Levando a personalização da jornada do cliente para o próximo nível

Por Fernanda Benhami*

Em um contexto de acelerada digitalização, marcas se deparam com a urgência da necessidade de avançar sua capacidade de personalização. Antes limitada a descontos e ofertas, a personalização agora permeia toda a jornada de consumo online e é uma das tendências mais importantes em experiência do cliente (customer experience, ou CX).

Image by Gerd Altmann from Pixabay

Como padrão, consumidores esperam uma experiência personalizada, quando compram produtos e serviços online. Portanto, investir em personalização – um padrão ao qual consumidores se acostumaram depois da massificação de modelos com o da Amazon – pode evitar a erosão da lealdade e a confiança do cliente. Falhar em entregar e aprimorar esta abordagem pode significar a perda de espaço de mercado para a concorrência.

Neste cenário, a análise avançada de dados proprietários relativos aos padrões de compra e comportamento, aliados a fontes do mundo digital torna-se instrumental para criar experiências mais eficientes e recompensadoras, conforme destaca o relatório Experience 2030, em que a Futurum Research aponta as principais tendências em CX para a próxima década. Entre as oportunidades para as empresas, a pesquisa destaca a utilização de dados para uma relação personalizada, em que consumidores sintam uma conexão mais profunda com as marcas que consomem, bem como seus produtos e serviços.

No Brasil, vejo a personalização evoluindo entre os maiores players. No entanto, existem desafios no avanço para o próximo nível que cito no início deste texto. Desde a emergência da pandemia, as demandas por personalização aumentaram significativamente em complexidade, e os arranjos atuais de analytics não são mais tão efetivos no fornecimento de insumos para que marcas possam, por exemplo, planejar seus gastos de mídia e campanhas de forma geral.

Este desafio se deve a fatores como o descompasso entre o investimento no avanço do e-commerce e o foco em tecnologias que permitam desenvolver as oportunidades oferecidas pelo uso dos dados históricos próprios, bem como fontes externas. É importante reconsiderar o modus operandi atual, em que marcas escolhem soluções empacotadas e consultoria genérica para estas questões, e acabam por não potencializar o alcance de suas novas plataformas digitais. É possível mudar o curso, com uma personalização informada por dados e automação, condizente com o modelo de negócio, de forma tailor made.

Uma nova abordagem baseada em dados para a personalização pode ser uma realidade tanto em grandes empresas quanto para varejistas menores, como redes locais de farmácias. Entre as organizações de porte médio, é possível usar analytics e automação para aumentar o alcance e eficiência em áreas como marketing digital, muitas vezes administradas de forma manual. No entanto, em organizações de todos os tamanhos, o ideal é que ferramentas baseadas em análise avançada de dados sejam acopladas a plataformas multicanal de e-commerce – portanto, posicionadas no centro do sistema nervoso da organização e integradas aos processos do dia a dia.

Finalmente, a abordagem com foco em domínios como a personalização também é uma boa forma de extrair valor de ferramentas de analytics. Isso endereça outras barreiras para a evolução de plataformas digitais baseadas em dados, como a dificuldade em ir além das provas de conceito, rumo a projetos de escala que geram valor. Dessa forma, marcas focadas em CX podem de fato dar o próximo passo em jornadas personalizadas, e assim atender melhor às novas demandas do consumidor na economia digital.

*Fernanda Benhami é Principal Solutions Architect do SAS

Jornada do consumidor e Zona ‘O’

por Josué Brazil

Em seu livro Marketing 4.0, os autores Kotler, Kartajaya e Setiawan falam do Novo Caminho de Compra do Consumidor. Eles afirmam que no marketing moderno, os clientes estão todos conectados, e isso faz com que a jornada de compra dos consumidores seja modificada e melhorada, com a adição de novas características.

O caminho de compra do consumidor diz respeito ao estágios que o consumidor enfrenta ao adquirir um produto.

Antes do advento e consolidação do marketing digital, ele era formado por 4 etapas: atenção, interesse, desejo, ação.

Agora, com o marketing digital entrando na jogada, o processo a ser seguido mudou e as quatro etapas tornaram-se 5, como veremos na sequência.

Os 5 As

Assimilação: É o início da jornada do consumidor. Nesse ponto ele é exposto passivamente a várias marcas e produtos e passa a ficar ciente da existência dessas marcas. Os autores definem o pensamento chave do consumidor nessa etapa como: “eu sei”.

Atração: depois de conhecer as marcas disponíveis e entender suas características, ele se sentirá atraído por algumas delas e são essas empresas que serão levadas em consideração. O pensamento chave do cliente é: “eu gosto”.

