FutureBrand Index 2023: Apple é a marca mais preparada para o futuro

A concorrente Samsung ocupa o 5ª lugar, refletindo o propósito de estarem presente no cotidiano dos consumidores;

No Top Five empresas demonstram que é possível escapar do propósito vazio, entregando produtos que as pessoas consideram importantes para o futuro

O FutureBrand Index, estudo que reorganiza as cem maiores companhias da PwC de acordo com a percepção da força de marca, acaba de apresentar os resultados da edição 2023. Neste ano, a análise traz a Apple como marca mais preparada para as transformações do futuro, subindo seis posições na comparação com o ano passado. A empresa também foi destaque no Top Five em 2022, além de liderar a lista em 2016 e 2020.

Um dos principais motivos dessa ascensão é o reforço da percepção em relação à indispensabilidade e gerenciamento de recursos de produtos bem conhecidos no mercado, como iPhone, iPad, Apple Watch, Mac e Apple TV. No geral, a pesquisa revela que se destacam as instituições que priorizam a inovação tecnológica em torno de produtos e serviços para impactar o dia a dia das pessoas. E este é o caso da Apple, que teve pontuação bem acima da média do setor, em todos os atributos.

Vale ainda ressaltar que, enquanto as big techs passavam por diversos layoffs durante o primeiro semestre de 2023, a empresa promoveu esforços para evitar demissões em grande escala. Além disso, a marca é reconhecida mundialmente pelo compromisso com a privacidade de dados e produtos de alta qualidade. Mesmo com o alto preço dos produtos, a abordagem inovadora da Apple tende a manter a marca em destaque.

A lista: empresas que são destaque em 2023

As companhias que estão no Top Five deste ano têm um fator em comum: são líderes em tecnologia e inovação, e possuem negócios pautados por produtos e serviços essenciais, o que comprova que o público mudou a forma de se relacionar com as marcas ao longo dos anos.

“Em um mundo em que a segurança e a proteção são escassas, as marcas devem tornar-se faróis de responsabilidade e de uma atuação baseada em propósitos, o que gera confiança nos consumidores. Isto é especialmente importante porque muitos clientes, desde compradores business-to-business (B2B) até consumidores finais (B2C), desejam interagir com organizações que oferecem produtos e serviços que façam a diferença em suas vidas individuais e no mundo”, explica André Matias, sócio e diretor da FutureBrand São Paulo.

Outro elemento de destaque citado no estudo é a IA. A fornecedora líder de software e chips de IA Nvidia, por exemplo, aparece em 8ª posição, enquanto a ASML, que fornece equipamentos usados pelos fabricantes de chips para produzir chips de IA, ocupa a 9ª posição do ranking. Outras marcas que estão avançando no setor também ascenderam, incluindo a Microsoft (6º lugar) e a Intel (nº 22).

Entre as emergentes mais notáveis estão a Amazon (subiu 15 posições e figura no 16º lugar), Unilever (subiu 13 posições, para o 18º lugar) e Nestlé (agora na 20ª posição, subindo 15), conhecidas pela capacidade de satisfazer as necessidades humanas mais fundamentais num contexto de níveis crescentes de incerteza global causados pelas alterações climáticas, conflitos internacionais, inflação e a ascensão da IA.

Concorrente principal da Apple, a Samsung aparece no 5º lugar. Ambas partilham o Top 5 com empresas B2B que são indispensáveis no cotidiano dos consumidores. A CATL (2º), por exemplo, está possibilitando o futuro dos transportes com suas baterias EV, enquanto a NextEra Energy (3º) desenvolve soluções de energia renovável num mundo à beira de uma crise climática. Finalmente, os microchips produzidos pela TSMC (4º) alimentam desde smartphones até IA.

“Se no passado as principais marcas do mundo eram aquelas que promoviam bons sentimentos, hoje observamos marcas que casam o propósito corporativo com um impacto real e positivo subindo no ranking”, acrescenta André Matias.

Marcas conquistam consumidores pela ética e visão de futuro

Com o declínio da confiança nos governos, nos meios de comunicação social e em outras instituições, as empresas que praticam o que prometem em produtos, missões e valores têm a oportunidade de obter um papel cada vez mais significativo na vida das pessoas. Os entrevistados da pesquisa classificaram que princípios, ética, noção clara do futuro e inspiração de mudanças para o melhor são essenciais para elencar as instituições com melhor desempenho.

