Olhando para 2026: qual será a grande tendência?

Imagem gerada pela IA do Canva

Por Josué Brazil (com uma boa ajuda da IA)

Já estamos na reta final de 2025. E, como sempre, surge a pergunta: o que será que vai ser importante em 2026 quando o assunto é marketing, propaganda, comunicação e negócios?

Vamos tentar responder…

A grande tendência para 2026 será a maturação do uso da inteligência artificial (IA) generativa e de soluções de IA integradas na cadeia completa de marketing – não só para gerar textos e imagens, mas para personalização em escala, otimização em tempo real de mídia, testes criativos automatizados e anúncios adaptativos ao contexto do usuário.

Por que?

O uso de IA já alcançou níveis elevados: segundo levantamento da McKinsey & Company, em 2024 cerca de 78% das organizações afirmaram utilizar IA em pelo menos uma função de negócio, ante cerca de 55% em 2023.

Isso significa que a IA está deixando de ser “experimento” e se torna infraestrutura competitiva – quem souber gerir processos de IA, governança de dados, modelos criativos dinâmicos e automação de mídia terá vantagem operacional e criativa.

Por que essa tendência é tão relevante?

Escala de adoção e investimento – Já não são apenas pioneiros: a maioria das empresas está envolvida com IA, o que pressiona agências e consultorias a absorverem esse movimento. Por exemplo, de acordo com a Boston Consulting Group (BCG), apenas 26% das empresas pesquisadas afirmaram possuir capacidades para gerar valor tangível com IA até então.

Impacto direto em performance e criatividade – IA permite acelerar produção criativa, testar variantes de campanha com baixo custo e personalizar mensagens em tempo real: tudo indica que esse nível de eficiência ganhará importância central em 2026.

Integração com outros grandes vetores de marketing – A IA alimenta e potencializa outros canais (vídeo, social commerce, dados próprios) e, portanto, torna-se “plataforma habilitadora” de outras tendências.

Outras tendências importantes para 2026 (e por que importam)

Além da IA, vale ficar atento a pelo menos quatro frentes que devem ganhar destaque:

Connected TV (CTV) / vídeo premium endereçável
O consumo de streaming e plataformas de TV conectada seguem em crescimento, o que abre oportunidades para formatos de anúncio + segmentação apurada. Por exemplo, a Nielsen Holdings plc anunciou em junho de 2025 a inclusão de dados de CTV na sua plataforma de inteligência de mídia, mostrando o reconhecimento da mudança de gasto publicitário para esse formato.

Isso sugere que agências que souberem produzir criativos adaptados para CTV + comprar mídia de forma programática terão vantagem frente a formatos tradicionais.

Social commerce e live shopping
O comércio social — ou seja, a compra direta dentro de plataformas sociais ou via criadores — está se tornando cada vez mais relevante. Um relatório da Grand View Research projeta que o mercado global de social commerce deve atingir cerca de USD 17,83 trilhõesaté 2033, com CAGR de ~36,4% entre 2025-2033.

Marcas e agências devem estruturar ofertas de marketing que integrem conteúdo + criador + compra direta (“shoppable”), pois o cliente está cada vez mais conectado e incentiva a conversão no próprio ambiente social.

Marketing de influência (com creators menores, micro-/nano-influenciadores)
O marketing de influência não é novo, mas está entrando numa fase de refinamento: mais foco em resultados, mais micro-influenciadores, parcerias de longo prazo. Por exemplo, de acordo com a Influencer Marketing Hub, o mercado global de marketing de influência está estimado em USD 32,55 bilhões em 2025.

Portanto, agências que estruturarem redes de criadores, métricas além de likes (como conversão, LTV), e ofertas escaláveis para clientes terão diferenciação.

