IAB Brasil lança Manual de Conformidade e Boas Práticas sobre Inteligência Artificial na Publicidade Digital

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Material fornece orientações para o uso ético, seguro e responsável da IA no mercado publicitário, destacando os principais desafios e práticas regulatórias

O IAB Brasil anuncia o lançamento do “Manual de Conformidade e Boas Práticas sobre Inteligência Artificial na Publicidade Digital”. O material, elaborado pelo Comitê de Assuntos Regulatórios e Jurídicos do IAB Brasil, tem como objetivo apoiar anunciantes, agências, mídias e plataformas digitais na adoção responsável da IA, garantindo que suas campanhas sejam conduzidas de acordo com as regulamentações e boas práticas do setor.

O manual é um complemento ao Guia de Uso da Inteligência Artificial na Publicidade Digital, lançado no ano passado pelo IAB Brasil, e aborda tópicos fundamentais como o cenário atual de regulação de IA, conformidade com leis de proteção de dados pessoais, brand safety em publicidade programática, além de questões éticas relacionadas à mensuração publicitária impulsionada por IA.

O lançamento acontece em um momento com importantes iniciativas em andamento para regular o uso de Inteligência Artificial no Brasil. Entre elas, o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) 2024-2028, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e o Projeto de Lei 2338/2023, que está em discussão no Congresso Nacional e visa estabelecer um marco legal para o uso responsável da IA, com foco em privacidade e transparência.

“O IAB Brasil atua como ponte entre o setor e o governo, assegurando que as políticas públicas sejam reflexo da realidade do mercado. Nossa prioridade é que qualquer regulação proteja os consumidores, promova um ambiente digital saudável e, ao mesmo tempo, preserve a inovação e a sustentabilidade do nosso setor. Este manual, com certeza, é mais um passo importante para que todos façam bom uso da IA, de forma ética, segura e responsável”, afirma Denise Porto Hruby, CEO do IAB Brasil.

O conteúdo do manual foi estruturado em duas partes. A primeira aborda a regulamentação atual da IA no Brasil, o direito autoral relacionado à IA, e as diretrizes para conformidade legal e proteção de dados. A segunda parte traz discussões sobre brand safety, ética e transparência na utilização de IA para mensuração publicitária, finalizando com sugestões para a implementação de boas práticas.

Para acessar o manual completo, clique aqui.

Por que os jovens gostam tanto do TikTok?

Especialista em design de aplicativos explica o que torna o TikTok tão atrativo para os jovens

Rodolpho Henrique –
Divulgação

O TikTok tornou-se um fenômeno global com mais de um bilhão de usuários ativos. No entanto, o aplicativo enfrentou questões nos Estados Unidos devido a preocupações com a privacidade e a segurança dos dados. Apesar disso, o TikTok continua a ser muito popular nos EUA, com 170 milhões de usuários no país que gastam em média 51 minutos por dia no aplicativo.

Segundo uma pesquisa feita pela Pew Research, os usuários jovens do TikTok nos EUA, entre 18 e 29 anos, são os mais propensos a buscarem notícias pelo aplicativo. Rodolpho Henrique, líder de design digital focado em experiências e serviços interativos, que atua no Google e anteriormente foi diretor de design na McKinsey & Company, explica o que motiva tantos jovens a terem interesse pelo aplicativo.

“O TikTok é uma ferramenta que empodera os usuários e traz ferramentas fáceis de usar para poder produzir conteúdo de vídeo em poucos segundos. Quando pensamos em experiência do usuário (UX), o app é feito para que o vídeo seja o personagem principal. Por exemplo, você tem poucos botões que são exibidos na interface e todos eles são voltados para o engajamento, como dar like, deixar um comentário, etc.”, comenta ele.

De acordo com ele, as interações que o TikTok usa também são muito fáceis de aprender, dessa forma, elas trazem um resultado imediato e prendem a atenção do usuário no aplicativo.