Nomes como Apple, Google, Microsoft, Amazon e Coca-Cola foram consideradas as marcas mais valiosas em termos da percepção dos esforços de diversidade, equidade, inclusão, pertencimento e acessibilidade. Já a Apple, Amazon, Tesla, Microsoft e Google foram as melhores classificadas quando se trata de nomes com modelos de negócios mais circulares.

“O índice aponta para um cenário já consolidado: a fim de conquistar uma elevada estima de marca, as empresas devem promover a agilidade, liderar a inovação e abraçar um compromisso inabalável com a responsabilidade social corporativa”, enfatiza André Matias.

Setores com maior destaque

Bens e serviços de consumo não essenciais

O consumo discricionário é o setor dominante deste ano. Diante de um cenário político e econômico instável, as pessoas optam por empresas que oferecem qualidade e segurança na sua vida cotidiana. Das 10 marcas de consumo discricionário na lista das Top 100 deste ano, quatro delas figuram entre as Top 20, destaque para Tesla (7º), Nike (12º), Toyota (15º) e Amazon (16º).

Tecnologia da Informação

Depois de dois anos como topo do índice, a tecnologia da informação continua a ser considerada importante, aparecendo como o segundo setor com melhor desempenho em 2023. Seis das 10 principais marcas do índice são do setor de TI, incluindo Apple (1º), TSMC (4º), Samsung (5º), Microsoft (6º), Nvidia (8º) e ASML (9º).

Bens de consumo

A categoria também apresentou destaque em seu desempenho entre as Top 100 deste ano, registrando um crescimento nos atributos das marcas que “tornam a vida melhor”. A Unilever e a Nestlé entraram no Top 20, ficando em 18º e 20º lugares, respectivamente. A Anheuser-Busch InBev obteve um desempenho que merece destaque, subindo 25 posições, ocupando a 39ª posição, enquanto a L’Oreal escalou 16 posições, ficando na 42ª posição.

Energia e serviços públicos

A líder do ano passado, NextEra Energy, aparece em terceiro lugar, destacando a relevância do trabalho no desenvolvimento de soluções de energia renovável num mundo à beira de uma crise climática. Apesar de atuarem em um mercado constantemente desafiador, as empresas de energia e serviços públicos registraram considerável melhoria em suas classificações quando consideramos as Top 100 este ano.

Serviços de comunicação

As organizações que desempenham papel fundamental em manter as pessoas em todo o mundo conectadas por meio da internet e das redes móveis subiram algumas posições. Destaque para a AT&T, que ascendeu 32 posições, ocupando o 38ª lugar. Além disso, a IA generativa impactou todo o entusiasmo em torno do metaverso, e com isso, a Meta Platforms caiu 12 posições, passando a ocupar a 17ª posição no ranking, mostrando que, apesar de ter menor destaque, ainda permanece com atuação relevante.

Metodologia

O Índice FutureBrand é um estudo de percepção global, baseado no Global Top 100 da PwC. O estudo determina a força da marca de cada empresa com base em 18 experiências e atributos de propósito, como consistência (oferece uma experiência consistente aos clientes), gestão de recursos (age eticamente para manter um ambiente sustentável), indispensabilidade (as pessoas dependem da marca), inovação (cria produtos e serviços que são genuinamente úteis), confiança (é uma marca confiável) e bem-estar (contribui para o bem-estar das pessoas).

O Índice FutureBrand oferece uma avaliação rigorosa do quão à prova de futuro as 100 empresas mais valiosas do mundo são, com base na opinião de um público informado e amostra profissional. Mais de 3.000 profissionais de negócios foram entrevistados entre 31 de maio e 12 de junho de 2023. A pesquisa foi conduzida em parceria com a QRi Consulting, um fornecedor global de pesquisas e especialista em marca, comunicação, estratégia de produto e táticas.

