Fotografia e Propaganda: da lente ao algoritmo, uma história em constante reinvenção

Foto de Alexander Dummer na Unsplash

Por Josué Brazil (com uma força da IA)

No dia 19 de agosto, comemora-se o Dia Mundial da Fotografia, uma data que celebra não apenas a arte de registrar imagens, mas também o impacto profundo que a fotografia exerceu em diferentes áreas da sociedade — e a publicidade é, sem dúvida, uma das mais transformadas por ela. Desde os primeiros cliques até as imagens geradas por inteligência artificial, a fotografia tem sido um dos pilares na forma como marcas se comunicam com o público.

A história dessa relação começa ainda no século XIX, quando a invenção do daguerreótipo, em 1839, abriu caminho para a popularização da fotografia. Nas primeiras décadas, os anúncios eram ilustrados com gravuras, mas logo as imagens fotográficas passaram a ocupar espaço em jornais e revistas. A publicidade ganhou, então, uma nova força: era possível mostrar produtos, pessoas e estilos de vida com realismo, aproximando consumidores daquilo que se anunciava. Não à toa, campanhas icônicas como as da Coca-Cola, já nos anos 1920, utilizavam fotografias para construir identificação e desejo.

A relação entre fotografia e publicidade é tão antiga quanto a própria publicidade moderna. A fotografia foi a primeira grande revolução visual da publicidade, trazendo um nível de realismo e autenticidade que ilustrações e desenhos não conseguiam alcançar. Um dos exemplos mais famosos foi o uso de fotografias por George Eastman, fundador da Kodak, que promoveu suas câmeras com a icônica frase “Você aperta o botão, nós fazemos o resto”. Ao longo do século XX, a fotografia se tornou o pilar da comunicação publicitária, capturando a atenção do público em campanhas que vendiam não apenas produtos, mas estilos de vida, aspirações e sonhos. A foto de uma modelo sorrindo, de um carro reluzente ou de um prato apetitoso se tornou a ponte entre a marca e o consumidor.

Ao longo do século XX, a fotografia publicitária se consolidou como um campo especializado, com profissionais dedicados a traduzir conceitos de marca em imagens poderosas. Dos sofisticados retratos de moda aos cuidadosos registros de produtos em catálogos e outdoors, cada clique buscava mais do que mostrar: visava transmitir valores, emoções e narrativas capazes de conectar marcas e consumidores. Com a chegada do digital e, mais recentemente, das redes sociais, esse papel se ampliou — as fotos passaram a ser não apenas parte de campanhas, mas também combustível do cotidiano das marcas na internet.

O advento da IA: novos horizontes e desafios

Hoje, no entanto, vivemos um novo capítulo dessa história. A ascensão das inteligências artificiais generativas coloca a fotografia diante de grandes desafios e oportunidades. Softwares capazes de criar imagens hiper-realistas em segundos prometem agilidade e redução de custos, mas também levantam debates importantes sobre autoria, autenticidade e a preservação do olhar humano na criação visual.

Foto de ThisIsEngineering

O futuro da fotografia na propaganda talvez esteja justamente na integração entre tecnologia e sensibilidade. Assim como os fotógrafos se reinventaram em cada transição — do analógico ao digital, do filme às câmeras de smartphones —, agora o desafio é dialogar com as IAs, aproveitando seus recursos sem perder o valor inestimável da visão criativa humana.

O fotógrafo, no futuro, pode se tornar um curador de prompts, um diretor de arte de IA, ou simplesmente usar a tecnologia para expandir seus horizontes criativos. A fotografia continuará sendo uma expressão humana, mas a forma como ela é produzida e consumida certamente será transformada. O que resta é o desafio de mantermos a essência do nosso olhar, mesmo quando a luz for gerada por um algoritmo.

Afinal, no fim das contas, a propaganda não se resume a mostrar imagens: ela precisa contar histórias, despertar emoções e construir relações.

ChatGPT e gestão de tráfego: como o marketing está mudando com a IA generativa

Na era da inteligência artificial (IA), as estratégias de marketing digital estão se reinventando — e o ChatGPT emergiu como protagonista dessa transformação. A crescente adoção da IA generativa está redefinindo a forma como marcas atraem audiências, otimizam conteúdos e impulsionam a gestão de tráfego digital.

A tecnologia vem ganhando relevância como motor de busca alternativo. Dados da Semrush mostram que a plataforma da OpenAI já gera tráfego de referência para mais de 30 mil sites, sobretudo nos segmentos de educação e tecnologia — um sinal claro de mudança no comportamento dos usuários. Hoje, mais de 54% das consultas são respondidas sem que haja necessidade de recorrer a uma busca tradicional na web, evidenciando a ascensão de um modelo centrado em respostas instantâneas e conversacionais.

