Performance e experiência do consumidor

Não existe mídia de performance sem experiência do consumidor

Por Fernando Teixeira*

Quantas vezes você já foi a um evento ou leu um artigo de um profissional de marketing falando maravilhas sobre a incrível performance de marketing e mídia de uma empresa, enquanto você lembrava da péssima experiência que teve com aquela marca? Ligações insistentes, o banner que te persegue na internet, o vídeo que cobre a notícia inteira – cenas de praticamente um filme de terror. Filme, não: um seriado de episódios diários que jogam totalmente contra a proposta de cativar e fidelizar clientes e torná-los promotores das marcas.

Corriqueiras, as situações acima ilustram o status-quo: muitas vezes os profissionais de marketing trabalham tão focados na performance que se esquecem da não-performance. Comemoram uma taxa de clique (CTR) de 1% sem pensar que isso pode significar que 99% de pessoas não ligam para a sua mensagem. Isso mesmo: consumidores que não estão nem aí! Definitivamente, não querem vê-la ou assisti-la. Nessa toada, anunciantes muitas vezes compram mídia barata e gastam o mínimo em produção para derrubar o custo de aquisição (CPA) sem perceber que, na verdade, estão gastando para entregar experiências irrelevantes a muitas pessoas.

Esse custo de “não-CPA” ou “não-CTR” pode não ser contabilizado, mas tenha certeza: a conta chega. Cada experiência não relevante, não personalizada e intrometida da marca, torna mais difícil (e mais caro!) converter os não-consumidores. Mais do que isso, o efeito rebote é imediato: com esse tipo de experiência negativa que insiste em persegui-lo, o consumidor passará a odiar a marca.

O nível de exigência dos consumidores de hoje é outro. O sarrafo está lá em cima. Empresas nativas digitais como Amazon, Facebook, Airbnb, Uber e tantas outras oferecem uma experiência tão boa e consistente ao longo do tempo que acabam por se tornarem o “novo normal” em padrão de referência.

Vivemos uma era de experiências acumuladas. Todos os impactos positivos com a marca, em interações de milésimos de segundos, contam. As experiências negativas também. Quando tratamos especificamente da publicidade digital isso é ainda mais acentuado, pois – enquanto consumidores – cada vez menos aceitamos a interrupção da propaganda. Como resposta, recorremos aos bloqueadores de pop-up e pagamos por serviços para não ter propaganda. Não é que a propaganda virou vilã, mas sim que ela é simplesmente irrelevante para uma imensa audiência impactada pela campanha.

Para resolver esse desafio, a propaganda precisa da tecnologia. Esse casamento é essencial para entregar mensagens personalizadas, pessoa por pessoa, no contexto correto, no momento certo, no melhor site, pelo melhor custo para a marca. Hoje, graças à automação da publicidade, isso é possível ser feito em escala e com baixo custo. A automação para o marketing, a inteligência artificial e o aprendizado das máquinas são os elementos tecnológicos que viabilizam essa sinergia entre publicidade digital e consumidores. São estes recursos que ajudam o marketing a entregar o que as pessoas querem, na hora em que elas desejam, culminando na entrega de boas experiências e em maiores oportunidades de negócios. Bom para consumidores, bom para as marcas.

O ponto de partida para o perfeito desenrolar da experiência com publicidade digital está no conhecimento que as marcas têm de seus consumidores, suas audiências, e de como se comportam no ambiente on-line. Só depois disso a mídia é acionada. A compra de mídia com base em dados (data-driven) é assim: cresce conforme se adquire conhecimento, e não conforme foi negociada a verba.

A mensagem que as pessoas recebem deve ser personalizada, uma a uma. Depois do clique, a vida continua no site e nos apps. Nesses ambientes, o consumidor deve ser recebido com a mesma mensagem que viu na mídia. Um site deve se transformar em milhares de sites, um para cada audiência, levando-as até a conversão. Tudo isso contribui para o desenho de um ciclo virtuoso para a marca: mais conhecimento do público, novas experiências, campanhas, interações e – chegamos lá – performance/conversão.

Para entregar esse marketing sem rupturas, os gestores da área precisam entender de tecnologia. Devem aprender sobre sistemas, plataformas e dados. O novo marketing passa obrigatoriamente por APIs e integrações. É um marketing cirúrgico, pensado nos detalhes, podendo atingir mais ou menos gente até encontrar seu ponto ótimo – o ponto da melhor experiência para o consumidor e performance para a marca.

