Coluna Propaganda&Arte

Resiliência: a palavra da moda tem muito a dizer sobre você

Esta capacidade de se moldar a qualquer situação é louvável. Primeiro, porque demanda treinamento e musculatura exemplares. Depois, porque vai muito além do aspecto físico, estou falando da resiliência emotiva, mental, energética e, quiçá, espiritual.

Resiliência foi a palavra mais pesquisada no Google (Brasil e Portugal) em 2015, o que
demonstra que apesar de muitos já nascerem resilientes, só fomos aprender seu significado poucos anos atrás. (Valeu, Google!)

Qual a importância de ter consciência daquilo que se é?

Se você é resiliente, ótimo. Seus costumes e sua postura no trabalho, em casa, numa
situação adversa, vão continuar assim. Agora, se você toma consciência que possui esse atributo, pode intensificá-lo. E isso serve para qualquer conceito, qualidade ou defeito seu (daí você não intensifica, mas suaviza).

Ao identificar algo, você traz para uma área consciente do cérebro, pode melhorar ou
tirar o foco daquilo que não interessa. Afinal, quanto mais nos conhecemos, e isso faz parte do autoconhecimento, você poderá organizar e administrar suas ações e reações melhor.

Será que você precisa trabalhar a paciência ou a resiliência?

Não se cobre mais do que irá aguentar, vá com calma. Ser resiliente pode ser algo nato
ou aprendido, então veja só.

Bruce Lee, em uma de suas belas passagens, fala que gostaria de ser como a água, que se molda a situações com perfeição. Num copo de água, por exemplo, ela está na forma do copo, e logo se ajusta para sair de lá para qualquer outro local, em um movimento perfeito, adaptando-se e até ferindo o seu oponente, se ela for direcionada com a intensidade e potência necessárias, vide os cortadores industriais que conseguem, através de jatos de água, cortar perfeitamente chapas de metal.

A comparação com a natureza é fundamental, pois desde quando começamos a andar
sob duas pernas, nós gostamos de nos comparar com aquilo que mais se parece com a gente.

Os animais e as outras formas de vida sempre foram inspirações, afinal estamos todos
juntos nessa. Somos diferentes tipos de combinações celulares, moleculares, atômicas, mas somos todos tipos específicos de seres vivendo e convivendo numa mesma frequência espectral, vibracional e energética que nos permite existir e interagir, para o bem ou para o mau, mas nos modificando para evoluir sempre.

Resiliência talvez seja a peça fundamental da evolução.

Os mais resilientes conseguiram fugir dos ursos e animais ferozes que os atacaram,
dando a volta por cima e atacando-os.

Os mais resilientes decidiram se arriscar em uma situação diferente, ao encontrar uma
fogueira ou uma árvore pegando fogo após um raio acertá-la.

As reações mais comuns seriam as mais cômodas: fugir, evitar, não prestar atenção, menosprezar, desviar, despistar ou deitar e dormir em sua caverna escura e segura. Essa não era uma postura resiliente, não mesmo. E não estamos falando apenas de coragem, pois aqueles que se atiravam na boca do tigre também não sobreviviam para contar a história, nem representavam um ser evoluído, pois não deixava prole.

Os resilientes, todavia, cientes de suas capacidades, agiam na hora certa, usavam a pressão do momento para ter a atitude certa, mudavam até seus próprios conceitos e compreensões: aprendendo algo novo com humildade, sentindo a pancada, mas se levantando com ânimo, como se não fosse o fim da linha.

Você tem vontade de se transformar e evoluir todo dia?

Esse tipo de atitude precisa ser parte da conduta dessa pessoa que se diz “resiliente” no currículo. Caso contrário, será apenas mais uma palavra da moda, que todos querem ter e pendurar em suas vitrines de habilidades, mas que poucos realmente são.

Resiliência é uma mistura de resistir com paciência, claro, numa interpretação minha e não etimológica. Uma versão muito mais poética do que qualquer coisa. Até porque sua origem etimológica tem muito mais a ver com a minha história aqui citada: resiliens, do latim, saltar para trás, voltar… tá aí! Pronto, se um tigre, leão ou urso aparecer na sua frente, seja no trabalho, em casa ou no seu dia a dia, já sabe o que fazer. Salte para trás, mas não fuja, saiba que para sobreviver, cedo ou tarde, você vai precisar abater esse problema. Começando pelos seus próprios medos.

As marcas de hoje são resilientes?

Agora, deixando de lado essa parte de autoajuda (que eu acho muito importante, sem ser clichê), podemos voltar o tema para as marcas e empresas que enfrentam suas próprias provas, crises e desafios.

Algumas são resilientes sim, aprendem e evoluem. Outras preferem evitar o confronto e perdem uma grande oportunidade de crescer. No futuro, só marcas resilientes, que se adaptam às mudanças, poderão sobreviver e, acredite, pessoas resilientes farão parte da equipe.

