A Orquestração Multicanal: O Elo Entre Marcas e Consumidores

Por ​​Katerina Matthaiou*

Em uma era de intensa inovação tecnológica, o padrão de relacionamento entre marcas e consumidores se transforma. Grandes marcas não apenas proporcionam produtos ou serviços de qualidade, mas também desenvolvem uma forte narrativa ao longo do tempo, fundada na humanização de suas comunicações. A capacidade de surpreender, de evocar o inesperado, que impulsiona o engajamento e motivar o consumidor a voltar, transformando simples compradores em defensores da marca.

Esta surpresa muitas vezes reside na maneira como as marcas se comunicam. E aqui, a estratégia omnichannel, ou multicanal, assume um papel crucial. Na era digital, é insuficiente para uma marca estar presente em um único canal de comunicação. Em vez disso, as marcas precisam tecer uma teia, onde vários canais trabalham em harmonia para oferecer uma experiência homogênea ao consumidor, seja ele online, offline ou em movimento.

Pesquisas indicam que clientes envolvidos por meio de múltiplos canais tendem a comprar 1,7 vezes mais em comparação àqueles que interagem via um único canal. Ao ultrapassar os limites tradicionais e adotar uma abordagem integrada, as marcas ampliam seu alcance e eficácia.

Cada canal tem seu próprio valor e potencial. O SMS, por exemplo, é ótimo para entregar mensagens urgentes, alcançando efetivamente o consumidor, um recente estudo feito pela Upstream para uma operadora de telefonia móvel nacional, aponta que campanhas de retargeting via SMS podem trazer um CTR 3,5 vezes maior que o RCS (Rich Communications Service). Em contraste, o MMS (Multimedia Messaging Service), oferece diversidade de interação através de áudio, fotos e vídeos. Já o RCS, que funciona de forma semelhante ao SMS e também conta com ferramentas multimídias, apresenta taxas de engajamento impressionantes, mas ainda enfrenta dificuldades em ganhar aderência em muitos mercados, na mesma pesquisa foi possível constatar que a taxa de pedidos dos usuários do RCS é 67% maior do que o SMS.

O e-mail, continua sendo uma ferramenta essencial, principalmente por empresas, aqui os desafios como canal de marketing, é atribuído aos filtros de Spam, desativação de notificações e outras estratégias que desafiam as marcas.

No mesmo cenário surgem os aplicativos de mensagens como WhatsApp e Viber que se tornam cada vez mais indispensáveis, a exemplo disso, estatísticas apontam que esses aplicativos são visualizados dentro da faixa de 3 a 5 minutos em um único dia, reforçando seu potencial e sua entrega, apesar dos desafios associados a custos. As notificações push, embora eficazes, precisam ser manuseadas com cuidado para não se tornarem invasivas.

Na vanguarda dessa revolução multicanal, plataformas de mobile marketing surgem como facilitadoras essenciais, contar com uma delas favorece a compreensão e a aplicação da orquestração multicanal para marcas que desejam otimizar sua comunicação.

Ao investir em uma plataforma eficaz, as marcas podem simplificar a complexidade da gestão multicanal, garantindo que cada mensagem, seja ela via SMS, e-mail, aplicativos de mensagens ou notificações push, seja entregue no momento certo e com o impacto desejado. A era digital exige uma orquestração perfeita, e com a ajuda de soluções robustas de mobile marketing, as marcas estão melhor equipadas para superar esses desafios e se conectar genuinamente com seus consumidores.

*​​Katerina Matthaiou é Head de Produto e Crescimento da Upstream

Antes de fazer Marketing na Era Digital, compreenda o que é Marketing

por Tatiana Lacaz

O Marketing tem como objetivo principal compreender as necessidades e os desejos das pessoas para fazer uma troca. Quando se adquire um produto de uma determinada marca, é cobrado um preço para que ele possa solucionar a sua dor/problema.

O conceito de Marketing existe bem antes da chegada dos aparatos tecnológicos, o digital é um complemento que interferiu diretamente nos processos e nas decisões das pessoas. A sua essência não muda, as redes sociais tornaram-se um meio de dialogar e mostrar o valor daquilo que as marcas oferecem e disponibilizam no mercado.

Compreender quais são as necessidades do cliente é essencial para entregar o esperado e prometido. A pirâmide de Maslow criada pelo psicólogo norte-americano Abraham Maslow divide as necessidades humanas em cinco tópicos: fisiológicos, de segurança, sociais, estima e auto realização.

Fonte: Reprodução/Internet. Acesso em 10 de maio de 2022

Na base da pirâmide encontra-se as necessidades fisiológicas do ser humano, como dormir, se alimentar, respirar, beber e se reproduzir. A próxima camada diz respeito a segurança e está relacionada ao conforto, bem-estar, estabilidade, cuidados com a saúde, proteção física, entre outros. Já a terceira camada aborda as necessidades interpessoais como os relacionamentos amorosos e familiares, entre colegas de trabalho e de faculdade, entre outras relações. Por fim, a quarta camada aborda as necessidades de valorização pessoal, pois as pessoas querem ser reconhecidas, valorizadas e aceitas na sociedade, seja na vida pessoal ou profissional.