“É só dar dois toques na tela e já deu um like no vídeo, é só rolar para baixo e você já consegue ver o próximo vídeo. O TikTok acaba aplicando algumas interações que já eram utilizadas em outras aplicações, claro, mas ele vem explorando algumas novas possibilidades, sempre com o foco em fazer o usuário interagir de maneira muito rápida com os conteúdos”, reforça o especialista.

O que atrai os jovens para o TikTok

Os principais concorrentes do aplicativo tem uma proposta diferente da que o TikTok aposta. Henrique aponta alguns dos principais diferenciais do aplicativo.

“Um dos pontos mais interessantes para os usuários é que no TikTok o like é anônimo, somente o produtor do conteúdo pode ver quem deu like no vídeo e nos concorrentes qualquer pessoa pode ver quem deu like em qualquer foto mesmo”, comenta o líder de design.

Um levantamento realizado em 2023 pela Her Campus Media aponta que o TikTok é a ferramenta de busca preferida por mais da metade da Geração Z, com por volta de 51% dos entrevistados usando o aplicativo com essa finalidade.

“O aplicativo é extremamente imersivo e focado no que os usuários produzem. Com o crescimento do público na internet que têm preferência pelo vídeo, a rede se torna mais relevante”, comenta.

Ou seja, essa geração também tem preferência por acessar informações em formato de vídeo. Uma pesquisa feita pela VidMob em 2021, aponta que as gerações Y e Z já passam 40% do tempo livre na internet consumindo conteúdo em vídeo. O fato de que o TikTok tira o foco do usuário em si e traz para a informação cria um empoderamento das pessoas dentro da rede de forma coletiva ao invés de individual.

“O app também foca muito menos em quem criou o vídeo e mais no conteúdo em si. Quando se está ‘scrollando’ no TikTok, não é possível ver o avatar da pessoa na interface inteira, somente o conteúdo. Para descobrir quem é o criador, você precisa escolher entrar no perfil dela, enquanto nos outros apps sempre vemos o avatar, logo, o conteúdo está sempre associado ao criador”, finaliza Henrique.

Sobre Rodolpho Henrique

Rodolpho é designer digital focado em experiências interativas para web, mobile e TV. Atuou como diretor de Design na McKinsey & Company, liderando a prática na América do Sul da maior consultoria do mundo. Esteve presente na criação e lançamento de diversos serviços e produtos inovadores no Brasil e no exterior nos últimos 10 anos para marcas como AT&T, Globo, Pepsi, Itaú e Google.

“Cases” do mercado

Clear Channel e Fiat transformaram relógios de rua em pontos de encontro para foliões no Carnaval

Mobiliários urbanos do Rio de Janeiro se tornaram referência para encontros durante os blocos de rua, ampliando a conexão entre marcas e o público

A Clear Channel trouxe uma ativação especial da Fiat para o Carnaval 2025, no Rio de Janeiro, transformando os seus relógios de rua em pontos de referência para os foliões. A ação fez parte da campanha “Tamo junto na rua, tamo junto na folia”, da Fiat, veiculada entre os dias 1º e 4 de março.

A iniciativa envelopou os relógios, transformando em pontos de encontro, com frases temáticas que auxiliaram os foliões a se encontrarem com os amigos durante a festa.

Com estrutura ampliada e maior destaque visual, a ação reforçou o papel da Clear Channel na conexão entre marcas e o público. A campanha, realizada exclusivamente nos relógios da empresa, buscou potencializar o alcance da Fiat, que se posicionou como facilitadora do Carnaval de rua carioca.

A escolha pela Fiat da mídia OOH (Out of Home) se deu pela sua ampla visibilidade e capacidade de integrar-se ao ambiente urbano, garantindo que a comunicação impactasse diretamente os foliões.

Com essa parceria, a Clear Channel reafirmou a sua expertise em soluções inovadoras de mídias OOH, proporcionando não apenas exposição da marca, mas também utilidade e engajamento para o público. Ao conectar tecnologia, criatividade e experiência urbana, a empresa consolidou sua posição como referência no setor OOH, elevando a experiência dos foliões e ampliando a visibilidade das marcas no maior evento de rua do país.