Privacidade, first-party data e mensuração cookieless
A transição de modelos baseados em cookies de terceiros para modelos de dados próprios (first-party) e experiências personalizadas com privacidade embutida será cada vez mais exigida. Assim, agências e consultorias deverão dominar: – captura de dados com consentimento, – CDPs (Customer Data Platforms), – modelos de atribuição incrementais (experimentações/hold-out tests).
Consumidores e reguladores estão mais atentos à privacidade, e isso muda infraestrutura de medição e alocação de mídia.

Propósito, sustentabilidade e experiência do cliente
Os consumidores — em especial das geração Z e millennial — valorizam marcas que têm propósito claro, conduta ética e ações relevantes. Por exemplo, a United Nations Global Compact aponta que mais de 60% dos consumidores da nova geração são atraídos por marcas com valores éticos e propósito.

Logo, comunicar apenas “promoção” não basta: a marca precisa entregar experiência e propósito, e as agências devem ajudar clientes a traduzir isso em narrativa e ação.

O que as agências e consultorias devem ficar de olho — e oferecer aos clientes

Imagem gerada pela IA do Canva

Aqui vão ofertas concretas que terão demanda em 2026:

Pacotes de IA aplicada ao marketing
— Geração criativa + testes automáticos + otimização de mídia.
— Workflow: brief → IA gera variantes criativas → teste A/B automático → otimização em tempo real.
— Motivo: adoção massiva de IA já está em curso (≈78% de empresas utilizam IA em pelo menos uma função).

Soluções CTV + vídeo adaptado para formatos sociais
— Produção de criativos para CTV + compra programática + integração com social commerce.
— Motivo: o anúncio em CTV está migrando mídia e atenção. Ações nessa frente criam diferenciação frente à TV linear.

Social commerce & live shopping
— Criadores + loja dentro da plataforma + evento ao vivo + conversão imediata.
— Motivo: o mercado de social commerce está projetado para grande crescimento (USD 17,83 trilhões até 2033).

First-party data strategy + medição cookieless
— Implementação de CDPs, captura de consentimento, experimentos de medição (hold-out), novos modelos de atribuição.
— Motivo: privacidade e mudanças no ecossistema de mídia forçam novos modelos.

Programas de longo prazo com criadores / micro-influenciadores
— Network de criadores nichados, métricas de conversão e LTV, planejamento estratégico (não apenas “post pago”).
— Motivo: o mercado de influência continua em expansão e amadurecimento (USD 32,55 bi estimado para 2025).

Serviços de propósito + ESG comunicacional
— Diagnóstico de marca, narrativa de propósito, ativação concreta, mensuração de impacto de marca.
— Motivo: consumidores valorizam marcas comprometidas com valores além do produto.

Como “vender” essas ofertas para o cliente (argumentos práticos)
  1. Apresente cases e KPIs reais — mostre resultados de IA + personalização + mídia programática.
  2. Ofereça um piloto de baixo risco: “vamos testar CTV ou live shopping por 4-6 semanas com budget controlado”.
  3. Destaque que medição importa: não basta métricas de vaidade, precisa mostrar o impacto real (“lift”, conversão incremental, retenção”).
  4. Mostre que essas iniciativas ajudam o cliente a preparar para 2026 e além — não é moda passageira, mas infraestrutura.
Para resumir e destacar

A grande tendência é  a IA aplicada ao marketing. Isso tornou-se infraestrutura competitiva, e é aqui que as agências devem investir primeiro.

Complementarmente, aposte em canais e modelos como CTV, social commerce, criadores, dados próprios e medição com privacidade em mente.

A combinação dessas frentes – IA + canais emergentes + dados próprios + propósito – forma um portfólio robusto para oferecer aos clientes em 2026.

Influenciadores mais procurados de 2025: esportistas e gamers dominam o ranking

Pietro Fittipaldi, Caroline Scarpa e Goularte estão no topo do ranking
Crédito: reprodução/Instagram

Levantamento da Influency.me mostra que, de janeiro a agosto de 2025, cerca de 5 milhões de buscas foram realizadas na plataforma. Mais procurados incluem nomes como Victor Augusto (Coringa), com 15.5 milhões de seguidores, e Denilson Show, com 8.1 milhões de seguidores

Ao longo de 2025, profissionais de marketing, agências e marcas realizaram mais de 5 milhões de buscas na plataforma Influency.me por perfis de influência. A partir dessas pesquisas, a companhia elaborou levantamento que revela os 20 perfis mais populares do período. O destaque está na pluralidade de nomes, que vão de influenciadores com mais de 15 milhões de seguidores a criadores com públicos de cerca de 68 mil pessoas.

