logística e governança.

Os grandes casos de sucesso de creator brands que alcançaram valuations elevados operam em parceria com grandes empresas e investidores, unindo a força da influência à solidez da gestão.

Aqueles que apostaram tudo na audiência e negligenciaram o básico, como qualidade do produto e eficiência operacional, estão no cemitério das boas intenções. A influência sozinha não sustenta a valuation de um negócio no longo prazo. O caso da Prime Hydration (Logan Paul e KSI), que viu a receita cair cerca de 70% no Reino Unido em 2024, e o MrBeast Burger, que enfrentou litígios e controvérsia de qualidade, mostram o custo de uma execução irregular.

Marcas ainda influenciam pessoas

Marcas não perderam poder de persuasão, só mudaram a forma de exercê-lo. Evidências da Kantar mostram que marcas percebidas como significativamente diferentes por mais gente atingem até cinco vezes mais penetração, com efeito de preço e preferência. Influência de marca se acumula em experiência, não em picos isolados do “viral”.

Menos obsessão em “parecer influencer”, mais projeto para se tornar influência. Ir além da tática superficial e abraçar o trabalho duro de construir uma proposta de valor real. Creators precisam de liberdade criativa — eles entendem o próprio público e sabem o que funciona. Isso significa tratar creators como canal de distribuição de reputação e não apenas de cupom, e aceitar que parte do controle mora nas pessoas.

O dinheiro seguiu a influência

O mercado global de influencer marketing foi estimado em 24 bilhões de dólares em 2024 e projeta 32,55 bilhões em 2025. O mesmo estudo registra social como maior rubrica de mídia em 2024, com 247,3 bilhões de dólares, e nova alta prevista para 2025. O Brasil aparece como líder mundial em número de influenciadores no Instagram, com 15,8%, e segundo em posts patrocinados.

Essa migração de capital confirma os dados de que consumidores acreditam mais em um indivíduo que fala diretamente com eles do que em uma comunicação polida da marca. Nesse cenário, a relação Marcas X Influencers muda de eixo. As marcas ainda influenciam, mas o fazem de forma indireta, através da credibilidade emprestada dos creators.

Marcas X Influencers

Creators querem preservar voz, risco criativo e timing próprio, mas batem na parede de briefings que achatam estilo, humor e repertório até virar produto de agência. Marcas querem previsibilidade, performance e accountability. Desse choque nasce a frustração crônica do mercado, porque espontaneidade sem método parece vaidade e controle sem sensibilidade mata a faísca criativa que move a comunidade.

Marcas + Influencers

É a ponte estratégica que conecta a marca ao consumidor, ampliando a relevância e o valuation. SKIMS chegou a 5 bilhões de dólares em 2025 com capital sofisticado e logística de gente grande. Glossier atingiu 1,8 bilhão na Série E ao transformar comunidade em pipeline de produto. Rare Beauty circula com estimativa de 2,7 bilhões depois de pausar um processo de venda que mirava 2 bilhões no ano anterior. Kylie Cosmetics cravou valuation implícito de 1,2 bilhão na venda de 51%. Quando a audiência certa encontra a máquina certa, a marca deixa de pedir atenção e passa a ser desejada. Marcas buscam influencers para recuperar confiança e influencers que a conquistaram buscam a estrutura de marca para perenizá-la.

*Ewerton Mokarzel é designer e executivo com mais de 25 anos de experiência em branding. CEO e sócio da FutureBrand, lidera projetos de transformação para grandes empresas no Brasil e no exterior, com passagens pela Austrália e Singapura. Reconhecido por unir estratégia e execução criativa, conquistou mais de 250 prêmios nacionais e internacionais, incluindo os mais importantes do setor, e consolidou a FutureBrand como a maior consultoria de marcas do país e uma das líderes globais. Ao longo da carreira, já trabalhou com empresas como Grupo Boticário, Santander, Nestlé, Hering, BTG Pactual, Track&Field, Localiza, Banco do Brasil, Porto Seguro, JBS, Nespresso, entre outras.