Arguição: A partir de sua lista de interesses, o comprador pesquisará ativamente sobre os produtos, pesquisará opiniões diversas de amigos e familiares e testará os produtos nos pontos de venda, além de, claro, comparar preços. Ao final, seu pensamento chave será: “estou convencido”.

Ação: Nesta etapa, o cliente já conheceu as opções, pesquisou e entendeu todas as características, então, está na hora da ação. Aqui será realizada a compra do produto e sua utilização. O pensamento chave do comprador nessa etapa é: “estou comprando”.

Apologia: com o tempo, os consumidores devem desenvolver uma fidelidade com a marca, o que faz com que eles não só comprem mais uma vez o produto, mas o recomendem para outras pessoas. Assim, sua a marca passar a ter o cliente como promotor, como apologista.

Zona ‘O’ (O3)

Para entender como o consumidor é influenciado ao longo dessa jornada (e saber como conduzi-lo desde o estágio de consciência até ao de recomendação), é importante conhecer o conceito que Kotler, Kartajaya e Setiawan chamam de “A zona O” (ou O3).

Segundo os autores, durante a jornada de compra, o consumidor sofre três tipos de influência:

  • Própria (own);
  • De outros (others);
  • Externa (outer).

Influências externas são aquelas que vêm de fontes como propaganda e outras ações de marketing. Também podem chegar ao consumidor através de vendedores e atendentes de serviços de atendimento ao consumidor. São propositalmente iniciadas pela marca e a empresa tem controle sobre a mensagem.

Quando o público tem mais confiança em fontes externas, a empresa deve investir bastante em ações de marketing e comunicação institucional.

Influências de outros também têm origem em fontes externas, mas não relacionadas diretamente à marca. Podem ser dicas de familiares e amigos ou conversas em comunidades, tais como redes sociais. As empresas não conseguem controlar essas mensagens.

Quando essa influência é mais importante para o público, a marca deve focar em ações nas comunidades.

Influência própria é calcada no conhecimento, vivência e experiência do próprio indivíduo. Depende do julgamento das experiências que ele teve anteriormente com diferentes marcas.

Se a influência própria é mais forte para o seu público consumidor, a marca deve dar mais ênfase à construção de uma experiência de pós-compra positiva e marcante.

Essas três fontes de influência estão conectadas entre si.

Em geral, o primeiro contato do consumidor com a marca é por meio de influência externa, seguido pela influência de outros.

Esses dois primeiros contatos irão ajudar a moldar a influência própria do cliente. “Novos consumidores geralmente passam por todos os cinco As e confiam mais em influências externas.”

A medida que se tornam mais experientes, após algumas rodadas de compra, confiam mais na influência dos outros e, às vezes, pulam o estágio de apelo, pois confiam mais nas influências próprias. Quando finalmente as pessoas encontram sua marca favorita, praticamente pulam todos os As e passam a usar a marca de forma continua – até que ela o decepcione.

 

 

A importância do atendimento no Customer Experience

Por Sabrina Murino*

Já se passou o tempo em que o preço e qualidade eram os únicos atrativos para que o cliente realizasse uma compra. Os relacionamentos com as marcas se transformaram e isso mostra que elas oferecem muito mais que um produto ou serviço, e, sim, proporcionam experiência, envolvimento e sensações. Esse conjunto de percepções e impressões que um consumidor desenvolve sobre uma marca após uma interação, é denominado Customer Experience.

Atualmente, as empresas buscam impactar o consumidor antes, durante e após a compra. A imagem é cuidadosamente construída para que a jornada do cliente seja o mais agradável possível, lembrando que ela inicia antes mesmo do primeiro contato com uma marca e se estende até a finalização do negócio, gerando ações para garantir fidelização do cliente.

Por isso, podemos afirmar que oferecer uma experiência de compra alavanca os níveis de satisfação, reduzindo os índices de rejeição e, consequentemente, aumentando a receita do negócio.

Para alcançar isso, é preciso entender as reais necessidades do seu público-alvo, traçar estratégias para que a experiência seja incrível e memorável e desenvolver um vínculo emocional entre o cliente e a empresa.

O público-alvo precisa se sentir ouvido e ter as dúvidas esclarecidas de forma objetiva. Assim, satisfeito, irá recomendar sua experiência para outras pessoas. Todas as ações da marca devem ter foco no cliente, sejam elas de publicidade, posicionamento de marca, atuação na imprensa e em redes sociais, entre outros.

