Um dia o grande amigo e grande publicitário Gustavo Gobbato, disse em um discurso de formatura que nós, publicitários e mulheres/homens de comunicação construímos pontes. Pontes que ligam pessoas, marcas, instituições e organizações. E está corretíssimo. Mas gostaria de acrescentar que as pontes que construímos precisam, mais do que nunca, de um ingrediente fundamental para que sejam duradouras, resistentes e talvez eternas.
Este ingrediente essencial e nem sempre presente é algo que, nos dias conturbados que vivemos atualmente, faz e fará toda diferença. Este ingrediente, caros leitores, é a verdade!
Mais do que nunca, meus queridos, precisaremos ser sinceros, transparentes, éticos e verdadeiros. Precisamos praticar, de verdade, a verdade.
Os relações públicas terão que usar e abusar do ingrediente verdade para construir relacionamentos duradouros entre os stackholders. Todos sabemos que relacionamentos baseados em verdades são infinitamente mais fortes. Entreguem a verdade a seus públicos, mesmo que inicialmente os empregadores resistam. Convença-os que, para o Brasil que já vive esse momento e para aquele que emergirá desse período, a verdade será elemento aglutinador e motivador. Será cola que ligará para sempre empresas/insituições e organizações às comunidades.
Os jornalistas já buscam a verdade por formação. Mas vale mesmo assim a recomendação. Ouçam todos os lados com ainda mais atenção, vasculhem, busquem, duvidem e estejam ainda mais comprometidos com a verdade. Creiam que, apesar de todas as mentiras em todas as declarações, falas, discursos, depoimentos e entrevistas, ela, a verdade, está por aí. Viva. E necessária! O país precisa, e muito, das verdades colocadas pela imprensa.
E por fim quero dizer aos meus caros leitores de publicidade: usem e abusem da verdade. Mostrem às marcas e empresas que vocês atendem e atenderão que nada é mais motivador, encantador, charmoso, persuasivo, decisivo e útil que a verdade. Construam campanhas verdadeiras. Achem argumentos verdadeiros. Encontrem a verdade de seu público alvo. Acreditem e respeitem sempre suas verdades e seus valores. Façam propaganda verdadeira!
Nada está e estará tão em evidência quanto a verdade. Ela é o fator decisivo para os minutos, horas, dias, meses e anos que virão. A verdade é o ingrediente que pode, e com certeza vai, mudar o país e a trajetória de marcas, produtos, serviços e instituições. Para melhor!
Vão a luta, meus caros profissionais e futuros profissionais de comunicação! Usem a verdade e o coração em tudo que fizerem desde já e para sempre.
“O futuro não é mais como era antigamente”. A comunicação também não. Os desafios são maiores e em maior número. E isso é desafiador e delicioso. Portanto: “Que a força esteja com vocês!”
Obs.:Esse texto é uma adaptação do discurso de formatura que fiz no ano seguinte ao disurso do Gustavo Gobbato.
Cores, formas, linhas, texturas, degradês, sombras… As ferramentas para se criar uma identidade visual podem parecer bem limitadas, contudo, quando você explora o leque que cada palavra-chave dessas possui, chega a ficar assustado com a quantidade de combinações que são possíveis fazer sem que uma seja muito parecida com outra.
Para aqueles que não conseguem definir rapidamente o que é identidade visual quando apenas nos referimos ao termo, tenho uma pequena explicação: a identidade visual de uma marca é a base sobre a qual ela cria qualquer tipo de material visual que entrará em contato com pessoas. Ou seja, podemos resumi-la em “aspectos visuais que compõem seus pontos característicos”.
Historicamente, as marcas surgiram para a diferenciação de produtos que eram comercializados aos montes, como arroz, farinha de trigo etc. A partir da entrada de muitos concorrentes no ramo, foi-se instaurando uma confusão por conta de não terem como diferenciar os produtores do mesmo produto e, por conta disso, foram criadas as primeiras marcas. Ao menos, essa é a história de como elas surgiram aqui no Brasil.
Pode parecer um mero detalhe para muitos, mas investir nesta identidade visual é um dos pontos mais estratégicos para o crescimento das empresas, de forma que construam uma representação atrativa e de fácil identificação com seu público. Além disso, segundo um estudo feito pelo Sebrae, investir em elementos visuais pode gerar um crescimento entre 12% e 40% nas vendas de um negócio – o que mostra porque muitos mantém esse cuidado constante em suas marcas.
