O que a exclusão do Fortnite da App Store significa para o mercado brasileiro?

Especialista acredita que movimento pode unir a comunidade de desenvolvedores em prol da diminuição da porcentagem de comissionamento paga à gigante de tecnologia

* Adriano Ribeiro, sócio diretor da Kiddo

Lançada em 2008, a App Store possibilitou a transformação de um mercado e a criação de milhões de novas empresas e posições de trabalho. Inclusive tive minha carreira drasticamente alterada pela forma como a Apple, e posteriormente também o Google, deram forma ao mercado mobile. Em 2007, falar em mobile era sinônimo de SMS, Ringtone, Wallpaper, etc. O modelo de negócio inicialmente era perfeito. Tendo acesso a um canal de distribuição matador e um pacote de ferramentas de desenvolvimento redondo, os desenvolvedores não consideravam um problema compartilhar 30% da receita da venda de seus apps com a Apple.

Em 2009, a implementação das compras dentro do app, possibilitou a popularização de um modelo de negócio completamente novo: o freemium. Uma aplicação gratuita, com compras dentro do app. Esse modelo foi o pilar fundamental de receita de uma nova onda de empresas de software. Liderada por jogos e aplicativos de relacionamento, essa turma faturou bilhões e, obviamente, compartilhou 30% da receita com a Apple. Esse montante correspondeu no último ano a quase 20% do faturamento global da companhia fundada por Steve Jobs. Não é difícil imaginar o motivo pelo qual os executivos da Apple estão brigando tanto para manter o modelo de negócio e sua receita.

No capítulo mais recente de polêmicas com os desenvolvedores, a Apple tirou da sua loja o Fortnite. O jogo é um dos fenômenos dos últimos anos e um queridinho da juventude e do mercado publicitário. Apenas em 2019, o jogo faturou quase US$ 2 bilhões em receita. O que levou a gigante tomar essa medida tão drástica? Divergências comerciais. Há algum tempo a Epic Games – desenvolvedora do Fortnite – vem confrontando o modelo de negócio da Apple e demais players do mercado por cobrar uma margem muito grande da receita. Tanto que no final do ano passado, a empresa resolveu lançar a Epic Games Store e o principal atrativo para os desenvolvedores foi a comissão muito abaixo do mercado. Na semana passada passaram a oferecer moedas virtuais de seu jogo com desconto para compra fora da App Store. Isso levou a Apple a retirar o Fortnite do catálogo e divulgar uma nota dizendo que a medida infringe os termos de uso da loja e oferecia risco aos usuários. A Epic Games, por sua vez, entrou com um processo por monopólio e divulgou uma crítica bem humorada, parodiando o icônico anúncio 1984.

Discussões à parte, os ataques ao “30% cut” estão se tornando cada vez mais comuns. Em julho, a Basecamp – antiga 37signals – iniciou uma guerra pública quando a Apple recusou a publicar uma nova versão do seu cliente de e-mail revolucionário Hey. Segundo eles, a empresa da maçã estava agindo como “gangster”, impedindo a atualização de seu aplicativo por conta da cobrança por fora da loja, exigindo que a contratação fosse feita pela seu meio de pagamento. A equipe do Basecamp bateu o pé, dizendo que não aceitaria compartilhar 30% de sua receita e que seguiria cobrando por fora da loja, permitindo aos usuários do iOS, a compra somente pelo site do produto. Diferente do que aconteceu até agora com a Epic Games, nesse caso a Apple cedeu. Com algumas mudanças no modelo de onboarding, o aplicativo Hey conseguiu ser lançado novamente e esse imbróglio demandou que Phill Schiller, VP da Apple, viesse a público explicar e defender o modelo. Em sua visão, a App Store tem sido um catalisador de novos negócios e distribuiu milhões de dólares a sua comunidade de desenvolvedores. Um estudo conduzido pela Analysis Group mostrou que a App Store por si só permitiu mais de US$ 500 bilhões em transações em 2019.

A discussão é complexa e atualmente está sendo tratada em cortes americanas e europeias, em processos antitruste. As reclamações vão além dos 30% cut, citando também a forma como as complexas demandas do guideline supostamente favorecem os aplicativos nativos da Apple. Analisando especificamente a discussão sobre o comissionamento, vemos que não há muita diferenciação nos valores cobrados em todas as plataformas análogas:

Isso leva a crer que a briga dos desenvolvedores não é necessariamente com o valor, mas com o padrão já estabelecido no mercado. Gigantes como Netflix e Spotify conseguiram sua alforria, encontrando uma brecha como “aplicativos de leitura”. O Hey utilizou da grande popularidade dos fundadores do Basecamp para fazer barulho e exigir uma forma de também conseguir cobrar por fora da loja. O rebelde da vez agora foi a gigante Epic Games e seu Fortnite. Nesse caso, parece improvável que haja alguma flexibilização sem que o modelo seja mudado para toda a comunidade. Por se tratar de um jogo e as compras serem caracterizadas como “bens virtuais”, não há forma de burlar o guideline. Agora resta a dúvida sobre a postura da Apple. Vale considerar ouvir esse gigante do mundo dos games? Ou o caminho pode ser esquecê-lo e tentar asfixiá-lo como fizeram com o Flash?