A pirâmide de Maslow é crucial para auxiliar no entendimento das reais necessidades do ser humano; se o público está procurando satisfazer as necessidades de segurança, não tem por que criar promoções focando nas necessidades fisiológicas. A partir dessa teoria, pode-se criar estratégias assertivas para lidar com as pessoas, compreendendo o que ele sente em todos os aspectos da vida humana.

A premissa do Marketing é entender o comportamento das pessoas, e não a tecnologia em si, por isso, não adianta querer investir nas redes sociais bem como em outras plataformas, sem entender o nicho de mercado e o seu público. O estudo do comportamento do consumidor envolve muito mais do que quanto ele ganha, onde vive, quais canais e mídias consomem, é sobre desvendar os reais desejos, saber o que ele busca no dia a dia e o que ele está disposto a realizar
para satisfazer os seus anseios.

O digital veio para ficar, mas lembre-se sempre de uma coisa: “O futuro do Marketing encontra-se nos bancos de dados de marketing, através dos quais sabemos o suficiente sobre cada cliente para poder criar ofertas relevantes e personalizadas a cada um deles.” – Philip Kotler.

Dados, máquinas e pessoas

Fronteiras digitais: como o protagonismo dos dados pode impor nova convergência entre máquinas e pessoas

Por Débora Morales*

A transformação digital de empresas em todos os setores é um fenômeno. As empresas são desafiadas a ter sucesso ao abraçar a transformação por meio da inovação digital para alcançar vantagens competitivas. O negócio digital envolve a criação de novos modelos que confundem as fronteiras entre mundo digital e físico, devido à convergência de pessoas, negócios, coisas, máquinas e serviços inteligentes.

Este é um momento crítico para a transformação dos negócios digitais na história do desenvolvimento e adoção de inteligência artificial (IA). Hoje em dia, as tecnologias de IA impactam a maioria das categorias de aplicativos e muitos desafios de negócios. A IA torna-se útil quando enriquece a tomada de decisão que é aprimorada pela aplicação do Big Data (BD) e Advanced Analytics (AA).

As empresas precisam considerar os dados como matéria-prima para a tomada de decisões. Os dados e análises precisam ser pensados em termos de processamento de plataformas de negócio digitais corporativas, assumindo assim um papel mais ativo e dinâmico no fortalecimento das atividades de toda a organização.

A tomada de decisão de negócios contemporânea deve direcionar o compartilhamento de diferentes recursos para exploração, descoberta, construção ou teste de ideias e ser baseada em dados que, quando estruturados e processados, criam informações e conhecimento. Dessa forma, podemos pensar em como os dados podem ser coorganizados e gerenciados em uma estrutura conceitual multidimensional estratégica para a tomada de decisões, com níveis relacionados de melhoria nas cadeias de valor da inovação.

Para avaliar o provável crescimento da automação baseada em IA, é importante avaliar a interação de humanos e máquinas nesses níveis e entender quem analisa os dados, quem decide com base nos resultados da análise e quem age com base na decisão.

Lembre-se: na atual Era Digital, quando os ativos intangíveis estão se tornando cruciais para o desempenho das empresas, as novas dimensões de valor de IA baseadas no BD e AA podem apoiar os líderes de negócios e suas equipes de gestão e fornecer medição e gerenciamento mais eficazes de seus ativos de capital intelectual e informativo.

*Débora Morales é mestra em Engenharia de Produção (UFPR) na área de Pesquisa Operacional com ênfase a métodos estatísticos aplicados à engenharia e inovação e tecnologia, especialista em Engenharia de Confiabilidade (UTFPR), graduada em Estatística e em Economia. Atua como Estatística no Instituto das Cidades Inteligentes (ICI).

Fonte: Central Press

Transformação digital, dados e marcas

Confiabilidade dos dados vs. reputação da marca

por Marisa Travaglin*

A transformação digital chegou para ficar e está impactando todo o comportamento do indivíduo no século XXI no momento de aquisição de produtos e serviços. A cada dia que se passa, sofremos uma avalanche de informações, dados disponíveis e polarização de opiniões, levando organizações e, principalmente, profissionais de marketing a monitorar a evolução desta percepção para conduzir com confiança o desenvolvimento organizacional de sua empresa.

Foto: Pixabay

Para analisar a percepção de uma marca é necessário ter acesso a várias opiniões de diferentes grupos, os quais têm uma visão minimamente nítida sobre esta organização, pois assim serão construídas opiniões, positivas para uns e negativas para outros, dependendo da interpretação. O ponto de atenção aqui será analisar a qualidade das informações recebidas e a credibilidade do emissor/organização, pois estes fatores serão críticos na formação das impressões do público.

