Comunicação, tecnologia e RH

Para auxiliar a comunicação é necessário contar com a tecnologia

*Por André Franco

A transformação digital se tornou uma realidade ainda mais presente com a chegada do novo coronavírus, já que o mercado de trabalho precisou se reinventar. Empresas em geral passaram a buscar estratégias de auxílio às áreas de comunicação interna e RH para poderem alinhar os processos operacionais com os colaboradores em home office. Com esse contexto, muitas delas já notaram que a chave de uma boa comunicação depende de um fator: a tecnologia. Principalmente neste cenário em que 47% dos respondentes afirmam que irão implementar o “teletrabalho” como opção permanente para os colaboradores, de acordo com um relatório da PCW baseado em um questionário com líderes de grandes empresas americanas.

André Franco

Algumas ferramentas têm se mostrado bastante efetivas para desenvolverem ações de comunicação interna, engajamento de colaboradores e employer branding – forma de transformar uma corporação em uma marca desejada para atrair e manter talentos. Com essa tendência, uma possibilidade que ganha cada dia mais espaço são os aplicativos e redes sociais corporativas, que dão voz para a liderança e conectam as organizações de uma forma interativa como uma rede social comum. Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada pelo Google mostra que o coronavírus promoveu várias transformações nos hábitos dos brasileiros e entre elas está presente o aumento da dependência da internet e tudo está se tornando virtual.

Mesmo antes da pandemia esse movimento também já estava acontecendo dentro da comunicação corporativa. Em 2019 a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE) colocou a comunicação digital e instantânea entre as tendências para aquele ano e segundo a própria associação, “a Comunicação Interna é agora digital e instantânea e para ser eficaz precisa de apoios como repetição, atratividade, dinamismo e interação”. Um ano e meio depois a tendência se tornou essencial: 90% das empresas intensificaram o processo de comunicação digital, por meio da criação de canais, plataformas e redes sociais como medida tomada em decorrência do covid-19.

E é por esse motivo que líderes precisam se atentar às oportunidades que a tecnologia tem oferecido para o mercado. Também é importante que grandes corporações busquem formas de estarem preparadas para uma possível crise, por meio de funcionalidades desses aplicativos aplicativos que ajudam os profissionais de comunicação interna ou de agências na hora de gerir uma crise, disponibilizando um acesso a informações assertivas em tempo real, além de testarem o conhecimento e preparo de seus porta-vozes e colaboradores sobre o posicionamento da empresa com relação a temas sensíveis.

Já sabemos que a mudança para o digital chegou para ficar, além de otimizar processos, ela mudou a forma como nos relacionamos e comunicamos. Mas para ser uma transformação efetiva dentro das companhias, ela deve refletir a cultura organizacional e o propósito daquele ambiente. Por isso, tecnologia é uma das soluções para facilitar essa adaptação dentro da comunicação organizacional.

Portanto, manter uma boa estratégia de comunicação interna pode fazer a diferença para atravessar esse momento de crise. Ainda não é possível prever a extensão dos efeitos de uma pandemia ou mesmo quando tudo vai voltar ao “novo normal”. enquanto isso, a informação se torna o maior aliado para manter equipes engajadas e times unidos. As agências de comunicação, setor de comunicação interna e rh já podem contar com a ajuda dessas tecnologias para auxiliarem seus clientes em diferentes cenários.

*André Franco é CEO do Dialog.ci, startup responsável por desenvolver uma plataforma online de comunicação interna e RH para melhorar o engajamento dentro das empresas

Na atividade

Novo player no mercado

Renata Cundari é o nome por trás da novíssima Tagarella Comunicação.

Segundo Renata, a Tagarella estava sendo maturada há quase um ano e tem como missão principal conectar pessoas e propósitos e em seu cardápio de serviços destacam-se Gestão de Mídias Sociais, Mentoria Online e Marketing Estratégico Digital.

Você pode saber mais acessando o site da Tagarella.

Coluna “Discutindo a relação…”

Uma estratégia para um propósito ou um propósito para uma estratégia?

Sim, eu sei.. num primeiro momento isso lembra aquele famosíssimo slogan: “A Tostines vende mais porque tá sempre fresquinha ou tá sempre fresquinha porque vende mais?”.  Além de bom, esse slogan sempre me soou muito engraçado…

O papo aqui, entretanto, é sério. Muito sério!

Muita gente tem dado entrevista, falado em podcasts e em lives que as marcas que tiverem um propósito firme e verdadeiro se darão bem neste momento de crise. E eu concordo 100%. Super! Mas o que ninguém consegue dizer com clareza é que devemos buscar uma estratégia que gere um propósito ou se devemos ter um propósito que gere uma estratégia de marketing e comunicação?

Eu digo que fico com a segunda hipótese. E não estou apenas chutando ou dando palpite (o que também está muito em alta nos dias atuais). O que eu penso e verbalizo está apoiado (e muito bem apoiado) nas ideias de Cynthia A. Montgomery, professora da Harvard Business School e autora do ótimo livro “O Estrategista – Seja o líder de que sua empresa precisa”.