“O levantamento evidencia que o mercado de influência está cada vez mais diversificado e estratégico. Esportistas, gamers e produtores de conteúdo do segmento lifestyle se destacam entre os mais buscados justamente por sua conexão direta com o público, o que se traduz em engajamento real. Nesse cenário plural, nosso papel é transformar esses dados em inteligência para que as empresas possam identificar, avaliar e se conectar com os criadores ideais para cada estratégia”, afirma Rodrigo Azevedo, CEO da Influency.me.

Abaixo, compartilhamos os influenciadores mais procurados. O número de seguidores considera exclusivamente o público de cada perfil no Instagram.

1 – Pietro Fittipaldi – 350 mil seguidores
Piloto brasileiro de automobilismo, neto do bicampeão mundial Emerson Fittipaldi. Com passagens pela Fórmula 1 como piloto de testes e competições internacionais, representa a nova geração da tradicional família de pilotos brasileiros.

2 – Goularte2 – 1.3 milhões de seguidores
Criador de conteúdo e streamer brasileiro, conhecido pelo canal no YouTube onde mistura entretenimento, humor e críticas sociais de forma leve e bem-humorada. Também faz lives na Twitch, comentando cultura pop, games e cotidiano.

3 – Caroline Celico Scarpa – 1.1 milhão de seguidores
Empresária, influenciadora digital e ex-cantora. Ganhou notoriedade ao lado do ex-jogador Kaká, mas construiu trajetória própria em projetos sociais e de comunicação, com forte atuação em moda, lifestyle e causas humanitárias.

4 – Juliana Sana – 146 mil seguidores
Jornalista e apresentadora brasileira, atua na área de comunicação com destaque para o rádio e a televisão. Conhecida por seu carisma, já apresentou programas na Rádio CBN e em outros veículos de grande audiência. Já foi atleta profissional e acrobata.

5 – Gustavo Kuerten – 653 mil seguidores
Ex-tenista brasileiro, conhecido mundialmente como Guga. Tricampeão de Roland Garros, foi número 1 do ranking da ATP e é considerado um dos maiores ídolos do esporte nacional. Fora das quadras, atua em projetos sociais voltados para crianças e jovens.

6 – Ale Guerra – 68.2 mil seguidores
O perfil Cuecas na Cozinha, criado por Ale Guerra, é um dos pioneiros na cena gastronômica digital brasileira. Atuando como blogueiro, produtor de conteúdo e palestrante, Ale compartilha receitas, dicas de gastronomia, tendências do setor e experiências de viagem ligadas à culinária.

7 – Cris Arcangeli – 1.7 milhões de seguidores
Empresária, apresentadora e investidora brasileira, conhecida por sua atuação no programa Shark Tank Brasil. Tem longa trajetória em inovação e beleza, sendo referência em empreendedorismo e negócios.

8 – Juliano Floss – 4.4 milhões de seguidores
Criador de conteúdo e dançarino brasileiro que viralizou nas redes sociais, especialmente no TikTok, com coreografias e vídeos criativos. Tornou-se uma das referências da nova geração digital.

9 – Victor Augusto (Coringa) – 15.6 milhões de seguidores
Streamer e criador de conteúdo da organização LOUD, conhecido pelo apelido Coringa. Popular entre os fãs de Free Fire e outros games, também se destaca pela forte presença digital e lifestyle compartilhado com seus seguidores.

10 – Caroline Ribeiro – 135 mil seguidores
Modelo brasileira de projeção internacional. Desfilou para grandes grifes e foi uma das principais representantes do Brasil nas passarelas nos anos 2000, mantendo presença marcante no mundo da moda.