No cenário global, ferramentas de busca com IA, como ChatGPT e Perplexity, já capturam 5,6% do tráfego de buscas em desktops nos EUA (junho de 2025), um salto expressivo em apenas 12 meses. Esse avanço impulsiona novas abordagens de otimização, como a Generative Engine Optimization (GEO), que busca tornar conteúdos visíveis e confiáveis para respostas geradas por inteligência artificial — uma evolução do SEO tradicional.

Profissionais de marketing vêm se adaptando rapidamente. Um artigo recente da Forbes destacou cinco prompts eficazes para potencializar o ChatGPT na geração de tráfego, aplicáveis desde pesquisas de mercado e definição de palavras-chave até a criação de rascunhos alinhados ao público-alvo. Na prática, marcas já utilizam a ferramenta para:

● Criar ideias de conteúdo e pautas (content ideation)
● Mapear público e comportamento (audience research)
● Redigir posts, e-mails e roteiros (content creation)
● Explorar oportunidades em eventos ou campanhas sazonais
● Transformar linguagem técnica em textos envolventes e acessíveis

Com mais de 180 milhões de usuários de internet e penetração de 86,6%, o Brasil é um terreno fértil para inovações digitais como o uso do ChatGPT em marketing e gestão de tráfego. A combinação de alto engajamento online e busca por eficiência coloca os profissionais diante de uma encruzilhada: insistir nos modelos clássicos de SEO ou abraçar a criação de conteúdo conversacional otimizado para IA.

“Ferramentas de inteligência artificial conversacional não substituem os buscadores tradicionais, mas inauguram um novo paradigma de engajamento digital”, afirma Matheus Mota, estrategista de conteúdo e Head de Marketing da Portão 3 (P3). “O foco deixa de ser apenas o SEO clássico, centrado em cliques, e passa a valorizar o que chamamos de GEO: a otimização para respostas geradas por IA. Marcas que souberem integrar essas tecnologias em suas estratégias sairão na frente, especialmente em um cenário onde a visibilidade começa já na primeira interação automatizada.”

Fonte: Jangada Consultoria de Comunicação

Engajamento autêntico e social commerce moldam nova era da publicidade digital, afirmam mLabs e TikTok

Rafael Kiso e Bruno Lopes discutem o declínio da publicidade interruptiva e o impacto do conteúdo nativo, destacando marcas que aumentaram as vendas em até 40% com campanhas integradas

A publicidade digital vive uma transformação sem precedentes. A era dos anúncios interruptivos dá lugar ao conteúdo nativo, envolvente e construído com autenticidade — e essa mudança está redefinindo toda a lógica de engajamento, conversão e construção de marca. O tema foi debatido no episódio mais recente do Papo Social Media, podcast da mLabs, que reuniu Rafael Kiso, fundador e CMO da plataforma, e Bruno Lopes, head de vendas do TikTok Brasil.

Segundo os executivos, o marketing digital está sendo impulsionado por novas dinâmicas que priorizam conexão genuína com o público, e não mais apenas volume de impressões ou alcance superficial. “O TikTok não é apenas mais uma rede social, é um ambiente de descoberta, entretenimento e conexão emocional. As marcas que entendem isso estão colhendo resultados excepcionais”, afirmou Lopes.

A fala é sustentada por números: o TikTok ultrapassou 2 bilhões de usuários globais, com o Brasil entre seus principais mercados, e 87% dos usuários afirmam ter descoberto novas marcas organicamente na plataforma, segundo dados internos.

Métricas tradicionais já não bastam

Um dos destaques da conversa foi a crítica ao uso de indicadores ultrapassados, como alcance (reach) e CPM. “Muitas marcas ainda focam em métricas de vaidade, mas esses números sozinhos não significam nada”, alertou Lopes. Ele citou casos em que campanhas com 1 milhão de visualizações no TikTok geraram mais conversões do que outras com 10 milhões em plataformas tradicionais, graças ao engajamento qualificado.

Kiso complementou: “Performance em marketing hoje não é só sobre otimização de bids ou KPIs de curto prazo. É sobre criar conexões reais. No TikTok, uma campanha bem-feita não apenas vende, mas constrói brand equity e isso é inestimável.”

TikTok Shop e a evolução do social commerce

A ascensão do TikTok Shop também ganhou destaque na conversa. Para Lopes, a ferramenta representa um marco na forma como consumidores compram produtos digitalmente: “Estamos criando um ecossistema completo onde o consumidor descobre um produto, se inspira e compra, tudo em poucos segundos.”

