“Cases” do mercado

Inteligência Artificial reduz em 68,8% CPM de campanha do Johnnie Walker Blue Label

Entre os insights para melhorar a performance dos vídeos do produto da Diageo, estão destacar a garrafa no lugar do líquido e o uso de cores frias

Com a meta de otimizar o custo dos anúncios do produto Johnnie Walker Blue Label, a Diageo, maior fabricante de bebidas destiladas do mundo, investiu na utilização de inteligência artificial. Por meio da Vidmob, plataforma global líder em desempenho criativo com base em IA, que usa análise de dados para impulsionar os resultados de marketing de grandes marcas, a Diageo registrou redução de 68,8% do CPM (custo por mil impressões) de sua campanha.

A campanha “Merece Um Blue”, com vídeos no Instagram e Facebook, tinha como objetivo expandir a mensagem única do produto aos admiradores e consumidores do whisky Blue Label. Associado a um estilo de vida sofisticado, a bebida escocesa vem ganhando cada vez mais popularidade no Brasil. Dados da Scotch Whisky Association revelam que o país se tornou o quarto maior mercado de whisky escocês do mundo, com crescimento de 215,2% no pós-pandemia.

No caso da campanha do Johnnie Walker Blue Label, a ferramenta exclusiva da Vidmob analisou, frame a frame, todos os elementos presentes nos criativos dos vídeos durante sua veiculação nas redes sociais da Meta, assim como as mais de 39,5 milhões de impressões dos usuários, como reações, comentários e compartilhamento.

Como recomendação para a Diageo, a Vidmob indicou começar os criativos com mensagens impactantes. Assim como nas primeiras orientações para “Merece um Blue”, o argumento de singularidade – com as mensagens “Apenas um em cada 10 mil barris consegue entregar o sabor de Blue Label” e “Um blend feito com os mais extraordinários whiskies escoceses” – foi 8,09% superior utilizando vídeos de até 15 segundos de duração.

Entretanto, o argumento de como ser feito – com a mensagem “Sirva 45 ml de Blue Label em um copo de whisky sem gelo – teve excelente rendimento com criativos mais curtos, chegando a 9,76% de CPM.

As cores também tiveram papéis fundamentais nos insights gerados pela Vidmob. Ao longo da campanha, os tons quentes amarelos não corresponderam bem às mensagens de Blue Lake. A recomendação foi o uso do dourado no começo dos criativos, mas priorizando o azul nas cenas do meio para o final, obtendo 30,11% de ganho em CPM.

“Com a IA da Vidmob, percebemos que a cor dourada, comum em todos os whiskies, não era tão impactante quanto a cor azul. Com esses insights, pudemos focar nas principais recomendações criativas para a campanha e, ao mesmo tempo, otimizar o investimento em mídia nos nossos anúncios. Notavelmente, ao substituir o dourado pelo azul, o desempenho melhorou”, diz Lindsay Stefani, chefe de mídia, dados, crescimento e experiência de marca da Diageo. “Em outras palavras: a utilização de IA ofereceu insights acionáveis para o time criativo em uma parceria super eficiente nessa campanha ground-breaking.”

As animações que contaram com cenas focadas somente no movimento do líquido obtiveram baixo rendimento na nova campanha com queda no CPM. Para reverter essa situação, a Vidmob recomendou priorizar a imagem da garrafa destacando o copo e rótulo de Blue Label.

“A Vidmob tem potencializado campanhas de grandes marcas e não foi diferente com as ações de mídia da Blue Label. Os vídeos que já estavam rodando nas redes sociais tiveram um resultado ainda mais expressivo após os insights gerados pela nossa Inteligência Artificial. Imagens como da garrafa, por exemplo, fazem mais sentido naqueles poucos segundos que precisam chamar atenção e brilhar o olhar do público”, diz Miguel Caeiro, Head Latam da Vidmob. “É importante destacar que com a redução do CPM é possível otimizar as campanhas, ampliando o alcance da marca e chegando a um número maior de pessoas de maneira mais assertiva.”

