Um olhar sobre as novas ideias em Brand Experience

Por Ricardo Leão*

Nos últimos anos, o marketing experiencial passou por uma verdadeira transformação. A maneira como as marcas interagem com seus consumidores precisou evoluir para acompanhar as mudanças no comportamento das pessoas. Hoje, estamos falando de uma era em que a experiência de marca precisa ser mais do que apenas visual: ela precisa ser sentida, vivida e, acima de tudo, personalizada.

A evolução da experiência no olhar das marcas

Estamos em um momento em que os consumidores querem algo além do óbvio. Eles buscam experiências que misturam o digital com o físico, que surpreendem e que se conectam de forma genuína com suas vidas. Com o avanço da tecnologia, especialmente com a inteligência artificial, as marcas têm uma oportunidade incrível de criar momentos únicos. Pense em algo adaptado em tempo real ao gosto de cada pessoa, que faz com que cada interação seja especial e memorável.

Outro ponto que não dá para ignorar é a autenticidade. As pessoas querem sentir que aquilo que estão vivendo é real, que tem um propósito e, principalmente, que se alinha com seus próprios valores. Marcas que conseguem ser autênticas, que falam a mesma língua que seus consumidores, acabam se destacando naturalmente.

Um exemplo prático e recente de como essa combinação de tecnologia, personalização e autenticidade pode ser aplicada é a ativação da Crystal no Cirque du Soleil. Até outubro de 2024, a Crystal, junto com a Agência MAK, criou um estande imersivo em São Paulo que realmente leva as pessoas para outro mundo, aumentando ainda mais a magia do evento.

No estande, o público foi convidado a interagir com o espaço de maneiras que iam além do visual. Havia projeções mapeadas, aromas específicos e sons escolhidos a dedo para criar uma experiência completa e envolvente. O resultado? As pessoas não só ficaram impressionadas, mas também sentiram que a Crystal é uma marca que realmente se preocupa em proporcionar algo inovador e com conexão, proporcionando uma experiência integrada entre marcas e consumidores.

Esse tipo de ativação mostra como é possível ir além do comum, usando a criatividade, a tecnologia e a interatividade para criar experiências que realmente marcam e conectam com o público. No final das contas, é isso que faz uma marca ficar na memória e no coração das pessoas.

*Ricardo Leão é o fundador e CEO da Agência MAK, uma das principais agências de live marketing e brand experience do Brasil, com mais de 16 anos de atuação no mercado. Graduado em Administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com mestrado em Administração. Sob sua liderança, a MAK tornou-se pioneira e referência no setor de live marketing, especializada em ativações, eventos, materiais de PDV, projetos tailor made, convenções, endomarketing e criação. A agência atende grandes marcas como Coca-Cola FEMSA, Heineken, Fini, Campari, Alelo, Intelbras e Eurofarma, oferecendo soluções inovadoras que se destacam pela criatividade e resultados impactantes. A excelência do trabalho realizado pela MAK é comprovada pelas cinco conquistas do Prêmio Caio, considerado o “Oscar dos Eventos” no Brasil.

As tendências que estão redefinindo o live marketing em 2024

Por Ti Bernardes*

Falar sobre Live Marketing sempre me enche de entusiasmo, porque é simplesmente a forma mais incrível de conectar marcas com seus consumidores de maneira autêntica e imediata. É como se fosse a ponte mágica entre o que a empresa quer transmitir e o que o público realmente deseja sentir.

Com a tecnologia avançando a passos largos e as preferências dos consumidores mudando constantemente, novas tendências estão surgindo e transformando esse cenário. Agora, em 2024, estamos vendo algumas dessas tendências tomando forma e prometendo revolucionar a maneira como as marcas se comunicam e interagem com seu público.

Experiências imersivas

A realidade aumentada e a realidade virtual não são novidades, mas em 2024, estão sendo usadas de maneiras cada vez mais criativas e envolventes no live marketing. Imagine entrar em uma loja virtual onde você pode experimentar roupas, testar produtos e até participar de eventos ao vivo sem sair de casa. As marcas estão investindo nessas tecnologias para criar experiências memoráveis e interativas que vão além do tradicional.

Eventos híbridos

A pandemia acelerou a adoção de eventos online, mas a tendência agora é a combinação do melhor dos dois mundos: o físico e o digital. Os eventos híbridos oferecem a flexibilidade de participar de qualquer lugar, enquanto ainda mantêm a energia e a conexão dos eventos presenciais. Isso permite que as marcas alcancem um público mais amplo e diversificado, oferecendo uma experiência personalizada para cada participante.

Conteúdo gerado pelo usuário (UGC)

Os consumidores não querem apenas ser espectadores, eles querem fazer parte da história. O conteúdo gerado pelo usuário está se tornando uma ferramenta poderosa no live marketing, permitindo que os consumidores compartilhem suas próprias experiências com a marca em tempo real. Isso não só aumenta a autenticidade da comunicação, mas também cria um senso de comunidade e engajamento que é difícil de alcançar de outra maneira.