11 – Thaís Braz – 3.6 milhões de seguidores
Personalidade da mídia e influenciadora digital, ganhou notoriedade ao participar do Big Brother Brasil 21. Desde então, consolidou carreira como criadora de conteúdo e parceira de marcas em campanhas de moda e lifestyle.

12 – Bia Figueiredo – 155 mil seguidores
Pilota brasileira de automobilismo, foi a primeira mulher da América Latina a competir na Fórmula Indy. Com carreira sólida em categorias nacionais e internacionais, é reconhecida por sua perseverança e por abrir caminhos para outras mulheres no esporte a motor.

13 – Marcelo Medici – 333 mil seguidores
Ator e humorista brasileiro, reconhecido por seu trabalho no teatro, cinema e televisão. Ficou famoso por personagens marcantes em programas de humor, além de atuar em novelas e peças de teatro.

14 – Thiago Pasqualotto – 91 mil seguidores
Jornalista e roteirista, criador do blog Miga, Sua Louca! e ex-editor do Morri de Sunga Branca. É conhecido por seus comentários ácidos e bem-humorados sobre cultura pop, televisão e celebridades.

15 – Denilson Show – 8.1 milhões de seguidores
Ex-jogador de futebol e campeão mundial com a Seleção Brasileira em 2002, Denilson se reinventou como comentarista, apresentador e criador de conteúdo. Carismático e irreverente, conquistou o público ao unir humor e opinião no universo esportivo.

16 – Rafa e Janda (Cabine Secreta) – 109 mil seguidores
Dupla de criadores de conteúdo que se destaca com vídeos bem-humorados, desafios e interações criativas. Compartilham novidades e análises sobre o universo do cinema, festivais e eventos.

17 – Guilherme Damiani Limoeiro – 462 mil seguidores
Um dos pioneiros no universo gamer no YouTube Brasil. Fundador do canal Damiani, é conhecido por transmissões ao vivo, gameplays e análises bem-humoradas que dialogam com o público jovem.

18 – Ivan Moré – 798 mil seguidores
Jornalista e apresentador esportivo brasileiro, com passagem marcante pela TV Globo, onde esteve à frente do Globo Esporte. Hoje, além da comunicação esportiva, também é palestrante e produtor de conteúdo digital, falando sobre carreira, inspiração e performance.

19 – Priscilla Freire – 290 mil seguidores
Comunicadora e apresentadora na Record RN, com trajetória consolidada na televisão e no rádio. É reconhecida por sua simpatia, proximidade com o público e estilo versátil, conduzindo programas de variedades e entretenimento.

20 – Kim RosaCuca – 3 milhões de seguidores
Criadora de conteúdo digital brasileira, ganhou notoriedade no YouTube com vídeos de humor, desafios e lifestyle. É seguida principalmente pelo público jovem, com linguagem divertida e próxima.

Apenas 9% dos influenciadores têm internet como única fonte de renda, aponta pesquisa

Apesar do crescimento do mercado, a monetização ainda é um desafio para a maior parte dos creators

O ‘Censo de Criadores de Conteúdo do Brasil 2025’ mostrou que o sonho de viver da internet ainda está longe de ser uma realidade para a maioria. Realizada pela Wake Creators, a pesquisa revelou que apenas 9% dos influenciadores têm a profissão ‘creator’ como única fonte de renda, destacando que a monetização dos conteúdos digitais ainda é um desafio, por mais que o mercado de marketing de influência não pare de crescer.

O levantamento detalhou o quanto da renda mensal dos influenciadores entrevistados é composta pelo trabalho deles na internet. 26% responderam que não têm nem renda mensal e realizaram apenas campanhas pontuais. Quase um quinto (19%) nunca sequer fechou trabalhos remunerados. Para 15% dos respondentes, a internet é responsável por entre 5% e 20% da renda. Já para 11% dos criadores, o trabalho como influenciador compõe 5% da renda e para outros 11% o dinheiro da web representa entre 21% e 50% dos ganhos. Apenas 17% têm pelo menos metade dos rendimentos garantidos pela internet — sendo apenas 9% o número de quem vive exclusivamente das redes sociais.