A “roda da estratégia”

Neste livro a Cynthia (desculpa a intimidade) defende que o propósito deva ser o ponto central de toda empresa de destaque em seu segmento de atuação. Ela propõe o que chama de “roda da estratégia”, um sistema de criação de valor pensado em torno do propósito e que direciona toda a estratégia da empresa. Incluindo marketing e comunicação.

Ela traz exemplos bastante práticos de empresas como Ikea, Nike, Gucci e outras, que
estabeleceram estratégias de mercado e comunicação a partir de uma forte compreensão de seu propósito.

O interessante da proposta da autora é que ela não fecha um modelo único da “roda da estratégia”. Ao contrário. Ela propõe que cada empresa e cada propósito demandem um sistema diferente de apoio e consecução da estratégia.

Então, acredito que devemos ter o propósito para depois ter uma estratégia de comunicação do mesmo. Ache seu propósito e crie sua estratégia em torno dele.

CX: lições da pandemia para melhorar a experiência do cliente

Com a continuação do distanciamento social e a dependência maior do e-commerce em detrimento dos pontos físicos, experiência se torna essencial

É possível dizer que a pandemia da COVID-19 terá consequências para atuação das marcas mesmo depois que o vírus for controlado. Primeiramente, fica visível a importância de um propósito maior do que apenas vender, com empresas em todo o mundo se solidarizando com as vidas dos seus colaboradores e consumidores. E por último, a necessidade de uma presença digital forte, por meio de conteúdo e um e-commerce preparado.

Mas depois que muitas empresas tentaram melhorar sua estrutura – ou mesmo “correr atrás do prejuízo”, um novo desafio surge: o da experiência. Em época de distanciamento social, com lojas fechadas e menos viagens aos varejistas, e uma vez que as emoções são mais do que nunca responsáveis ​​por gerar as melhores experiências e satisfação do consumidor, o que as marcas devem fazer?

“Para qualquer estratégia de experiência do cliente, há três desafios: primeiro, projetar as jornadas; depois, absorver os dados entre esses pontos e, no final, elaborar uma estratégia entre esses pilares de contatos principais, sempre seguindo o objetivo da marca”, afirma Daniel Machado, diretor de CX da Kantar para a América Latina. “Uma experiência bem pensada fornece resultados de curto e longo prazo para qualquer empresa.”

Em tempos de emoções e preocupações fortes, torna-se ainda mais vital colocar o consumidor no centro. De acordo com os estudos que realizamos com a Kantar os clientes preferem até 10 vezes mais a uma marca quando percebem que ela é centrada no cliente e as chances de recomendar essa marca para as pessoas próximas são dobradas.

Para Machado é preciso analisar a experiência em três níveis: na sua indústria; no commerce (dos varejistas, empresas digitais e mesmo da indústria) e entre seus colaboradores.

Repensando seu mercado

Com a pandemia, muitas marcas precisaram repensar o jeito tradicional como faziam seus negócios. A jornada do cliente muda completamente quando lojas estão fechadas e pessoas estão se isolando. O desafio, então, se torna entender as novas jornadas e pontos de contatos das pessoas e como se inserir nelas – ou mesmo ajudar a criar novas jornadas.

Isso pode significar criar conteúdos e interações novas, assim como novas parcerias para driblar todos os desafios criados pela crise do coronavírus.

O uso da tecnologia de forma humanizada

A pandemia tornou-se um período para compradores digitais de primeira viagem, além de ter proporcionado um crescimento no e-commerce como um todo.

E apesar de 47% dos brasileiros acharem que a compra no digital é mais satisfatória que a física, segundo a onda mais recente do nosso Barômetro COVID-19, ainda há muito o que fazer em termos de experiência. Com a progressão da pandemia, tempo e dinheiro perdem relevância para a conveniência e energia gasta no processo de compra digital. “Os e-commerces ainda são complexos para a maioria das pessoas. Trabalhar fluidez é fundamental”, diz Machado.

Para o especialista, no caso do e-commerce é preciso tomar três importantes passos:

1 – Melhorar ainda mais o que é positivo;
2 – Entender as dores dos compradores de primeira viagem;
3 – Tentar transpor pontos positivos da experiência física para o digital.

O bem-estar em primeiro lugar

O ponto final de uma boa estratégia de CX é garantir uma boa experiência interna, para os colaboradores da empresa. Sob uma crise como a atual, saber o que os funcionários sentem, pensam e como estão lidando com a situação é vital para as empresas. Segundo nosso Barômetro COVID-19, 83% dos brasileiros esperam que essas companhias se preocupem com a saúde de seus colaboradores; 65% esperam que elas flexibilizem o modelo de trabalho.

Modelo de trabalho, por sinal, é uma das maiores mudanças ocasionadas pela pandemia, já que levou a um crescimento do trabalho remoto. Segundo o projeto Stay-At-Home da Kantar, 24% dos entrevistados puderam passar mais tempo com a família com um modelo mais flexível proporcionado pela quarentena; 15% focaram em seu bem-estar; 15% falaram que conseguiram manejar melhor sua rotina.

“A empresa precisa garantir as condições para que o trabalho remoto funcione da melhor maneira possível”, diz Machado. “Isso inclui metodologias para administração de tempo, financiamento para uma estrutura ideal – como internet e hardware -, avaliações constantes e outros.”

Fonte: Karina Rodrigues – Assessora de Imprensa