Se você chegou até o fim deste texto, saiba que você foi resiliente. Poucos resistem a uma leitura mais longa e logo que veem um texto maior, fogem. Parabéns! Agora talvez seja a hora de pensar: na sua vida, você tem sido resiliente também? Você está preparado para “saltar para trás”, mas sem fugir e sim para enfrentar com mais preparo e foco os desafios?

Prevejo muitos leões para matar nos próximos anos. Grandes amigos da tribo, preparem-se para a luta.

Coluna “Discutindo a relação…”

O que as pessoas pensam ou o que as pessoas sentem?

Coincidiu de a minha coluna cair exatamente no Dia do Consumidor. Sim, hoje, 15 de março, é o Dia do Consumidor. E a primeira coisa que me veio a cabeça é o discurso predominante atualmente no mundo da comunicação e do marketing que afirma que devemos, sempre, nos lembrar de que o consumidor é uma pessoa. É gente. Como a gente.

Longe de ser só uma expressão ou conceito “modinha”, entender que o lado humano das relações comerciais (e de comunicação comercial por consequência) é muito importante tornou-se algo obrigatório e fundamental. E para entender gente temos que lembrar que pessoas são movidas por razão e emoção. O tempo todo! Toda hora!

Então eu pergunto: é mais importante saber o que as pessoas pensam ou o que as pessoas sentem?

Difícil responder…

Em seu capítulo sobre planejamento para o livro “Tudo que você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência para explicar”, o grande e inesquecível mestre Julio Ribeiro afirma: “Depois de muitos anos e uma centena de pesquisas, tenho constatado que, em geral, as pessoas não sabem por que fazem as coisas, mas sabem como se sentem fazendo. Acho mesmo que a maneira como as pessoas se sentem fazendo determinada coisa é mais importante do que a coisa em si.”

O grande publicitário e mestre do planejamento, Julio Ribeiro

Tendo a concordar com o mestre Julio Ribeiro. Compreender o que as pessoas sentem é mais importante do que tentar descobrir o que elas pensam. O lado mais humano, pessoal e próximo de um ser humano está ligado aos seus sentimentos. Conectar-se a seus sentimentos pode gerar muita empatia e engajamento.

Não por acaso ouvi recentemente que uma das métricas mais importantes e decisivas no mundo da comunicação e do marketing será, pasmem, o batimento cardíaco. Sim, o bater de nosso coração. Ele poderá ser medido através da Internet das Coisas (IoT), ou seja, através da troca de informações entre gadgets e, provavelmente um wearable (tecnologia vestível). Ao medir o batimento cardíaco das pessoas em determinadas situações e momentos podemos saber como elas estão se sentindo. E então entregar uma experiência mais bacana para esse consumidor…ops, para essa pessoa.

Smartwatchs, um exemplo de wearable

Dois outros conceitos têm muita relação com a questão de entender pessoas e atendê-las bem. Vejamos:

Dor(es) do consumidor – Todos temos conflitos e necessidades. Nossas dores. Trata-se aqui de descobrir e analisar o que aflige as pessoas em seu dia a dia, em seu cotidiano. De saber quais pequenos (ou grandes) conflitos uma marca/empresa/serviço/produto pode atenuar, evitar/prevenir ou mesmo resolver.

Pontos de paixão – trata-se exatamente de tentar descobrir e entender o que move as pessoas do ponto de vista emocional, subjetivo. O que elas amam? A que elas se entregam sem entender muito bem porque se entregam? Conectar-se aos pontos de paixão é tão ou mais decisivo de que atenuar ou resolver suas dores.

Em artigo para a Meio&Mensagem dessa semana, Gabriela Fernandez (estrategista da Today) escreve que “…um produto por si só pode não solucionar a necessidade do consumidor. Porque hoje a busca é por novas experiências.”

E mais a frente, no mesmo texto, também afirma: “Somos obrigados a deixar de lado a perspectiva racional, onde os resultados eram medidos com números de vendas e relatórios cheios de gráficos, para algo mais profundo. Estamos falando sobre mensurar sentimentos, percepções imediatas e frustrações.”

Bacana, né?! Eu curti muito. No fim fica mesmo a lição: temos que entender pra valer de gente. Temos que gostar de gente. Temos que pensar (e sentir) e propor um mundo para as pessoas. E isso passa pelo consumo, é óbvio.

Transformação digital começa pelas pessoas

A digitalização começa com as pessoas

Romi Schneider*

A transformação digital está em todos os lugares, nas empresas com o uso da Nuvem e tecnologias exponenciais pensadas para dar mais eficiência operacional e também na nossa vida pessoal, com a popularização do smartphone, que mudou a forma como assistimos filmes, nos locomovemos, estudamos, pedimos comida, enfim, como nos relacionamos com as pessoas e com mundo. Isso mostra que já vivemos na Era Digital e toda essa transformação só foi possível porque mudamos nossos hábitos. Sabe aquele ditado que diz: “o mundo muda quando a gente muda”? É isso.

