Muito além da nova marca: o rebranding como estratégia de evolução

Por Thiago Leon Marti*

O conceito de percepção de marca vem passando por grandes transformações nos últimos anos. Muito pelo avanço de novas tecnologias e também por conta das mudanças no perfil do consumidor, o fato é que para atrair um cliente e fidelizá-lo, hoje é preciso muito mais do que apenas oferecer descontos e ofertas.

Para se ter uma dimensão, de acordo com um estudo realizado pela consultoria Troiano Branding, nos últimos 25 anos, a relação entre marca x consumidor apresentou queda de lealdade, aumento do desconhecimento, maior oferta de produtos e um consumidor mais disperso. A lealdade do cliente caiu de 8% para 3% durante este período. Já o nível de desconhecimento, que indica a proporção de consumidores que não conhecem determinada marca, subiu de 24% para 36%. A pesquisa ainda analisou o desempenho médio de envolvimento com marcas em diferentes categorias, e todas apresentaram retração no período de 2000 a 2025.

Mas o que as marcas devem fazer para recuperar a confiança e, por que não, a lealdade do seu público? Uma boa estratégia é o rebranding. Esse conceito vai muito além de trocar logotipo, cores ou slogan, ele é uma oportunidade estratégica de evolução da marca. Isso porque envolve revisitar a identidade, o posicionamento e até os valores da companhia para garantir que estejam alinhados ao comportamento do consumidor, às transformações do mercado e aos novos objetivos de negócio.

Quando bem estruturado, esse reposicionamento pode ser estratégico da empresa, uma vez que ela pode se adaptar a novos públicos ou segmentos, reforçando sua relevância; acompanhar e se atualizar das tendências, adequando-se ao avanço tecnológico, à linguagem digital e às expectativas de consumo mais conscientes; corrigir e melhorar as percepções de identidade com seu público, ajustando sua imagem diante de possíveis crises, de forma autêntica e transparente.

Ainda, essa estratégia possibilita o fortalecimento da identidade. Nesse sentido, o foco está em mostrar ao mercado que a marca evolui junto com seus consumidores, mantendo-se atual e competitiva. Por consequência, a expectativa é a geração de valor a longo prazo, uma vez que ela consegue consolidar presença de mercado de maneira mais sólida, atraindo não apenas clientes, mas também investidores e talentos.

Para se ter uma ideia, de acordo com um estudo feito pelo Mundo do Marketing, ocorreram mais de 300 rebrandings entre as marcas brasileiras em 2024. Isso significa que praticamente o ano todo tem ao menos um “face lift”, que pode ser considerado uma atualização estética e visual que moderniza a identidade de uma marca, sem alterar a sua essência ou estrutura fundamental.

Por fim, destaco que essa iniciativa deve ser cautelosa e bem estruturada para não parecer apenas uma estratégia de promoção ou de comunicação. É importante fazer um trabalho profundo, bem planejado e de longo prazo, que realmente traga impactos para a empresa e seus consumidores. Assim, no fim, o rebranding deve ser entendido como uma ferramenta de transformação, capaz de unir aprendizado, inovação e conexão genuína com o público – elementos essenciais para marcas que desejam não apenas sobreviver, mas crescer em um mercado cada vez mais dinâmico.

*Thiago Leon Marti é Head de Branding, Design e Comunicação na Printi. É formado em Produção Gráfica e Design Gráfico, com Pós Graduação em Design Gráfico pela Faculdade de Belas Artes da Hungria e também em Design Estratégico e Inovação pelo IED-Brasil. O executivo conta com trajetória multidisciplinar nas áreas de design e experiência no universo do terceiro setor e impacto social, e tem passagens pelo Instituto Máquina do Bem e eduK.

Rebranding: o que é e quando fazê-lo

Por Josué Brazil

Rebranding é o processo de mudar a identidade visual, verbal ou até mesmo os valores e propósitos de uma marca. Ele vai além de uma simples reformulação do logotipo; trata-se de reposicionar a marca no mercado, renovando a percepção que clientes, parceiros e colaboradores têm sobre ela.

