Na era dos dados, gerar insights confiáveis é o novo desafio

Por Milton Ribeiro*

Vivemos a era dos dados. Diariamente, segundo a IBM, o mundo gera 2,5 quintilhões de dados. No entanto, diante dessa quantidade massiva de informações geradas, uma pesquisa da Salesforce mostra que muitos líderes não se sentem preparados para encontrar, analisar e interpretar esses registros, resultando na falta de confiança no uso desses indicadores para tomadas de decisões.

Segundo o estudo, que foi realizado com 500 líderes empresariais nos EUA, fatores desde a economia incerta até corte de custos têm gerado a demanda por insights mais precisos para orientar as estratégias da empresa. Porém, apenas metade dos participantes afirmaram que a extração de dados está alinhada com as prioridades da organização.

A pesquisa ajuda a ilustrar os desafios que os gestores enfrentam atualmente na geração de dados, relacionados principalmente à qualidade, integração e governança. Isso é, ainda hoje, muitas empresas ainda operam com sistemas legados e, com isso, armazenam dados de forma fragmentada em planilhas ou diferentes plataformas – o que dificulta a execução de um processo claro de validação e identificação da real utilidade do material coletado.

Diante desse contexto, dificilmente os dados serão confiáveis e, sem dúvidas, acarretarão prejuízos para o negócio, uma vez que os líderes, ao tomarem decisões com base em suposições ou percepções parciais, podem traçar estratégias equivocadas, investimentos errados e, consequentemente, perder competitividade. E, tendo em vista que, no ambiente de negócios dinâmico atual, a agilidade e precisão são essenciais, a falta de confiança nos dados compromete diretamente a capacidade de inovar e reagir rapidamente.

Neste contexto, o que diferencia empresas que são bem-sucedidas das demais é a capacidade de transformar esses dados em valor. A pesquisa da Salesforce ainda mostra que 76% dos líderes empresariais se sentem cada vez mais pressionados a apoiar seus argumentos e afirmações em dados. Em outras palavras, esse comportamento ajuda a enfatizar a importância insights confiáveis para ajudar otimizar operações, entender clientes, reduzir riscos e antecipar tendências.

Em um cenário altamente competitivo, dados confiáveis se tornaram uma vantagem estratégica. Entretanto, ainda estamos em um momento transição, em que muitas empresas reconhecem a importância de implementar uma governança dessas informações, mas poucas implementaram, de fato, uma estrutura robusta para isso.

Sem dúvidas, a tecnologia é o principal habilitador desse processo. Através de ERPs e plataforma de Business Intelligence, como exemplo, é possível centralizar e padronizar os dados, tornando-os acessíveis em tempo real e com confiabilidade. Isso porque soluções de integrações ajudam a eliminar silos, enquanto recursos de validação automatizada e dashboards visuais facilitam a interpretação e o uso prático dos dados pelos gestores.

Entretanto, de nada adianta ter recursos que ajudem na confiabilidade dos registros, sem que a cultura organizacional esteja alicerçada. Ou seja, para que a tecnologia cumpra o seu propósito, é fundamental que as pessoas confiem nos dados e saibam utilizá-los de forma correta. Para isso, as organizações também precisam realizar o trabalho de educar, capacitar e engajar os times, mostrando as razões pelas quais as decisões orientadas por dados trazem melhores resultados.

As organizações ainda têm pela frente o desafio de conseguirem fazer uma gestão assertiva, identificando lacunas e pontos de melhorias para deixar os processos confiáveis. Neste aspecto, ter o apoio de uma consultoria especializada nessa demanda e na aplicação de tais recursos é um importante fator a ser considerado ao longo dessa jornada.

A confiança nos dados nasce quando há clareza, transparência e domínio técnico, o que só é possível com uma cultura forte e o foco contínuo em formação. Cada vez mais, a busca por insights confiáveis se tornará uma necessidade para que as empresas consigam obter vantagem competitiva e sobreviver em um mercado altamente dinâmico. Por isso, o quanto antes começarem a se preparar, melhor, afinal, o futuro não espera e, para sair na frente, é preciso estar preparado.