Trazendo a conversa para os dias de hoje, quando pensamos na Coca-Cola, por exemplo, temos logo a cor vermelha e sua marca escrita na fonte estilizada e vertical, certo? Ela pode ser identificada pelas pessoas mesmo tendo o rótulo censurado em algumas partes, e isso é uma identidade visual bem-criada. Seu vermelho e branco característicos podem, minimamente, ser identificados por qualquer brasileiro.
Outro ponto a ser considerado nesse tópico, é que a identidade visual também funciona como uma forma de marcar presença no consciente e até no inconsciente do público-alvo e dos consumidores. Levando em conta o exemplo acima citado, é inegável que o vermelho e a fonte, ou mesmo o branco da Coca-Cola, conseguiram marcar presença no cérebro de inúmeras pessoas ao redor do mundo, o que reflete o poder das marcas top of mind (topo da mente). Outro exemplo seria a Nike e seu símbolo da asa da deusa Nice (Níké), personagem que aparece na mitologia grega, sendo a personificação da vitória.
Agora deixo de lado as marcas e exemplos de lado para comentar sobre os aspectos das marcas quando examinados de forma singular.
Donis A. Dondis escreve em seu livro “Sintaxe da Linguagem Visual” sobre os diversos elementos visuais que podemos utilizar para a criação da comunicação visual. Desde pontos, até formas completas e cores que são, segundo sua visão, capazes de comunicar mensagens inconscientes às pessoas. Essas mensagens, ou sensações, são comumente utilizadas de forma estratégica na criação da identidade visual das marcas, de modo a que as ideias estipuladas sejam transmitidas.
Como exemplo, temos o azul sendo a cor que passa a ideia de limpeza, tranquilidade, algo macio (dependendo de como aplicado, é claro), etc. O vermelho, em contrapartida, transmite a ideia de poder, sangue e atenção. Já as formas, como o círculo, que é bem comum de se ver no cotidiano, também passam suas próprias ideias. Através da combinação desses vários elementos, têm-se a marca e, consequentemente, a sua identidade. Já que foi definida suas cores principais, estilos de fonte, logo e nome.
Tendo tudo isso em mente, é de fato um grande desperdício tentar criar uma marca, hoje, deixando de lado o planejamento de sua identidade visual, que pode contribuir tanto para seu crescimento, fixação na memória e ideias transmitidas. Por isso, é essencial que contem com o apoio de uma empresa especializada no tema, para que forneça ideias criativas que tornem sua marca amplamente reconhecida visualmente no mercado.
*Renan Cardarello é CEO da iOBEE, assessoria de Marketing Digital e Tecnologia.
Conheça os ganhadores da 44ª edição do Prêmio Caboré
Profissionais e empresas escolhidos pelos leitores de Meio & Mensagem foram revelados durante a principal premiação da indústria de comunicação do Brasil
Quatorze profissionais e empresas concretizaram o desejo de ter em suas estantes a famosa coruja, animal que simboliza o troféu do Prêmio Caboré. Em sua 44ª edição, a principal premiação da indústria de comunicação brasileira promovida pelo Meio & Mensagem, contou com uma lista de vencedores marcada, mais uma vez, pela representatividade e inovação da indústria de comunicação.
A Africa Creative levou o prêmio de melhor Agência de Comunicação. Na categoria anunciantes, o Itaú foi o escolhido pelos leitores. CazéTV e Globoplay também foram premiados nas categorias Plataforma de Conteúdo e de Comunicação, respectivamente. Já a Dream Factory, levou o caboré na categoria Serviço de Marketing.
Marco Bebiano (Google) foi o vencedor e levou o prêmio de Profissional de Veículo. Marina Daineze (Profissional de Marketing) e Raquel Virgínia (Profissional de Atendimento e Negócios) foram homenageadas e conquistaram o troféu. Paula Puppi (WPP), Alexandre Guerrero (Eletromidia), Paula Marsilli (Natura & Co), entre outros, também levaram a coruja.
Com convites esgotados, o Caboré 2023 reuniu, no Clube Monte Líbano, em São Paulo, mais de 800 profissionais de agências de publicidade, veículos, plataformas de mídia, anunciantes e outras empresas que compõem a cadeia da comunicação.