Como executiva de marketing dentro de uma empresa que vem se preparando desde o início para lidar com o novo panorama de responsabilidade de dados, entendo que a elaboração de uma estratégia de marketing e comunicação terá um enorme impacto na reputação da marca que, segundo estudos, é um dos principais fatores que pesam na decisão de executivos na hora de escolherem uma empresa para trabalhar. Esta constatação reflete a relevância deste quesito não só no aumento de vendas e de elementos como marketshare e share of mind, mas também na construção de uma equipe sólida e bem qualificada para lidar com os desafios atuais no mundo corporativo.

Nesta Era Digital, trabalhar com dados confiáveis é um grande desafio que passa a integrar a nova rotina dos profissionais de marketing. Acompanhando esta nova realidade, vem a necessidade de lidar com novas tecnologias/softwares que analisam o comportamento e engajamento do indivíduo (o que permite enxergar formas de customizar o serviço e tornar a experiência do usuário a mais marcante e especial possível), assim como a obrigação de lidar com um novo paradigma de responsabilidade de dados.

Diz-me o que fazes com meus dados, que direi se confio em tua empresa

Não se poderia falar de “Era Digital” sem olhar para um assunto que também vai impactar a rotina do Marketing quando manipulamos dados; trata-se da LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados – que entrará em vigor em fevereiro 2020, tendo como objetivo garantir a segurança on-line dos dados dos usuários. Inspirada pelo GDPR (lei europeia já em vigor desde maio deste ano, de caráter muito similar), esta nova regra deve ter impactos sensíveis em todos os segmentos de atuação que coletam e manipulam dados de terceiros, o que inclui o marketing.

De modo geral, entendo que a LGPD deve ter três impactos principais:

Acesso a Dados
Neste quesito, as pessoas terão o direito de remover informações pessoais desatualizadas ou imprecisas, desta forma os usuários podem obter mais controle sobre como seus dados são coletados e usados – incluindo a capacidade de acessá-los ou removê-los –, reforçando seu direito de serem esquecidos – portanto, removido das bases de dados das empresas. Portanto, a partir de agora, será responsabilidade dos profissionais de marketing garantirem que seus usuários possam acessar facilmente seus dados e remover o consentimento de seu uso, com impactos diretos em algumas das principais vertentes de Marketing digital e na análise perfilação de público-alvo.

Enriquecimento de bases e compartilhamento de usuários
Atualmente, nos e-mails que gerenciamos, usamos os opt-ins como única forma de pedir a permissão dos dados, supondo que eles queiram receber mais informações do portfólio da empresa, bem como de seus parceiros. Com a nova lei em vigor, além de solicitar a permissão de envio de mais materiais teremos que solicitar aos usuários sua permissão para serem contatados futuramente para novos produtos ou para compartilhar e enriquecer bases de dados com serviços de parceiros.

Foco na transparência do uso de dados
Teremos que solicitar dados que as organizações realmente precisem e justificar ao usuário final se precisar de outras informações, pois a lei exigirá que a empresa explique-se legalmente quanto ao processamento dos dados pessoais coletados. Na prática, isso vai se traduzir em uma necessidade de planejamento de campanhas muito mais detalhado e consciente e, portanto, mais complexo.

Diante desta nova realidade, não é difícil concluir que as novas estratégias de branding deverão ir muito além das práticas tradicionais de design e naming, devendo incluir um forte apelo à responsabilidade da empresa em relação às suas práticas em todos os canais e meios utilizados: site, blog, mídias sociais e também se posicionando nos eventos do mercado ou ainda na produção de eventos internos que tem como objetivo estreitar relacionamento. Até mesmo o conteúdo produzido, peça fundamental no Inbound Marketing, precisa ser idealizado de modo a refletir a voz e os valores da empresa, fortalecendo a identificação com seus clientes.

Foto: Pixabay

Depois de construída a estratégia de branding, analise a forma como o mercado e sua base de clientes reagem a seus esforços, verificando elementos como awareness, fidelidade, identidade, valor e percepção, para assim poder trabalhar em novos planos. Naturalmente, a responsabilidade com os dados coletados vale para esta etapa também, por isso reforço a necessidade de haver um procedimento muito claro e bem estabelecido de coleta e processamento de informações, de modo que a empresa não seja prejudicada ao executar sua estratégia de mercado.

Como podemos ver, tratar a confiabilidade dos dados coletados dará o tom para fazer a gestão da imagem de uma marca mais assertiva, fator essencial para que ela tenha uma repercussão positiva no mercado e, com isso, seja lembrada na hora da tomada de decisão de compra ou na hora de contratar novos profissionais e formar um time competitivo e pronto para lidar com um cenário cada vez mais desafiador.

*Marisa Travaglin é head de Marketing na Trend Micro no Brasil

Fonte: RMA Comunicação – Thais Amaral