A Marca é o maior ativo da empresa

Por Pedro Tavares*

Vivemos num mundo caracterizado pelo estresse do dia a dia, pela rapidez com que tudo acontece, pela permanente mudança de hábitos e atitudes, pela competitividade dos recursos financeiros e humanos, pela instabilidade e incerteza, e pela constante exigência com o sucesso.

É neste contexto que as marcas se assumem como o ativo mais relevante e valioso nas organizações. As marcas constituem a principal garantia de confiança, de reconhecimento de qualidade e ainda o símbolo mais expressivo das decisões de compra e consumo de produtos e serviços.

A própria gestão das marcas mudou. Ontem o foco residia no cliente, hoje a visão é mais ampla e contempla os diferentes stakeholders porque todos podem ser embaixadores ou detratores. O foco apontava para a miopia da teoria dos tradicionais 4P’s, hoje tem de ser considerado todo um storytelling e uma experiência de 360º.

Hoje existem diferentes soluções para diferentes necessidades devendo ser considerada a multiplicidade e sinergia de touchpoints; os colaboradores eram catalogados como recursos humanos, mas são capital humano e como tal um fator decisivo pelo alinhamento, compromisso e impacto nos resultados; se ontem o investimento nas marcas estava do lado dos custos, hoje é uma fonte de proveitos e com valor financeiro associado.

O novo mundo e a nova economia trouxeram a exigência de um gestor de marca com competências globais e multidisciplinares, e a implementação de um modelo de gestão de marca integrado, consistente, transversal e dinâmico. O reconhecimento e a certificação deste modelo de gestão e de gestor de marca são uma realidade, e quem não evoluir e não se adaptar esta nova realidade não vai sobreviver (Darwinismo).

Este modelo de gestão de marca permite analisar, construir e avaliar a força e o valor financeiro das marcas, obedecendo a um conjunto de normas sob a certificação das ISO20671 e ISO10668, que identificam e exploram diferentes dimensões e métricas científicas de análise.

Partilhando uma visão macro deste modelo, são apontados três grandes desafios e competências para a construção de força e valor financeiro das marcas:

1. Identificar, mapear e dimensionar todos os stakeholders que têm impacto na construção da força de marca (não só para os clientes e consumidores, mas para todos os stakeholders; há setores de atividade em que a rede de stakeholders é tão complexa que o peso direto de clientes e consumidores pode não ultrapassar os 40%), definindo também os seus hábitos, atitudes, expetativas e comportamentos.

2. Identificar todas as variáveis e indicadores quantitativos de suporte a uma correta análise daquilo que é externo às marcas, nomeadamente o ambiente político, econômico e social; tratam-se de dimensões que não são controláveis pela gestão mas que podem ter um enorme impacto na performance da economia, das diferentes indústrias, empresas e marcas (próprias e concorrentes).

3. Mapear, dimensionar e monitorizar de uma forma contínua as dimensões e atributos de controlo interno: relação emocional e comportamental com os diferentes stakeholders, reputação (percepções), experiência (realidade), resultados da atividade no mercado (proteção legal, quotas de mercado e comunicação, cobertura geográfica, logística, preço, touchpoints, equipe e saúde financeira).

Como ponto de partida, há que ter em atenção que a importância e os pesos das diferentes dimensões e dos seus atributos são diferentes entre setores de atividade e mudam também com alterações de contexto. E como ponto de conclusão, há que considerar também que a análise isolada de qualquer um destes conceitos, dimensões ou atributos sem que seja no modelo integrado pode incorrer em enormes riscos de decisões incorretas e com elevados impactos no valor financeiro dos negócios e das marcas.

Os líderes das organizações, que são os reais gestores das marcas através da sua visão, conduta e capacidade de comunicação, têm a capacidade influenciar os stakeholders moldando as suas percepções e experiência. Mais do que nunca, têm de ter agilidade e capacidade de tomar decisões rápidas, têm de assegurar o alinhamento e o compromisso de todos os colaboradores e dos demais stakeholders.

Precisam estar familiarizados com todos os detalhes de estrutura e processos de forma a avaliar toda a organização e gerir simultaneamente planos de continuidade e alterações profundas que permitam fazer emergir marcas e negócios mais fortes.

É necessário colocar no radar que definir ou reforçar a cadeia de comando e responsabilidades, além de procurar e reforçar soluções que estejam alinhadas com o propósito da organização e do negócio, têm de abraçar as obrigações das marcas com a sociedade, assegurar a sustentabilidade da organização com horizontes onde a estratégia e o talento interno.

Ter um foco conjunto, promover uma comunicação clara e eficaz, e por fim têm de ter uma atitude transparente e ética.