Fonte: NovaPR

Inteligência Artificial no marketing: Personalização e Automação

Por Susi Herdy*

A evolução constante da tecnologia tem proporcionado transformações significativas em diversas indústrias, e é claro que o marketing tem sido um dos principais meios para evoluir nas estratégias e entregas, a Inteligência Artificial emerge como uma força revolucionária, redefinindo a maneira como as empresas abordam a personalização de campanhas, como entrega uma melhor performance ao cliente e a automação de processos no marketing digital.

Quando falamos do universo de personalização sempre foi uma estratégia essencial para cativar os consumidores, esse tema tem sido abordado a anos nos trabalhos de CRM, CRO e atendimento ao cliente e com a chegada da Inteligência Artificial elevou esse conceito a um novo patamar. Ferramentas avançadas de análise de dados, como o Google Analytics 360 e o Adobe Analytics, utilizam algoritmos de aprendizado de máquina para interpretar o comportamento do usuário em tempo real. Isso possibilita a criação de experiências personalizadas, desde a segmentação eficaz até a entrega de conteúdo sob medida.

Um case exemplar é a implementação da IA pela Amazon em seu setor de e-commerce. A gigante do varejo online utiliza algoritmos preditivos para antecipar as preferências dos clientes com base em históricos de compras e comportamentos de navegação. O resultado é uma experiência de compra altamente personalizada, com recomendações precisas que aumentam significativamente as taxas de conversão, além de fornecer para o seu cliente a melhor experiência e comodidade ao realizar o seu pedido.

A automação sempre foi uma ferramenta crucial no arsenal do marketing digital, permitindo a execução eficiente de tarefas rotineiras. No entanto, em 2024, a automação é elevada a um novo nível com a integração da Inteligência Artificial. Ferramentas como o HubSpot e a Salesforce utilizam algoritmos avançados para automatizar processos desde o rastreamento de leads até a criação dinâmica de conteúdo.

O uso inteligente de chatbots alimentados por IA é um exemplo concreto dessa automação avançada. Empresas como a Zendesk incorporam chatbots que não apenas respondem a consultas com base em padrões pré-determinados, mas também aprendem com interações passadas, ajustando suas respostas para se adequar ao contexto específico do usuário. Isso não apenas economiza tempo, mas também melhora a experiência do cliente.

A personalização avançada não apenas aumenta a relevância das campanhas, mas também fortalece o vínculo emocional entre a marca e o consumidor. A automação inteligente, por sua vez, libera recursos humanos para tarefas mais estratégicas, promovendo a eficiência operacional.

Além disso, a IA permite uma análise de dados mais profunda, proporcionando insights valiosos sobre o comportamento do consumidor. Isso permite uma otimização contínua das campanhas, garantindo que as estratégias de marketing estejam alinhadas com as demandas em constante evolução do mercado.

Apesar dos benefícios, a implementação massiva de Inteligência Artificial no marketing também apresenta desafios. A preocupação com a privacidade dos dados e a transparência no uso de algoritmos é crescente. Empresas precisam equilibrar a personalização com o respeito à privacidade do consumidor, garantindo que as práticas sejam éticas e alinhadas com as regulamentações em constante evolução.

A Inteligência Artificial no marketing não é mais uma tendência futura, mas uma realidade presente. A personalização impulsionada por IA e a automação avançada estão redefinindo o cenário do marketing digital, proporcionando benefícios substanciais para as empresas e melhorando a experiência do consumidor. No entanto, é imperativo que as empresas adotem uma abordagem ética e transparente para garantir o sucesso sustentável dessa revolução tecnológica no mundo do marketing.

*Susi Herdy é Head operations and strategy da ENEXT

Coluna Propaganda&Arte

IA: O prompt final da humanidade?

Por R. Guerra Cruz

Imagem gerada pela IA DALL-E.

Este não é só mais um texto sobre IA.

A Inteligência Artificial já foi novidade, já foi tendência e, agora, é parte do nosso cotidiano. Algo que vai além da produtividade e dos impactos econômicos.

Ela muda a forma como criamos, sentimos e interagimos.
Redesenha o olhar do artista, redefine a percepção do consumidor e, no fim das contas, nos faz questionar quem somos e para onde vamos.

A Jornada do Artista: Criatividade ou Simulação?

A arte sempre foi uma forma de expressão do inconsciente humano, uma ponte entre a emoção e a materialização do pensamento.

