Coluna Propaganda&Arte

Overdose de storytelling: ele está contaminando as redes sociais?

Por R. Guerra Cruz

Era uma vez um mundo cheio de histórias. Contos fantásticos, dramas emocionantes e até mesmo comédias hilárias. Mas como tudo na vida, o equilíbrio é essencial. E o mundo atual parece estar sofrendo de uma overdose de storytelling. É como se todos, de propagandas a redes sociais, estivessem competindo para ver quem pode contar a história mais emocionante ou inspiradora. Mas será que precisamos realmente de tanto drama para tornar a vida interessante?

Vamos começar com as propagandas. Lembro-me de quando assistir a um comercial era apenas uma questão de conhecer o produto e suas características. Simples e direto ao ponto. Mas agora, parece que não podemos escapar das narrativas elaboradas que nos envolvem em uma montanha-russa de emoções.

Você já reparou como até mesmo um anúncio de pasta de dentes consegue transformar uma simples escovação em uma experiência épica? Sério, tem momentos em que me sinto como se estivesse assistindo a um trailer de um filme de ação. É um pouco exagerado, não acha?

E não podemos esquecer das redes sociais, o terreno fértil onde o storytelling floresce. A foto do café da manhã vira uma jornada épica de descoberta gastronômica. O passeio no parque transforma-se em uma odisseia de aventuras. E aí vem a chuva de metáforas e frases motivacionais nos perfis do LinkedIn, fanfics, como se a vida fosse um eterno discurso motivacional. Quem precisa de ficção quando temos a realidade hiperbolizada nas redes sociais?

Mas vamos dar uma pausa no humor e mergulhar um pouco na técnica do storytelling, porque não podemos negar que ele tem seu valor. Afinal, uma boa história segue um padrão bem definido. Começa com uma situação comum, uma introdução que apresenta os personagens e o contexto. Em seguida, ocorre um incidente, uma virada que desencadeia uma série de eventos. É aqui que a história fica interessante. E, por fim, temos a reviravolta e a mensagem final, a moral da história que nos faz refletir sobre a experiência.

Então, talvez o problema não seja o storytelling em si, mas sim o seu uso exagerado e desnecessário. Afinal, nem tudo precisa se tornar uma narrativa épica. Às vezes, uma informação direta e objetiva é tudo o que precisamos. Será que um comercial de pasta de dentes precisa ter um herói corajoso enfrentando monstros de tártaro para nos convencer a comprar o produto? Será que um post nas redes sociais precisa ser uma peça de ficção para ser interessante? E será que nossas histórias do LinkedIn precisam sempre terminar com uma lição de vida?

Às vezes, menos é mais. Talvez seja hora de resgatarmos a simplicidade e a autenticidade em nossas comunicações. Precisamos lembrar que a vida real nem sempre é uma novela mexicana. E está tudo bem. Podemos apreciar um bom storytelling, mas também devemos reconhecer quando ele está sendo exagerado e nos afastar um pouco desse mundo artificial de histórias perfeitas e motivacionais.

Então, da próxima vez que você se deparar com mais um conto épico na forma de uma propaganda ou um post nas redes sociais, lembre-se de questionar se aquela história é realmente necessária ou se é apenas mais um capítulo da overdose de storytelling que está deixando o mundo um pouco cansativo. E talvez, quem sabe, possamos trazer de volta um pouco de autenticidade e simplicidade para nossas vidas.

Conte sua história com estratégia e verdade

por Paola Müller*

A humanidade sempre contou histórias — e teve fascínio por ouvi-las. Ao redor de uma fogueira, sob uma noite estrelada, fábulas e jornadas de heróis foram passadas de geração a geração ao longo dos séculos. A essência desse hábito segue até hoje: mudam os meios, as formas, a linguagem — mas a conexão gerada por uma narrativa bem estruturada segue cada vez mais presente.

Paola Muller

Que o digam as marcas, que utilizam essa dinâmica para transmitir aos públicos seus valores, suas conquistas e fracassos, sua trajetória e seus objetivos. O chamado storytelling tem sido fundamental na estratégia de comunicação e marketing de empresas — humanizando marcas e experiências. Em sua essência, é uma ferramenta para se conectar com as pessoas de uma forma mais emocional e eficaz.

Assim como o ato de sentar ao redor do fogo para contar histórias, o storytelling de marcas também evoluiu. Na verdade, esse movimento acompanha as mudanças de hábitos de toda a sociedade. Conforme se transformam as agendas sociais, as formas de consumo e a jornada dos consumidores, as maneiras que as marcas se comunicam também se modificam. O aumento no uso de vídeos em redes sociais é um exemplo disso: esse formato responde ao imediatismo e à atenção difusa que é característica dos usuários de hoje.