*Pedro Tavares é CEO da OnStrategy

Pós-conexão, e não pós-vendas

Por Faisal M. Ismail*

No mundo das marcas e consumidores há um paradoxo intrigante. De um lado, todos nós desejamos nos apaixonar pelas marcas, construir uma relação duradoura, falar dela, indicar para amigos. Queremos mais do que comprar algo; queremos fazer parte da história da marca e ter experiências positivas. Porém, a maioria das empresas parece ignorar completamente essa necessidade humana de conexão e praticam apenas vendas, não investem em relacionamento com o cliente.

O marketing de relacionamento é uma estratégia fundamental para as empresas que buscam aumentar a retenção de clientes e estender o ciclo de vida deles dentro da organização. O fato é que investir no marketing de relacionamento não traria somente mais lucro, mas também um exército de fãs que indicariam a marca. Afinal, quem não gosta de compartilhar o que gostou?

As marcas que focam apenas em vendas imediatas esquecem o potencial de criar uma relação genuína. Não é uma simples transação. É um investimento em confiança e fidelidade. É nutrir uma conexão. É dar continuidade à oportunidade de contato com uma pessoa que pode trazer mais vendas, direta e indiretamente. Em vez de encerrar o contato após a venda, o pós-relacionamento mantém a comunicação aberta.

A retenção de clientes é a essência do marketing de relacionamento e traz um ambiente propício para a criação de valor ao cliente, o famoso “brand equity”. Esse valor não surge do nada, ele vem de uma conexão de qualidade, onde o desempenho eficiente do time, um preço competitivo, benefícios superados e experiências gratificantes se combinam para fortalecer o relacionamento.

Na prática, o pós-venda tradicional se resume a um contato superficial para resolver eventuais problemas ou enviar mais ofertas. Já o pós-relacionamento vai além, busca manter a conexão, entender as necessidades em evolução do cliente, oferecer suporte contínuo e proporcionar experiências excepcionais ao longo do tempo.

É comum ouvir especialistas insistindo em dispersão nas redes sociais, amplos investimentos em funis de vendas, enquanto toda essa verba poderia ser potencializada com mecanismos para manter a marca na vida do cliente. Investir no marketing de relacionamento não apenas desafia o paradoxo existente, mas também se revela um caminho seguro para alcançar um sucesso sustentável.

*Faisal M. Ismail é odontólogo, empresário, especialista em marketing e gestão empresarial, e autor do livro O Ouro no Marketing de Relacionamento.

Gad Insights 2023 apresenta 10 reflexões sobre os desafios das marcas em um cenário de intensa transformação tecnológica

Estudo do Gad chega à quarta edição e mapeia os caminhos que orientam a tomada de decisão sobre marcas e experiências

Barbie brands. A tecno-lógica das marcas. Conexões humanas ou artificiais? Estes e outros temas apresentados no Gad Insights 2023 indicam como as empresas devem se comportar ou se orientar em um futuro não muito distante, ou ainda, na atualidade.

Intitulado “Marcas Inteligentes – Bem-vindo à revolução da experiência”, o estudo desenvolvido pela consultoria de marca e experiência Gad, que chega à sua 4ª edição, é resultado de um trabalho que mapeou, ao longo dos últimos 6 meses, o comportamento de diversas marcas nacionais e internacionais, visando apoiar empresas e gestores em suas tomadas de decisão.

O Gad Insights, desde sua primeira edição, em 2020, tem apresentado importantes reflexões e recomendações preliminares para o mercado. Nos últimos quatro anos, serviu de bússola para apontar as constantes transformações sociais, econômicas, tecnológicas e humanas, e as rápidas mudanças de rota em diversos segmentos.

Desde o conceito do “novo normal”, aflorado durante a pandemia da Covid-19, com seus desafios e oportunidades; passando pela consistência, coerência e consciência como paradigma na gestão das marcas, em 2021; até chegar a um novo Zeitgeist (espírito da época), no estudo de 2022, embasado na polarização, no storydoing e na reputação das marcas, o relatório tem apresentado, ao longo das últimas edições, novos conceitos e cases globais que exemplificam cada insight.

Nessa 4ª edição do Gad Insights, o time de estratégia da consultoria investigou como o advento tecnológico tem revolucionado o universo das marcas e a maneira como elas buscam se relacionar com seus públicos, clientes e consumidores.

Sob esse contexto, como construir jornadas da marca à experiência, capazes de responder plenamente a um público hoje hiper midiático, multicanal e permanentemente conectado?