Ao longo de 2024, muitas marcas globais decidiram apostar no rebranding para se manterem relevantes em um mundo em constante transformação. Algumas atualizaram suas identidades visuais para refletir um posicionamento mais moderno e digital, enquanto outras optaram por reposicionar seu propósito para se alinhar a valores como sustentabilidade e inclusão.

Alguns rebrandings provocararm muita discussão no mercado por parte de especialistas, estudantes e até leigos. Mas quando é o momento certo para fazer um rebranding? Vamos entender.

Quando fazer um rebranding

Mudanças no mercado: Se o setor em que a empresa atua passou por transformações significativas — como avanços tecnológicos ou mudanças nos hábitos do consumidor — a marca precisa acompanhar para continuar competitiva.

Reputação comprometida: Quando a imagem da marca está associada a situações negativas, o rebranding pode ser uma forma de reconstruir a confiança do público.

Expansão ou mudança de posicionamento: Se uma empresa está expandindo seus negócios para novos mercados ou introduzindo novos produtos, o rebranding pode ajudar a refletir essa evolução.

Desalinhamento com os valores: Com o tempo, a identidade da marca pode se desconectar dos valores e objetivos da organização. Um rebranding pode restaurar esse alinhamento.

Obsolescência da identidade: Identidades visuais que não evoluem podem parecer ultrapassadas e deixar de atrair o público-alvo.

Exemplos inspiradores de 2024

Marcas renomadas como a “Burger King” e a “Airbnb” são exemplos recentes de rebranding bem-sucedido. O Burger King reformulou sua identidade visual com um design retrô, que evoca nostalgia enquanto reflete sua dedicação a alimentos de qualidade e uma experiência moderna. Já a Airbnb, em seu rebranding anterior, introduziu o conceito de “Belong Anywhere”, reposicionando a marca como uma plataforma de conexão humana e hospitalidade global.

Esses exemplos mostram que o rebranding é uma ferramenta poderosa para manter a relevância e fortalecer a conexão com o público.

Cuidados ao fazer um rebranding

Embora seja uma estratégia valiosa, o rebranding não deve ser feito de forma impulsiva. Antes de iniciar o processo, é essencial realizar pesquisas detalhadas com clientes e stakeholders, entender a percepção atual da marca e definir metas claras para a transformação.

Rebranding da Jaguar, um dos mais polêmicos de 2024

Além disso, o rebranding precisa ser acompanhado por uma comunicação transparente, para que os clientes compreendam as mudanças e as vejam como positivas. Lembre-se: um bom rebranding não é apenas estético; ele deve refletir a essência da marca e seus objetivos futuros.

Chave para revitalizar marcas

O rebranding é um processo que exige planejamento, criatividade e coragem. Em um mundo tão dinâmico quanto o de hoje, ele pode ser a chave para revitalizar marcas e manter sua relevância. Se sua marca está enfrentando desafios ou busca novas oportunidades, talvez seja hora de considerar um rebranding. Afinal, evoluir é essencial para crescer.

A criatividade de sempre com um novo visual: Maria Fumaça Publicidade completa cinco anos

Agência joseense anuncia reposicionamento estratégico e novidades para 2025

Este ano foi muito especial para a Maria Fumaça Publicidade que completou cinco anos de existência, mais de 50% de crescimento e novos projetos dentro e fora do país. Para celebrar tantas conquistas e acompanhar as constantes transformações do mercado, a Mafu, como é carinhosamente chamada pelos clientes e parceiros, reformulou sua marca. O rebranding, além de trazer uma nova identidade visual, propõe a atualização no posicionamento estratégico da agência, que agora conta com um portfólio de produtos mais completo e preparado para atender as diversas demandas de comunicação e marketing do mercado.

“A gente piscou e lá se foram 5 anos. E fico muito feliz em ver quanta coisa a gente conseguiu construir nesse período. Agora, a Mafu, se prepara para uma nova fase de olho em novos desafios. E nada melhor para representar essa transformação do que um rebranding completo da marca. O reposicionamento não é apenas estético, mas também estratégico”, destaca Ana Claudia Carvalho Muniz, Fundadora e Diretora de Operações da agência.