A verdade é que a comunidade de desenvolvedores têm a oportunidade ideal para se unir e exigir uma porcentagem menos polpuda. Também pode ser a hora de buscar novas maneiras de distribuir suas aplicações, como a Epic Games fez. Em um ano tão atípico e carregado de mudanças, questionar o status quo é imprescindível. Enquanto os sistemas operacionais forem caixas pretas que só permitam a presença de uma única loja proprietária, segura e estável, os desenvolvedores ficarão presos em suas mãos.

Pra quem começou cedo neste mundo mobile, ver grandes nomes do mercado se posicionando e exigindo um novo formato já é muito reconfortante. Definitivamente, não é somente pelos 30%.

*Adriano Ribeiro é especialista em Inovação e Empreendedorismo pela Stanford Center for Professional Development. Atualmente é sócio diretor da Kiddo, consultoria de design de customer experience especializada em construir caminhos para empresas se relacionarem melhor com o público, visando fidelização, conversão e métricas de atendimento e retenção.

Fonte: Comuniquese – Mariana Colombo

Pesquisa da Social Media Week São Paulo revela as tendências para 2019 em marketing digital

Maior evento de mídias sociais da América Latina lança “stories” como tema da próxima edição

A Social Media Week São Paulo, em parceria com a Mlabs e a Hello Research, realizou uma pesquisa entre os palestrantes e participantes do evento, e lançou um infográfico. A análise aponta as tendências de investimento em marketing digital para o próximo ano, temas como design thinking, podcasts, chatbots e a plataforma Pinterest surgem como insights estratégicos. O documento completo está disponível aqui.

Foto: divulgação

A SMWSP é o maior evento de mídias sociais da América Latina e reuniu em sua 11 ª edição cerca de 8000 participantes: foram 260 atividades entre workshops, painéis e debates realizados por 318 profissionais do mercado, aglutinando 21 trilhas de conteúdo.

Edney Souza, organizador da Social Media Week São Paulo, faz uma analise dos dados e mostra os caminhos para o marketing digital em 2019: “o gráfico mostra as 10 primeiras posições em volume de respostas: Instagram, monitoramento de redes sociais, SEO, inbound, marketing, LinkedIn, e-mail marketing, branded content, design thinking, Facebook e links patrocinados, respectivamente. Este ranking foi montado baseado na soma das respostas ‘continuar investindo’, ‘investir mais’ e ‘começar a investir’. As tecnologias em destaque são aquelas mais populares e que continuam dando resultados para as áreas de marketing de diversas empresas”.

Segundo Edney, os insights mais estratégicos aparecem quando se compara as tecnologias com respostas como “começar a investir” entre palestrantes e participantes. “No top 5 dos 2 rankings aparecem 3 tecnologias em comum: growth hacking, podcasts e lives /webinar /streaming, isso mostra que essas tecnologias já estão adquirindo maturidade de investimento. Veja o exemplo do podcast: apesar de já estarem por aí pelo Brasil desde 2004 o que vemos de 2015 para cá é uma popularização.

Essa massificação trouxe também diversas empresas e assuntos novos e, hoje, muita gente troca o rádio no trajeto casa-trabalho por algum podcast. Um dos principais culpados pelo uso mais amplo do podcast é o Spotify que tornou mais simples para o usuário comum acompanhar o seu preferido. Vale criar seu próprio podcast (se você tiver um assunto bem técnico e interessante para trabalhar) ou investir em podcasts existentes, tem para todos os gostos”, revela. “Para o participante do evento 2, outras tecnologias compõem o Top 5 de ‘começar a investir’: design thinking e chatbot. Vale a pena dar um destaque especial a chatbots, que é um tema recente e já se tornou um diferencial competitivo.

Em 2019, quem não tiver chatbots, provavelmente vai perder espaço para seu concorrente. Para o palestrante, os 2 tópicos restantes desse Top 5 são bem diferentes: inteligência artificial e Pinterest. É interessante comparar a diferença de prioridade que participantes e palestrantes deram para inteligência artificial.