A cerimônia de premiação foi conduzida pelo jornalista e apresentador Felipe Andreoli, com transmissão dos vencedores ao vivo pela internet, com sinal aberto e gratuito a todo o público. Vale lembrar que os vencedores foram escolhidos em votação aberta aos assinantes do Meio & Mensagem e auditada pela PWC.
Confira abaixo os vencedores nas 14 categorias da 44ª edição do Prêmio Caboré:
A concorrente Samsung ocupa o 5ª lugar, refletindo o propósito de estarem presente no cotidiano dos consumidores;
No Top Five empresas demonstram que é possível escapar do propósito vazio, entregando produtos que as pessoas consideram importantes para o futuro
O FutureBrand Index, estudo que reorganiza as cem maiores companhias da PwC de acordo com a percepção da força de marca, acaba de apresentar os resultados da edição 2023. Neste ano, a análise traz a Apple como marca mais preparada para as transformações do futuro, subindo seis posições na comparação com o ano passado. A empresa também foi destaque no Top Five em 2022, além de liderar a lista em 2016 e 2020.
Um dos principais motivos dessa ascensão é o reforço da percepção em relação à indispensabilidade e gerenciamento de recursos de produtos bem conhecidos no mercado, como iPhone, iPad, Apple Watch, Mac e Apple TV. No geral, a pesquisa revela que se destacam as instituições que priorizam a inovação tecnológica em torno de produtos e serviços para impactar o dia a dia das pessoas. E este é o caso da Apple, que teve pontuação bem acima da média do setor, em todos os atributos.
Vale ainda ressaltar que, enquanto as big techs passavam por diversos layoffs durante o primeiro semestre de 2023, a empresa promoveu esforços para evitar demissões em grande escala. Além disso, a marca é reconhecida mundialmente pelo compromisso com a privacidade de dados e produtos de alta qualidade. Mesmo com o alto preço dos produtos, a abordagem inovadora da Apple tende a manter a marca em destaque.
A lista: empresas que são destaque em 2023
As companhias que estão no Top Five deste ano têm um fator em comum: são líderes em tecnologia e inovação, e possuem negócios pautados por produtos e serviços essenciais, o que comprova que o público mudou a forma de se relacionar com as marcas ao longo dos anos.
“Em um mundo em que a segurança e a proteção são escassas, as marcas devem tornar-se faróis de responsabilidade e de uma atuação baseada em propósitos, o que gera confiança nos consumidores. Isto é especialmente importante porque muitos clientes, desde compradores business-to-business (B2B) até consumidores finais (B2C), desejam interagir com organizações que oferecem produtos e serviços que façam a diferença em suas vidas individuais e no mundo”, explica André Matias, sócio e diretor da FutureBrand São Paulo.
Outro elemento de destaque citado no estudo é a IA. A fornecedora líder de software e chips de IA Nvidia, por exemplo, aparece em 8ª posição, enquanto a ASML, que fornece equipamentos usados pelos fabricantes de chips para produzir chips de IA, ocupa a 9ª posição do ranking. Outras marcas que estão avançando no setor também ascenderam, incluindo a Microsoft (6º lugar) e a Intel (nº 22).
Entre as emergentes mais notáveis estão a Amazon (subiu 15 posições e figura no 16º lugar), Unilever (subiu 13 posições, para o 18º lugar) e Nestlé (agora na 20ª posição, subindo 15), conhecidas pela capacidade de satisfazer as necessidades humanas mais fundamentais num contexto de níveis crescentes de incerteza global causados pelas alterações climáticas, conflitos internacionais, inflação e a ascensão da IA.
Concorrente principal da Apple, a Samsung aparece no 5º lugar. Ambas partilham o Top 5 com empresas B2B que são indispensáveis no cotidiano dos consumidores. A CATL (2º), por exemplo, está possibilitando o futuro dos transportes com suas baterias EV, enquanto a NextEra Energy (3º) desenvolve soluções de energia renovável num mundo à beira de uma crise climática. Finalmente, os microchips produzidos pela TSMC (4º) alimentam desde smartphones até IA.
“Se no passado as principais marcas do mundo eram aquelas que promoviam bons sentimentos, hoje observamos marcas que casam o propósito corporativo com um impacto real e positivo subindo no ranking”, acrescenta André Matias.
