O papel do rebranding no fortalecimento de marca

Por Júlio Pires*

Imagem de Brimbus Production Pvt Ltd por Pixabay

À medida que uma empresa cresce, torna-se necessário passar por processos de reestruturação, reavaliando toda sua estrutura organizacional e de desenvolvimento de produtos, a fim de alcançar novos segmentos de mercado e público-alvo. Diante desse contexto, o rebranding é uma estratégia bem popular entre as instituições, visando modificar ou ajustar a percepção de uma marca, o que pode envolver alterações no nome, logotipo, design, posicionamento ou comunicação da companhia.

O rebranding envolve, também, aspectos como: fusões e aquisições, alterações após crises de imagem, expansão internacional da organização, evolução da indústria, entre outras características. Para se ter uma ideia, um estudo feito pela Hanover Research, especialista em pesquisas de mercado, em 2023, mostrou que 75% das empresas passaram por uma reformulação de marca desde 2020. Outro dado interessante é a pesquisa feita pela UPCity, consultoria que apoia o relacionamento entre empresas e prestadores de serviços, que concluiu, em 2022, que 51% das empresas alteram sua identidade visual desde a pandemia de COVID-19.

Mas, antes de se iniciar uma estratégia de rebranding, é preciso fazer uma análise detalhada da mensagem que a empresa deseja transmitir, alinhando esse objetivo com as necessidades de seus stakeholders. Por isso, é essencial definir um posicionamento claro. Em seguida, é necessário se assegurar de que todas as áreas da companhia estejam alinhadas com essa nova visão. Um processo transparente e coeso contribui para que essa iniciativa seja bem-sucedida, sem prejudicar a imagem da organização ou causar rupturas com colaboradores, clientes e parceiros.

Desafios do rebranding

Uma estratégia de rebranding não se trata apenas de uma mudança na logo ou nas cores, por exemplo, mas de uma transformação profunda que precisa ser cuidadosamente planejada e executada. Desta forma, um de seus maiores desafios é garantir que o novo posicionamento seja entendido, validado e sustentado – primeiramente, por toda a equipe interna da empresa, desde o chão de fábrica até o atendimento ao cliente.

Para fazer isso, é importante expor de forma acessível e franca as razões por trás dessa alteração. Mostre como ela beneficiará a companhia em todos os seus pontos de contato e o seu reflexo no ecossistema em que está inserida. Mais que isso, teste a nova identidade com o time antes de lançar oficialmente, certificando-se de que a transição seja suave e bem-recebida por todas as partes.

Vale lembrar que, em alguns casos, é preciso equilibrar inovação com tradição no rebranding. Isso significa que apesar de ser essencial modernizar a marca para mantê-la relevante, é necessário ter em mente o respeito por sua história e conexões emocionais já criadas para evitar que a sua essência se perca.

Tipos de rebranding

Existem três principais tipos de rebranding: o parcial, o evolutivo e o revolucionário (também conhecido como radical ou total). O rebranding parcial envolve mudanças em alguns elementos da marca sem alterar sua identidade fundamental. O rebranding evolutivo, por sua vez, ocorre de forma gradual, com pequenas modificações ao longo do tempo, permitindo que os consumidores se adaptem sem grandes choques. Já o rebranding revolucionário ou radical envolve transformações profundas na identidade da marca, podendo incluir novos nomes e logotipos. Alguns dos componentes do rebranding são:

  1. Identidade visual: implica na mudança no logotipo, paleta de cores, tipografia e outros elementos de design;
  2. Nome e slogan: há a alteração ou atualização do nome da marca e do slogan para refletir a nova proposta de valor;
  3. Posicionamento: redefinição da maneira como a marca é percebida pelo público, muitas vezes mudando a narrativa em torno de sua missão, visão e valores;
  4. Experiência do cliente: o objetivo é a melhoria nos serviços, suporte e interação com o cliente para alinhar a experiência à nova identidade.

    Por fim, vale ressaltar que ressignificar a imagem de uma empresa é uma ferramenta poderosa para aquelas que desejam se manter relevantes e competitivas em seu segmento de atuação. E, embora seja um processo complexo e desafiador, seu sucesso vem da clareza no propósito e na comunicação. Assim, para que esse reposicionamento seja positivo e bem executado, é necessário que ele ajude a exprimir melhor o valor da marca e consiga alavancar os negócios, impactando positivamente as vendas.