Como isso nem sempre significa comprar mais veiculação, muitas vezes os incentivos dos vendedores de mídia podem não estar alinhados com os do anunciante. É por isso que as marcas devem ser protagonistas, exigir transparência na cadeia e se estruturar com pessoas e plataformas. Terceirizar toda a operação de marketing pode significar deixar os incentivos da cadeia dominarem, cada um do seu jeito. O resultado é a proliferação do status-quo: a comemoração cega da performance de 1%, enquanto se gasta dinheiro da marca com mensagem que não interessa.

*Fernando Teixeira é head de advertising da Adobe para a América Latina.

Adobe e IAB realizam webinar gratuito sobre transparência e performance na compra de mídia online

Aula online aborda tecnologias e boas práticas nos modelos existentes no mercado

Diminuir os custos de mídia e aumentar a conversão, são os principais objetivos para os profissionais que trabalham com compra de mídia online. Essa atividade do marketing exige também práticas que contribuam para a maturidade e evolução do mercado. Pensando nisso, a Adobe, em parceria com o IAB, realiza – no próximo dia 17 – o webinar gratuito Transparência e Performance na Compra de Mídia Online, ministrado por Fernando Teixeira, Líder da Prática de Advertising da Adobe.

Teixeira abordará questões como a transição para um modelo transparente de investimento em mídia, dando total visibilidade ao anunciante. “Um veículo que vende por clique pode parecer, à primeira vista, o modelo mais eficiente. Porém, esse veículo fica com a diferença entre o quanto pagou aos sites e portais pelas impressões e quanto vendeu pelo clique ao anunciante, o anunciante pode se apropriar disso se utilizar plataformas para compra direta de impressões”, explica.

O executivo também dará dicas para entrega de experiências diferenciadas e lembra que gerenciar os próprios dados é essencial, pois, atualmente, essas informações são peça-chave no relacionamento com os clientes. “É pouco proveitoso para as empresas terceirizarem esse gerenciamento de dados que permeiam toda a experiência dos consumidores e depois pedir relatórios. Dados são o novo petróleo de praticamente qualquer negócio”.

Teixeira discutirá ainda como tratar a transparência considerando Private MarketPlaces (PMP) e Real Time Bidding (RTB), tecnologias para publicidade online, mensuração de resultados no modelo transparente de compra de mídia, entre outros.

No caso do PMP, o Líder de Advertising da Adobe afirma que há vantagens neste modelo de negociação em que o relacionamento vem antes da tecnologia, “pois pode unir o melhor dos dois mundos: programático e pessoal”. Já sobre RTB, o executivo abordará os benefícios do método de negociação. “Ao transacionar por meio de RTB, o anunciante não precisa comprar um estoque de inventário, e sim só dar lances em tempo real, de acordo com o perfil do consumidor, sem desperdiçar um grande número de impressões”, finaliza.

Sobre o palestrante

Experiente profissional de marketing digital, Fernando Teixeira foi o responsável pelas operações digitais no Brasil e na América Latina das agências de propaganda GREY e LOWE, liderando as iniciativas digitais de clientes como Unilever, Alpargatas, GSK e P&G. Com mais de 18 anos de experiência, já estudou gestão no INSEAD e, em 2015, terminou seu MBA Executivo em Inovação no MIT – EUA.

Hoje na Adobe, Teixeira lidera a prática dos produtos de Advertising Cloud (otimização de mídia performance, criação dinâmica de anúncios e Programática), ajudando grandes empresas no seu caminho de transformação digital por meio das soluções Adobe.

Antes, Teixeira também teve passagens pelas agências Razorfish, Wunderman – onde foi vice-presidente de atendimento e RAPP. Já trabalhou para clientes como Ford, Land Rover, ASICS, Pfizer, Roche e SKY. Teixeira ainda participa do ecossistema de startups brasileiro como investidor anjo e investidor líder na Anjos do Brasil.

Serviço:

Webinar: Transparência e Performance na Compra de Mídia Online

Data: 17 de agosto, às 15h (com uma hora de duração)

Inscrições: http://bit.ly/2vnDPt7

Fonte: RMA Comunicação – Rafael Bueno

O aumento do tráfego via mobile

Tráfego mobile: os desafios do crescimento

*por Felipe Vilarinho

O crescimento do tráfego de dados móveis tem sido contínuo e, sem dúvidas, continuará evoluindo em taxas representativas. Recentemente, o estudo Visual Network Index Mobile da Cisco mensurou essa percepção e identificou que até 2021 o crescimento desse tráfego será de sete vezes. E isso apenas considerando as redes de celulares, o que não inclui internet wi-fi. Impressionante, não? Mas, principalmente, desafiador para os negócios que usam a internet em seu dia a dia.

