Coluna Propaganda&Arte

8 lições que aprendemos (de graça) com Djokovic e Cristiano Ronaldo

Por R. Guerra Cruz

Na conexão entre o talento, dedicação e longevidade, encontramos dois ícones do esporte mundial: Novak Djokovic e Cristiano Ronaldo. O que torna suas trajetórias ainda mais impressionantes é não apenas a longevidade no topo, mas a melhoria contínua, desafiando a ideia convencional de que o auge de um atleta ocorre em uma idade mais jovem.

Djokovic, com sua técnica refinada e mentalidade implacável, e Cristiano Ronaldo, com sua forma física e habilidade excepcionais, oferecem insights valiosos para profissionais das áreas de comunicação, publicidade, redação e design.

Claro que eles não são perfeitos e eu poderia citar os episódios da vacina de Djoko ou da vez que o Ronaldo ignorou um fã. Então nos resta avaliar e tentar extrair 8 lições com estes caras acima da média. E o melhor, é tudo gratuito!

1. Compromisso Inabalável: Mantenha uma disciplina similar na busca pela excelência em suas criações. Rotinas consistentes de trabalho, pesquisa e experimentação são cruciais para o aprimoramento criativo. Quantas vezes você escreve e revisa seus textos? Ou pesquisa referências? Faça mais 10 vezes!

2. Adaptação Estratégica: Assim como eles se reinventam no esporte, mantenha-se ágil e pronto para evoluir. Na comunicação, é vital acompanhar as tendências e tecnologias emergentes para se manter relevante. Como você tem usado as IAs em seu trabalho? Ou para estudos?

3. Resiliência e Foco: Encare rejeições e fracassos como parte do processo de aprendizado. Manter o foco nos objetivos criativos, mesmo diante de obstáculos, é essencial para superar desafios. Nem sempre nossa primeira ideia vai pra frente. Ou a primeira versão do produto. Teste e relance!

4. Busca por Aprendizado Contínuo: Invista na melhoria constante de suas habilidades criativas. Aprender novas técnicas, explorar diferentes estilos e desenvolver sua inteligência emocional impulsiona sua evolução como profissional criativo. Busque técnicas que vão além de questões práticas, mas que envolvam toda sua potência mental. Você pode muito mais!

5. Inspirar Equipes: Ao colaborar em projetos criativos, sua capacidade de liderar e motivar colegas é fundamental para alcançar objetivos compartilhados. Quantos projetos você já liderou? Como foi? Você é um bom gestor(a)?

6. Narrativas Poderosas: Desenvolva histórias envolventes em suas criações. Na publicidade e redação, a habilidade de contar histórias impactantes aumenta a conexão emocional com seu público-alvo. A sua história de vida também entra nessa ideia. Seja protagonista!

7. Aprendizado com Erros: Assimile lições de eventuais falhas em seus projetos criativos. Reconhecer imperfeições é uma oportunidade para aprimoramento contínuo. Lembra que eu disse que nem Djoko e nem Ronaldo são perfeitos?

8. Visão Humana e Complexa: Compreenda que sua própria jornada criativa será multifacetada. A imperfeição faz parte do processo de crescimento, permitindo o desenvolvimento e a melhoria contínua em sua área de atuação. Todos podemos errar e melhorar em alguma área. Reconheça, perdoe-se e continue evoluindo.

Ao aplicar essas dicas em suas áreas, você poderá criar um ambiente propício para o crescimento profissional e aprimoramento constante, valorizando tanto os acertos quanto os aprendizados dos equívocos, assim como fazem Djokovic e Cristiano Ronaldo em seus campos de atuação. Aliás, de campo esses caras entendem, seja saibro, asfalto, grama ou carpete. E você? Em que terreno busca aprimorar sua arte?

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Crowdfunding: a arte de fazer o impossível possível

Por R. Guerra Cruz

No mundo da propaganda e da arte, o crowdfunding é uma força imparável que impulsiona a criatividade e a mudança social. Mas não se engane, não é só chegar e pedir dinheiro para as pessoas. É preciso ter uma boa ideia, um bom planejamento e, claro, um pouco de sorte. Para explicar melhor esta grande potência que está em nossas mãos, gostaria de falar de 3 dimensões dessa ferramenta: inovação, causa social e arte.

Startups: a inovação do coletivo

Startups frequentemente enfrentam desafios financeiros. O crowdfunding, por sua vez, tem surgido como um aliado crucial para muitas delas. Nos dados mais recentes, o Catarse, uma plataforma de crowdfunding líder no Brasil, se destaca pela captação de recursos para projetos inovadores. Em 2020, o Catarse arrecadou impressionantes R$47.978.150 na plataforma, o que representa um aumento de 68% em relação ao volume transacionado em 2019. Além disso, 274.713 apoiadores únicos participaram, o que equivale a 45% a mais do que o número de apoiadores em 2019. Essa tendência de financiamento coletivo não apenas auxilia na superação de obstáculos financeiros, mas também cultiva uma comunidade em torno de ideias inovadoras.

