Mercado de influência exigirá ainda mais comportamento empreendedor em 2022

Especialista explica que só criar conteúdo e publicar nas plataformas digitais é insuficiente

O marketing de influência tem dominado as ações dos produtores de conteúdo digital (creators), principalmente no Instagram e no YouTube. Tanto que 60% dos lojistas recorrem a influenciadores para divulgar a própria marca, segundo levantamento feito em outubro deste ano pela WTAG em parceria com o E-Commerce Brasil. Ao contrário do que pensam muitos leigos, não basta criar conteúdo e publicar nas plataformas. É preciso estudar e entender como funciona este mercado.

Imagem de Alexandra_Koch por Pixabay

De acordo com um estudo da empresa global de informação Nielsen, cerca de R$ 15 bilhões devem ser injetados mundialmente nesse mercado no ano que vem. O especialista em gestão e marketing de influência, Raphael Dagaz, fundador e CEO da Dagaz Influencer, acredita que a expectativa para as movimentações financeiras no setor deve se manter em 2022.

“Acredito que o crescimento deste segmento vai continuar em alta, mas não na mesma intensidade e velocidade com que aconteceu de 2020 para 2021. Conteúdo e performance devem continuar com mais apelo do investimento das empresas, principalmente de pequenas e médias”, diz.

Para se ter ideia da expansão do último ano, o faturamento da Dagaz, por exemplo, foi de R$ 1 milhão para R$ 5 milhões, assim como a quantidade de funcionários aumentou 150%, o que mostra como o mercado está aquecido. “É importante que os creators tenham noção de que é preciso se comportar como empreendedores, têm de fazer mudanças na forma e no processo como trabalham. Aqueles que estavam preparados para o salto na profissionalização do mercado, nos últimos dois anos, puderam ver suas receitas aumentarem consideravelmente”, afirma Raphael.

Segundo o especialista, o resultado financeiro dos criadores que têm plano de negócios costuma ser muito maior do que aqueles sem. “Para isso, muitos influenciadores precisam ser agenciados, caso contrário podem ‘nadar, nadar e morrer na praia’, alerta. Ele lembra que as plataformas não impulsionam mais o crescimento orgânico dos criadores de conteúdo. Assim, são os próprios influencers os responsáveis por se conectarem com a audiência.

“É fundamental saber quem é seu público e como ele responde ao seu conteúdo. Os criadores são expoentes consideráveis para aumentar vendas e fazer diferença nos resultados das marcas”, finaliza Raphael.

6 tendências de comunicação e marketing para 2022

Por Talita Scotto*

Está mais do que claro que a pandemia mudou a forma de trabalho, acelerou a digitalização de empresas e consumidores, além de transformar a maneira como os eventos acontecem – tudo isso abriu mais espaço para a inovação das marcas-, acesso a talentos sem fronteiras e, claro, a internet se tornou território ainda mais constante de todos.

Diante disso, confira 6 tendências de comunicação e marketing que podem auxiliar as estratégias da sua empresa em 2022.

1) A volta dos eventos presenciais e o formato híbrido

Os eventos online foram muito bem-vindos durante a pandemia e houve um grande avanço neste quesito, mas o presencial pode ganhar força em 2022. Para o próximo ano, a expectativa é de 700 feiras e evento de negócios no Brasil, de acordo com a Ubrafe (União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios).

Feiras como a Couro Moda, uma das principais do setor de moda e calçados, já é uma das primeiras a abrir o ano com transmissão ao vivo das palestras presenciais, reforçando o sucesso de eventos no formato híbrido.

2) Publicidade Autêntica

Para 64% dos jovens entre 16 e 24 anos, a publicidade tradicional não impacta mais. Estes dados são do Think With Google e mostram que autenticidade é a melhor forma de engajar as marcas com a geração Z. Como destaque vemos o crescimento do TikTok e o interesse pela presença de marcas que, veem nos influenciadores e na capacidade do app, em levar sua comunicação para um público que quer algo cada vez mais próximo do real.

Ser espontâneo, ter bom-humor e uma boa CTA podem conduzir marcas ao sucesso.

3) Produção de conteúdo

Parece mais do mesmo, mas a criação de conteúdo se tornará ainda mais importante quando falamos de gerar interesse em meio a consumidores cada vez mais conectados. Se estamos mais grudados nas telas, reter atenção é mais desafiador.

Portanto, criar conteúdo multiplataforma é ainda mais necessário e isso não significa que eles devam ser iguais, mas sim, que possam engajar dentro do formato de cada plataforma. Isso também envolve co-criação com influenciadores.

4) Canal exclusivo de comunicação e captação de dados

Acessar o consumidor pode ser tornar ainda mais difícil no futuro, isso porque até 2023 o Google pode deixar de rastrear os Cookies, que são fundamentais para campanhas de marketing e remarketing. Desta forma, o mercado ainda aguarda um substituto aos cookies, mas também já pode se adiantar para criar estratégias de comunicação exclusivas com o seu cliente.

Pensar em canais exclusivos de relacionamento, como portais, blogs e landing pages próprios para relacionamento com o cliente e captação de dados (desde que adequados a LGPD) é uma saída. A partir daí, nutrir estes leads com qualidade é o próximo passo para ganhar autoridade criando uma comunicação eficiente nos canais digitais.

5) Influenciadores digitais

Para o Influencer Marketing, 82% das pessoas acreditam na opinião de influenciadores digitais e eles continuam como interlocutores importantes na comunicação, visibilidade e conexão entre marcas e consumidores. A Satiko, persona/influenciadora digital da apresentadora Sabrina Sato, é um exemplo recente das novas experiências que o marketing de influência pode proporcionar. Mais conteúdos e mais oportunidades de negócios.

