Como inovar na gestão do trade marketing?

Transformação digital aliada às campanhas de incentivo se consolida como estratégia essencial para administrar a área com eficiência

por André Schneck (*)

A experiência de compra é um ponto fundamental para converter e fidelizar o cliente. Sabemos que práticas de trade marketing, como a negociação com fornecedores e posicionamento de produtos no ponto de venda, o chamado PDV, fazem toda a diferença para isso e para os resultados do negócio. E a regra vale para toda empresa, independentemente do tamanho. Não há fórmula mágica para buscar a eficiência dos vendedores e promotores, mas não se pode negar que as ferramentas digitais tornaram possível direcionar melhor as estratégias, diminuindo as chances de possíveis fracassos e perda de recursos.

É consenso que a inclusão da tecnologia no processo foi fundamental. Com o seu uso, marcas relevantes no cenário nacional como Coca-Cola Femsa, iFood, Wizard, Remax, Hypera, Marilan, observaram que, em média, 72% dos colaboradores inseridos neste cenário batem suas metas de positivação. Isso foi possível graças à disponibilização de ações personalizadas de incentivo a todo momento, o que proporciona engajamento dos vendedores, além de autonomia e possibilidade de converter seu bom desempenho em premiações atraentes.

Tais incentivos podem incluir uma maior margem de comissão para os vendedores de um determinado produto, gratificações, descontos para o cliente final, sorteios, entre outros. Aí está o “pulo do gato”, como se diz. Porque embora a tecnologia seja acessível a todos, são as soluções adequadas, criadas pelo uso correto da ferramenta digital apropriada, que farão determinado time se engajar mais ou menos.

Por exemplo, uma indústria precisa saber se alguma campanha de venda está dando certo ou não. Antigamente, isso era feito manualmente, com planilhas e contas infinitas. Atualmente, isso pode ser mensurado através de um dashboard instalado num aplicativo. É a gestão a um clique de distância.

A gamificação é outra forma de melhorar engajamento que vem ganhando força nos processos. Dados da Review indicam que 42,95% dos colaboradores gostam de usar elementos de jogos em seus trabalhos e 72% dos profissionais relatam que o game incentiva-os a se dedicarem mais.

A Coca-Cola FEMSA, por exemplo, adota uma estratégia de gamificação que usa um aplicativo capaz de medir a produtividade dos colaboradores e premiá-los por bons resultados. A empresa consegue unir marketing de incentivo com uma campanha interativa, por meio de uma plataforma de modelo SaaS (Software as a Service). A iniciativa resultou num aumento de participantes de mais de 30% em suas campanhas.

Não é novidade, portanto, que um bom trabalho de trade marketing gera uma melhor percepção do público, resultando numa maior visibilidade da mercadoria mesmo quando o cliente ainda não conhece o produto. A partir dessa primeira impressão, há um aumento considerável da possibilidade de o cliente considerar a compra. Mas se o desafio é como engajar a equipe, as campanhas de incentivo aliadas à transformação digital surgem como estratégia essencial para a boa gestão da área.

(*) André Schneck é Gerente de Marketing e Planejamento da Incentivar

Fonte: Compliance Comunicação

Como estar presente no coração do seu cliente?

por Tatiana Lacaz

Quando vamos comprar um produto ‘’automaticamente’’ já pensamos em uma marca de referência. Por trás de todo esse processo, existe um trabalho estruturado nas estratégias de Marketing e Comunicação.

Tatiana Lacaz

Estar presente no coração de cada cliente e ativar o seu marcador somático envolve compreender as suas reais necessidades, gerar o efeito UAU surpreendendo o seu público de uma forma que ele não esperava, bem como o contexto em que ele vive.

Não basta apenas saber em qual classe social ele está inserido, mas sim saber quais mídias ele consome, quais são os seus costumes, sua perspectiva de vida e o que ele de fato busca ao adquirir um produto.

As grandes marcas que se destacam no mercado sempre oferecem experiências surpreendentes e vão muito além da necessidade criando um status social, como é o caso da Apple.

A relação cliente/marca começa antes da venda: o cliente pesquisa, procura referências, vai atrás do histórico da empresa e já chega no ponto de venda convicto com a compra. O processo de Branding auxilia a tornar o público um verdadeiro advogado da marca, fazendo-a protagonista na vida de cada uma das pessoas que ela impacta.