O aplicativo de trânsito só ganhou popularidade porque as pessoas perceberam seu benefício e passaram a usá-lo efetivamente. Caso contrário, seria só mais um app que deixaria de existir. Levando esse contexto para o mundo corporativo, precisamos ter em mente que a jornada de transformação digital é mais sobre pessoas do que sobre tecnologia, por isso é fundamental olhar para a gestão do capital humano antes mesmo da escolha das soluções. Porque quando as pessoas percebem o valor de uma determinada coisa, elas a incorporam na sua rotina.

Na criação de uma cultura digital, colocar o colaborador no foco da inovação é fundamental. Ter um ambiente inspirador, que estimule a integração, com certeza acelera o processo da transformação. Pense bem, dentro da sua empresa todos têm liberdade para discutir ideias e compartilhar conhecimento? Se a resposta for não, pare tudo e repense a sua essência. A vivência do colaborador dentro da organização é uma extensão da sua vida pessoal – lembre-se, a digitalização só ganhou impulso com a vontade das pessoas de trocarem informações e se conectar umas com as outras.

Outro ponto é o investimento na capacitação das pessoas, mostrar o valor da tecnologia para a rotina delas é importante a fim de deixá-las à vontade na hora de usar as ferramentas no seu dia a dia, tornando isso um hábito. Mas, acima de tudo, é essencial ouvi-las antes de tomar qualquer decisão. Será que o software que você está comprando é mesmo necessário? O que os seus colaboradores querem para deixar suas atividades mais ágeis e produtivas?

Concluindo, só existe transformação de pessoas, se aliada à mudança tecnológica. Os gestores precisam caminhar juntos com suas equipes e entenderem que esse desafio é de todos, não apenas do time de TI. E o mais importante, a liderança precisa impulsionar iniciativas, ninguém segue uma filosofia se o próprio líder não crer nela. A tecnologia é uma ferramenta que sem o fator humano extraindo o melhor dela, deixa de fazer sentido. Uma iniciativa bem-sucedida está centrada nas pessoas e não apenas em tecnologia.

*Romi Schneider é Diretora da área de Pessoas da Mandic Cloud Solutions.

Fonte: RMA Comunicação – Tamyres Scholler

Coluna “Discutindo a relação…”

Novas expectativas, novas entregas

Vivemos definitivamente um tempo em que fazer propaganda e comunicação “feijão com arroz”, mesmo que bem feita, funciona cada vez menos.

Pesquisas e estudos indicam que as pessoas demonstram cada vez mais resistência a uma comunicação escancaradamente comercial. E também rejeitam a propaganda tradicional e interruptiva – aquele que se intromete e interrompe um determinado conteúdo ou programação.

As marcas e a propaganda tradicional estão desgastadas. Motivar, persuadir e convencer pessoas está cada vez mais complicado e difícil. O consumidor atual é cético em relação às formas tradicionais de propaganda.

É preciso que marcas e agências de comunicação estejam atentos a propósitos e causas verdadeiras que sejam detonadoras de ganhos e conquistas sociais para as pessoas. As marcas devem pensar não apenas em vender mais, mas sim em como podem melhorar a vida das pessoas.

Um bom exemplo de como buscar soluções que associem ideias, marcas e propósitos é a ação da Sansung que reuniu crianças que queriam muito jogar futebol e trouxe ninguém mais ninguém menos do que o treinador da seleção brasileira para treiná-los. A ação é na verdade uma websérie chamada “Samsung é Mais Jogo” e foi criada pela agência Cheil Brasil.

Confira nesta matéria do Reclame:

https://www.facebook.com/ProgramaReclame/videos/2696419120384306/?hc_ref=ARSQ30MZP0PVFbxLzqEOnjr_wHUhITnMzZfpcRhBAlXhRc_QJZPnlWGtF6DtLt3diGE

Os profissionais de marketing, comunicação e branding devem estar atentos ao fato de que a tecnologia não deve ser um fim, mas um meio para promover a felicidade e o progresso das diversas camadas da população. Usar a tecnologia para associar a sua marca à solução das dores dos consumidores, ou seja, resolver ou atenuar problemas reias e cotidianos.

As pessoas querem se sentir pessoas. O caminho é esse. Promover causas e pessoas. E não marcas e produtos apenas. O crescimento de ações focadas em causas sociais é destacada nesta matéria da Meio&Mensagem.

Fiquemos atentos! Os consumidores (as pessoas) querem ações diferenciadas de comunicação e um novo papel das marcas.