Mas o que acontece quando a criatividade passa a ser compartilhada ou até substituída por uma máquina?

Carl Jung via a arte como uma manifestação do inconsciente coletivo, enquanto Marshall McLuhan afirmava que “o meio é a mensagem” – e agora, a IA se torna o próprio meio, transformando a forma como a arte é criada e recebida.

Quando um algoritmo gera pinturas, músicas e poemas, onde fica a essência da intuição humana?

Será que a IA apenas reflete um espelho da criatividade ou está, de fato, assumindo o papel do criador?

A jornada do artista, antes solitária e íntima, se torna uma negociação constante com a tecnologia em prompts.

A Jornada do Consumidor: Desejo ou Programação?

A publicidade sempre teve um papel fundamental na maneira como percebemos e desejamos produtos e experiências. Mas se antes os desejos eram forjados por narrativas persuasivas, agora a IA os antecipa e os molda antes mesmo de tomarmos consciência deles.

Com algoritmos que analisam padrões de comportamento e preferências individuais, a experiência de consumo deixa de ser uma escolha para se tornar uma resposta automática a estímulos preditivos.

Antonio Damasio sugere que nossas decisões são guiadas por emoções e experiências passadas, mas e quando a IA conhece essas emoções melhor do que nós mesmos?

O livre-arbítrio se torna uma ilusão em um cenário onde cada clique é previsto e direcionado antes mesmo de ocorrer. Assim, a relação entre desejo e decisão se desfaz, e o consumidor, antes protagonista, se torna um reflexo das recomendações algorítmicas.

O que resta do ato de escolha quando a própria experiência do desejo é mediada por inteligências artificiais?

A Jornada da Humanidade: Existência ou Simulação?

Se a arte e o consumo já estão sendo impactados, a grande questão final é: como a IA redefine a própria existência humana?

Jean Baudrillard argumentava que vivemos em uma era de simulações, onde a realidade se confunde com suas representações.

A IA amplifica essa crise existencial ao criar versões alternativas da realidade – deepfakes, realidades sintéticas, interações com seres artificiais que simulam empatia e consciência.

Em um mundo onde o real e o artificial se sobrepõem, o que significa ser humano?

A IA nos obriga a confrontar a essência do que somos.

Se criamos a tecnologia à nossa imagem e semelhança, estaremos inevitavelmente caminhando para um futuro onde a própria humanidade se dissolve na lógica do algoritmo?

Como garantir que ainda sejamos os agentes da nossa própria história e não meros espectadores de um mundo gerido por inteligências não-humanas?

No fim, a IA pode ser um espelho de quem somos ou um prenúncio do que podemos nos tornar. O futuro não será apenas moldado pela IA, mas pela maneira como escolhemos interagir com ela.

Se nos rendemos à conveniência algorítmica sem reflexão, corremos o risco de perder a essência do que significa ser humano.

Mas se usarmos essa tecnologia como um catalisador para uma consciência mais profunda sobre nossa própria existência, poderemos transformar esse futuro em algo mais do que uma simulação.

Como usar inteligência artificial para personalizar campanhas de marketing?

Por Ricardo Migliani*

A personalização de campanhas de marketing deixou de ser um diferencial e tornou-se uma necessidade em um mercado cada vez mais competitivo. Hoje, a inteligência artificial (IA) permite criar experiências altamente personalizadas em escala, atendendo as expectativas de consumidores que demandam relevância e conveniência. De acordo com um estudo da Salesforce, 73% dos clientes esperam que as empresas compreendam suas necessidades e expectativas. (Salesforce, 2023).

Para explorar mais o tema, Ricardo Migliani, COO e CCO da Amper e membro do Conselho do Ampere Grupo, explica um pouco mais neste artigo sobre como usar IA para personalizar campanhas de marketing de maneira eficaz, maximizando engajamento e conversões.

1. Por que a personalização importa no marketing?

Personalização não é apenas um recurso adicional — é o que diferencia marcas que se destacam daquelas que perdem relevância. Os benefícios incluem:

Melhor experiência do cliente: Consumidores preferem mensagens adaptadas às suas necessidades.

Aumento de conversões: Conteúdo relevante tem maior chance de gerar vendas.