E é nesse contexto de uma sociedade cada vez mais ágil — e impaciente — que o storytelling possui um papel tão relevante. Ele ajuda a transformar informações complexas e números abstratos em histórias com as quais os usuários se identificam. O desafio está em aproximar esses dois universos — o dos dados e o de uma narrativa envolvente, contada com criatividade e inteligência.

Independentemente do formato do conteúdo, as marcas devem estar atentas a isso. E, seguindo estes cinco pontos, poderão explorar as informações de maneira estratégica e focada nos objetivos do negócio:

1) Saiba qual público consumirá aquele conteúdo: pense no nível de interesse, conhecimento e os objetivos da pessoa que acessará o material;

2) Entenda o contexto da informação: um relatório para ler é diferente de um relatório para apresentar. Avalie e adapte o formato para cada situação;

3) Desenvolva a narrativa a partir de uma estrutura de conteúdo: assim como qualquer fábula, sua história precisa ter início, meio e fim — dando destaque para o que verdadeiramente sustenta sua análise;

4) Seja visual: aproveite a diversidade de formatos e de possibilidades visuais para aflorar o interesse do público: fotos, gráficos e highlights ajudarão a conquistar o seu objetivo;

5) Simplifique: às vezes, optar por um número com texto terá mais resultado do que uma tabela. Uma boa ideia expressa em uma única frase surtirá mais efeito do que uma excelente ideia com mil palavras.

Mais do que contar uma boa história, o que as marcas devem saber é conectar essa narrativa ao propósito e às estratégias do negócio. E, ainda mais importante, que isso tenha verdade: que seja sustentado pela identidade e pelas ações da empresa, em linha com o que os dados comprovam. Antes, as fábulas contadas ao pé da fogueira tinham um quê de fantasia e ficção. Hoje, não há como fugir da essência e da realidade — mesmo que envolta em uma história convincente e instigante.

*Paola Müller, head of Strategy da Brivia

Fonte: RPMA -Sara Saar

Nova campanha de Outback

Outback convida fãs para reviverem experiências marcantes em nova campanha

Vídeo chamado #MomentoOutback foi gravado com clientes reais que compartilharam grandes momentos vividos nos restaurantes da marca

Sempre inspirado em surpreender os apaixonados pela marca de forma divertida, intensa e verdadeira, o Outback Steakhouse convidou clientes reais para serem protagonistas de sua nova campanha. Chamada de #MomentoOutback, a ação mostra alguns dos clientes – que postaram fotos usando a hashtag – revivendo seus momentos de celebração no restaurante.

“Mais uma vez queremos mostrar como é forte a conexão que o Outback tem com as pessoas. Nossos clientes são a parte mais importante do nosso negócio e, por isso, recriamos essas experiências marcantes vividas conosco e registramos tudo em um dia divertido repleto de boas histórias”, afirma Renata Lamarco, diretora de Marketing do Outback Brasil.

E é ficar mais perto destas boas histórias que o Outback quer. A produção traz uma série com 3 vídeos e diversas fotos que serão exibidos nas redes sociais da marca com o objetivo de incentivar os clientes a compartilharem suas experiências vividas no restaurante usando a hashtag da campanha. “O #MomentoOutback mostra nossos clientes de verdade e, com isso, queremos que todos se sintam representados e prestigiados”, completa Renata.

O primeiro vídeo da campanha pode ser conferido aqui.

Ficha Técnica

Campanha: #MomentoOutback

Agência: Ionz

Produtora de Vídeo: Lamp Filmes

Fotos: 14mm

Diretor de Criação: Marcio Villar

Diretor de Arte: Ricardo Ventura

Roteiro e Redação: Eduardo Crivói

Redatora Júnior: Caroline Hikari

Assistente de Arte: Oliver Tarzis

Assistente de Arte: Paula Lopes

Planejamento: Lucas Miolla

Diretora de Atendimento: Daniela Aiko

Supervisora de Contas: Ana Carolina Campanili

Assistente de Atendimento: Felipe José da Silva

Mídia: Leandro Martins

Mídia: Aline Lima

Coordenadora de Redes: Mariana Pereira

Analista de Redes: Natalia Gomes

Fotógrafo: Danilo Quadros

Assistente de Fotografia: Natan Passos

Produção: Luciana Robles

Direção de vídeo: Leonardo Curcino
Produtor: Ruben Correia
Diretor de fotografia: Dan Moraes
Assistente de fotografia: Alexandre Queiroz Macedo

Locução: Leandro Sosi

Aprovação: Leonardo Dibe, Antonio Moraes

Fonte: Alameda Comunicação – Laís Reis