*Milton Ribeiro é Co-CEO da SPS Group.

Inteligência Artificial no marketing: Personalização e Automação

Por Susi Herdy*

A evolução constante da tecnologia tem proporcionado transformações significativas em diversas indústrias, e é claro que o marketing tem sido um dos principais meios para evoluir nas estratégias e entregas, a Inteligência Artificial emerge como uma força revolucionária, redefinindo a maneira como as empresas abordam a personalização de campanhas, como entrega uma melhor performance ao cliente e a automação de processos no marketing digital.

Quando falamos do universo de personalização sempre foi uma estratégia essencial para cativar os consumidores, esse tema tem sido abordado a anos nos trabalhos de CRM, CRO e atendimento ao cliente e com a chegada da Inteligência Artificial elevou esse conceito a um novo patamar. Ferramentas avançadas de análise de dados, como o Google Analytics 360 e o Adobe Analytics, utilizam algoritmos de aprendizado de máquina para interpretar o comportamento do usuário em tempo real. Isso possibilita a criação de experiências personalizadas, desde a segmentação eficaz até a entrega de conteúdo sob medida.

Um case exemplar é a implementação da IA pela Amazon em seu setor de e-commerce. A gigante do varejo online utiliza algoritmos preditivos para antecipar as preferências dos clientes com base em históricos de compras e comportamentos de navegação. O resultado é uma experiência de compra altamente personalizada, com recomendações precisas que aumentam significativamente as taxas de conversão, além de fornecer para o seu cliente a melhor experiência e comodidade ao realizar o seu pedido.

A automação sempre foi uma ferramenta crucial no arsenal do marketing digital, permitindo a execução eficiente de tarefas rotineiras. No entanto, em 2024, a automação é elevada a um novo nível com a integração da Inteligência Artificial. Ferramentas como o HubSpot e a Salesforce utilizam algoritmos avançados para automatizar processos desde o rastreamento de leads até a criação dinâmica de conteúdo.

O uso inteligente de chatbots alimentados por IA é um exemplo concreto dessa automação avançada. Empresas como a Zendesk incorporam chatbots que não apenas respondem a consultas com base em padrões pré-determinados, mas também aprendem com interações passadas, ajustando suas respostas para se adequar ao contexto específico do usuário. Isso não apenas economiza tempo, mas também melhora a experiência do cliente.

A personalização avançada não apenas aumenta a relevância das campanhas, mas também fortalece o vínculo emocional entre a marca e o consumidor. A automação inteligente, por sua vez, libera recursos humanos para tarefas mais estratégicas, promovendo a eficiência operacional.

Além disso, a IA permite uma análise de dados mais profunda, proporcionando insights valiosos sobre o comportamento do consumidor. Isso permite uma otimização contínua das campanhas, garantindo que as estratégias de marketing estejam alinhadas com as demandas em constante evolução do mercado.

Apesar dos benefícios, a implementação massiva de Inteligência Artificial no marketing também apresenta desafios. A preocupação com a privacidade dos dados e a transparência no uso de algoritmos é crescente. Empresas precisam equilibrar a personalização com o respeito à privacidade do consumidor, garantindo que as práticas sejam éticas e alinhadas com as regulamentações em constante evolução.

A Inteligência Artificial no marketing não é mais uma tendência futura, mas uma realidade presente. A personalização impulsionada por IA e a automação avançada estão redefinindo o cenário do marketing digital, proporcionando benefícios substanciais para as empresas e melhorando a experiência do consumidor. No entanto, é imperativo que as empresas adotem uma abordagem ética e transparente para garantir o sucesso sustentável dessa revolução tecnológica no mundo do marketing.

*Susi Herdy é Head operations and strategy da ENEXT