Influenciadores ao vivo

Os influenciadores digitais têm sido um pilar do marketing há algum tempo, mas a tendência agora é utilizar esses influenciadores em tempo real. Sessões de perguntas e respostas ao vivo, unboxings, tutoriais e eventos exclusivos são apenas algumas das formas como as marcas estão colaborando com influenciadores para criar conteúdo autêntico e envolvente.

Tecnologia 5G

A chegada do 5G está transformando a maneira como consumimos e interagimos com conteúdo ao vivo. Com velocidades de internet incrivelmente rápidas e baixa latência, a qualidade das transmissões ao vivo melhorou significativamente, permitindo experiências mais fluídas e envolventes. As marcas estão aproveitando essa tecnologia para oferecer eventos ao vivo de alta qualidade, sem interrupções.

Sustentabilidade e responsabilidade social

Os consumidores estão cada vez mais conscientes do impacto ambiental e social das marcas que escolhem apoiar. Em 2024, vemos um aumento na demanda por eventos e campanhas de live marketing que não só promovem produtos, mas também defendem causas importantes. Desde eventos neutros em carbono até campanhas que apoiam iniciativas sociais, a sustentabilidade está no centro das estratégias de live marketing.

Personalização em tempo real

A personalização já é uma tendência consolidada, mas a capacidade de oferecer experiências personalizadas em tempo real está redefinindo o live marketing. Utilizando dados e insights em tempo real, as marcas podem ajustar suas mensagens e ofertas instantaneamente para atender às necessidades e preferências dos consumidores, criando uma conexão ainda mais forte e relevante.

O futuro do live marketing está repleto de possibilidades. À medida que as marcas continuam a inovar e explorar essas tendências, a conexão com os consumidores se torna mais profunda e significativa. Em 2024, o live marketing não é apenas sobre vender produtos, mas sobre criar experiências inesquecíveis que tocam o coração e a mente das pessoas.

*Ti Bernardes, Diretor Geral da Agência MAK, é um especialista de destaque no mercado de live marketing no Brasil. Estudou Engenharia Civil na UNESP e Administração de Empresas na Business School São Paulo, além de cursos no Oxford College, Inglaterra, e na FGV-SP, ele traz uma visão estratégica e inovadora para a agência. Sua carreira inclui passagens pela Votorantim Cimentos S/A e Grupo Nutrabrands, até assumir a liderança da agência MAK em 2014. Atualmente é responsável pelas conexões entre grandes marcas, consolidando a posição da MAK como uma das principais agências de live marketing do país.

O marketing será live ou não será marketing

Por Cássio Motta Mello*

Em épocas de mudanças sísmicas, como a que vivemos, quando tudo parece ficar obsoleto, é curioso como o vocabulário demora um pouco para acertar o passo. Alguns termos se tornam irrelevantes, inadequados às novas realidades. Enquanto outros ganham espaço para dar conta de diferentes demandas e contextos.

Imagem de June Aye por Pixabay

Veja-se o verbo compartilhar, por exemplo, usado raramente até alguns anos atrás e que se tornou corriqueiro com a disseminação das mídias sociais. Ou a denominação start-ups, agora onipresente. Ou ainda o sufixo tech, para categorizar empreendimentos inovadores viabilizados pelas tecnologias digitais. Inclusive no marketing, que vem sendo revolucionado pelo creative tech.

Por isso, é provável que a expressão live marketing se torne, logo mais, redundante, porque todo marketing terá que ser, necessariamente, live. Num conceito ampliado e ressignificado de live, é claro, que vai muito além de eventos e ativações. E levando em conta que as disciplinas do marketing continuarão se fundindo, transversal e progressivamente, no design de soluções e estratégias – embora o mercado continue se pautando, na maioria das concorrências, pela divisão anacrônica das disciplinas tradicionais, velhas de mais de um século.

E por que acredito que todo marketing será live ou não será?

Porque com a aceleração da digitalização impulsionada pelo 5G, o presencial e o digital vão se juntar cada vez mais numa única experiência indivisível, tanto no consumo de mídias como na interação com as marcas. Um contexto no qual os diferenciais que tornam o live marketing altamente impactante e engajador se tornarão críticos para o marketing como um todo.

Será live porque terá que ser necessariamente empático, data-driven e stakeholder centric, ou seja, customizado para cada perfil específico, e as diferentes personas que os stakeholders encarnam nos múltiplos momentos das suas jornadas e nas inúmeras mídias com as quais interagem. Não apenas como consumidores de produtos e serviços, mas como parceiros ativos dos ecossistemas de marcas e negócios.

Será live porque terá que se distanciar de narrativas pré-concebidas para se configurar como experiência, ou séries de experiências de engajamento, a serem cocriadas em tempo real nas interações com os públicos. E apoiadas em plataformas de relacionamento 24/7 com integração de diferentes mídias e ativações, de forma que o presencial alimente continuamente o digital e vice- versa, num flow interativo, num ciclo virtuoso.