Marcas conquistam consumidores pela ética e visão de futuro
Com o declínio da confiança nos governos, nos meios de comunicação social e em outras instituições, as empresas que praticam o que prometem em produtos, missões e valores têm a oportunidade de obter um papel cada vez mais significativo na vida das pessoas. Os entrevistados da pesquisa classificaram que princípios, ética, noção clara do futuro e inspiração de mudanças para o melhor são essenciais para elencar as instituições com melhor desempenho.
Nomes como Apple, Google, Microsoft, Amazon e Coca-Cola foram consideradas as marcas mais valiosas em termos da percepção dos esforços de diversidade, equidade, inclusão, pertencimento e acessibilidade. Já a Apple, Amazon, Tesla, Microsoft e Google foram as melhores classificadas quando se trata de nomes com modelos de negócios mais circulares.
“O índice aponta para um cenário já consolidado: a fim de conquistar uma elevada estima de marca, as empresas devem promover a agilidade, liderar a inovação e abraçar um compromisso inabalável com a responsabilidade social corporativa”, enfatiza André Matias.
Setores com maior destaque
Bens e serviços de consumo não essenciais
O consumo discricionário é o setor dominante deste ano. Diante de um cenário político e econômico instável, as pessoas optam por empresas que oferecem qualidade e segurança na sua vida cotidiana. Das 10 marcas de consumo discricionário na lista das Top 100 deste ano, quatro delas figuram entre as Top 20, destaque para Tesla (7º), Nike (12º), Toyota (15º) e Amazon (16º).
Tecnologia da Informação
Depois de dois anos como topo do índice, a tecnologia da informação continua a ser considerada importante, aparecendo como o segundo setor com melhor desempenho em 2023. Seis das 10 principais marcas do índice são do setor de TI, incluindo Apple (1º), TSMC (4º), Samsung (5º), Microsoft (6º), Nvidia (8º) e ASML (9º).
Bens de consumo
A categoria também apresentou destaque em seu desempenho entre as Top 100 deste ano, registrando um crescimento nos atributos das marcas que “tornam a vida melhor”. A Unilever e a Nestlé entraram no Top 20, ficando em 18º e 20º lugares, respectivamente. A Anheuser-Busch InBev obteve um desempenho que merece destaque, subindo 25 posições, ocupando a 39ª posição, enquanto a L’Oreal escalou 16 posições, ficando na 42ª posição.
Energia e serviços públicos
A líder do ano passado, NextEra Energy, aparece em terceiro lugar, destacando a relevância do trabalho no desenvolvimento de soluções de energia renovável num mundo à beira de uma crise climática. Apesar de atuarem em um mercado constantemente desafiador, as empresas de energia e serviços públicos registraram considerável melhoria em suas classificações quando consideramos as Top 100 este ano.
Serviços de comunicação
As organizações que desempenham papel fundamental em manter as pessoas em todo o mundo conectadas por meio da internet e das redes móveis subiram algumas posições. Destaque para a AT&T, que ascendeu 32 posições, ocupando o 38ª lugar. Além disso, a IA generativa impactou todo o entusiasmo em torno do metaverso, e com isso, a Meta Platforms caiu 12 posições, passando a ocupar a 17ª posição no ranking, mostrando que, apesar de ter menor destaque, ainda permanece com atuação relevante.
Metodologia
O Índice FutureBrand é um estudo de percepção global, baseado no Global Top 100 da PwC. O estudo determina a força da marca de cada empresa com base em 18 experiências e atributos de propósito, como consistência (oferece uma experiência consistente aos clientes), gestão de recursos (age eticamente para manter um ambiente sustentável), indispensabilidade (as pessoas dependem da marca), inovação (cria produtos e serviços que são genuinamente úteis), confiança (é uma marca confiável) e bem-estar (contribui para o bem-estar das pessoas).
O Índice FutureBrand oferece uma avaliação rigorosa do quão à prova de futuro as 100 empresas mais valiosas do mundo são, com base na opinião de um público informado e amostra profissional. Mais de 3.000 profissionais de negócios foram entrevistados entre 31 de maio e 12 de junho de 2023. A pesquisa foi conduzida em parceria com a QRi Consulting, um fornecedor global de pesquisas e especialista em marca, comunicação, estratégia de produto e táticas.