Diretor de talentos internacionais da Viral Nation e especialista no mercado de marketing de influência há mais de dez anos, Fabio Gonçalves explica que o crescimento do setor de creators não significa que todos eles estão preparados ou posicionados para viver exclusivamente da internet: “Monetizar conteúdo exige estratégia, constância, profissionalização e, principalmente, estrutura. Muitos criadores ainda não têm acesso a uma equipe que os ajude a se organizar comercialmente, ou mesmo não sabem como transformar engajamento em faturamento. Além disso, a falta de comprometimento é um fator preponderante nessa equação, já que no final das contas essa pessoa precisa priorizar o maior ganha pão dela, que muitas vezes não é a internet”.

Fabio Gonçalves, diretor de Talentos Internacionais da Viral Nation

Ele diz que a realidade é bem diferente da visão que as pessoas de fora têm da internet: “Existe uma visão romantizada de que basta ter seguidores para viver de internet, mas a realidade é bem mais complexa. O criador de conteúdo precisa entender seu nicho, saber negociar, precificar, analisar contratos, emitir notas fiscais, construir autoridade e entregar resultado real para as marcas — não é só sobre fazer um post bonito. A profissionalização é o que transforma o influenciador em uma marca pessoal rentável. E isso exige tempo, planejamento e, muitas vezes, uma rede de apoio que vá além da criatividade. Por isso, criadores que contam com agentes ou agências estruturadas tendem a sair na frente, porque conseguem alinhar estratégia, reputação e oportunidades comerciais de forma mais eficiente”.

Segundo o profissional, a tendência é que cada vez mais criadores consigam viver exclusivamente da internet, mas isso vai depender diretamente do nível de profissionalização do mercado como um todo. Na opinião de Fabio, o mercado está caminhando para um cenário em que as marcas estão mais criteriosas, buscando criadores que entregam resultado real, que conhecem seu público e sabem construir narrativas de marca com autenticidade.

“Por isso eu digo que quem estiver preparado — com posicionamento estratégico, dados estruturados e responsabilidade na entrega — vai colher os frutos. A projeção é de crescimento, mas com uma exigência maior de maturidade profissional por parte dos influenciadores”, diz.

É nesse momento que entra o papel das agências, na visão de Gonçalves. Para ele, a missão delas é justamente ajudar esses criadores a se tornarem negócios, sem perder sua autenticidade: Na Viral Nation, nosso trabalho é preparar esses talentos para irem além do post: ajudamos a desenvolver branding pessoal, relacionamento com marcas, gestão de oportunidades e até educação financeira. Acreditamos que o futuro será dominado pelos influenciadores que tiverem estrutura e estratégia — e é exatamente aí que atuamos para garantir que mais criadores possam transformar sua paixão em uma fonte de renda estável e escalável”.

METODOLOGIA

A pesquisa ‘Censo de Criadores de Conteúdo do Brasil 2025’ foi realizada pela Wake Creators, uma das maiores plataformas de influenciadores da América Latina. O estudo foi promovido por meio de uma pesquisa quantitativa, que contou com as respostas de mais de 4.500 creators e 6 entrevistas em profundidade, buscando entender sobre a realidade dos criadores de conteúdo. O levantamento pode ser acessado aqui

 

3 em cada 4 influenciadores buscam agenciamento para representação comercial

Pesquisa realizada pela Brunch e YOUPIX revela que 73,7% dos creators pensam em ter um agente, embora maioria ainda não tenha

Um novo estudo realizado pela Brunch e YOUPIX mostrou que 3 em cada 4 (73,72%) influenciadores digitais buscam um agente ou agência como representante comercial. Embora seja o desejo da maior parte, esta ainda não é a realidade da maioria, já que a mesma pesquisa revela que 74,25% não possui agenciamento na carreira. Um creator anônimo, respondente do levantamento, ressalta o papel de um empresário na carreira digital.