É importante lembrar que a experiência não termina na compra, o cliente deve se sentir confortado pós-venda também. É necessário fornecer um suporte para esclarecer todas as dúvidas, sanar problemas e ensiná-los a usar um produto, por exemplo. Por isso, é importante investir em um atendimento rápido, eficiente e multiplataforma.

Nisso, os avanços tecnológicos têm auxiliado muito. A Ellevo, por exemplo, oferece duas plataformas de atendimento e suporte para todos os tipos e perfis de empresa, que permite a gestão de atendimento ao cliente em diferentes canais.

Estudamos vários casos e verificamos a importância dos negócios estarem com os canais de atendimento integrados, incluindo redes sociais, e-mail, site e chat. O objetivo é ter todas as informações de contato com o consumidor unificadas e com o histórico sempre documentado na ferramenta, facilitando o acesso aos dados e agilizando o atendimento para a efetiva solução buscada pelo cliente.

Hoje o cliente quer entrar em contato com as marcas pela forma que lhe for conveniente e, com o apoio da metodologia e da ferramenta certa, o atendente saberá o que já foi feito e qual é o histórico do cliente com a marca para poder ajudar.

É importante estar onde o cliente deseja estar para atender da melhor forma. E o resultado de investir em um bom atendimento para a melhor Customer Experience é simples e assertivo. É o que vai diferenciar os negócios que prosperam dos que irão fracassar.

*Sabrina Murino é gerente comercial, marketing e customer success da Ellevo.

Mitos e verdades da mídia programática

Edu Sani desmistifica essa mídia que é responsável por 45% dos anúncios online

Cada vez mais se fala sobre mídia programática, mas por se tratar de uma forma de publicidade digital relativamente nova no Brasil, muitas dúvidas ainda são levantadas. Por isso, Edu Sani, CEO da Adsplay Mídia Programática e especialista no tema, elencou os principais mitos e verdades sobre essa mídia que, segundo o IAB Brasil, é a mais assertiva atualmente e já representa 45% da publicidade digital. Confira abaixo!

Edu Sani

Mídia programática é segura
Verdade. Como utiliza tecnologia de ponta a ponta em toda a sua operação, por meio dela é possível aplicar filtros automáticos que evitam temas sensíveis, além de alimentar constantemente as listas de bloqueio que podem variar de acordo com as ações, marcas e anunciantes. Como tudo é automatizado, também pode-se detectar rapidamente quaisquer problemas que, eventualmente, possam acontecer ao longo da campanha e corrigi-los rapidamente, assim como bloquear canais, categorias, faixa etária, regiões e etc.

Mídia programática e AdWords são a mesma coisa
Mito. Costumo dizer que é como comparar uma Ferrari com o saudoso Fusca. No Google Ads existem algumas segmentações nativas do próprio Google. Na mídia programática, é possível trabalhar com uma série de outras segmentações, além das do Google, o que torna as campanhas mais abrangentes e assertivas, oferecendo um potencial de audiência muito maior para os anunciantes. Além disso, no Google Ads Adwords, existem apenas dois formatos de mídia possíveis: display e vídeo. Já na programática, por conta da maior variedade de canais, existem outras possibilidades, como, por exemplo, áudio, Smart TV, aplicativos e telas conectadas.

Com a mídia programática aumentam as chances de atingir o público certo no momento certo
Verdade. Por utilizar tecnologias como inteligência artificial e bots, ela consegue identificar os perfis dos usuários e mostrar apenas os anúncios que têm potencial de despertar seu interesse. Assim, consegue contribuir com todas as etapas da jornada do consumidor, da pesquisa à compra, aumentando a assertividade das campanhas.

Mídia programática ocupa apenas os espaços publicitários que estão sobrando (calhau, no jargão publicitário)
Mito. Esse é um dos principais mitos da programática, afinal, 45% da mídia online hoje é comprada programaticamente. Dentro dessa fatia, existem muitos espaços nobres que são ocupados desta forma.

Mídia programática é investimento de médio prazo
Verdade. Toda campanha possui um período de aprendizado, por isso, não adianta apostar em campanhas com menos de um mês e meio de duração. Na programática, o algoritmo precisa de 30 a 45 dias para entregar boa performance. Assim, ao contrário do que muita agência vende, não é necessário investir em campanhas de 3 ou 6 meses para obter resultados expressivos.

Edu Sani é CEO da AdsPlay Mídia Programática e AdsPlay Educação, marcas pertencentes ao Grupo 365. É um dos maiores especialistas em mídia programática do Brasil, com mais de 18 anos de experiência em Marketing Digital e Mídia Online.

Fonte: AN Comunicação – Antônia Futuro