Fonte: Daniela Pimentel | PINEPR

Marcas que cativam e conquistam seus futuros consumidores

Estratégias de Shoppertainment transformam o marketing para o público infantil e jovens que representam o futuro do consumo

Por Patricia Artoni*

A capacidade de atrair e envolver o público mais jovem é fundamental para o sucesso das marcas. Os jovens representam o futuro do consumo, e conquistar sua preferência desde cedo pode resultar em uma base de clientes leais que acompanhará a marca ao longo de suas vidas. No entanto, os jovens de hoje não buscam apenas benefícios funcionais em seus produtos. Eles anseiam por entretenimento e experiências significativas. Recentemente, a Kids Corp conduziu uma pesquisa abrangente para analisar as marcas preferidas e confiáveis entre crianças e adolescentes na América Latina. Os resultados deste estudo, baseados em respostas de 8.437 entrevistados entre janeiro e julho de 2023, lançam luz sobre como as estratégias de Shoppertainment, estão transformando o marketing para o público infantil.

Patricia Artoni, professora da FIA Business School

Os resultados da pesquisa da Kids Corp revelam preferências por marcas e a confiança que elas geram nesse público. O YouTube lidera as preferências, com 13% dos jovens elegendo-o como sua marca favorita e 24% como confiável. Outras marcas que se destacam como preferidas incluem Roblox e Nike, ambas com 8% de preferência, seguidas de perto por Adidas e McDonald’s, com 7% cada. Netflix e PlayStation também desfrutam de alta popularidade, com 6% de preferência, e a Disney fecha a lista das marcas preferidas, com 5%.

Esses números refletem o poder das estratégias de Shoppertainment, nas quais as marcas conseguem entreter, educar e envolver jovens, conquistando tanto seu coração quanto sua confiança. As marcas preferidas apresentam algumas características principais, como a capacidade de alegrar o público (31%), ser engraçado (30%), proporcionar alta qualidade (25%), oferecer conteúdo envolvente (19%) e fazer-se presente pela indicação e consumo dos amigos (18%).

O favoritismo não acontece ao acaso. No mundo atual, o vídeo é rei. O estudo da Kids Corp mostra que o YouTube é o canal líder, com 52% das respostas indicando que as campanhas de marketing foram assistidas lá. Os jovens consomem conteúdo de vídeo de maneira voraz, e as marcas que desejam se destacar devem dominar essa linguagem. O vídeo é altamente envolvente, memorável e compartilhável, tornando-se uma ferramenta essencial para contar histórias, demonstrar produtos e criar conexões emocionais com o público.

Os jovens estão cada vez mais conscientes das autênticas intenções das empresas e desejam se conectar com aquelas que compartilham seus valores. Portanto, ser genuíno e autêntico em sua abordagem é essencial. Além disso, as marcas destacadas pelo público têm o foco na criação de experiências memoráveis e não em vendas diretas.

Quando os jovens se sentem envolvidos, educados e entretidos, as vendas se tornam uma consequência natural. O estudo também revela que as marcas bem-sucedidas são eficientes em criar uma sensação de exclusividade e mantendo os consumidores envolvidos.

No cenário de marketing em constante mudança, o Shoppertainment é, sem dúvida, uma das tendências mais promissoras. Para conquistar os corações e mentes dos consumidores mais jovens e construir marcas verdadeiramente memoráveis, é fundamental adotar estratégias que promovam o entretenimento, educação e autenticidade, tudo isso com ética e responsabilidade.

* Patricia Artoni é professora da FIA Business School

Pós-conexão, e não pós-vendas

Por Faisal M. Ismail*

No mundo das marcas e consumidores há um paradoxo intrigante. De um lado, todos nós desejamos nos apaixonar pelas marcas, construir uma relação duradoura, falar dela, indicar para amigos. Queremos mais do que comprar algo; queremos fazer parte da história da marca e ter experiências positivas. Porém, a maioria das empresas parece ignorar completamente essa necessidade humana de conexão e praticam apenas vendas, não investem em relacionamento com o cliente.

O marketing de relacionamento é uma estratégia fundamental para as empresas que buscam aumentar a retenção de clientes e estender o ciclo de vida deles dentro da organização. O fato é que investir no marketing de relacionamento não traria somente mais lucro, mas também um exército de fãs que indicariam a marca. Afinal, quem não gosta de compartilhar o que gostou?

As marcas que focam apenas em vendas imediatas esquecem o potencial de criar uma relação genuína. Não é uma simples transação. É um investimento em confiança e fidelidade. É nutrir uma conexão. É dar continuidade à oportunidade de contato com uma pessoa que pode trazer mais vendas, direta e indiretamente. Em vez de encerrar o contato após a venda, o pós-relacionamento mantém a comunicação aberta.