Apesar de ser mais popular e ser um diferencial competitivo, não é algo que qualquer empresa possa adotar facilmente. Assim, vemos aqueles que estão liderando nas empresas adotando com mais entusiasmo enquanto o usuário comum vai precisar esperar que essas empresas popularizem soluções usando inteligência artificial. Já a presença do Pinterest mostra que as empresas estão aprendendo a diversificar suas fontes de tráfego orgânico enquanto muitas ainda dependem do Google e Facebook para trazer visitas”. Edney aponta que ainda há empresas que conseguem transformar o Pinterest como fonte de tráfego principal. “Se o seu negócio gera imagens atraentes como o mundo da decoração, moda, turismo e gastronomia, provavelmente o Pinterest pode gerar um ganho significativo para as suas visitas”.

Social Media Week 2019:

O número de usuários em mídia social em todo o mundo é de 3,2 bilhões, um aumento de 13% ano a ano. Em 2020, quase 5 bilhões de pessoas estarão conectadas. Para 2019, a Social Media Week traz o tema Stories: “As histórias que contamos, consumimos e compartilhamos têm o potencial de moldar quem somos e o que nos tornamos”. O assunto será abordado nos vários países que sediam o evento. Dada a sua escala, as redes sociais tornaram-se a plataforma de narração de histórias mais influente do mundo. Seja qual for a forma que elas tomem, as histórias contadas por meio das mídias sociais têm o poder de atingir e influenciar mais de 60% das pessoas no planeta.

Vídeos das palestras 2018 disponíveis aqui, aqui e aqui.

Fonte:  Mariana Bacci – Comuniquese

Conhece o Music Branding?

Cresce interesse de marcas por Music Branding
Sócios de agência especializada na construção de identidade musical de dezenas de marcas no país, Bananas Music Branding, que deve faturar R$ 1,2 milhão neste ano, garantem, a escolha da música certa pode ajudar a fidelizar o cliente

Juli Baldi e Rafael Achutti – crédito: Lucas Neves

Marcas e consumidores nunca estiveram tão conectados como hoje. A troca de informações entre eles têm se dado pelos mais diversos canais, seja através dos produtos ou serviços entregues ou até mesmo por meio da internet e de suas mais diversas redes sociais. É neste contexto que a música ganha cada vez mais espaço, dizem os sócios-fundadores do Bananas Music Branding, Juli Baldi e Rafael Achutti. “A música é muito poderosa, mexe com a emoção das pessoas e ajuda a traduzir sensações e sentimentos, tornando o diálogo entre pessoas e empresas mais real”, explica Juli.

Fundada em 2013, em Porto Alegre, a agência está entre as principais empresas do país especializadas em curadoria e estratégia musical para marcas. Oferece serviços que vão da criação de trilha para lojas a a canais de marca em plataformas de streaming, passando por projetos especiais, conteúdo musical, discotecagem e eventos.

Hoje, a agência conta uma carteira de 20 clientes fixos, entre eles Youcom, Gang, Ford, Ministério da Saúde, SOS Mata Atlântica e Shopping Iguatemi de Porto Alegre, e prevê um faturamento de R$ 1,2 milhão neste ano. Crescimento marcante para uma empresa que começou com investimento de R$ 6 mil e que, em 2014, faturou R$ 60 mil.

O serviço de gerenciamento de canais de marcas no streaming, mais especificamente no Spotify, maior plataforma de mídia musical do mundo, com 140 milhões de usuários mensais ativos, é o principal serviço prestado atualmente pelo Bananas e responde por 60% do seu faturamento. Para a plataforma, a agência já criou e cuidou do conteúdo e estratégia dos canais de mais de 60 marcas, entre elas: Ford Brasil, Motorola, YouCom, Intimus, O Boticário, MECAFestival e muitas outras. “A criação da identidade musical personalizada diferencia a marca dos concorrentes, principalmente em relação à experiência de compra dentro da loja. Por isso, buscamos criar uma identidade musical que reforce os principais atributos e associações que a marca deseja passar, intensificando a identidade de marca através da música”, diz Rafael Achutti.

Criar uma boa playlist exige muito conhecimento, explicam os empreendedores. Do contrário, o que se tem é uma lista com mais dos mesmos e pouca identidade de marca agregada a ela. Para evitar o problema, a agência criou o Bananas Music HUB, a maior rede de curadores musicais do mundo, com mais de 600 colaboradores cadastrados, todos apaixonados e especializados em música. “Mais do que criar uma playlist, criamos uma estratégia que consiga comunicar ao cliente final o que a marca deseja, usando a música como ferramenta. Esse cuidado é percebido e assimilado pelo público tanto nos ambientes físicos mantidos pela empresa, como lojas, shoppings e restaurantes, como no ambiente digital”, explica Juli.