IA no Design Gráfico: como a tecnologia está transformando a criatividade e a produtividade no setor

Por Thiago Leon Marti.*

É fato que a inteligência artificial veio para ficar, de modo que as empresas brasileiras já estão inserindo esse tipo de tecnologia em seu dia a dia, como mostra uma pesquisa recente da Microsoft. O estudo revela que o uso de IA está presente em 74% MPMEs do país. Essa infraestrutura tecnológica, por sua vez, traz benefícios para os negócios, otimizando e inovando processos em diversas áreas. De acordo com um estudo da Universidade de Stanford e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a produtividade dos colaboradores pode aumentar em até 14% com o auxílio da ferramenta. Na indústria gráfica não teria como ser diferente.

Existem várias formas pelas quais a IA pode ser aplicada no mercado, automatizando tarefas repetitivas, por exemplo. Isso permite que a indústria cresça e que os trabalhadores possam dar atenção ao que realmente importa, como as atividades mais estratégicas dentro do negócio. Na área de design, por sua vez, algumas vantagens como criar insights baseados em dados, personalizar experiências e até mesmo gerar novas ideias melhoram a eficiência e a qualidade de trabalho desse segmento.

Entretanto, a inteligência artificial não pode substituir a visão humana, pois ela é incapaz de provocar sentimentos por meio de um projeto visual, uma vez que somente o designer pode traduzir a necessidade do cliente. Sendo assim, ao ser usada de apoio para a criação de layouts, geração de imagens, seleção de cores e outros, não estará impedindo que o profissional seja menos criativo, mas sim irá ajudá-lo a ter mais tempo e organização para criar e editar os detalhes da obra.

Por outro lado, o designer precisa se conscientizar sobre a necessidade de colocar limites para o uso da IA, para não esbarrar em questões relacionadas a plágio e direitos autorais. Além disso, é importante não depender somente da ferramenta na hora de iniciar um projeto, pois podem existir momentos em que ela não estará disponível.

Dentre as vantagens principais da inteligência artificial no design gráfico, três se destacam: maior eficiência, criatividade ilimitada e maior acessibilidade. Ao ser utilizada como uma ferramenta de brainstorming, o profissional irá enxergar outros conceitos e explorar outras visões inusitadas. Além disso, o software identifica erros de legibilidade, contraste de cores e defeitos que passam despercebidos em um primeiro momento.

Com o avanço da tecnologia, é possível ir por caminhos até então desconhecidos. Para sobreviver a esse mercado, é necessário estar atento às tendências que estão surgindo. Isso é fundamental para as empresas e os profissionais que buscam crescer e prosperar nesse mercado.

Enquanto alguns veem a ascensão da IA como uma ameaça, outros a enxergam como uma oportunidade de evolução profissional. A função do designer está migrando de uma atuação estritamente operacional para um papel mais curatorial e estratégico. A interpretação dos dados, a definição de objetivos claros e a criação de narrativas impactantes continuam sendo atividades eminentemente humanas, mesmo em um mundo cada vez mais automatizado.

Em última análise, o futuro do design gráfico não será dominado por máquinas nem por humanos, mas sim por uma colaboração sinérgica entre ambos. A IA oferece a possibilidade de romper barreiras técnicas e expor designers a novas formas de criar e imaginar. No entanto, a essência do design – contar histórias, evocar emoções e criar conexões significativas – permanece como uma prerrogativa exclusivamente humana.

Cabe aos profissionais da área abraçarem essas inovações com um olhar crítico, utilizando-as como ferramentas para amplificar sua capacidade de impacto. No encontro entre a tecnologia e a criatividade, descobre-se o verdadeiro potencial do design gráfico no século XXI.

*Thiago Leon Marti é Head de Branding, Design e Comunicação na Printi. É formado em Produção Gráfica e Design Gráfico, com Pós-graduação em Design Gráfico pela Faculdade de Belas Artes da Hungria e também em Design Estratégico e Inovação pelo IED-Brasil. O executivo conta com uma trajetória multidisciplinar nas áreas de design e experiência no universo do terceiro setor e impacto social, e tem passagens pelo Instituto Máquina do Bem e eduK.