Os contratos de estágio da Geração Z estão chegando ao fim. Os nativos digitais já começam a assumir posições de liderança, seja por meio do empreendedorismo, seja dentro de empresas pelo mundo todo, e estão imprimindo um novo ritmo ao mercado.
Algumas características marcam bem essa geração: a busca intensa por uma vida com propósito, refletida em suas carreiras profissionais; a capacidade de serem multitarefas, curiosos e adaptáveis; e o apreço pelo bem-estar e pela qualidade de vida, sustentados por um equilíbrio e limites claros entre a vida pessoal e a profissional. Ao mesmo tempo, apresentam uma visão mais aberta e holística, enxergando a si mesmos como seres únicos e integrados em todas as suas experiências.
É nesse cenário que a Universidade Paulista (UNIP) de São José dos Campos promove, nos dias 4, 5 e 6 de novembro, mais uma edição da PROMARK, evento que conecta profissionais e estudantes de propaganda, marketing, publicidade e comunicação.
Organizado pelos próprios alunos do curso de Propaganda e Marketing, o encontro é uma vitrine para os talentos da nova geração e um espaço de troca de conhecimentos e experiências. A participação é gratuita, com inscrições disponíveis no perfil oficial do evento no Instagram – @pmk.unipsjc – e também na plataforma Sympla.
A programação reúne especialistas de diferentes enfoques, desde criadores de conteúdo, estrategistas de lançamentos digitais que faturam centenas de milhões de reais com infoprodutos, atletas de alta performance, diretores de startups e muito mais!
Para o encerramento, no dia 06 de novembro, estão confirmados os nomes de Chrystian Borges (Aliança Divergente), Thiago Beatriz, Matheus Domm e Carolina Palma (Wibx Company), além da performance criativa de Summer Fever, drag queen e designer joseense.
Os debates convergem para um só tema: o futuro. Inteligência artificial, metamarketing, inovações tecnológicas e novas experiências de consumo estarão no centro das discussões. Afinal, o cliente mudou: está mais exigente, sofisticado e consciente. Quer ser ouvido, compreendido e envolvido em algo único. Já não basta o cafezinho na recepção, o ar-condicionado e uma música ambiente. É preciso envolvê-lo em uma experiência personalizada e verdadeiramente impactante.
PROMARK 2025
Dias 4, 5 e 6 de novembro
UNIP São José dos Campos – Rod. Pres. Dutra, km 157 – 5 – Limoeiro, São José dos Campos – SP, 12240-420 Inscrições gratuitas no Sympla
Conhecer o seu cliente é indispensável para manter um relacionamento positivo e garantir maior retorno sobre os investimentos. É por isso que a personalização se tornou tão importante, e uma aliada muito útil na hora de se comunicar com públicos específicos. Recentemente percebemos que essa personalização é ainda mais demandada das marcas quando falamos de gerações mais jovens.
Essa tendência pode ser observada em diversos setores. No varejo, por exemplo, grandes marcas têm investido em lojas que oferecem produtos customizados com o nome ou as cores escolhidas pelo cliente. No setor de streaming, algumas plataformas usam algoritmos de recomendação baseados no histórico de escolha de cada usuário. No setor alimentício, por exemplo, já há restaurantes que aplicam dados de consumo e geolocalização para ajustar cardápios e promoções regionais, mostrando que a personalização é uma estratégia versátil e eficaz em diferentes áreas.
E o setor de beleza também não fica atrás. Marcas de produtos cosméticos já apostam na personalização do atendimento, criando soluções individualmente para cada tipo de consumidor, por meio da Inteligência Artificial.
De acordo com dados do Relatório de Engajamento do Cliente 2025, da Twilio, 65% dos entrevistados da geração Z e 62% da geração Millenial têm mais probabilidade de aumentar os gastos quando as marcas personalizam. Esses números chegam também a 45% na geração X e 35% nos Baby Boomers. Isso aponta que mesmo as gerações anteriores dão atenção às experiências personalizadas, algo que é ainda mais intenso nas gerações mais novas.
Esses dados chamam a atenção das empresas para uma realidade que exige personalização, a ponto de que seja crucial para a garantia de sobrevivência da marca. Além disso, como tanto a geração Z quanto os Millenials cresceram em um período de transição do físico para o digital, com a tecnologia fazendo parte do seu cotidiano desde cedo, saber como, quando e por onde se comunicar com essas pessoas pode representar uma questão primordial de comunicação. Contudo, as marcas que não se atentarem a isso podem sofrer os reflexos com o desinteresse do cliente com a experiência, gerando um distanciamento do consumidor.