Fidelização de clientes: Um cliente satisfeito tem mais chances de retornar.

Segundo a McKinsey, empresas que investem em personalização geram um aumento médio de 40% na receita de marketing (McKinsey, 2023).

2. O papel da IA na personalização de campanhas

A IA transforma dados brutos em insights acionáveis, permitindo campanhas mais eficientes e segmentadas. Ela atua em diferentes frentes:

2.1. Coleta e análise de dados

A IA coleta dados de diferentes fontes, como comportamento de navegação, histórico de compras e interações em redes sociais. Ferramentas como o Google Analytics 4 e o Hotjar usam IA para mapear jornadas de clientes. Exemplo: Um e-commerce pode identificar que um cliente frequentemente compra itens de eletrônicos e, com base nisso, recomendar produtos semelhantes ou ofertas exclusivas.

2.2. Segmentação Avançada

Com IA, a segmentação de público vai além de dados demográficos. Ferramentas como o HubSpot utilizam aprendizado de máquina para criar microsegmentos com base em comportamentos específicos. Um estudo da Forrester destaca que a segmentação baseada em IA aumenta a taxa de engajamento em 50%.

3. Estratégias para personalizar campanhas usando IA

Abaixo estão as melhores práticas para usar IA na personalização de campanhas.

3.1. E-mails personalizados em escala

E-mails segmentados e personalizados geram taxas de abertura significativamente mais altas. A IA permite:

Ajustar o título e o corpo do e-mail com base nos interesses do destinatário.

Enviar e-mails no momento ideal, baseado no comportamento histórico.

Exemplo prático: Ferramentas como o Mailchimp usam IA para analisar quais assuntos atraem mais cliques.

3.2. Recomendações de produtos e conteúdos

Sistemas de recomendação baseados em IA, como os usados pela Amazon, sugerem produtos relevantes com base no histórico de navegação e compras. Dica: Ferramentas como o Dynamic Yield permitem criar experiências personalizadas em websites.

3.3. Publicidade Programática

A IA otimiza campanhas de mídia paga, ajustando lances e segmentação em tempo real. Exemplo: O Google Ads usa aprendizado de máquina para determinar os melhores momentos e audiências para exibir seus anúncios.

4. Ferramentas essenciais para personalização com IA

4.1. Plataformas de CRM com IA

Ferramentas como o Salesforce Einstein e o Zoho CRM permitem automação e previsões baseadas em IA, ajudando a personalizar a experiência do cliente.

4.2. Chatbots inteligentes

Chatbots como o Intercom oferecem respostas personalizadas, otimizando o suporte ao cliente. Segundo a Gartner, até 2027, 80% das interações de clientes serão gerenciadas por IA (Gartner, 2023).

4.3. Ferramentas de análise avançada

Soluções como o Tableau permitem criar relatórios visualmente ricos, ajudando a identificar padrões para personalização.

5. Desafios e como superá-los

Embora a IA ofereça vários benefícios, é importante lidar com desafios comuns:

5.1. Privacidade de dados

Com leis como a LGPD e o GDPR, é essencial garantir que o uso de dados seja transparente e seguro. Dica: Utilize ferramentas de conformidade, como o OneTrust, para gerenciar permissões e consentimentos.

5.2. Implementação complexa

Integrar IA em processos existentes pode ser desafiador. Considere começar com soluções plug-and-play antes de avançar para customizações.

6. Tendências futuras na personalização com IA

A IA está em constante evolução. Tendências emergentes incluem:

Personalização em realidade aumentada: Experiências imersivas em e-commerce.

Modelos de linguagem natural (NLP): Ferramentas como o ChatGPT tornam interações mais naturais.

Previsões avançadas: IA que antecipa as necessidades dos clientes antes mesmo que eles percebam.

IA como catalisador de resultados personalizados

A inteligência artificial não apenas transforma campanhas de marketing, mas também redefine as expectativas dos consumidores. Ao incorporar IA em suas estratégias de personalização, você pode criar experiências significativas, aumentar engajamento e impulsionar resultados.

Para empresas que desejam se destacar em um mercado competitivo, a adoção de IA não é mais uma opção, mas uma necessidade.

*Ricardo Migliani é da agência Amper