Kiso trouxe exemplos práticos da atuação da mLabs com marcas que têm adotado essa abordagem integrada: “A Sallve, marca de beleza, aumentou suas vendas em 40% com anúncios nativos combinados com o TikTok Shop. Já a Renner, varejista de moda, reduziu seu custo por aquisição em 30% ao unir creators à estratégia de performance.”

Esse avanço está diretamente conectado ao crescimento acelerado do social commerce no Brasil. Segundo o Relatório do Varejo 2025, da Adyen, 55% dos brasileiros já utilizam redes sociais como canal de compras, enquanto 37% afirmam que tendem a adquirir um produto quando ele está em alta nas redes, um comportamento que reforça o papel estratégico do conteúdo na decisão de compra.

Conteúdo relevante como ativo estratégico

A conversa reforçou que as empresas que ainda tratam o TikTok como uma rede social “de jovens” estão perdendo tempo e mercado. “Quem ainda tem essa visão limitada está deixando passar uma das maiores oportunidades de negócios da atualidade”, alertou Lopes. Kiso foi ainda mais direto: “As empresas que investirem em conteúdo relevante, dados e plataformas como o TikTok hoje estarão à frente nos próximos anos.”

Fonte: Letícia Olivares

Comscore apresenta estudo sobre o panorama digital brasileiro

Imagem gerada pela IA do Canva

Dados revelam perfil e consumo digital dos brasileiros, com destaque para as áreas de saúde, varejo e finanças

A Comscore, empresa líder em medição de audiência digital, apresenta novo estudo sobre o comportamento da população brasileira nas plataformas digitais. O levantamento, baseado em dados de fevereiro a junho de 2025, oferece uma leitura detalhada da presença digital no País.

Com dados da ferramenta Plametrix, o Brasil apresenta 116 milhões de usuários digitais ativos. Essa audiência está dividida em 50 milhões de pessoas das classes A/B, 51 milhões da classe C e 15 milhões da classe D/E, o que reforça a diversidade e o potencial de segmentação do ecossistema digital nacional.

A segmentação comportamental da audiência indica que: 97% dos brasileiros acompanham os acontecimentos atuais, sobretudo pela internet; a educação dos filhos é prioridade para 89% dos pais; e 73% apontam a internet como principal fonte de entretenimento. Além disso, 68% dos consumidores preferem fazer compras pelo celular e mais da metade confia na segurança dessas transações. No lazer, 65% escolhem passar as férias dentro do país, enquanto 67% usam a internet para planejar viagens. No âmbito financeiro, 66% afirmam conseguir comprar no cartão de crédito mesmo sem recursos disponíveis na hora, dados de fevereiro de 2025.

O estudo também mapeou o comportamento por setor profissional, indicando que áreas com maior volume de acessos e engajamento on-line são: segmento comercial (12,3 milhões de visitantes únicos por mês), saúde (11,2 milhões), diretoria e liderança (9,2 milhões), entretenimento (8,8 milhões), segurança pública (5,2 milhões), educação (5,1 milhões), tecnologia (4,8 milhões) e artesanato (4,3 milhões).

“Os dados desenham um País que vive e consome digitalmente, com públicos segmentados, engajados e cada vez mais exigentes. Neste cenário, medir corretamente o alcance, o engajamento e o contexto da audiência se torna essencial para a definição de estratégias de comunicação, formulação de políticas públicas e tomadas de decisões empresariais baseadas em dados”, comenta Ingrid Veronesi, country manager da Comscore no Brasil.

Panorama digital brasileiro

No âmbito nacional, em maio de 2025, os aplicativos dominaram o consumo mobile: 121,8 milhões de brasileiros acessaram apps, gerando em média 101,5 horas mensais de uso por visitante, o equivalente a 18 vezes mais tempo que os 5,6 horas registrados no mobile web.

O ranking de interesses digitais é liderado por portais (128,9 milhões de visitantes únicos ao mês), entretenimento (128 milhões), serviços (123,4 milhões), busca (118,8 milhões) e notícias (117,1 milhões), seguidos por serviços financeiros (109,8 milhões), mensagens instantâneas (109,4 milhões) e redes sociais (108,6 milhões).

A categoria Notícias/Informação ocupa o quarto lugar em alcance e lidera o tempo de navegação. Em 2024, o Brasil registrou 6,4 bilhões de interações em publicações jornalísticas nas plataformas sociais, posição de liderança na América Latina.