Segundo ela, a Fumaça continua simbolizando a marca, pois não foi escolhida à toa. Como uma locomotiva, a Mafu segue a todo vapor rumo a novos horizontes, rompendo barreiras, estreitando distâncias e conectando pessoas. O manifesto da marca
representa muito a forma como a equipe trabalha: “O motor é forte e a passagem é marcante”.

A agência aproveita o novo momento para contar outra novidade, a entrada da então Head de Novos Negócios, Gabriela Cleto, na sociedade da empresa. Ela continua a frente do time comercial e planejamento de mídia, mas agora com ainda mais responsabilidades. “Nossa missão é ser parceiro de negócios dos nossos clientes.

Queremos que eles cresçam de forma sustentável e que possamos estar ao seu lado durante toda a jornada. Nosso foco é na agilidade, qualidade e na confiança das relações que construímos. É uma honra poder falar que sou sócia da Mafu, uma empresa que me fez crescer muito e que compartilha dos mesmos valores que eu. Estou muito feliz e preparada para os desafios que virão.” garante Gabriela Cleto.

Todas essas mudanças consolidam ainda mais o propósito da Mafu que é o de conectar empresas com seus públicos e transformar ideias em resultados. Para isso, o portfólio de produtos contempla serviços que vão do off ao on, agregando soluções inovadoras, que geram resultados e transformam o jeito de dialogar com seus públicos.

Atualmente, a agência atende uma carteira variada de clientes, em segmentos como: indústria, educação, saúde, mercado imobiliário, financeiro, turismo religioso, varejo supermercadista, automotivo e shoppings.

Neste último ano, a Maria Fumaça Publicidade começou a atender clientes de outros Estados e, para o próximo ano, viabilizará seu primeiro projeto internacional participando da maior feira de manutenção aeronáutica do mundo, a MRO Americas. Como uma locomotiva, a Mafu venceu barreiras, superou limites e moldou lideranças que se diferenciam no mercado da comunicação regional. Ana Claudia Carvalho Muniz entendeu a importância de criar um ambiente de trabalho flexível e acolhedor, reforçando o valor de gestão humanizada.

Uma atuação de sucesso que ganhou a confiança e parceria de marcas como: AGC Vidros, CenterVale Shopping, PB Consignado do Vale, Poliedro, Reurbi, Villarreal e Simpatia Supermercados, I9 Yamaha e muitas outras. Para Maurício Buzzetto, sócio da
I9, “a Maria Fumaça foi um divisor de águas para o meu Departamento de Marketing e o trabalho em conjunto impactou diretamente minhas vendas. São mais de 4 anos de parceria, desafios e muitas conquistas.”

A história da Mafu resume um pouco dos desafios e conquistas do empreendedorismo feminino no Brasil e a constante busca pela excelência nas entregas e construção de relações duradouras. Segundo pesquisa realizada pelo Cenp-Meios, o mercado de publicidade no Brasil de janeiro a junho de 2024 superou R$ 10 bilhões em faturamento o que apresenta um horizonte de ainda mais crescimento para a agência em 2025.

Ana Cláudia é formada em Publicidade e Propaganda, com especialização e MBA em Varejo e Mercado de Consumo. Atua há mais de 15 anos com marketing, gestão estratégica e inovação. É fundadora e diretora de operações da Maria Fumaça Publicidade.

Gabriela Cleto é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pós-graduada em Gestão Estratégica de Mercados. Tem experiência na área comercial e estratégica e planejamento de mídia. É sócia e diretora de novos negócios e mídia da Maria Fumaça Publicidade.

O papel do rebranding no fortalecimento de marca

Por Júlio Pires*

Imagem de Brimbus Production Pvt Ltd por Pixabay

À medida que uma empresa cresce, torna-se necessário passar por processos de reestruturação, reavaliando toda sua estrutura organizacional e de desenvolvimento de produtos, a fim de alcançar novos segmentos de mercado e público-alvo. Diante desse contexto, o rebranding é uma estratégia bem popular entre as instituições, visando modificar ou ajustar a percepção de uma marca, o que pode envolver alterações no nome, logotipo, design, posicionamento ou comunicação da companhia.