A retenção de clientes é a essência do marketing de relacionamento e traz um ambiente propício para a criação de valor ao cliente, o famoso “brand equity”. Esse valor não surge do nada, ele vem de uma conexão de qualidade, onde o desempenho eficiente do time, um preço competitivo, benefícios superados e experiências gratificantes se combinam para fortalecer o relacionamento.

Na prática, o pós-venda tradicional se resume a um contato superficial para resolver eventuais problemas ou enviar mais ofertas. Já o pós-relacionamento vai além, busca manter a conexão, entender as necessidades em evolução do cliente, oferecer suporte contínuo e proporcionar experiências excepcionais ao longo do tempo.

É comum ouvir especialistas insistindo em dispersão nas redes sociais, amplos investimentos em funis de vendas, enquanto toda essa verba poderia ser potencializada com mecanismos para manter a marca na vida do cliente. Investir no marketing de relacionamento não apenas desafia o paradoxo existente, mas também se revela um caminho seguro para alcançar um sucesso sustentável.

*Faisal M. Ismail é odontólogo, empresário, especialista em marketing e gestão empresarial, e autor do livro O Ouro no Marketing de Relacionamento.

Influenciadores: como trabalhar de forma estratégica

Por Fabiana Ramos*

Na comunicação com o mercado, é preciso alinhar a interação com influencers com aspectos essenciais do negócio. Saiba o que levar em conta nessa jornada

Fabiana Ramos, CEO da PinePr. Créditos: Divulgação PinePR

Nos últimos anos, se tornou praticamente um consenso de mercado que contar com influenciadores como parte de uma estratégia de comunicação era não apenas necessário, mas praticamente obrigatório. E, de fato, inúmeros casos de sucesso e argumentos existem para defender essa ideia. Só para citar alguns pontos:

  • Influenciadores criam uma via adicional de contato da marca com o público, oferecendo sua credibilidade como avalista;
  • Consumidores não confiam em publicidade tradicional e têm ressalvas a comunicação das próprias marcas;
  • Influenciadores são vistos como pessoas capazes de apresentar novas marcas e produtos para os clientes de uma forma tida como mais imparcial;
  • Atuar com influenciadores permite que as marcas sejam mais ágeis na exploração de redes sociais emergentes ou de inovar em suas estratégias de comunicação.

Um estudo divulgado recentemente pela Opinion Box a partir de entrevistas com 1.500 usuários brasileiros do TikTok mostra que 52% deles gostariam que as marcas usassem mais a rede social para divulgar seus produtos. Como é preciso estar onde o cliente está, expandir a presença em mídias sociais e dar foco aos influenciadores como uma forma de participar das conversas parece ser um caminho óbvio de atuação.

O problema de tudo o que parece óbvio, porém, é assumir que dará certo sem uma estratégia clara embasando as ações. No caso da comunicação via influencers, é preciso ter uma estratégia muito bem definida, para otimizar investimentos e colher melhores resultados.

Conte com personalidades afins

Parte do nosso trabalho como agência de comunicação é ajudar nossos clientes a identificar oportunidades de relacionamento com os clientes em uma atuação 360 graus. Vamos bem além da assessoria de imprensa para buscar, em podcasts, eventos, comunicação via influencers e uma série de outras maneiras, as melhores maneiras de fazer com que cada cliente fale com seu público.

Com esse posicionamento, precisamos estar sempre atentos para perceber quem são os influenciadores que fazem sentido dentro da estratégia, da personalidade e dos objetivos de negócios de cada marca. Neste trabalho, é preciso dizer “não” com muita frequência.

Isso porque o trabalho com influenciadores não deve ser visto como uma oportunidade – e sim como um match de personalidades que poderá ser rápido ou duradouro, mas que será eterno enquanto dure (como diria o poeta). Por isso, o principal pilar de uma estratégia de comunicação via influencers é identificar quais são as pessoas e canais que fazem sentido para a marca e para o consumidor.

O influenciador precisa ter fit com a marca – mesmo que seja a primeira vez em que os dois trabalham juntos. O público-alvo e o tom de voz precisam fazer sentido, mesmo que se trate de uma ação de guerrilha, feita para surpreender. O espaço é amplo para exercer a criatividade, mas é preciso estabelecer uma comunicação de pessoa para pessoa – do influencer para a audiência.