Ainda segundo o relatório, os consumidores recompensam as marcas que acertam na personalização, mas há uma disparidade no “quanto”. Ou seja, 75% das empresas afirmam que a personalização aumenta os gastos dos clientes, em média, em 32% por compra. Enquanto isso, 54% dos consumidores declaram gastar mais quando o engajamento é personalizado, com um aumento médio de 37%, inalterado desde 2024.
Em resumo, o dinamismo com que os mais jovens dialogam com o mercado abre muitas oportunidades de explorar como esse público se comunica com as marcas, gerando oportunidades de engajamento tanto no meio físico quanto digital. Se feita corretamente, a personalização garante uma forte conexão entre o cliente e a marca.
*Tamaris Parreira é Country Director da Twilio para o Brasil.
Especialista em branding Caroline Jurdi aponta que o próximo ano será marcado por regeneração, cocriação e pertencimento — com a Geração Z liderando uma nova era de autenticidade e propósito.
As marcas estão prestes a entrar em um novo capítulo. Depois de uma década dominada pela aceleração digital e pelo consumo em massa, 2026 chega com uma promessa clara: reorientar o marketing.
Imagem gerada pela IA do Canva
De acordo com relatórios recentes da WGSN, Harvard Business Review e Bloomberg, o comportamento da Geração Z está reformulando os fundamentos da comunicação e do consumo. E as empresas que entenderem esse movimento sairão na frente.
“A Geração Z não quer apenas consumir. Ela quer participar, cocriar e transformar. As marcas que prosperarem serão as que unirem propósito, fluidez e humanidade”, afirma Caroline Jurdi, fundadora da CJ Hub e especialista em comportamento e branding.”
O marketing da regeneração e do pertencimento
Para Caroline, o próximo ano será marcado pela transição da sustentabilidade para a regeneração — um novo patamar de responsabilidade das marcas, que passam a devolver mais do que retiram.
Transparência radical, economia circular e impacto positivo deixam de ser diferenciais e se tornam obrigações éticas.
Paralelamente, o foco deixa de ser o mainstream e se volta para microcomunidades e tribos culturais, os chamados minorStones — pequenos marcos e micromomentos que conectam pessoas por valores e narrativas locais.
“A Gen Z valoriza autenticidade. Ela quer se ver representada nas marcas que consome — não por estereótipos, mas por afinidade real com valores, estética e propósito”, explica Caroline.
Tecnologia com propósito e leveza digital
O uso de inteligência artificial continuará crescendo, mas com uma nova lente: IA com propósito (AI for Good).
Segundo Caroline, não se trata apenas de eficiência, mas de humanizar o uso da tecnologia: “As pessoas querem entender o porquê por trás da IA. As marcas que comunicarem com clareza seu impacto e ética terão mais confiança.”
Ao mesmo tempo, o fenômeno global da Great Exhaustion, apontado pela WGSN, mostra que o público está cansado de estímulos incessantes.
“Vivemos um paradoxo: buscamos conexão, mas também paz. O marketing precisa respeitar o tempo do consumidor”, destaca.
O consumo funcional e a estética híbrida
Em meio à instabilidade econômica global, cresce o desejo por produtos multifuncionais — o famoso “3 em 1” da nova geração.
Funcionalidade, estética e propósito se tornam o tripé do consumo inteligente.
E visualmente, 2026 será o ano do cultural hybrid branding: um mix entre artesanato e tecnologia, nostalgia e futurismo, imperfeição e inovação.
Fim da segmentação etária e início do diálogo intergeracional
Estudos da Harvard Business Review apontam uma transição importante: o marketing deixa de falar para gerações e passa a criar pontes entre elas.
A autenticidade se torna o idioma comum.
“Não existe mais a marca da Gen Z ou dos Millennials. Existe a marca que entende pessoas. E isso é atemporal”, conclui Caroline.
Sobre Caroline Jurdi
Caroline Jurdi é especialista em branding e comportamento de consumo, fundadora da CJ Hub, agência que atua no modelo Marketing as a Service, unindo estratégia, criatividade e tecnologia.
Trend Hunter e pesquisadora de comportamento, percorreu polos de inovação como Coreia do Sul, Japão, Nova York e Cingapura, estudando de perto as transformações do varejo e do consumo global.
Formada em Comunicação pela Universidade de Gutenberg (Alemanha), em Publicidade pela ESPM, e pós-graduada em Administração pela FGV, Caroline traduz tendências globais em estratégias reais e aplicáveis para o mercado brasileiro.
Dreamcore: Como a estética da nostalgia estranha conquistou a Geração Z desde 2018
Por R. Guerra Cruz
O que faz um jovem olhar uma foto de um corredor vazio de escola, sem saber onde é, e sentir um misto de saudade e desconforto?
É sobre isso — e muito mais — que fala o fenômeno dreamcore, o movimento digital que, desde 2018, vem conquistando corações e estimulando mentes inquietas ao redor do mundo.