*Júlio Pires é Head de Marketing, CRM & Ecommerce da Printi. Bacharel, Mestre e Doutorando em Administração de Empresas, possui quase uma década de experiência em Growth Marketing, trabalhando em companhias de e-commerce e tecnologia, além de ser professor de Marketing em diversas instituições. É defensor da eficiência no Marketing como uma forma de impulsionar o crescimento sustentável das empresas.

Como tornar o PDV mais eficiente com a Loja Perfeita

Por Camila Couto*

Nos corredores movimentados do varejo, onde os consumidores buscam produtos e experiências, a loja perfeita emerge como uma peça fundamental no quebra-cabeça do sucesso comercial. É nesse ambiente que a mágica acontece e onde as marcas têm a oportunidade não apenas de vender produtos, mas de criar conexões emocionais com os clientes.

A experiência do cliente é o ponto de partida. Cada elemento da loja, desde o layout até a música ambiente, desempenha um papel crucial na formação da impressão do consumidor. Uma loja bem projetada não apenas atrai os clientes, mas também os envolve em uma jornada memorável. O design de interiores, a disposição dos produtos e até mesmo o aroma no ar contribuem para uma atmosfera acolhedora que os convida a explorar e descobrir.

Engajar o shopper é o próximo passo. É preciso ir além de simplesmente mostrar produtos nas prateleiras. A loja perfeita é aquela que transforma a compra em uma experiência envolvente e interativa. De exposições e instalações criativas a experiências sensoriais, as marcas estão constantemente buscando maneiras de capturar a atenção dos clientes e mantê-los interessados. A tecnologia desempenha um papel cada vez mais importante nesse aspecto, com realidade aumentada, telas interativas e outras inovações que elevam a experiência do cliente a novos níveis.

No entanto, nada disso é suficiente se o cliente não encontrar aquilo que deseja (ou que ainda nem sabe que deseja). Por esse motivo, garantir o sortimento e abastecimento adequados por canal são primordiais para que a experiência do shopper seja realmente completa.

O verdadeiro teste de uma Loja Perfeita está na conversão de vendas. É aqui que o intangível se transforma em resultados. Uma loja bem planejada e executada não apenas atrai clientes, mas os orienta, naturalmente, pelo processo de compra e fidelização. Estratégias inteligentes de merchandising, apresentação de produtos cuidadosamente planejada e equipes de vendas bem treinadas são essenciais para garantir que cada visita resulte em uma compra.

Na minha experiência, em sete meses (maio a dezembro de 2023), crescemos 200% com o foco em Lojas Perfeitas, o que resultou em uma nota 44% maior e aumento de mais de 7 pontos percentuais de share de gôndola nos varejos que abraçaram o projeto. Ele não apenas impulsiona vendas, mas encanta e fortalece os laços entre a marca e o cliente.

Em um cenário de varejo cada vez mais competitivo e digital, a importância da loja física como um ponto de contato tangível com os clientes nunca foi tão evidente. Portanto, investir na criação da loja perfeita é mais do que uma decisão estratégica, é um investimento no futuro do varejo.

*Camila Couto é diretora executiva de Shopper Mkt Global da The Fini Company

Customer Experience: por que essa é a melhor estratégia de marketing?

Por Maria Luiza Chiquetto*

Há muitos anos falamos sobre experiência do cliente. Além disso, não é novidade que a relação dos consumidores com as marcas mudou. Hoje a decisão de compra não é mais sobre preço, mas sim sobre a melhor jornada. De acordo com a PWC, 86% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços que oferecem uma experiência de compra positiva. Já um estudo da Temkin Group revela que um aumento moderado na experiência do cliente gera um aumento médio de receita de U$ 823 milhões em três anos para uma empresa com U$ 1 bilhão em receitas anuais.

Mas, afinal o que significa o termo em inglês, Customer Experience, ou experiência do cliente, em português? Embora seja confundido na maioria das vezes com o Customer Success (sucesso do cliente), que é responsável por garantir que o cliente atingiu os seus objetivos com o produto ou serviço adquirido, o Customer Experience, também conhecido como CX, é mais abrangente e se trata do processo como um todo, o qual envolve todos os pontos de contato do cliente com a sua marca desde a descoberta, a venda, o pós-venda, até a fidelização.

Ao mesmo tempo que essa modalidade traz importantes ganhos para a organização, é importante fazer um alerta: criar uma área de CX ou designar pessoas específicas para cuidar do tema não é suficiente para garantir que a empresa obtenha resultados excepcionais. Para que essa abordagem desempenhe o potencial esperado, é necessário que, mais do que um conceito, ela faça parte do mindset da cultura da companhia – envolvendo todas as áreas para que atuem em prol do mesmo objetivo, colocar o cliente no centro e entregar a ele a melhor experiência.