O rebranding envolve, também, aspectos como: fusões e aquisições, alterações após crises de imagem, expansão internacional da organização, evolução da indústria, entre outras características. Para se ter uma ideia, um estudo feito pela Hanover Research, especialista em pesquisas de mercado, em 2023, mostrou que 75% das empresas passaram por uma reformulação de marca desde 2020. Outro dado interessante é a pesquisa feita pela UPCity, consultoria que apoia o relacionamento entre empresas e prestadores de serviços, que concluiu, em 2022, que 51% das empresas alteram sua identidade visual desde a pandemia de COVID-19.

Mas, antes de se iniciar uma estratégia de rebranding, é preciso fazer uma análise detalhada da mensagem que a empresa deseja transmitir, alinhando esse objetivo com as necessidades de seus stakeholders. Por isso, é essencial definir um posicionamento claro. Em seguida, é necessário se assegurar de que todas as áreas da companhia estejam alinhadas com essa nova visão. Um processo transparente e coeso contribui para que essa iniciativa seja bem-sucedida, sem prejudicar a imagem da organização ou causar rupturas com colaboradores, clientes e parceiros.

Desafios do rebranding

Uma estratégia de rebranding não se trata apenas de uma mudança na logo ou nas cores, por exemplo, mas de uma transformação profunda que precisa ser cuidadosamente planejada e executada. Desta forma, um de seus maiores desafios é garantir que o novo posicionamento seja entendido, validado e sustentado – primeiramente, por toda a equipe interna da empresa, desde o chão de fábrica até o atendimento ao cliente.

Para fazer isso, é importante expor de forma acessível e franca as razões por trás dessa alteração. Mostre como ela beneficiará a companhia em todos os seus pontos de contato e o seu reflexo no ecossistema em que está inserida. Mais que isso, teste a nova identidade com o time antes de lançar oficialmente, certificando-se de que a transição seja suave e bem-recebida por todas as partes.

Vale lembrar que, em alguns casos, é preciso equilibrar inovação com tradição no rebranding. Isso significa que apesar de ser essencial modernizar a marca para mantê-la relevante, é necessário ter em mente o respeito por sua história e conexões emocionais já criadas para evitar que a sua essência se perca.

Tipos de rebranding

Existem três principais tipos de rebranding: o parcial, o evolutivo e o revolucionário (também conhecido como radical ou total). O rebranding parcial envolve mudanças em alguns elementos da marca sem alterar sua identidade fundamental. O rebranding evolutivo, por sua vez, ocorre de forma gradual, com pequenas modificações ao longo do tempo, permitindo que os consumidores se adaptem sem grandes choques. Já o rebranding revolucionário ou radical envolve transformações profundas na identidade da marca, podendo incluir novos nomes e logotipos. Alguns dos componentes do rebranding são:

  1. Identidade visual: implica na mudança no logotipo, paleta de cores, tipografia e outros elementos de design;
  2. Nome e slogan: há a alteração ou atualização do nome da marca e do slogan para refletir a nova proposta de valor;
  3. Posicionamento: redefinição da maneira como a marca é percebida pelo público, muitas vezes mudando a narrativa em torno de sua missão, visão e valores;
  4. Experiência do cliente: o objetivo é a melhoria nos serviços, suporte e interação com o cliente para alinhar a experiência à nova identidade.

    Por fim, vale ressaltar que ressignificar a imagem de uma empresa é uma ferramenta poderosa para aquelas que desejam se manter relevantes e competitivas em seu segmento de atuação. E, embora seja um processo complexo e desafiador, seu sucesso vem da clareza no propósito e na comunicação. Assim, para que esse reposicionamento seja positivo e bem executado, é necessário que ele ajude a exprimir melhor o valor da marca e consiga alavancar os negócios, impactando positivamente as vendas.

*Júlio Pires é Head de Marketing, CRM & Ecommerce da Printi. Bacharel, Mestre e Doutorando em Administração de Empresas, possui quase uma década de experiência em Growth Marketing, trabalhando em companhias de e-commerce e tecnologia, além de ser professor de Marketing em diversas instituições. É defensor da eficiência no Marketing como uma forma de impulsionar o crescimento sustentável das empresas.