Projetos sociais: a onda de solidariedade

A segunda dimensão do crowdfunding é a sua capacidade de impactar projetos sociais. Com o uso crescente de plataformas como o Catarse, as causas sociais podem alcançar um público mais amplo e diversificado. Em um mundo que valoriza a responsabilidade social corporativa, o financiamento coletivo se tornou uma ferramenta crucial. Projetos sociais têm arrecadado quantias significativas, ajudando a enfrentar desafios prementes e a criar impacto real.

O gráfico de 2020 apresenta um volume maior arrecadado em projetos de literatura, quadrinhos, música, jogos e socioambientais.

Arte: a expressão da coletividade

A terceira dimensão do crowdfunding é o seu papel na arte e cultura. Plataformas como o Catarse permitem que artistas compartilhem suas visões com um público global. Seja para financiar um filme independente, uma exposição de arte ou um álbum musical, o financiamento coletivo proporciona uma maneira única de dar vida a projetos artísticos. A arrecadação bem-sucedida nesse contexto não apenas apoia artistas, mas também conecta apoiadores a obras que fazem muito sentido para eles.

Um pouco do meu trabalho de Pós-Graduação

Eu tenho um exemplo bem interessante e pessoal. Em meu trabalho de pós-graduação, conduzi um estudo de caso detalhado de um projeto literário financiado pelo Catarse. Analisei as estratégias e elementos que levaram a esse projeto ao sucesso, destacando como a apresentação do projeto, a interação nas redes sociais e o engajamento do público desempenharam papéis fundamentais. Os dados revelaram que 82% dos apoiadores do projeto nunca haviam utilizado o Catarse, evidenciando a dimensão ampla e diversificada do público envolvido.

Quando o impossível é possível

À medida que exploramos os sucessos do Catarse e de outras plataformas de financiamento coletivo, é evidente que a força da colaboração coletiva é uma das maiores ferramentas de mudança que une tecnologia e pessoas. A ação conjunta pode transformar ideias em realidade, superar desafios e criar um impacto positivo na sociedade.

No contexto do financiamento coletivo, o futuro é coletivo, e as possibilidades são infinitas. Qual é o seu maior sonho? Criar um novo produto, ajudar um projeto social ou lançar um livro? Talvez sozinho você não consiga realizar, mas existe sim uma grande oportunidade a poucos cliques de nós. Como disse Helen Keller, renomada autora e ativista, “Sozinhos podemos fazer muito pouco; juntos podemos fazer muito”.

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Elas “entrarão” em nossa casa, “roubarão” tudo

Imagem criada pela IA do Midjounrey com a minha orientação

Precisei apelar para um meme que brinca com o uso errado do tempo verbal para dizer que o futuro chegou, ele pode até ser mais divertido e bonito, mas não menos complexo e desesperador. As IAs (Inteligências Artificiais) chegaram pra ficar e algumas profissões já correm risco!

Você não ouviu falar do Midjourney? Mas já deve ter visto.

Nos últimos anos, alguns programas de inteligência artificial que cruzam dados textuais e imagens estão sendo desenvolvidos e aperfeiçoados. O mais famoso dele tem sido a IA do laboratório de pesquisas Midjourney. Isso porque ela é de simples utilização (você coloca frases, textos descritivos das cenas, elementos importantes como acabamentos da arte e tudo mais que achar válido) e em poucos segundos vê uma obra de arte de primeira qualidade se formando na sua frente.

Essa inteligência artificial utiliza seu grande repertório para criar obras dignas de prêmio! E isso tanto é verdade que um artista venceu um prêmio de desenho usando essa IA no estado do Colorado-EUA e foi alvo de críticas, pois o trabalho mais complexo da arte é toda feita pela inteligência artificial, dando ao artista apenas a função de testar algumas frases e realizar pequenos retoques finais em programas de edição da imagem (se quiser).

Photo by: KOAA News5

O problema não é apenas sair com as glórias de uma obra bela como essa acima, mas lucrar com esse trabalho fácil. Já pensou nisso?

Uma nova Era da arte: IArte

A linguagem artística trabalha com arquétipos, imagens e o que estes programas fazem é justamente mesclar essas imagens significativas ligando os pontos que são as palavras que você coloca para a IA do Midjourney executar. Os críticos estão falando sobre a ética artística que esse tipo de artifício pode abalar, uma vez que esse novo “artista” acaba apenas se especializando em escolher as palavras certas e fazer uma curadoria depois de centenas de resultados que obteve escolhendo aquela imagem que achou mais bonita. Todo o trabalho conceitual, de técnica e inspiração típicas de um artista tradicional simplesmente são jogados no lixo. Essa é a visão de quem é contra esse tipo de uso e, realmente, é uma revolução!