Será live, também, no sentido de verdadeiro e real, já que nesse novo ambiente de transparência não caberá mais distância entre discurso e prática. As marcas que antes apenas “falavam” por meio da publicidade, agora tem que participar de múltiplas conversações, posicionar-se e “comportar-se” em diversos contextos sociais e culturais. O que as mantém continuamente sob holofotes e as obriga a, conforme a consagrada expressão em inglês, walk the talk.

Será live, ainda, porque a tecnologia possibilita gerar experiências cada vez mais imersivas, onde o virtual se confunde com o real, e os conteúdos e mensagens se mesclam com entretenimento, cultura e gamificação.

Mas o marketing será live, sobretudo, porque estará em constante evolução, impulsionado pela curiosidade e a inovação, para ser capaz de conectar pessoas e ideias em ambientes de crescente volatilidade e complexidade. Para que possa contribuir, de forma efetiva, para transformar positivamente pessoas, marcas e negócios.

*Cássio Motta Mello é CEO da TV1

AMPRO lança Campanha “ESG – Estamos ESGotados”

Entidade expõe condutas equivocadas praticadas por anunciantes e propõe um mercado mais sustentável

A AMPRO – Associação de Marketing Promocional / Live Marketing lança, nesta semana, uma campanha de conscientização que pede mais respeito e empatia às empresas contratantes de serviços de Live Marketing. A campanha, criada por Dil Mota & The Thing Thinkers, traz uma analogia da palavra ESG (governança ambiental, social e corporativa) que tanto se busca no discurso, mas pouco se encontra na prática.

Desde o início da pandemia, o setor de Live Marketing – que até 2019 tinha faturamento estimado de cerca de R$ 50 bilhões anuais no país – vive momento delicado. Foram dois anos de paralisação, com projetos presenciais cancelados, o que gerou fechamento de agências e aumento do número de cortes e demissões.

“O lançamento dessa campanha é fundamental para o momento em que o Live Marketing está passando. Depois de dois anos massacrados pela pandemia, não podemos executar as atividades nas mesmas condições de antes, como processos equivocados de concorrência job a job, prazos extensos de pagamento e não sendo tratados como parceiros estratégicos ou com o respeito que merecemos. A importância do ESG também está no olhar sobre como está a relação entre anunciantes e seus parceiros, do contrário vira só discurso bonito. Precisamos buscar um maior diálogo para que possamos juntos construir um mercado sustentável e respeitoso”, afirma a presidente-executiva da AMPRO, Heloisa Santana.

As Melhores Práticas do Live Marketing tocam em quatro pontos fundamentais para tornar mais saudável o relacionamento entre agências e clientes: 1. a forma como devem ser conduzidas as concorrências, 2. os pagamentos, 3. os pedidos de exclusividade e 4. os feedbacks. Confira as recomendações do documento:

Concorrências:

Como já é praticado em outros serviços de marketing, como Publicidade, PR e Digital, sugerimos seguir o mesmo formato para Live Marketing:

– Concorrências por contas ou contratos longos, mínimo de 12 meses.

– Numa concorrência chame até três agências.

– Concorrências que necessitam de entrega estratégica e criativa têm que ser remuneradas.

– O prazo ideal para uma concorrência é de, no mínimo, 15 dias úteis.

– Elabore um briefing transparente, com todas as informações necessárias sobre o projeto e as formas de contratação.

Pagamentos:

Uma agência ou profissional que presta o serviço de marketing não tem condições econômicas para financiar uma empresa.

– Pagamentos no máximo 30 dias após a entrega final do projeto, em caso de projetos com entrega única.

– Pagamentos de fee mensal em caso de projetos com entregas recorrentes. Custos de execução são complementares ao custo da agência.

– Seguir a Tabela Referencial Ampro, como base de contratação.

Exclusividade:

Como já é praticado em outros serviços de marketing, como Publicidade, PR e Digital, sugerimos seguir o mesmo formato para Live Marketing:

– Exclusividade só é aceitável para contratos duradouros e com garantia de budget a ser pago ao contratado.

– Exclusividade é uma via de duas mãos, igualmente aplicada por contratante e contratado. Torne sua agência exclusiva também.

Relacionamento e Feedback:

– O prestador de serviço de marketing é muito mais que seu fornecedor, é seu parceiro estratégico, criativo e operacional.

– Feedbacks estruturados e transparentes são necessários e fundamentais na construção de relações sustentáveis, respeitosas e de longo prazo.

A campanha e as melhores práticas do Live Marketing na íntegra já estão no portal da AMPRO

A Associação de Marketing Promocional é a única que desenvolve nacionalmente a teoria e a prática do setor de Live Marketing de forma ampla. Com sede em São Paulo, completa 29 anos em 2022, com representação abrangente em todo o território nacional.