Em média, o valor cobrado pelo Bananas para criar uma única playlist para plataforma streaming é de R$ 3.000. Se a marca optar por fazer duas playlists ou mais, o preço de cada uma delas gira em torno de R$1.250 a R$ 1.800. Já para criar um conceito e playlist para estabelecimento físico, com cerca de 70 horas de música, o custo pode variar entre R$ 2.500 e R$ 5.000, dependendo do perfil da marca. A atualização mensal de cada playlist é de R$ 400 para plataforma streaming e varia entre R$ 350 a R$ 90 para estabelecimentos físicos, dependendo do número de pontos de vendas.

Para as marcas que desejam fortalecer suas identidades, a agência oferece a curadoria musical 360 º. Através deste serviço, cria e cuida da trilha sonora em todos os pontos de contato da marca, da loja física às redes sociais. E, para inovar ainda mais, deve lançar, em breve, um sistema de cruzamento de dados que permitirá às marcas saber qual o impacto real da música nas vendas. “Será possível cruzar a música que toca na loja, com o fluxo de clientes, o tempo de permanência e o volume de compras”, finaliza Achutti.

Fonte: Assessoria de imprensa – Baião de 3 – comunicação – Patricia Larsen

Indústria musical em Cannes

Profissionais da música se unirão ao Lions Entertainment na construção de uma indústria melhor

O futuro da música será discutido no o recém-lançado Lions Entertainment com a participação profissionais influentes da música, artistas e gravadoras

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O Estadão – representante oficial do Cannes LionsFestival Internacional de Criatividade no Brasil – informa que o futuro da indústria da música será um dos grandes temas do evento este ano. A organização do evento anunciou que profissionais influentes da música, artistas e gravadoras que vão participar do recém-lançado Lions Entertainment.

“Temos dado boas-vindas a estrelas da música no Cannes Lions já há muitos anos e acabamos de confirmar a presença de Iggy Pop e Falz este ano. Mas o que estamos fazendo com o Lions Entertainment é algo diferente, mais direcionado a campanhas da própria indústria da música”, disse Philip Thomas, CEO do Lions Festivals.

“Mais do que nunca, a música desempenha papel significativo no processo criativo. Queremos trazer o talento juntamente com criadores de conteúdo, profissionais de marketing e empresas de entretenimento para que, juntos, eles possam definir o futuro e se concentrar na criação de um trabalho criativo excepcional”, continuou Thomas.

Shazam estará no palco para falar sobre o papel criativo das agências de música, bem como o aumento crescente da demanda por ferramentas de dados de música para medir o sucesso de um artista. Kelly Merryman, vice presidente de Parcerias de Conteúdo do YouTube, argumentará que, apesar das preocupações sobre a tecnologia minando a qualidade artística, a nova revolução da mídia está, de fato, alimentando uma expansão criativa.

Timbaland, produtor vencedor do Grammy, e Jared Gutstadt, do Jingle Punks, revelarão como eles estão transformando a música e a indústria de publicidade em suas cabeças. “O modelo de música em constante mudança é um dos assuntos mais quentes no entretenimento hoje, por isso Cannes é a arena perfeita para despertar conversas em torno da evolução real com algumas das maiores mentes na indústria. Estou animado para compartilhar como trabalho com Jingle Punks para mudar o jogo e o modelo existente de como as marcas e artistas podem colaborar. Jingle Punks e eu compartilhamos a mesma visão. Estamos aqui para assumir. Este é o caminho do futuro,” comentou Timbaland.

Outros nomes incluem o recém-nomeado CMO da Vivendi, Lucien Boyer, o vice-presidente de Estratégia da Sony, Fred Bolza, e um dos músicos eletrônicos de maior sucesso na história, Steve Angello (ex-Swedish House Mafia). Saavn, plataforma indiana líder de streaming de música, também está confirmada, assim como Gilles Peterson, DJ, curador e produtor musical internacional.

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Também no Festival, Spotify e Pandora apresentarão uma série de descobertas de talentos da música, o que destacará uma gama de gêneros e colocar o melhor dos artistas emergentes do mundo no palco. Uma agência vai apresentar os resultados de seu experimento secreto para tentar lançar uma banda apenas usando mídia sem nenhum envolvimento de uma gravadora, incluindo uma performance da banda.

Todos os delegados do Lions Entertainment têm acesso ao conteúdo completo e dois dias de eventos e networking bem como à Cerimônia Oficial de Premiação e festas. O Festival acontece de 23 a 24 de junho e passes podem ser adquiridos em www.canneslions.com/lions_entertainment/. Informações em português, no site canneslions.estadao.com.br.

Fonte: Lucia Faria Comunicação Corporativa – Marco Barone