Inspiração ou atalho preguiçoso

Como o uso dessa ferramenta ainda está em fase beta, acreditamos que muito pode-se evoluir ainda, chegando a resultados estéticos ainda mais surpreendentes. Por ser uma novidade, muitas pessoas estão se aproveitando disso, criando e vendendo imagens geradas pela IA como se fossem os autores, ou ainda, colocando-se como principal autor, mesmo que dando crédito para a IA. Isso poderia gerar lucros absurdos para um trabalho infinitamente menor do “artista” e pode acabar com toda uma gama de profissionais, sejam ilustradores, artistas conceituais, ilustradores de capa de livro, quadrinhos, dentre outros. Fica difícil competir com um novo mercado que cria imagens em minutos, com uma riqueza imensa de detalhes, milhares de imagens de repertório e ainda por preços extremamente baixos, pois a plataforma é free (pelo menos para os desenhos iniciais de teste).

Precisamos acompanhar de perto essa revolução ou ENTRARÃO e ROUBARÃO aquilo que até então nos diferenciava do restante dos animais: a nossa capacidade criativa.

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De Almeida Júnior a Boticário: quando o normal vira arte

Estereótipo, inclusão e identificação. Essa combinação de palavras nunca esteve tanto em discussão na propaganda como hoje em dia. Mas na arte, ela já é debatida há muito tempo, com Almeida Júnior, por exemplo, lá por 1880. Será que o tema é moda ou é um fenômeno que veio pra ficar? Bora entender melhor!

Gente como a gente

Almeida Júnior foi um importante pintor brasileiro nascido em Itu em 1850. Pois é, faz tempo sim e, como a cidade já prometia, seu talento era GIGANTE. (ha-ha) Tanto que, em 1876, o Imperador Dom Pedro II conheceu seu trabalho em uma viagem ao interior paulista e decidiu pagar uma bolsa para ele estudar na Europa.

Lá é onde ele começa sua jornada de aperfeiçoamento e mudança gradativa nos temas abordados nas pinturas, diferentemente dos trabalhos do meio acadêmico, mudando de figuras religiosas para retratar o “caipira paulista” e a vida comum. Esse olhar pro interior lhe rendeu muitas comparações com movimentos na Europa de valorização do comum, cotidiano, uma linha artística chamada de naturalismo, tentando captar o real da sua forma mais crua. Uma busca que volta com tudo agora na propaganda.

O Violeiro, Almeida Junior

Boticário & CIA mudando geral (mas nem tanto)

De volta ao nosso milênio, grandes marcas ligadas ao ramo da beleza, como o Boticário, estão mudando os discursos, evitando palavras (normal e perfeito) que geram uma busca por uma beleza irreal, mudando os castings e atores, evitando o Photoshop, trazendo figuras mais “comuns”, tanto de estilo, como de características físicas, para tentar trazer mais realismo e naturalidade à comunicação de seus produtos. Algo que na prática mira em uma maior identificação do público, um cuidado com a saúde mental dos clientes em questões de autoaceitação e de olhar pro “interior”. Ou seja, estão indo na contramão dos filtros que deixam nossa carinha perfeita no Instagram, convenhamos. Mas, apesar do sucesso dessas redes sociais mais prejudiciais, até que tá rolando um movimento das marcas valorizando o que realmente importa: o que você é por dentro.

O que isso impacta na propaganda? Esteticamente, vale destacar os “defeitos”, como marcas da idade na pele, cicatrizes etc., todas as coisas que fazem a gente ser a gente, né? E, na minha opinião, isso vai continuar, independente dos rostinhos perfeitos, que também devem continuar.

O que vamos colocar no quadro?

A propaganda e a arte possuem papéis distintos e podem ser utilizados de formas diferentes. A arte pode ser feita para vender. A arte pode ser feita apenas para mostrar técnica, ser bela, inspirar, mudar o foco da discussão, mudar visões e criticar aspectos sociais. A propaganda também pode ser mais profunda, pode apenas vender, pode ser incrível, inspirar, pode apenas nos persuadir a fazer algo como comprar algum produto ou pode levantar debates sociais. Assim, estes assuntos continuam e devem ir longe, pois dizem muito sobre nós mesmos e nossas escolhas.

No final, a pergunta que fica é: o que vamos colocar no quadro?

Texto inspirado nas obras de Almeida Júnior, que apesar do fim trágico, deixou um legado inspirador durante sua vida.

A minha foto de abertura do texto foi alterada com base em uma inteligência artificial que aprendeu os traços de Leonardo Da Vinci. Conheça o projeto no site: https://www.davinciface.com