Neste segmento, o Metrópoles se destaca como o principal veículo de notícias, alcançando 73,5 milhões de visitantes únicos, seguido por Globo Notícias (70,6 milhões), UOL Notícias (67,1 milhões), R7 Notícias (65,3 milhões) e Diários Associados (44,8 milhões), refletindo a importância dos portais digitais na distribuição de jornalismo.

No universo de social media, que aparece como a sexta categoria com mais usuários únicos e a primeira em tempo de navegação, YouTube (113,6 milhões), WhatsApp (106,3 milhões) e Facebook (90,3 milhões) são as propriedades mais visitadas, enquanto o Instagram se destaca em intensidade, com 17,8 horas mensais por usuário. Plataformas emergentes como Kwai também exibem relevância, com 36,3 milhões de visitantes e média de 17,6 horas por mês.

Os Serviços Financeiros figuram como a sétima categoria em audiência digital, totalizando 109,8 milhões de usuários e 14 bilhões de minutos consumidos em maio, o que equivale a 1 hora e 34 minutos por pessoa. O segmento de banking alcança 86,2 milhões de usuários, seguido por pagamentos (53,6 milhões), investimentos (5,5 milhões) e seguros (4,1 milhões).

Nesta área, as contas de poupança são lideradas por Caixa Econômica (23,7 milhões), Bradesco (7,3 milhões), Itaú (6,2 milhões), Banco do Brasil (6,0 milhões) e Nubank (5,7 milhões), enquanto as contas correntes são dominadas por Nubank (20,2 milhões), Itaú (16,2 milhões) e Banco do Brasil (12,4 milhões).

Consumo no Centro-Oeste: dados de varejo, saúde e logística

Em relação ao Centro-Oeste brasileiro, o levantamento mostra que a região reúne 21 milhões de compradores digitais, dos quais 85% acessam sites de varejo. Em fevereiro de 2025, o comércio eletrônico local foi liderado pela Shopee, com 1,78 milhão de visitantes únicos, seguida por Mercado Livre (1,43 mi), Magazine Luiza (0,71 mi) e Alibaba (0,68 mi), enquanto o portal dos Correios registrou 12 milhões de acessos, dados referentes a fevereiro de 2025.

A análise também indica que 9,8 milhões de pessoas na região possuem plano de saúde, e 2,9 milhões afirmam usar preservativos ao iniciar um novo relacionamento, evidenciando comportamento de cuidado e prevenção entre o público segurado. As páginas mais visitadas por esse público foram Alphabet/Google (9,70 milhões), Facebook (9,26 milhões), UOL (7,74 milhões), Globo (7,69 milhões) e Terra Brasil (7,27 milhões).

No recorte socioeconômico, os viajantes das classes A/B do Centro-Oeste brasileiro (3,1 milhões de pessoas) demonstram forte afinidade com educação e amplo uso de cartão de crédito. O top 5 de propriedades digitais consumidas por esse segmento inclui Alphabet/Google (113,8 milhões de únicos), Facebook (106,5 milhões), Microsoft (75,3 milhões), Shopee (73,0 milhões) e Globo (72,5 milhões), revelando interesse por plataformas globais e players nacionais.

Redes sociais

A análise da Comscore revelou, ainda, que em abril de 2025 as redes sociais alcançaram 89% dos internautas nos principais países da América Latina e estiveram presentes na vida de 86% da população brasileira, com intensidade média de uso de 48 horas mensais por visitante único.

O YouTube alcançou 113,6 milhões de espectadores únicos, e seu principal canal gerou 203,3 mi de visualizações em maio. Já o TikTok registrou um crescimento de 27% no volume de vídeos publicados entre janeiro e maio, passando de 39,1 mil para 49,6 mil posts, consolidando-se como motor de tendências em tempo real.

“O Brasil vive uma fase de consolidação digital que atravessa classes sociais, faixas etárias e setores profissionais. Vemos um país que se informa, consome, se diverte e toma decisões relevantes por meio das plataformas digitais. Neste cenário de intensa atividade digital, os dados informam, orientam decisões, revelam tendências e conectam realidades cada vez mais diversas e dinâmicas”, completa Ingrid.

Sobre a Comscore

A Comscore (NASDAQ: SCOR) é um parceiro confiável para planejamento, transação e análise de mídia entre plataformas. Com coleta de dados que combina digital, TV linear, inteligência de audiência over-the-top e dados de bilheteria de cinema com insights avançados de audiência, a Comscore permite que compradores e vendedores de mídia quantifiquem seu comportamento multitelas e tomem decisões de negócios com confiança. Líder comprovada em medição de audiências digitais, de TV e publicidade em escala, a Comscore é a fonte terceirizada emergente do setor para medição confiável e abrangente de plataforma cruzada.