Durante todas essas etapas não podemos esquecer de GERAR histórias impactantes e que emocionam. Trazer a memória afetiva sensibiliza e desperta o desejo do público, pois criar uma narrativa é dialogar e mostrar para o cliente que ele não estará sozinho permitindo que se torne leal à marca.

É primordial entender o comportamento das pessoas como um todo e como elas reagem a diversas situações. O posicionamento das empresas deve estar atrelado à missão, à visão e aos valores e também de acordo com as características do tipo de público.

Jamais tente enganar o consumidor, pois ele está totalmente antenado e conectado com as marcas que consome. Trabalhar as estratégias utilizando o bom senso é fundamental. Só prometa aquilo que é viável de se cumprir e construa a sua marca tendo em mente que branding é sobre sentimentos e pessoas.

Um pouco mais sobre planejamento de mídia

Três elementos importantes na fase de objetivos

por Josué Brazil

Como já vimos em um artigo anterior que tratava de planejamento de mídia, o mesmo se divide em três etapas: objetivos, estratégia e tática.

Na etapa de objetivos fazemos uma série de levantamentos, busca de dados e pesquisas para que possamos ter uma forte e profunda compreensão do cenário em que nosso anunciante está inserido.

Buscamos informações sobre o produto, o público alvo, o mercado de atuação, a concorrência e, em função da análise de tudo isso, definimos as metas de alcance, frequência e continuidade.

Esses são elementos importantes demais no planejamento de mídia.

Lembrando:

1 – Frequência – número de vezes que a pessoa pode vir a receber a mensagem;

2 – Alcance – percentual de pessoas expostas pelo menos uma vez a determinada mensagem;

3 – Continuidade – modo como as mensagens são programadas ao longo do tempo de campanha.

Em relação a frequência sabemos que quantos maiores forem os objetivos de comunicação e marketing maior deve ser a frequência. Ou seja, mais vezes a pessoa deverá ter contato com as mensagens da campanha. Não há regras claras para definir quantas vezes a pessoa deve ser impactada, mas sabemos que poucas repetições da mensagem tendem a gerar pouco ou nenhum resultado.

Com relação ao alcance há um mito de que toda campanha deverá falar com o maior número possível de pessoas. Não é bem por aí. para cada situação pode ser definido um nível de alcance. A tabela abaixo mostra três níveis com os quais geralmente se trabalha em relação ao alcance:

Cobertura alta Acima de 70% do público alvo
Cobertura média Entre 40 e 70% do público alvo
Cobertura baixa Abaixo de 40% do público alvo

Já em relação a continuidade configuramos quatro tipos básicos que podem ser adotados:

1 – Linear – ideal para campanhas longas e diluídas, onde não há pressa para obtenção de resultados. Típica de campanhas de marca ou institucionais;

2 – Concentrada – típica de campanhas curtas como as promocionais, as de venda, as de varejo e até mesmo as sazonais;

3 – Ondas – caracteriza-se por períodos de ação e períodos sem qualquer veiculação. Ideal para produtos/marcas e serviços sazonais ou que tenham liderança destacada e imagem de marca bastante forte;

4 – Pulsação – é uma mistura de linear com ondas. Há períodos com maior ação de mídia e outros com menor ação, mas nunca há intervalo de veiculação.

Elas podem ser entendidas também através destas imagens:

Linear

Concentrada

Ondas

Pulsação

Então, ao final de todas as análises feitas a partir dos dados coletados na etapa de objetivos, devemos fixar as metas de frequência, alcance e continuidade que farão com que os objetivos de comunicação e marketing da campanha sejam atingidos.

Comunicação Interna: 4 dicas para engajar de verdade o colaborador operacional

Por Gabriel Kessler*

Uma boa experiência é considerada por 96% dos profissionais como fator relevante para se manter na empresa, segundo pesquisa do LinkedIn. Entretanto, as conversas sobre o assunto priorizam profissionais administrativos, geralmente. No meio disso, como fica o público operacional?

Investir em iniciativas que tenham como foco times operacionais é importante para o engajamento desse público e, consequentemente, para uma experiência mais positiva que resulte em melhores resultados e performance.