6) Programa de assinaturas para “tudo”

Se você já foi impactado por diversos planos para assinar algo que gosta, prepare-se porque a tendência é que, cada vez mais, haja uma crescente nas assinaturas – principalmente em plataformas de stream.

Com mais público consumindo o que realmente gosta, a publicidade também tende a migrar da mídia tradicional para ambientes em que já conhece seu cliente e pode entregar uma comunicação mais customizada e assertiva.

*Talita Scotto é diretora da Agência Contatto, empresa de Digital PR com 12 anos de expertise no mercado de comunicação.

4 motivos que comprovam que o BBB é case de marketing e comunicação

*Por Beatriz Destefani Augusto

Não faz nem um mês que começou a nova edição do BBB 21 e já foi possível perceber a importância da comunicação e do marketing de cada um dos participantes.

Ao unir anônimos e influenciadores digitais, o BBB 2021 atraiu o olhar do grande público e dos patrocinadores.

Para se ter uma ideia, grandes marcas como Americanas, Amstel, Avon, C&A, Mc Donald’s, P&G, PicPay, Seara, Above e Organnact já fazem parte dos patrocinadores do programa.

Além disso, a estratégia adotada na escolha dos influenciadores e celebridades traz o potencial para ser a maior audiência e engajamento de todas as edições.

Abaixo listamos 4 passos de marketing e comunicação em que o BBB deu uma aula de engajamento. Confira:

1 – Trouxeram o Fiuk para a edição: com mais de 2 milhões de seguidores e com a torcida de Fábio Junior e seus diversos fãs, além do apoio de sua irmã Cleo Pires, com 14,8 milhões de seguidores no Instagram, o jovem ator e cantor entrou na casa com o maior número de visualizações.

Para se ter uma ideia, seu nome estava entre os assuntos mais comentados no Google durante a divulgação dos participantes. Além disso, Fiuk chama para o programa audiência de diversos perfis, desde os adolescentes até os seguidores de Cleo e Fábio Junior e dos amigos e familiares das celebridades.

2 – Atriz Carla Diaz: o segundo nome mais procurado foi da atriz que já participou de diversas novelas, desde nova, incluindo o sucesso de Chiquititas, Laços de Família e O Clone da Rede Globo.

A participante, inclusive, venceu um câncer de tireoide no ano passado, que foi descoberto durante a pandemia.

3- Grandes nomes da música: a Rede Globo também apostou em cantores bem conhecidos nos últimos anos como o rapper Projota, Karol Conká, a Pocah e o cantor sertanejo Rodolffo.

4- Influenciadores digitais: como o BBB já estava perdendo a sua audiência nas últimas edições, desde 2020, a emissora teve a ideia de se inserir nos meios digitais, incluindo a participação de muitos influenciadores.

Isso é uma forma clara de atrair um maior número de pessoas para assistirem o programa, já que muitos desses influenciadores possuem mais de milhões de seguidores nas redes sociais.

Esse é um exemplo clássico que os meios precisam se atualizar.

Fonte: Comunica PR – Maria Carolina Rossi

Artigo aborda as estratégias de mkt digital no BBB 21

Marketing Digital e BBB21: estratégias de mídia e inversão de fama

por Fernando Faiad Soni*

Quem nunca deu uma espiadinha na casa mais vigiada do Brasil, não é mesmo? Apesar de ser um reality show antigo, que teve início nos anos 2000, a cada ano que passa o Big Brother Brasil surpreende o público com um engajamento maior que o da edição anterior. Mas o que explica esse sucesso? A resposta é simples: mais que um programa de TV, o BBB se transformou no mais novo jeito de fazer marketing digital.

Na 20ª edição do programa, o reality inovou ao trazer influenciadores digitais para o jogo. Além de engajar o público a assistir – afinal, quem não gostaria de acompanhar seu ídolo 24 horas por dia na TV? –, as vantagens se estenderiam também às figuras públicas, que poderiam se beneficiar com a aparição em horário nobre em uma das emissoras mais assistidas do Brasil. Não poderia dar errado, não é mesmo? A 21ª edição está nos mostrando que sim.

Se você não acreditava na importância de uma boa estratégia de marketing digital, tenho certeza que agora vai concordar comigo: enquanto uma publicidade bem feita pode trazer milhares de novos seguidores, um posicionamento mal elaborado pode derrubar uma carreira. Prova disso são os acontecimentos recentes do programa, em que alguns participantes estão apresentando incoerência de discurso, ou seja, mostrando atitudes diferentes daquelas que costumavam pregar no mundo virtual.

Karol Conká entrou na casa com 1,5 milhão de seguidores e, desde o início do programa, já perdeu 200 mil fãs. E os danos à sua imagem não param por aí. Além da defasagem numérica no Instagram, principal rede social da cantora, ela já sofreu diversas quebras contratuais que, juntas, somam mais R$ 400 mil reais. Por outro lado, Lucas Penteado passou de 178 mil seguidores para 8,2 milhões, um crescimento de mais de 4000% em sua conta comercial. Lucas, apesar de ter entrado no reality no grupo “camarote”, era o único dos companheiros com menos de 1 milhão de seguidores.

Mas afinal, participar do Big Brother Brasil é bom ou ruim para a carreira de famosos? Depende da sua estratégia de marketing digital. Muitos profissionais, especialmente do ramo artístico, se esforçam para passar uma determinada imagem que, no fundo, não representa a verdadeira essência dessas pessoas. Contudo, é a consistência de pensamento que gera credibilidade à marca a longo prazo. Se você está começando uma carreira agora, a dica é: busque sua essência e seja você mesmo, inclusive com seus defeitos.

 

*Fernando Faiad Soni é sócio fundador da agência de marketing digital Stardust (https://stardust.digital)

Fonte: P+G Comunicação Integrada – Fernanda Glinka