O novo relatório aponta para uma nova relação entre as pessoas, empresas, produtos e serviços, onde a inteligência artificial, a IoT (Internet das Coisas), a Realidade Virtual, as biotecnologias, o 5G, entre outras tecnologias, vêm se tornando ferramentas decisivas no aprimoramento ou mesmo na redefinição das experiências que vivenciamos. Nesse novo contexto, as marcas são inevitavelmente tecnológicas e ao mesmo tempo, “humanas”. Não há contradição aqui, mas sim, convergência. Esse ponto, por exemplo, é aprofundado no capítulo “Conexões humanas ou artificiais?”.

Já o capítulo “A tecno-lógica das marcas” discute como a tecnologia vem redefinindo o discurso, as entregas e as experiências de marcas que não são nativas digitais e atuam em segmentos variados, como o da moda, de bens de consumo e o da saúde – e até que ponto as ferramentas tecnológicas podem ser um pilar de diferenciação de uma marca.

Por fim, o tópico “Barbie Brands” aponta que em um mundo de mudanças aceleradas, com novos ideais e mentalidades nascendo a todo momento, as marcas inteligentes conseguem se questionar sobre a necessidade de uma nova visão de mundo ou até uma transformação da marca e do próprio negócio, assumindo eventuais inadequações para iniciarem um novo ciclo a partir daí. Muito parecido com o movimento da Barbie e sua empresa-mãe Mattel, que começou a produzir novas linhas de produtos mais inclusivos nas últimas décadas, culminando no lançamento do filme, em 2023, que selou a transformação da boneca.

“Nesse ambiente integrado, as marcas precisam ser inteligentes, de fato. Saber fazer e refazer as perguntas certas para (re)definirem suas abordagens e produzirem experiências impactantes, que revolucionam, enfim, a sua construção de valor e transformam positivamente o negócio”, destaca André Chuí, Partner e Head de Estratégia do Gad.

A seguir, confira os títulos dos insights que ilustram esse conteúdo. O material completo está disponível no site do Gad

  1. Conexões humanas ou artificiais?
  2. Ultra experiências
  3. Brand Insperience
  4. A tecno-lógica das marcas
  5. O risco da incoerência
  6. Escuta ativa
  7. Confiança antes de tudo
  8. Influência virtual, mas não artificial.
  9. Uma por todas, todas por uma
  10. Barbie brands

Fonte: Assessoria de Imprensa – Andrea Martins

Novo curso do Grupo de Planejamento

INSIDE ANTES DO INSIGHT: ESTRATÉGIAS DE UMA PALHAÇA

Pessoas que trabalham com estratégia de comunicação dentro e fora de agências são treinadas em olhar para todos os lados.

São verdadeiras antenas em busca de sinais e tendências ligadas aos mais diversos cenários e audiências. E, por vezes, a gente se esquece de olhar para um lado super importante, o lado de dentro. Essa aula visa trazer provocações sobre como a gente se relaciona com o nosso mundo interno em favor do crescimento pessoal e profissional.

Em um dia a dia tão corrido, com tantas pressões, esse olhar pode nos ajudar a ter uma escuta mais ativa, a nos percebermos mais e a nos aproximarmos de nós mesmos, entendendo nossos limites e descobrindo potencialidades.

Com quem?
Marina Campos, Fundadora do POP e do Relações Simplificadas

A publicitária que virou palhaça. É assim que muita gente a conhece. Foram 14 anos em grandes agências de propaganda, fazendo planejamento estratégico para inúmeras marcas como Natura, J&J, Unilever, Renault, Nissan, Sprite, MTV, entre tantas outras. Um longo e bonito processo de mudança – em busca de significado e propósito – me levaram até a arte do palhaço. E a certeza de ter uma resposta para a questão de desenvolvimento humano à altura da complexidade que enfrentamos no mundo hoje, levou-me a criar a POP – Palhaços a Serviço das Pessoas, em parceria com a Mônica Malheiros, em 2007. Em 2016, criei a Relações Simplificadas, em parceria com o psicólogo e psicanalista Francisco Nogueira. Uma consultoria voltada às relações entre equipes, com foco em mudança de mindset e soft skills. O planejamento continua lá; os insights, também; a paixão por pessoas, por comunicação, no centro de tudo; a diferença repousa sobre um nariz vermelho!

Quando?
10/10/2023
De 19:30 às 21:30.

Onde?
Evento presencial, na F.Biz.

Quanto?
Valor para “associados ao GP”: R$50,00
Valor para “Inscrição Avulsa (sem associação)”: R$200,00
Valor para “Combo Associação + Inscrição”: R$200,00

Como faço para me inscrever?
Basta clicar aqui