Nesse processo, o influenciador precisa ser reconhecido pelos consumidores como alguém apto a emitir uma opinião sobre o produto que está vendendo (seja um produto real, como uma camiseta, ou a credibilidade de uma empresa como líder em conteúdo). Mas existe uma camada que pouca gente aborda…

Qual é o impacto sobre o negócio?

Na maioria dos casos, os resultados das ações com influenciadores ainda se baseiam em métricas “de vaidade”, como o número de views, likes e compartilhamentos. No dia a dia dos negócios, é preciso ir muito além disso para gerar relevância para o negócio.

Não que essas métricas não sejam importantes – afinal de contas, o alcance conta muito na presença de uma marca no mercado. Mas é preciso ir além disso e conectar esses números aos objetivos-chave do negócio. Os OKRs, na sigla em inglês, apresentam esses objetivos e fornecem balizadores muito claros do que é importante, naquele momento, para o negócio.

Estruturar a comunicação segundo os OKRs da empresa garante um alinhamento das ações com o que é mais relevante do ponto de vista de negócios: gerar faturamento de forma consistente, atraindo novos clientes, retendo os consumidores atuais e ampliando seu tíquete médio.

Com o uso de OKRs e seu desdobramento em indicadores-chave de desempenho (KPIs) para as ações de comunicação, a empresa consegue responder à “pergunta de um milhão de dólares”: “qual é o impacto dessas ações para as vendas?” Mesmo que o objetivo direto da ação não seja a geração de vendas (dificilmente alguém termina um podcast e vai às compras), ela precisa contribuir para a consolidação da imagem da marca dentro daquele mercado, para que o público que segue o influenciador passe a considerar seus produtos e serviços como possibilidades viáveis.

Essa é uma estratégia de médio e longo prazo, que constrói, a partir de cada interação com o público, novas oportunidades de relacionamento. É preciso ser constante e consistente, seja nas relações diretas com consumidores finais (B2C), seja no relacionamento com empresas (B2B). Inevitavelmente, quando um negócio não parte dos OKRs para identificar onde e como se apresentar para o mercado, a consistência fica em segundo plano.

Nem tudo são flores

Nesse aspecto, é preciso estar muito atento a um ponto importante no uso de influenciadores como uma forma de dar impulso aos negócios. Como o influencer de certa forma “empresta” sua credibilidade para o negócio, ruídos na comunicação do influenciador podem respingar em sua marca.

Já vimos inúmeros exemplos: um influenciador cresce, ganha visibilidade e, em algum momento, faz um comentário ofensivo / misógino / elitista / racista que afeta sua imagem e a de todas as marcas que estão conectadas a ele. Somos todos seres humanos e falhamos muitas vezes, mas quando a credibilidade de um negócio (e a vida de dezenas, centenas ou milhares de pessoas que trabalham na empresa) está envolvida, é preciso ser muito mais cuidadoso.

Aqui, os OKRs também podem dar uma contribuição muito importante. O alinhamento do perfil dos influenciadores aos objetivos-chave do negócio traz para a discussão questões como o posicionamento e o propósito da empresa e do influencer. E, inevitavelmente, essas questões acabam sendo fundamentais para o sucesso do negócio no longo prazo.

Por isso, ao desenvolver uma estratégia de comunicação que tenha o relacionamento com influenciadores como um ponto importante, vá além das métricas de alcance: alinhe seus objetivos-chave e o propósito do seu negócio ao que o influencer pode trazer. E seja seletivo: relevância não se constrói de forma massificada, mas com sabedoria.

*Fabiana Ramos é pós-graduada em Gestão Comercial, com 20 anos de experiência em empresas multinacionais, hoje é a CEO da PinePR, agência de relações públicas especializada em scale-ups e empresas de tecnologia e inovação. Responsável, principalmente, pela expansão comercial da agência e pelo avanço da oferta de produtos e serviços. Ela tem a missão de colocar em prática as decisões tomadas no conselho administrativo da empresa, reforçar o posicionamento da PinePR como referência no mercado e garantir a melhor experiência para os clientes. Em sua última experiência, Fabiana atuou por 3 anos na expansão comercial da Swarovski no mercado B2B, desenvolvendo uma abordagem internacional de vendas com foco intensivo nos países da América Latina.