Ele traduz em imagens e sons a nostalgia do irreconhecível, a saudade do que não vivemos e o fascínio pelo bizarro familiar.
O conceito de Dreamcore: emoção entre sonhos, memórias e internet
Dreamcore é uma estética que nasceu na internet como uma espécie de “colagem sensorial”, reunindo imagens de lugares vazios (espaços liminares), efeitos visuais retrô e trilhas sonoras etéreas para provocar sensações contraditórias: aconchego e estranheza, nostalgia e inquietação.
Imagine revisitar lembranças distantes de infância — como um playground vazio ao entardecer ou um shopping iluminado por lâmpadas fluorescentes —, mas com uma aura de sonho que deixa tudo levemente inquietante.
Nascido nos fóruns digitais e impulsionado pelo Tumblr, TikTok e outras redes a partir de 2018, o dreamcore é mais que efeito visual: é um convite a mergulhar no universo das memórias difusas, onde se misturam inseguranças, saudades e desejos nunca realizados.
Estética visual: cores, neblina e tecnologia retrô
O visual dreamcore explora:
● Cores suaves, neon apagado e luz difusa.
● Fotos granuladas e efeitos de VHS.
● Cenários vazios: escolas, corredores, piscinas fechadas, quartos infantis.
● Elementos surreais: distorções, objetos “fora de lugar”, justaposição de símbolos nostálgicos com detalhes inquietantes.
Tudo serve para transportar o espectador para o limiar entre o real e o imaginário — aquele lugar estranho e misterioso onde se passam os nossos sonhos mais ambíguos.
O som dos sonhos: ambient, lofi e trilha para flutuar
Sonoramente, o dreamcore encontra ecos no ambient music, vaporwave, lofi hip hop, e trilhas sonoras feitas para simular o fluxo de uma mente sonhadora.
Teclados saturados, sintetizadores etéreos, samples antigos e gravações caseiras criam um pano de fundo sonoro ideal para perder-se em devaneios ou navegar por redes sociais nas madrugadas frias.
Criadores e origens
As primeiras manifestações do dreamcore surgiram na comunidade do Tumblr por volta de 2018, alimentadas também por fóruns alternativos e pela influência direta da estética weirdcore.
Mais do que um “gênero” fechado, dreamcore é uma linguagem aberta, que evolui constantemente ao sabor dos experimentos coletivos dos usuários de internet.
Sua popularização foi especialmente forte entre adolescentes e jovens adultos das gerações Z e Alpha, acostumados a transitar entre cultura pop digital e o desejo nostálgico por memórias — muitas vezes compartilhadas coletivamente, e não necessariamente vividas de forma individual.
Esse fenômeno é refletido também no aumento global das buscas pelo termo “dreamcore”, que disparou a partir do final dos anos 2010 e atingiu picos importantes em 2024.
Como nascem movimentos assim? Da rua para o digital — e do digital para o museu dos estilos
Nos anos 1980 e 90, movimentos artísticos (como punk, grunge ou surrealismo) nasciam das ruas, galerias e clubes.
Com a era da internet, tudo mudou: as novas linguagens visuais emergem por memes, fóruns e trends digitais, ganhando formas aceleradas e multiplicando-se em ciclos virais.
O dreamcore segue este modelo: nasceu colaborativo, global e “liquefeito” pela cultura dos compartilhamentos, remixagens e filtros.
Como o vaporwave antes dele, já se encaminha para se tornar um “estilo de época”: um movimento que será estudado no futuro como parte do museu das estéticas digitais — uma cápsula de sentimentos da geração conectada que viveu entre o real e o algoritmo.
Marcas e campanhas: quem já surfou nesta onda?
Várias marcas já experimentaram o poder do dreamcore para encantar e envolver públicos jovens, especialmente em campanhas que desafiam o óbvio e valorizam o sensorial e o misterioso:
● FOXYLAB NY: marca de roupas que lançou coleções inspiradas no dreamcore, com editoriais em cenários surreais, paletas pastel e atmosfera onírica.
● Campanhas chinesas: o mercado asiático já usou dreamcore e nostalgia digital em publicidade para Gen Z, conectando sentimentos de infância com tecnologia e identidade visual retrô.
● Redes sociais: Plataformas como TikTok e Instagram têm marcas experimentando filtros, vídeos e trilhas dreamcore para atrair atenção orgânica e viralizar campanhas entre os jovens.
No fim das contas…
O dreamcore é sobre sentir.
É o misto de nostalgia, deslocamento, conforto e inquietação que define a era digital, onde todo mundo compartilha sonhos — mesmo que ninguém lembre exatamente de onde eles vêm.
Para as marcas, mergulhar nessa estética é acessar o repertório emocional de uma geração que sente saudades até do que ainda está acontecendo.
Uma playlist para você conhecer o estilo musical e visual.