No entanto, para que a empresa chegue nesse mindset e alcance os resultados desejados, é crucial seguir alguns passos, que são: mapear a jornada, ouvir o cliente, compreender as dores que precisam ser sanadas no processo; realizar pesquisas, entender o perfil de cada consumidor, onde e como ele quer se relacionar com a marca, definir uma estratégia de CX envolvendo toda a camada de liderança, criar um departamento para ser responsável pelo monitoramento do processo; e, por último, tomar decisões baseadas nos dados e feedbacks dos clientes continuamente.

Tendo em vista que são muitos passos e ações a serem tomadas, e que necessitam do envolvimento da equipe, colocá-las em prática pode ser um desafio. Atualmente, com os avanços da tecnologia, é possível usá-la a favor da empresa, por meio de ferramentas e recursos que ajudam a garantir o sucesso em cada uma das etapas, bem como o êxito na aplicação prática do Customer Experience.

Cabe destacar que, para além dos ganhos de crescimento que o CX pode proporcionar para a organização, sua aplicação também favorece no melhor posicionamento da companhia perante o mercado. Afinal, clientes satisfeitos estão mais propensos a indicarem a marca e, segundo um estudo da Nielsen, 92% dos consumidores valorizam mais a indicação do que apenas a publicidade.

Além disso, segundo o Gartner, mais de dois terços das organizações competem, principalmente, com base na experiência do cliente. Sendo assim, podemos afirmar que não há mais volta, e as empresas que ainda não se deram conta da sua importância, ficarão para trás e diminuirão drasticamente sua vantagem competitiva ou ainda deixarão de existir nos próximos anos.

*Maria Luiza Chiquetto é Head de Customer Experience na Viceri-Seidor.

O impacto do marketing digital no customer experience

Por Mahara Scholz*, Head of Revenue da Octadesk

O customer experience (CX), ou experiência do cliente, é um dos principais fatores que influenciam o sucesso de um negócio nos dias de hoje. Mais importante do que efetuar a primeira venda para um cliente, é fazer com que ele volte e escolha a sua empresa quando precisar novamente daquele produto. E para que isso aconteça, acompanhar as tendências e os comportamentos dos consumidores é fundamental para se manter atualizado em um mercado em constante mudança.

Falando nisso, com o crescimento do uso das tecnologias, o marketing digital se tornou uma ferramenta imprescindível para impulsionar o relacionamento com o cliente. Por meio das estratégias, é possível criar interações personalizadas e relevantes para aumentar a eficácia da mensagem. Por exemplo, uma marca pode segmentar o público e enviar ofertas personalizadas para os clientes que têm históricos similares de compras ou interesses demonstrados em seu site.

Outra forma pela qual o marketing digital pode impactar positivamente a experiência do cliente é por meio do uso de tecnologias, como os chatbots e automações. Este recurso pode ser implementado no dia a dia para responder perguntas frequentes, fornecer informações sobre produtos ou serviços, avisar sobre descontos e condições especiais e, até mesmo, para informar sobre as condições de uma compra, como conferir o status de entrega. Com apenas um movimento na comunicação, você consegue reduzir o tempo de espera do cliente para obter uma resposta, aumentar a eficiência do atendimento e alcançar a melhoria da experiência. Ainda sobre automação, também é possível contar com tecnologias para melhorar o fluxo do envio de e-mails, como por exemplo, preparar uma mensagem no dia do aniversário do cliente com um desconto especial.

As redes sociais também executam uma função crucial. Ao usar as principais plataformas para se comunicar com os usuários, as empresas devem planejar muito bem os conteúdos que serão divulgados. Para estar presente nas redes, é preciso pensar em materiais relevantes e explicativos, como tutoriais e vídeos de produtos, além de estar atento aos questionamento00s e fornecer suporte em tempo real.

Em linhas gerais, o marketing digital impacta diretamente na experiência do cliente, seja por meio de conteúdos personalizados, atendimento automatizado ou até mesmo marcando presença nas redes sociais. Por isso, investir em estratégias de marketing digital aliadas à tecnologia pode ser uma excelente maneira de ampliar a competitividade do negócio e aumentar a satisfação do seu público.

*Mahara Scholz é formada em administração de negócios pela UDESC, e com especialização em Marketing pela ESPM, Mahara é apaixonada por fornecer conhecimento, sucesso e propriedade às equipes voltadas para o cliente. Já estruturou e escalou equipes de Marketing, vendas e CS e trabalhou em grandes empresas como Grupo RBS e RD Station. Atualmente é Head de Revenue na Octadesk.