Uma das maiores consequências da pandemia foi o empoderamento do colaborador, que passou a ser menos tolerante com experiências medianas ou até mesmo ruins dentro das organizações.

E isso já pode ser notado: a grande resignação, por exemplo, mostra como motivos que antes eram determinantes para a permanência de talentos, como salários e benefícios, hoje não tem tanta influência no poder de decisão.

Sendo assim, empresas precisam correr para quebrar paradigmas e oferecer uma experiência cada vez melhor para seu público interno, caso contrário, eles não vão ficar parados esperando por isso.

Voltando o olhar para o operacional

Não é segredo que esses times não são alcançados com a mesma facilidade do que as áreas administrativas, seja por planejamentos ou estratégias obsoletos, o que acaba dificultando o sentimento de “uma só empresa” nesse público, que se sente prejudicado ou ignorado pela liderança e por áreas estratégicas, como RH e Comunicação Interna.

Essa diferença de tratamento, intencional ou não, causa uma experiência negativa aos colaboradores operacionais, podendo levar ao aumento do turnover e impactos no clima organizacional como um todo.

Outro fator que prejudica (e muito) é a adoção de ferramentas ou estratégias que não contemplem as necessidades desse público. Por exemplo: se uma empresa usar o e-mail como canal de comunicação interna principal, aqueles que não trabalham com computador não vão ficar a par da informação tão facilmente.

Indo além, mesmo contando com murais impressos ou a liderança como replicadores dessa informação, a disparidade segue forte. E a comunicação tem papel direto na experiência do colaborador, já que a falta de clareza e alinhamento por parte de Comunicação Interna com esse público atrapalha e até mesmo inviabiliza o sentimento de pertencimento dessas pessoas, assim como a confiança que elas têm na empresa.

Entra aí a tecnologia, que pode (e deve) ser usada como forma de quebrar as barreiras, sejam elas geográficas ou de tempo.

É importante salientar que a experiência do colaborador é formada por 6 fatores, de acordo com a State of the Sector (Gallagher): cultura organizacional; comunicação; reconhecimento, prêmios e benefícios; ambiente de trabalho; bem-estar; carreira. As áreas de Comunicação Interna e RH são responsáveis (de forma parcial ou integral) por todos esses pontos, então as dicas que compartilhamos abaixo são direcionadas aos profissionais desses departamentos.

Abaixo, listo quatro dicas. Confira!

1 – Antes de tudo, conheça seu público: Você conhece as características dos seus públicos operacionais? Sabe quais são suas necessidades, desejos e desafios? Antes de qualquer estratégia de comunicação interna, as organizações precisam entender a realidade dessas equipes. Dê voz e espaço para pessoas do operacional e, além disso, tenha interesse em conhecê-las.

2 – Envolva a liderança: Mesmo com uma boa cultura, clima e comunicação, se a relação com o líder não for positiva, muito dificilmente a experiência será. Líderes precisam gostar de gente, precisam entender pessoas. E a empresa deve capacitar esse público para que isso aconteça. No ambiente operacional, muitas vezes a liderança é o que liga profissionais ao resto da organização, aumentando ainda mais a importância dessa capacitação. Além disso, líderes precisam se esforçar para proporcionar (e fazer tudo que está ao seu alcance) a melhor experiência para seus liderados.

3 – Foco no propósito: O propósito tem ganhado cada vez mais espaço e importância na experiência do colaborador e agora, mais do que nunca, está conectado pelo valor percebido pelas pessoas nas organizações. Isso significa que: para ter uma comunicação interna melhor, é preciso pensar no propósito, no porquê as pessoas devem se sentir parte do todo. Vale a revisão da visão, missão e valores organizacionais.

4 – Comunicação fácil e democrática: Investir em uma ferramenta que promova a democratização da informação é de extrema importância para a experiência do colaborador operacional. A rede social corporativa ou aplicativo de comunicação interna, por exemplo, é uma solução criada justamente para atender as diferentes necessidades dos profissionais em geral, principalmente de quem fica na operação.

*Gabriel Kessler é CGO do Dialog.ci, startup responsável por desenvolver uma plataforma online de comunicação interna e RH, que funciona como um hub para o colaborador e melhorar o engajamento dentro das empresas.

Fonte: Comunica PR