Independentemente do meio de acesso – dados, wi-fi, etc. – esse “boom” se dá pela forma de consumo de conteúdo online, que vem mudando e utilizando cada vez mais recursos de imagens e vídeos, principalmente. Além do crescimento do streaming de vídeo – incluindo as transmissões ao vivo -, há também o crescimento de usuários conectados, que evolui de forma muito rápida. Ou seja, mais gente conectada, fazendo e consumindo conteúdo em todos os formatos disponíveis.

Muitas das empresas têm entendido a necessidade de se adaptar a esse cenário e, inclusive, têm adotado novos formatos de conteúdo em suas estratégias. Mas ainda há pontos a serem aprimorados. Essa melhora é, na verdade, constante, pois é preciso lidar com o crescimento e os novos desafios que surgem dia a dia. Felizmente, já temos tecnologias robustas e aptas a suprir tudo isso.

Antes de definí-las, é importante considerar os riscos desse crescimento. Os primeiros são ligados à segurança da informação. Com o aumento do uso de dispositivos móveis, aliado à tendência da IoT (Internet of Things ou Internet das Coisas), o número de hackers está aumentando muito e, hoje, o Brasil já é 3o país mais prejudicado por ataques em dispositivos móveis, segundo estudo da Trend Micro. Quando o dispositivo móvel é comprometido, o atacante pode roubar informações importantes e utilizá-las para conseguir acesso ou comprometer outra aplicação e/ou serviço. Além disso, pode utilizar as informações como um gerador de DDoS (Distributed Denial of Service) a aplicações e/ou serviços.

Outro ponto importante é com relação à performance e disponibilidade no acesso das aplicações e/ou serviços. Se as empresas não construírem suas aplicações e/ou serviços pensando nesses aspectos, o impacto negativo – como o site passar algum tempo fora do ar – pode ser bastante prejudicial à imagem da marca, além de poder reduzir a conversão de vendas.

As soluções que visam segurança, performance e disponibilidade devem fazer parte de um processo de revisão e aperfeiçoamento contínuo das aplicações e serviços como, por exemplo: análise da experiência de navegação dos usuários, análise de vulnerabilidades, revisão/sugestão de regras de bloqueios, etc.

Daqui para frente, os acessos continuarão a crescer indiscriminadamente, principalmente quando a IoT (Internet of Things) se popularizar e os ataques cibernéticos ficarem cada vez mais sofisticados e de difícil detecção. E sem esse processo de revisão e aperfeiçoamento contínuos, as empresas que definem seu planejamento estratégico com foco em aplicações e/ou serviços online ficarão vulneráveis.

Como comentei, estamos bem munidos de tecnologias, porém, nem todas as empresas buscam se informar a respeito disso e algumas não usam de maneira adequada as tecnologias que adotam. Acredito que, ainda mais importante do que a tecnologia em si, é ter um parceiro que saiba como ela pode ser melhor aproveitada, considerando as necessidades da empresa e visando sempre o aperfeiçoamento contínuo. Afinal, como disse anteriormente, o volume de acessos continuará crescendo, assim como os ataques ficarão mais sofisticados.

*Felipe Vilarinho é gerente de projetos da Exceda, líder na América Latina em soluções de segurança e web performance e representante da Akamai.

Artigo aborda relação branding e perfomance

Mas afinal, existe branding sem performance?

Por Gabriela Viana*

Recentemente, estive em pelo menos dois eventos nos quais o assunto de marca e performance foram direta ou indiretamente discutidos, bem como apresentações de uma empresa sobre plataformas tecnológicas para marketing. Entre os comentários feitos durante os eventos, os que mais me chamaram a atenção foram:

— Por que empresas de tecnologia estão agora assumindo que fazem marketing?

— Grande parte do que essa empresa de tecnologia acaba de apresentar, nós nem sabemos para o que serve.

— Branding é branding, e performance é performance.

Mais de um cliente ou representante de agências de publicidade questionou a tecnologia, os impactos negativos do seu uso, a invasão de empresas de tecnologia e outras frases de estranhamento ao assunto chato da performance – e ao uso da tecnologia para garantir performance. Uma pergunta (a meu ver, retórica), não saiu da minha cabeça durante os eventos:

— Existe branding sem performance?