Pátio Pinda Hotel & Resort chega a 95% de ocupação para o Réveillon e confirma alta na procura por turismo no interior paulista

Primeira festa de Ano Novo do empreendimento acompanha tendência nacional de aquecimento do setor, impulsionado por maior consumo no fim de ano

O Intercity Pátio Pinda Hotel & Resort, em Pindamonhangaba (SP), já alcançou 95% de ocupação para sua primeira celebração de Ano Novo, numa procura que sinaliza a retomada da demanda por hospedagem e lazer na região da RMVale. A informação ganha força em um momento em que o setor turístico nacional vive recordes: segundo dados da Embratur, o Brasil registrou um crescimento de 48,2% nas chegadas de turistas internacionais no primeiro semestre de 2025, superando a média global.

O resort, que passou por uma recente expansão com investimento de R$ 20 milhões e ampliação da área de lazer e do centro de convenções, surge como alternativa estratégica para visitantes que buscam natureza, lazer, turismo religioso e conveniência. A localização torna o hotel um ponto de convergência prática para quem deseja explorar atrações naturais da região, além de participar de eventos locais.

Para o Réveillon, o Intercity Pátio Pinda Hotel & Resort preparou um pacote completo com ceia especial, música ao vivo e acesso a toda a infraestrutura do resort. Para Edmilson Pereira, Gerente Geral do empreendimento, o movimento reforça uma tendência observada pelo mercado: o interior paulista vem se destacando como destino de turismo de experiência. “O que mais atrai os viajantes é a combinação de conforto, bom custo-benefício e proximidade com a natureza e com centros urbanos.”

Potencial RMVale e tendências de consumo

O levantamento da Embratur reforça ainda o potencial de hotéis localizados em destinos no interior com infraestrutura completa para lazer, eventos e turismo religioso. Estabelecimentos estrategicamente posicionados, com fácil acesso a belezas naturais impactantes como o Parque Nacional da Serra da Bocaina, Pedra do Baú, Pico Agudo, Parque Estadual da Serra do Mar, Horto Florestal de Campos do Jordão, Pico do Itapeva e litoral norte paulista, podem oferecer experiências diferenciadas a turistas nacionais e internacionais. Além disso, algumas tendências de consumo se destacam e também podem ser exploradas na RMVale: turismo de aventura, que movimentou US$ 1,16 trilhão mundialmente em 2024, com 67% dos viajantes internacionais incluindo atividades desse tipo em suas viagens; turismo gastronômico, com foco em experiências autênticas, sustentáveis e com predominância de público Millennial; e observação de vida silvestre, onde experiências de ecoturismo ganham cada vez mais destaque no mercado global.

Circuito Serra, Fé e Mar

Lançado em agosto deste ano, o Circuito Serra, Fé e Mar é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo que integra municípios do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Litoral Norte e Região Turística da Fé para criar um destino único e sustentável. O objetivo é transformar esse território em um polo de experiências completas, reunindo patrimônio histórico, cultural, natural e religioso em um só itinerário, que combina contemplação, espiritualidade, aventura, lazer, gastronomia e hospitalidade.

Com acesso facilitado pelo Aeroporto Internacional de São José dos Campos, o circuito une cidades como Pindamonhangaba, Taubaté, Aparecida, Campos do Jordão, Ilhabela e São Sebastião em um esforço conjunto para fortalecer o turismo regional. A proposta é qualificar serviços, ampliar a mobilidade e promover os atrativos de forma integrada, gerando desenvolvimento, oportunidades e experiências diferenciadas para os visitantes.

Além disso, cidades da RMVale viraram Municípios de Interesse Turístico, incluindo Pindamonhangaba que passa a contar com o reconhecimento que abre portas para investimentos em infraestrutura, cultura e roteiros de ecoturismo.