“Ter uma agência que de fato entende do mercado foi uma virada de chave para mim. Não só nas negociações, volume de jobs, e volume de R$, mas também na segurança de ter alguém que sabe o que está fazendo, me representando e falando por mim”, disse. Segundo Fabio Gonçalves, diretor de talentos internacionais da Viral Nation, o agenciamento é fundamental para o crescimento e profissionalização da carreira do influenciador: “Ter um agente que entende o mercado não só facilita negociações e amplia o volume de oportunidades, mas também oferece segurança e a confiança de estar sendo bem representado em um cenário tão dinâmico. Além disso, a agência auxilia na proteção do influenciador, os blindando de contratos maléficos e marcas que agem de má fé. Nosso papel é justamente defender seus interesses e fazer com que o trabalho deles não seja subvalorizado”.

Essa representação não se define por um modelo único, existem algumas vertentes conforme a mesma pesquisa evidencia. De acordo com ela, em 57,89% dos acordos a agência ou agente tem exclusividade para negociar trabalhos no nome do influenciador, enquanto em 42,11% dos casos várias agências podem ofertar o perfil do criador de conteúdo no mercado.

De acordo com Fabio, a escolha entre exclusividade e não exclusividade na representação comercial dos influenciadores traz tanto vantagens quanto desafios: “Com exclusividade, o criador de conteúdo ganha uma visão integrada do negócio e a confiança de ter um parceiro estratégico no comando das negociações. No entanto, isso pode gerar uma dependência da agência para a tomada de decisões importantes. Já sem exclusividade, o influenciador se beneficia de múltiplos canais de venda e diversas vitrines para expor seu trabalho, mas perde o controle sobre como sua imagem é apresentada no mercado”.

O modelo de negócios das agências com os influenciadores também foi mostrado na pesquisa. Cerca de 9 em cada 10 criadores (90,53%) remuneram seus agentes apenas com a comissão dos acordos, enquanto 8,42% paga um valor fixo mensal pelo serviço mais um percentual por trabalho fechado. Apenas 1% paga um valor fixo por mês independente do faturamento.

Esses percentuais podem variar bastante de acordo com os negócios fechados. Conforme a pesquisa, 36,04% dos influenciadores pagam menos de 5% de comissão ou nem pagam a empresa pelo negócio fechado. Por outro lado, 26,3% destes creators pagam entre 16% e 20% de comissão e 17% paga entre 21% e 30% de percentual, um número bem elevado para os padrões do mercado. Especialista do mercado de marketing de influência, Fabio explica que essas variações ocorrem devido ao tipo de contrato e ao valor das negociações.

“Quando o faturamento é baixo, os percentuais podem ser menores, ou até inexistir, já que as comissões são baseadas no sucesso das negociações. No entanto, quando os acordos são maiores ou mais complexos, as comissões podem ser mais altas, refletindo o valor e o esforço envolvidos na negociação e na representação do influenciador”, conta.

Letícia Gomes, influenciadora que viralizou na internet por conta das suas transformações usando apenas maquiagem, é uma das agenciadas de Fabio na empresa canadense Viral Nation. Segundo ela, o representante foi crucial para a guinada da sua carreira digital: “Ele trouxe a confiança necessária para lidar com grandes negociações e ajudou a abrir portas que eu nem imaginava. Com um profissional que entende o mercado, pude focar no meu conteúdo, enquanto ele cuidava de todo o lado comercial. Hoje, minha carreira tem uma dimensão muito maior, e sou grata por ter alguém tão capacitado me representando.”

METODOLOGIA

A pesquisa, realizada pela agência Brunch e pela consultoria YOUPIX, contou com 369 respostas válidas de criadores de todo o país, em um questionário realizado do dia 13 de agosto até 23 de setembro.