A abertura do IAB Branding & Performance deste ano, por exemplo, teve um manifesto do IAB a respeito de Brand Safety: como plataformas digitais e a compra programática de mídia podem garantir que comerciais das marcas não apareçam próximos a conteúdos impróprios. Também incluiu discussões sobre Fake News e o impacto que a disseminação de notícias falsas nas plataformas digitais tem, por exemplo, na política.

Com dois sinais tão claros de que a tecnologia transformou de forma radical a mídia, não deveríamos estar discutindo se cabe ou não o uso da tecnologia e dos dados na construção das marcas. Deveríamos evoluir na discussão de que, para construir marcas, são mandatórios grandes investimentos em mídia. Deveríamos estar discutindo quais as tecnologias eficientes na construção de marcas – e como usá-las.

Existem impactos negativos no uso prevalente de tecnologia? Sim, também. Estamos renegociando vários aspectos da nossa vida, nossa matéria profissional sendo apenas uma parte afetada.

Isso não quer dizer que não haja qualquer impacto negativo em como o marketing tradicional ainda é feito. Desde alocar investimento em um único tipo de mídia até considerar que a comunicação realmente vive apartada da experiência: um comercial lindo, uma experiência com a marca não tão linda.

Experiência! A comunidade do marketing não pode opor branding à performance, como se existissem como elementos isolados. Menos ainda pode seguir adiante usando a tecnologia como mero acessório – obrigatório, porém marginal. Mesmo a frase tantas vezes repetida como um mantra – “a tecnologia é apenas um meio” –, é perigosa, pois aparta. Define a tecnologia como canal e não como centro nevrálgico do que estamos presenciando como uma revolução que já está em curso.

Usemos a Netflix e a Amazon como exemplos. Outras perguntas – retóricas, novamente:

Podemos argumentar que não são grandes marcas? E podemos, realmente, questionar o quanto de tecnologia – e portanto, performance também – está envolvido em entregar a experiência de conteúdo e compras que ambas entregam?

Essas marcas não foram construídas a partir de “campanhas 360” e comerciais no horário nobre da TV. O uso da tecnologia é irreversível, simplesmente porque os consumidores aprenderam a usar – e a gostar – da experiência. Estamos falando de apenas duas marcas que já existem e são gigantes em suas áreas, não sobre marcas que ainda vão surgir. A Netflix vai tão longe quanto criar uma série baseada no perfil de uso da sua audiência. É informação em escala alterando o produto, e não a entrega do produto, nem apenas comunicando a existência do produto.

Uma estratégia de marketing baseada em dados, informação e criatividade é fundamental para criar uma experiência de impacto que seja tanto individual quanto escalável. Isso obviamente não elimina a criatividade. Pelo contrário, a coloca a serviço da entrega de boas experiências aos consumidores.

Será que nós, profissionais de marketing e agências, se pudéssemos escolher, ficaríamos só com o branding? O branding aqui entendido como: “vamos ter uma ideia bem legal e então criar uma campanha linda”? Já perdi a conta das vezes em que me pediram para indicar “alguém bom em digital”. Quantas empresas ainda estão terceirizando atividades que envolvam dados e informação sobre seus próprios clientes? Ou empresas que não fizeram distinção entre mídia e tecnologia na hora de escolher parceiros.

O uso da tecnologia não pode ser entendido como uma simples maneira de mensurar os resultados (como algo que acontece isolado no tempo). A performance faz parte da experiência do consumidor, tanto quanto a ideia criativa. Toda a experiência do consumidor com a sua marca – e o quanto desta experiência demonstra que você o reconhece e o quanto a experiência se transforma ao reconhecer esse consumidor – será determinante para a construção de marca.

Novas marcas nascem de um novo uso ou aplicação dada à tecnologia e outras marcas se transformam, e se mantêm relevantes, ao também encarar a tecnologia como um aspecto indissociável do negócio – e da marca.

Então, vamos à boa (ou à má, dependendo do ponto de vista) notícia: não vai ter branding sem performance. Escolha um caminho através do qual esta seja uma boa notícia para a sua empresa. Comece aprendendo para que servem os produtos criados pelas intrometidas empresas de tecnologia de marketing e então tome decisões sobre quais das soluções disponíveis vão ajudar a sua marca a entregar incríveis experiências de consumo.

*Gabriela Viana é diretora de Marketing da Adobe Systems para a América Latina