Crescimento e oportunidades

Em setembro, o Intercity Pátio Pinda Hotel & Resort concluiu sua obra de expansão, com investimento de R$ 20 milhões e a previsão de gerar mais de 100 empregos em sua nova fase. Além disso, o empreendimento também acompanha o crescimento do turismo religioso na região, recebendo os fiéis. Para 2026, a ocupação já atingiu 100% da capacidade para a semana que antecede o principal feriado de Aparecida-SP. Além disso, o hotel recebeu neste ano diversos hóspedes estrangeiros, em sua maioria a negócios, aproveitando a proximidade com o polo industrial da região e reforçando seu papel estratégico no desenvolvimento econômico local.

“Com o novo DNA do hotel, buscamos fidelizar esses clientes, mostrando as diversas opções de lazer que oferecemos tanto no hotel quanto na região, garantindo experiências completas em lazer, turismo religioso e convenções”, ressalta Edmilson.

Fonte: Communicare

Investimento em mídia via agências cresce 9,07% até setembro, aponta Painel Cenp-Meios

Com volume de R$ 19,4 bilhões e participação de 329 agências, levantamento reforça a vitalidade do mercado publicitário

O investimento em mídia via agências no Brasil somou R$ 19, 4 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, de acordo com o Painel Cenp-Meios, que consolida os espaços publicitários efetivamente comprados por 329 agências em todo o país. No período, o crescimento dos investimentos no segmento superou com folga o desempenho da economia brasileira: enquanto o setor avançou 9,07%, o PIB acumulado até o terceiro trimestre cresceu 2,4%, de acordo com o IBGE, uma diferença de quase quatro vezes, na comparação com 2024.

“O resultado confirma a expansão contínua do mercado publicitário brasileiro e reforça o movimento observado ao longo dos últimos trimestres: mesmo em um cenário macroeconômico marcado por incertezas, a publicidade segue avançando de forma sólida. A distância entre as curvas evidencia o papel cada vez mais estratégico da comunicação para empresas de todos os portes” afirma Luiz Lara, presidente do Cenp.

Além de mostrar o avanço nacional, o Cenp-Meios revela como esses investimentos se distribuem pelo território brasileiro. O mercado nacional, que concentra negociações multirregionais e campanhas de abrangência em todo o país, respondeu por 67,9% do total (R$ 13,196 bilhões). Entre as regiões, o Sudeste lidera com 19,2% (R$ 3,734 bilhões). Na sequência aparecem o Nordeste, com 4,9% (R$ 948,6 milhões); o Sul, com 4,0% (R$ 774,1 milhões); o Centro-Oeste, com 3% (R$ 578,7 milhões); e o Norte, com 1,1% (R$ 216,4 milhões). Os números reforçam a força da atividade publicitária no país e o dinamismo regional na distribuição dos investimentos.

Os dados aferidos pelo Painel Cenp-Meios referem-se aos espaços publicitários efetivamente comprados por 329 agências de todo o país, sendo 257 matrizes e 72 filiais, ao longo dos meses de janeiro a setembro de 2025. O levantamento considera exclusivamente os Pedidos de Inserção (PIs), organizados por meio, estado, região e período — sem acesso a dados individuais de clientes ou veículos. O Painel Cenp-Meios é acompanhado pelo Núcleo de Qualificação Técnica (NQT), organismo especializado em métricas, circulação, pesquisa e mídia, formado por representantes de anunciantes, agências, elos digitais e veículos de comunicação. O Painel Cenp-Meios foi verificado pela KPMG, garantindo integridade e segurança aos dados compartilhados.

O Cenp-Meios se consolida como a principal referência do setor para acompanhamento da evolução dos investimentos em mídia no Brasil, permitindo ao mercado analisar tendências, dimensionar a movimentação do setor e observar, de forma contínua, a contribuição da publicidade para a dinâmica econômica nacional.

A seguir, confira os números do período de janeiro a setembro de 2025:

Veja o painel completo do Cenp-Meios no site, clicando aqui.